FOGO
Fogo
Nathaniel
- Controle-se, Nate. Já esperou até agora, sei que pode aguentar mais algumas horas.
- Ela precisa de mim!
Gaia me mantinha preso ao chão. Chegamos a NY e meus pensamentos me trouxeram direto à portaria de Liza. Se eu me concentrasse, podia ouvir seus batimentos acelerados, mesmo aquela distância.
Entrei em sua mente e vi o que lhe acontecia. Almas negras a cercavam no quarto e ela estava com medo, sozinha.
No momento em que ia intervir, Liza pensou em mim e eu lhe enviei a calma que precisava para afastar as alucinações.
- Acabamos de chegar e você já está dando trabalho! - Gaia fechou os punhos e falava irritada. - Você precisa me ouvir!
- Lhe disse que viria sozinho. Isso não é problema seu!
- É problema meu, se põe meus planos em risco.
- Não me importo com seus planos, você é mais do que capaz de se virar sozinha. - Gritei e chequei a minha volta para garantir que não estva liberando ruínas, elas se mantinham presas a mim. Agradeci ao fato dos humanos não poderem nos ver.
Lhe dei as costas para sair do prédio, mas sabia que ela não me deixaria ir tão facilmente.
- Você não dará as costas a mim! – Ela berrou e bloqueou meu caminho.
- Ou o que? Você vai fazer o que, Gaia!? - cruzei os braços e esperei sua reação. Se precisava de mim, obviamente não poderia fazer nada.
Escutei uma risada áspera atrás de nós. Só podia ser dele. O desgraçado que beijou Liza quando deveria ter cuidado dela. A raiva em meu peito teria o poder de queimar o prédio inteiro.
- Fazendo novos amigos, Gaia?
A vi arquear as sobrancelhas antes de sair da minha frente e ir para trás de mim, de onde vinha a voz.
- Ora, ora. Se não é Haniel, o virtuoso.
- Devo chamá-la então de que? Viciosa?
Virei-me para eles e os observei desperdiçar o meu tempo com suas provocações. Mantive os braços cruzados, se os soltasse perderia qualquer resquício de controle que ainda guardava e não sei o que meus punhos fariam se estivessem livres.
De acordo com Gaia, esse encontro era necessário para que me esclarecessem os pontos ainda desconhecidos por mim, pontos capazes de libertar Liza.
- Não quis lhe ofender querido. Sei que prefere seus vícios. Eu ao menos, sempre fui fiel a minha natureza.
- Podemos ir direto ao assunto? Caso pretendam continuar a troca de carinhos, posso voltar mais tarde. - Os interrompi.
Gaia não se incomodou, no lugar disso, sorriu satisfeita com minha irritação, claro, eu deveria imaginar.
- Ora, e se não é ele. Finalmente, o tal. Tão famoso, Nathaniel. A quebra do tratado.
Disse o presunçoso de cabelos cor de caramelo abaixo das orelhas, notei logo que seus olhos eram púrpura, como os de Gaia.
- E você, seria? A quebra do elo das almas gêmeas, estou correto? O responsável por tudo que está acontecendo?
- Eu sou aquele que salvou sua pele no cemitério. Ou esqueceu do Husky Siberiano?
Seu queixo estava duro de tensão e os olhos estreitos, não me importei com a ameaça, na verdade cheguei a gostar.
- Salvou minha pele? Me deixando preso no Coemeterium enquanto fracassava em ajudar Liza? Acho que realmente devo lhe agradecer.
A risada de Gaia me contagiou e soltei a minha própria carregada de puro escárnio.
- Engraçado. Liza me parecia bastante grata, há bem pouco tempo, abraçada comigo em seu quarto.
Adrian sorriu triunfante e me desafiou a fazer algo a respeito do comentário. Estiquei o braço em direção ao rosto dele e depositei nas mãos a raiva guardada dos últimos meses, despejei tudo naquele soco.
Acertei seu queixo em cheio e ele caiu para trás, catapultado de costas no chão.
Gaia pulava de felicidade ao meu lado.
Esperei que Adrian revidasse da mesma maneira, mas ele se levantou calmamente.
- Esqueci de dizer também, que Liza pareceu gostar bastante, quando nos beijamos pela terceira vez, sabe, há bem pouco tempo atrás.
Ele desapareceu antes que eu pudesse partir seu corpo ao meio.
- Acho que precisaremos adiar nossa conversa. - Gaia fingiu se abalar com o ocorrido.
- Excelente Gaia, isso era tudo o que eu precisava.
- O que? A culpa é minha, agora?
De certa maneira foi melhor que Adrian se afastasse. Naquele momento a única conversa que teríamos seria entre socos e eu estava inclinado a reduzi-lo a pó.
Fiz menção em subir o elevador até Liza, e Gaia outra vez se colocou na minha frente:
- Você vai esperar, Nate. Ou vou te prender no deserto e nunca mais conseguirá sair de lá.
Maldita!
Pelo visto eu teriauma longa noite a frente. Não que isso pudesse me fazer desistir.
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Gennnte! Tá quase chegando a hora do tão esperado encontro. Mas alguém roendo as unhas aí?
=O
Beijosss e um feliz dia das mães para vocês amanhã! =D
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