Capítulo 18: Santa Comunhão - Parte II

ALERTA DE GATILHOS: PROFANAÇÃO, RELIGIÃO, CATOLICISMO, CENAS SEXUALMENTE EXPLÍCITAS.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: Power - Isak Danielson

https://youtu.be/AUfKPeQZ6Zs

A luxúria regressou neles logo que consentiram.

Diante dos suspiros num ambiente contido, em meio a um desejo insaciável, o olhar da bruxa desceu até retomar na braguilha da calça do padre que foi desatada com auxílio de seus plácidos dedos curiosos.

Todo toque próximo da ereção, o fazia pulsar por dentro do tecido junto ao incômodo do cilício.

Seu olhar não era como na cozinha de sua casa. Não havia apenas sentimentos carnais envolvidos. Existia algo amadurecido, além, que não precisava ser dito explicitamente.

O interior do confessionário se aqueceu diferente de antes e a respiração de ambos se cruzou num choque venenoso, de arrepiar peles e cessar o tempo.

Exalavam tentações insanas e ocultas por anos. Visível e tentador.

Franco, no sustento dos lábios desatados, ao alternar o olhar enérgico e dividido na face pervertida de Gaya e a calça aberta, ofegou, comprimiu as pálpebras e libertou um leve gemido rouco assim que a testemunhou puxar o tecido para baixo.

O expôs enrijecido por inteiro, úmido, escorregadio. A perdição.

Meu Deus... — o rapaz sofreu ao murmurar com a bruxa admirada. — Veja como estou por sua culpa... — o tom a esmagou em vontades pervertidas.

Tudo isso é para mim? — mordiscou o lábio inferior mediante um sorriso safado.

Pareceu ter ganhado na loteria por intermédio dos olhos que brilhavam.

Sequer deveria questionar.

Com a ajuda do padre, a calça, cinto e cueca escorregaram entre as pernas e atingiram o piso, num sonido abafado, pesado. O barulho da fivela bateu contra a madeira e nem se importaram.

Aos olhos escuros de Gaya, Franco até o momento aparentou ser um anjo caído. Mas ali, ele se deixava explícito feito um homem a conter fantasias em cada particularidade do corpo. Resultava no Diabo.

O jovem padre se situou despido por baixo, do umbigo até o tornozelo composto por meias escuras, junto às coxas grossas espaçadas na qual uma delas se contorcia na penitência. Na consciência da bruxa, imperava vontade em morder a carne do rapaz do tanto que se evidenciava saboroso.

O que é isso? — curiosa, tocou cuidadosa o metal antes de partir com ações.

Um cilício — molhou os beiços secos e rosados. — Para cumprir minhas penitências. Intensificar meu perdão através do físico, com a dor — acariciou com cautela para não comprimir além do que suportava.

Quer dizer que utiliza para que seus pecados... — sentiu pena até ser tomada em surpresa.

Utilizo para me manter afastado de você. Era o que queria escutar de mim? — o amaldiçoado a enxergou com uma imensidão de depravações e cauteloso, principiou a folgar o acessório até a marca permanecer na coxa e largá-lo com o cinto. — Não serviu de nada. Fracassei. Olhe até onde chegamos. Creio não precisar jamais, sabendo que está aqui na cidade — afobado, quase implorou que o tratasse conforme um tolo. — Soltei minha coleira, agora me alimente. E não tenha compaixão de mim. Da mesma forma que não terei de ti.

Ao sustentar a amada bem por cima após ter a lesão do cilício acariciada, a experienciou com lentidão se esfregar na pele fina com a calcinha posta para o lado, até o inflar.

Gosta disso? — o questionou enquanto o rapaz revirava as escleras com os movimentos deslizantes e a mandíbula cedia, onde se permitia ver sua língua e um fio de saliva.

Os ínfimos pelos roçavam no cumprimento que insistia em entrar.

É melhor que as minhas mãos — passeou a língua nos próprios dentes de baixo e lambeu o queixo dela, quando se inclinou inquieto. — Me faz querer te comer com raiva por me provocar.

Comer? — sorriu sedenta. — Fale que deseja me "foder". Sem qualquer vergonha. Com essa voz soa tão interessante num padre. Pode falar, seu Deus permite.

Dos lábios de Franco, "merda" era o único palavreado que se autorizava dizer. Mas naquele átimo, necessitava acrescentar uma palavra chula no intuito das coisas saírem do controle.

Sim, Gaya Demdike. Preciso te foder com raiva por me provocar.

*Trecho narrado com as vozes dos personagens para imersão na cena, já se encontra disponível pelo link na bio.

