Capítulo 17: Pecados que Sufocam - Parte I

ALERTA DE GATILHOS: ANSIEDADE, CONFLITOS FAMILIARES, VINGANÇA E RELIGIÃO.

*RECOMENDAÇÃO DE MÚSICA DA TRILHA SONORA PARA O CAPÍTULO: April - The Lumineers

— Aonde irá? — a jovem questionou à medida que descia a escada e as mãos deslizavam no apoio.

Até o último degrau, Gaya avistou Dane arrumar algumas coisas na mochila sobre a mesa de centro da sala. Eram poucas e parecia agoniado com algo.

— Visitarei minha família na cidade. Esqueci de lhe avisar — a notou se achegar e se sentar no sofá. — Meus irmãos se encontram por lá e preciso contar o que está acontecendo. Fazer uma breve reunião familiar. Podemos obter mais auxílio, talvez saibam como agir para não cometerem nada conosco em Rye — selou o zíper e apoiou os punhos na cintura de modo a descansar do esforço. — E você? Ficará por aqui ou sairá para tomar um ar?

Inclinou e apontou com a cabeça direcionada à porta assim que assistiu à moça se acomodar no estofado.

— Hum... não sei... — deitou um pouco a cabeça num dos braços do sofá. — Minhas mães estão trabalhando na floricultura, pensei em visitá-las. Mas verei com atenção — franziu o nariz.

O corvo pensou em lançar uma carta com sinceridade.

— Ou visitará o padre?

Gaya não esperava, ao passo que ressaltou as escleras.

— Não precisa se calar. Ontem, senti algo entre vocês. Uma tensão assustadora — se expôs receoso. — Só espero que não se machuque mais em esperar um amor que não estará disponível.

Lançou a mochila nas costas depois de apanhar e se aproximou dela, que se irritou pela provocação. Era notável o que a bruxa e o amaldiçoado trocavam. Os mais próximos ao redor de ambos, sentia o que emanavam.

— Sei e vejo com precisão o que não foi resolvido entre os dois. É perceptível a maneira que ele te olha, Gaya — recordou dos olhos azuis em seu corpo, nos lábios, fixos, tal qual um predador. — Como ainda ousa ser padre e alimentar tantos sentimentos por você? — riu desajeitado, mas se revoltou pelo Gregori sempre conquistar o que desejava. Era o que pensava. — Só não se aproxime ao extremo caso o veja — tocou e beliscou o queixo da moça ao se agachar e inclinar para frente. — Sabe qual o destino dele e quais as pessoas que estão em risco por causa do Gregori. Não é por Franco ser meu parente distante que devo empatia. Isso, presto somente a você e sua família.

Beijou a testa da moça, que se tornou silente, engasgada com palavras reprimidas.

Estava correto em partes, mas quem conhecia o Gregori desde a infância, cresceu e se apaixonou pelo padre, se tratava da bruxa.

— Se eu o encontrar, prometo não ser nada além de um adeus — as irises escuras cruzaram os acinzentados logo que Dane se levantou e afastou destinado a sair.

— Promessas às vezes são falhas. Seja cuidadosa da forma que entende ser. Não deixe que Rye lhe trate feito ninguém ou que saiba dos dois. Compreende como se defender. Mas fique ciente, Gaya: Franco Gregori não abandonará o sacerdócio tão cedo. Não se trata apenas dos motivos pessoais. Temos um inimigo por trás que tomará a vida dele.

Gaya entendeu que Dane ansiava deixar explícito que Franco morreria em qualquer oportunidade durante as conversas após saber que ambos detinham um grau de parentesco.

O Dawson não se importava com a possibilidade do Gregori ser assassinado. Porém, a bruxa não suportava a tortura de aguardar que seu amor partiria rápido.

As palavras do corvo provocaram raiva e repúdio. Não sabia se aproximar do Franco pioraria toda a situação e seu luto seria eterno. Ou forneceria um descanso para a saudade dos dois. Decerto o Gregori descansasse eternamente feliz por tê-la próximo na decisiva vez.

Já distante da Rua Mermaid, entre o arvoredo e a relva dos caminhos da cidade costeira, Dane se dispôs a alcançar sua segunda casa em Point Hill, Rye. Onde passou a juventude com a linhagem de corvos detestada por muitos.

O lugar abastado, onde campos verdejantes se evidenciaram, propriedades como mansões inglesas tomaram o verde e o sossego fazia morada, transmitia todas as boas emoções após a fuga de Whitby.

Resultaram em tempos difíceis para os Dawson.

Logo que encarou a residência de número cem e estacionou a motocicleta próximo dos arbustos irrigados, o rapaz pendurou o capacete na manopla e os sapatos tocaram o chão de pedrinhas que levou até a porta escura, onde a campainha fora acionada.

Ele bateu os pés no tapete da entrada, ladeado por um vaso gótico preto, rosas-vermelhas brilhavam e as mãos foram levadas aos bolsos da calça. Recordava uma criança envergonhada a voltar do colégio. Assim que a porta foi aberta e o ranger tomou a atenção do corvo, Joland com madeixas brancas atendeu aquele que reconheceu como seu primogênito.

Dane sorriu ao pai, a recuperar lindas memórias ao lado de seu velho que nem era tão idoso assim.

— Dane? É você, filho? — apoiado na porta, os olhos analisaram o cabelo curto, as roupas de um homem rebelde.