No atrito de peles sem o inserir por dentro, Franco escapuliu um riso frouxo conforme um gemido ao raspar a glande próxima dos pequenos lábios. Ela insistia em brincar. Ondular os quadris e se atritar contra o padre a fazia desejar se manter assim.

Uma dança súbita.

Estalos molhados do contato íntimo os deixavam alucinados devido à sensação prazerosa e a troca de pré-gozo.

O jovem a escutou mais ofegante, notou-a bem escorregadia, igualmente a lubrificar suas coxas com suor e êxtase entre seus pelos arrepiados.

Gaya sentia que adentrava no paraíso quando a pele aquecida de Franco pressionava onde mais queria e lhe proporcionava euforia. Arrepios que contorciam o abdômen.

Ela se conhecia e mostrava como a ação já garantia o prazer mútuo no segundo que o percebeu impaciente, a se conter na ereção com veias, que se movia.

Era imoral, perverso, uma afronta. O Gregori soube que conquistou sua morada no inferno ao pulsar com toda a empolgação que o momento favorecia.

As mãos nervosas do sacerdote se afundaram pesado na bruxa, ansiaram mergulhar na carne, logo que se pôs próximo da entrada. Perto de penetrar.

Sentiu que desmaiaria diante da moça que evitou o descuido e o segurou firme. A pressionar a base.

Nem o cilício o contorcia de tal feitio.

Continue, é tão gostoso... — rogou mediante os dentes cerrados e sugou o ar num chiado. — Aperte dessa forma — experienciou os dedos firmes comprimirem bastante. Assistia com apreciação. — Isso... mova-os e tome nas pontas a lubrificação da "cabeça" com o polegar. Assim me mantém escorregadio.

Dessa maneira? — a palma da mão o incitava.

Bem melhor — cerrou os dentes mais uma vez e contemplou ser estimulado.

Franco contraiu as nádegas ao sentir a pressão, lambeu devagar e mordeu em seguida o próprio lábio superior, suas sobrancelhas despencaram desesperadas e se conservou de tal jeito por segundos.

Qual a sensação? — a mão preenchida batia de encontro aos pelos ruivos à medida que experienciava o homem se agitar.

É quente, molhada, macia... me sinto fraco com seu controle. Para uma primeira vez, nos alinhamos — expressou sofrimento com o deslizar do ato. — Meu Deus... como é delicioso te assistir assim.

A cabeça do padre pendeu para trás a descansar na madeira, o pomo se mexeu tenso ao senti-la lhe incitar, antes de posicioná-lo ereto para adentrar. Às vezes escapava dos dedos por culpa da desordem da fricção. Caberia duas mãos.

O pescoço com a corrente e crucifixo escondido se manteve visível ao esticar a visão e o sacerdote moveu-se nervoso com a jovem que se espantou com a maldade nas ondulações. Enterrava impiedoso.

Tatear a textura fina, a consistência na forma que se completavam e ultrapassava na palma, além da circunferência que se encaixava certo, chocava a Demdike. O tamanho semelhante às mãos do homem, o formato que expelia o pré-gozo em leves gotas transparentes, facilitavam a masturbação.

Não quer me ver gozar agora. Gaya, é perigoso... — implorou rouco a salivar.

Por um instante o reparou contrair pálpebras, quadris e escapar um espasmo ao passo que o indicador tocou a ligação entre a glande e a base.

Não, não, não, não, não... — suplicou à moça que arriscava findar com o resultado do ato. Gostava de vê-lo sofrer enquanto roçava o indicador na pele atrás da "cabeça" — Gaya, não posso gozar. Por favor.

Eram detalhes não tão perceptíveis que entregavam um pecado sem direito ao céu. Um dia, precisava passear com a língua de modo a descobrir melhor seu gosto.

Se tratava de uma novidade apreciá-lo despido, agitado na figura de padre e rendido à sua entrega.

Poucos sinais contornavam a barriga rígida do homem, havia uns em específico na ereção e podia deslizar as mãos no corpo com meros músculos.

A face feroz voltou na direção dela, obcecado e faminto, as irises azuis viajaram corridas de volta nas tatuagens traçadas na pele retinta que desejava tatear, fora os seios volumosos, pesados e pontudos.

Detalhes que apreciava com ímpeto.

E então o semblante enlouquecido, astuto, a atraiu para si e as palmas agarraram firmes o rosto dela novamente, uniu testa com testa e no instante que a controlou e centralizou na abertura ideal, o Gregori endureceu as coxas, quadris e sem receios, piedade, se afundou aliviado.

Franco...

Já foi tudo — respondeu ao senti-la por dentro.

Até choramingarem de prazer.

Ao sentir estremecer no se encaixar por inteiro na amada, que na sequência gemeu tão alto que escutariam distante da igreja, Franco a calou com outro beijo, a fisgou através dos lábios e prendeu consigo.

A entrelaçar carnes.

Shhh... quieta. Não geme assim, terminará em tragédia — grunhiu fraco à medida que se movia e a acostumava.

É isso o que quero — teimou e a garganta vibrou intensa. — Mas o estrago se iniciou quando me viu no funeral.

Entendeu bem meu recado, sempre foi esperta — capturou um beijo barulhento. — Mas eu já planejava tudo há tempos. Chegaríamos aqui de toda forma, Demdike.

Se devoravam de duas maneiras: entre a respiração ofegante e a ausência do ar externo. Além de insistir em silenciá-la com o polegar esquerdo esfregado nos beiços carnudos até os dentes.

Gaya... — suspirou, se engasgou com as palavras roucas no tom grave, excitante, ao aceitar os quadris ondulantes baterem calmos contra as nádegas da jovem que suplicava pela devoção dele, enquanto quicava sobre o colo numa colisão barulhenta. Tinha sede em declarar — ... sou apenas seu.

Os olhos de oceano trocavam a cada olhar da amada. Necessitado da atenção da bruxa.

O sacerdote de novo tomou seus lábios e os mordeu, ao passo que ela resmungou baixinho ao ser silenciada devido à troca de salivas excessivas em fios.

O padre sabia que não a pertencia, não se tratava de posse. Só foi movido por culpa da extrema emoção ao perder a virgindade com a mulher de sua existência. Apesar de se mostrar ciumento.

Franco se adentrou lentamente consecutivas vezes em Gaya, a escorregar no íntimo enquanto a ereção invadia o interior que o instigava ao ápice. A bruxa o fez suspirar descomunal e testemunhá-la preencher os dedos inquietos em suas madeixas acobreadas. A bagunçar o que era comportado.

Puxe mais forte. Sei que deseja puxar meus cabelos — insistiu.

Não... isso te machuca. Está louco?

Faça. Agora.

Estava receosa, mas não agiu tão firme. Entendia que Franco agia conforme a excitação. Sem racionalidade.

O que esperar de alguém que vivia com um cilício oculto por baixo da roupa?

Ao contrário dela, Franco cavou os toques na derme de Gaya e queria invadir, estar nela.

Rasgar tudo na intenção de se fundir. O resultado de uma vida sob controle, sem liberdade. Somente a repressão.

O ato abaixo das coxas era ardente, traiçoeiro e o pressionava em uma massagem interna que o mantinha preso na dama retinta. Contudo, o fez seguir com calma de modo a não se permitir alcançar o clímax.

O clérigo não compreendia o jeito que se saía, mas mediante as dúvidas, surgia com poucas indagações para fazer daquele momento marcante. Se preocupava em como a Demdike se sentia. Era inédito.

O Gregori não era um completo virgem, pois sabia no seminário como se dar prazer. Passava a imagem de bom moço, um jovem religioso que nunca enfiou as mãos por dentro da calça e se agarrava para se excitar.

Agora correria atrás dela no intuito de implorar por atenção.

Não era notável para a jovem, visto que as irises eram escuras por inteiro, num preto profundo que o fez enxergar o universo. Mas mediante o olhar de Franco, as pupilas se mantiveram expandidas, fixado e fascinado em Gaya.

Ele temia reflexos, mas se assistir nos olhos dela, causava um alívio inexplicável.

As bochechas do amaldiçoado prevaleceram rosadas e ela o testemunhou tal qual o homem que mais amou em toda sua existência, porém, não se sentia tão convicta no instante para falar.

Olhe como nos completamos, Gaya. Merda... a maneira que me engole assim, é tão errado — sussurrou bem baixo, baforou quente de encontro às narinas da moça que expressou frenesi e gemeu com imensa vontade. Referiu-se ao jeito que se encaixavam. — Por isso que deve me prometer uma única coisa. Agora.

Os olhos da jovem brilharam feito estrelas. Estavam ansiosos ao focar nos lábios corados do ruivo.

Ansiava guardá-los em seu corpo para nunca perder a beleza da boca entreaberta.

Peça-me o que quiser, Franco — amava enunciar.

Era excitante sair o nome de seus lábios sedentos. O Gregori se destruía. Mas promessas durante o ato soavam inconsequentes.

Logo que eu abandonar o sacerdócio, fuja comigo. Gaya, fuja comigo... — repetia, mantinha os movimentos que se tornaram violentos, entretanto lentos. Ao bater contra suas nádegas, a fez implorar por mais e se derreter com a súplica. Era proposital penetrá-la e desejar mantê-la consigo por um longo tempo naquele momento. Torcia que fosse eterno. — Distante daqui. Onde eu possa te ter dessa forma ao ar livre, num jardim, uma cabana, diante da lua, da lareira, escondidos da neve... preciso que fuja comigo.

Em súplicas, a fez concordar insistente com a cabeça, sem ar.

Mas a pedido dela, o sacerdote acelerou o rebolado que se tornou brutal ao apertar as pálpebras e se concentrar de modo a não ultrapassar o limite. Desejava fazê-la se segurar no confessionário enquanto colidia sem misericórdia.

Fugirá comigo? Diga que sim, te rogo.

Fujo! — choramingou. — Sim, fugirei contigo, Franco — era um pensamento inconsequente e emitiu outro gemido alto que o deixou descontrolado.

O que eu queria escutar da minha bruxa, minha dona — esfregou o nariz nos beiços dela, alucinado. — Minha.

E então, arrebatada em desejos, Gaya enroscou as madeixas ruivas de Franco nos dedos, depositou força nas pernas e regressou a quicar impiedosa sobre o sacerdote que sofreu com o impacto. O choque suado das peles ecoou bastante audível na capela composta por ambos.

Além dos santos estáticos que absorviam toda a profanação.

As coxas do rapaz se enrijeceram com a ereção pressionada conforme uma tortura, num vai e vem de sensações, e o peso do corpo de Gaya aniquilava o padre que a enxergou com insanidade em meio à blasfêmia cometida pelos dois que trancafiaram monstros por tantos períodos.

Ao passo que morria por reprimir o gozo, o queixo do Gregori roçou no da Demdike, mostrou os dentes a seguir dos lábios que desataram num sorriso largo e contornou o olhar devasso contra os dela.

Agora sei o que esconde por baixo de todas as roupas — resultava no que ela queria escutar. — Se tornará complicado te enxergar e visualizar seu corpo abaixo de qualquer tecido que componha sua pele. És meu castigo, Demdike. Como pode ser tão linda?

Os lábios dos dois se pressionaram, Franco observou novamente ligeiro, de soslaio, se existia alguma alma curiosa escondida na capela e voltou a atenção no ato.

Até gemer o nome da amada bem baixinho logo que as pernas enfraqueceram e se tornavam dormentes.

Ao notar que a moça se aproximou do orgasmo, Franco escutou os últimos gemidos eufóricos de Gaya que expandiu a boca, experienciou o clitóris inchar e não se conteve entre as contrações que o motivaram a finalizar da mesma maneira.

No instante, o sino intenso da outra igreja, a principal, de sua responsabilidade, propagou no centro da cidade e os permitiu misturar choros de prazer e toda a diversidade nas vozes de ambos. Em uma sintonia aniquilante. Um coro pervertido.

Padre! — esmagou a ereção de Franco numa massagem interna pós-orgasmo e cessou o rapaz.

Franco adentrava o ápice.

Os braços do homem se envolveram ao comprimir a cintura da jovem, espremeu em seu corpo e afundou o rosto suado entre os seios dela que saltitaram. E no ínterim do frenesi, experimentou o imenso calor emergir de baixo para cima, a pressão subir, a pulsação extrapolar, um mero formigamento de vibrar a pele em fortes espasmos e o fez avisar estar bem próximo do clímax, perto de despejar por fora na intenção de evitar riscos.

Talvez depois, bem rápido, limpasse seus rastros na sacristia antes de chegar qualquer fiel.

Não consigo mais me controlar. Não posso, Gaya... é impossível. Estou quase... — o tom de sua voz se elevou, os lábios se ampliaram, as narinas se expandiram e o ruivo engoliu o ar num sufoco.

Franco enfim não suportou ao testemunhá-la se retirar, afastar para sentar-se nos joelhos trêmulos do padre e sido assistido jorrar até a virilha, a se derramar em razão do ato. O Gregori tremia agoniado, domado em convulsões, se contraía sobre o assento do confessionário à medida que se sujava e recolhia a resposta do que reprimia.

Gaya, é por você... — a expressão prazerosa aniquilava a amada. Era excitante de tantas maneiras.

Porém, a Demdike buscou segurá-lo na mão, no intuito de interrompê-lo. O rapaz havia guardado por muito tempo e o esguicho foi constante.

Não pressione, estou sensível — ofegante, a rir nervoso, a assistiu lhe ajudar a limpar com os dedos pegajosos. — Mas eu faria agora e de novo. Só não posso te sujar — ainda ereto, sentiu aguentar mais uma vez.

Os quadris anteriormente rígidos se amoleceram cansados, as sobrancelhas despencaram da similar forma que ela. Estava faminto, sedento por culpa da Demdike.

Não a deixaria em paz a partir daquele dia.

Ninguém pode saber disso, o que fizemos — ela sussurrou afobada.

Depois de ajudá-lo a pôr de volta a calça, embora sujo, Gaya deitou a cabeça sobre o ombro dele, encostou o rosto sereno no pescoço do rapaz e recebeu afago em seus cabelos crespos.

Que guarde esse momento entre nós, Franco.

Franco sorriu anestesiado, de orelha a orelha. Desacreditava no que ocorrera no confessionário e tomava cuidado para seu líquido não sujar tanto a batina. No fim limparia todo o ambiente após trocar de roupa e levaria o traje à lavanderia. Precisaria arrumar uma justificativa.

Prometo ser um eterno segredo — o amor por Gaya era evidente. — E se descobrirem? De alguma maneira suspeitarem?

A moça ergueu a cabeça de modo a encará-lo.

Não acho que chegará ao extremo. Apenas se um dos dois quebrar a promessa — as mãos acariciaram a face da amada.

Então não será uma desculpa para fugir de mim. Caso os outros nem suspeitem, irei onde estiver — a fez consentir.

Por essa razão que minha mãe Anya disse que você se expõe obcecado por mim. Desse jeito mostrará que nos envolvemos.

Transpareço? — a bruxa concordou risonha. — Pensei que soubesse disso bem antes de voltar à Rye — pôs um ínfimo fio dos cachos atrás da orelha da amada.

Como? — se empolgou.

Ah, Gaya. Sabe que nunca escondi meus sentimentos por ti. Meu olhar sempre diz tudo se não consigo falar. E nos conhecemos tão bem que, sofreria se não me arrastasse aos seus pés.

A Demdike acariciou as bochechas do sacerdote, selou um beijo em seu queixo e acalmou o homem que se mostrou meramente eufórico com a conversa.

Me tocou pela primeira vez. Nem acreditei que agiu assim — apreciou as mãos de Franco a tatear seu rosto. — Me permite? — ele consentiu.

Queria acariciar a mão direita a fim de respeitar a que consta a cicatriz.

São lindas e fortes, Franco. Respeito seu trajeto até chegar aqui. Não imagina o quanto me orgulho de ti — beijou cada um dos dedos e ele observava o carinho, hipnotizado. — Com o tempo você se compreende.

Entende que você e meu pai foram os únicos que permiti me tocar. Não sei como será quando tivermos nossos bebês. Como segurar, ninar no braço, te ajudar a cuidar em cada etapa... — suspirou. — Quero conceber meus verdadeiros sonhos contigo e da nossa família que construiremos. Farei de tudo para ser melhor que o meu pai e me acostumar com as mãos sem luvas.

Gaya retomava o pesadelo. Soava conforme um gatilho aos ouvidos, ao passo que memorizava os planos reforçados mediante os lábios do rapaz.

Minha deusa — a beijou diversas vezes e enxugou as lágrimas que despencaram. Zelava por quem amava. — Não chore. É a segunda vez no dia que te vejo assim — embargou a voz. — Por qual motivo reage dessa forma quando falamos do nosso futuro?

Te-tenho medo de te perder, Franco — soluçou. — Não consigo sem você. Não posso acordar sem ti — o agarrou forte em seu corpo. — Por isso que não sustento o choro. Não quero te perder.

Estou aqui, está tudo bem. Estou aqui...

A Demdike também recordava da solidão que Anika passou por um longo tempo com a ausência de seu avô que partiu cedo. Despertar com Franco ao lado da cama e sentir o colchão preenchido pelo calor do rapaz, precisava acontecer até envelhecerem.

Se esforçaria em evitar a morte por intermédio da igreja. No entanto, a maldição se tratava de uma desventura inevitável. O amava tanto, ao ponto de se sacrificar por ele. E o padre faria o mesmo.

Era um destino injusto ao Gregori, que considerou a linhagem de bruxas rivais como sua verdadeira família.

Fugiremos para vivermos bastante até que a maldição me leve. Para o mais distante possível. E se der errado, a princípio irá sem mim. Mas segurarei tudo o que cair por cima de nós. E se eu me mantiver vivo, traçarei até o fim do mundo e te encontrarei. Nos protegemos desde que éramos crianças, lembra? — sorriu inocente. — Somos um.

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