— Pai, senti a falta de todos.

Recebido num abraço saudoso e caloroso, de espremer o corpo, Dane ouviu de dentro, direto da cozinha, sua mãe conversar com os irmãos gêmeos e mais alguém que se despedia.

No instante que adentrou o ambiente, o pai fechou a madeira por trás, animado em receber o filho e de repente, enquanto o rapaz admirava as mudanças da mansão que jamais regressou, sentiu uma pessoa correr com os pés-descalços em sua direção e saltar nos braços de Dane. Era Hunter, sua mãe, num vestido longo, leve, solto e escuro, com os cabelos ao vento.

Evidenciou ser uma criança diante do filho mais velho e ambos giraram no hall da casa ao passo que os irmãos e uma jovem moça se aproximavam na intenção de acolher Dane. Mal perceberam o gato da família, Fúnebre, que apenas observava deitado num dos degraus da escada, a debochar do alvoroço.

— Olha o que aconteceu com meu filho! — acariciou a cabeça do rapaz constrangido com os beijos da mãe em sua testa e bochechas. Ainda o tratava feito um bebê por ser o arco-íris da família. — Filho, é ótimo vê-lo aqui.

— Senti saudades, mãe — agarrou o rosto do homem que piscava como de costume. — Estou bem, pode comprovar.

— Irmão! — um dos gêmeos se intrometeu e o abraçou em seguida com leve tapinhas nas costas. — Corvos unidos — num estalo, bateram forte as mãos e se abraçaram novamente.

— Corvos unidos — repetiu um cumprimento dos bastardos. — Dario! Querido irmão — relembrava dos dois jovens e agiu carinhoso ao beijar a testa.

— E seu outro irmão deixou de ser querido por você? — Dario provocou o outro gêmeo que revirou as escleras e aguardou ser acolhido pelo mais velho.

— Jamais. Amo-os profundamente.

Kelevi se achegou e os três se abraçaram em conjunto. Eram três homens altos, de madeixas escuras, mas os cabelos de Kelevi se depararam compridos e batiam na cintura. O rapaz lembrava um vampiro, próximo de Bram Stoker e era um talentoso e esforçado professor de história do primário.

Já o Dario era um acentuado gastrônomo com um restaurante erguido em Cantuária, no sudeste da Inglaterra. Ambos os irmãos eram solteiros conforme o mais velho, porém, levavam uma vida boêmia, enquanto Dane se conservava responsável. Mas dentre os três, o primeiro corvo atraiu muitos problemas.

— Já conheceu a Marieta? — Hunter apresentou uma mulher negra de tonalidade clara acinzentada ao rapaz que a cumprimentou sem gestos. — Marieta Ortega é uma colecionadora chilena de facas, adagas e veio destinada a nos vender algumas. Está passando uma temporada aqui na Inglaterra porque sua mãe é daqui.

— Prazer, Sr. Dawson — estendeu a mão calorosa ao rapaz que se viu desconcertado, contudo, retribuiu.

O toque macio de suas mãos recordava alguém. O sorriso largo era magnífico e os fios crespos presos numa trança longa, escuros, além do olhar castanho-avelã, acendeu uma sensação agradável ao corvo que se sentiu rendido.

Era bela e cheirosa. Lembrava a laranjas.

— Igualmente, Ma-marieta — gaguejou e os olhos reluziam de encontro aos dela.

— Meu filho mais velho adora adagas e vou lhe repassar o contato dele, Marieta — Hunter cutucou a jovem e se entrepôs. Também uniu um pouco os dois.

— Bem — se afastou e aproximou da porta, na intenção de se despedir. — Retornarei e agradeço a hospitalidade. Minha mãe aprecia artefatos cortantes e trarei mais alguns. Até breve.

— Até, Marieta — Dane mal escondeu o encanto sobre a moça e os irmãos deram um mero empurrão de ombro.

— Solteiro por um tempo, não é? — Kelevi o irritou.

— Foi o destino que lhe trouxe?

Retornaram a atenção no primogênito e Hunter questionou.

Ansiosa por tê-lo após anos afastado, apanhou as mãos do primogênito e o guiou para se acomodar no sofá de couro da sala com os irmãos e junto ao marido em duas poltronas.

Logo que ela se sentou, antes de acompanhá-los, Joland seguiu rápido até a cozinha de modo a servir café quente aos filhos, conduziu uma bandeja com xícaras escuras, cubos de açúcar, leite num outro bule, colheres pequenas e canela num recipiente.

Levou a xícara à cada um, pôs o café e complementos até voltar a sentar na poltrona para uma conversa de família.

Hunter custou lembrar que aquele momento se repetiu conforme em Whitby, na presença de uma lareira e histórias da família para se contar às suas crianças minúsculas.

— Serei direto e não estou aberto a julgamentos — depois de beber um gole do café com leite e canela, Dane umedeceu os lábios, pôs a xícara na mesa, se pendeu para frente e apoiou os cotovelos nos joelhos.

No exato instante, os homens olharam direcionados à Hunter que estava prestes a ingerir um gole da cálida bebida. Era a que concedia a primeira e última palavra na casa. Sempre se mostrou protetora demais, porém, compreensiva.

— Me encontro aqui porque... — respirou calmo destinado a estabilizar a ansiedade — fugi de Londres — os gêmeos se entreolharam e Joland temeu a esposa entre uma expressão pavorosa. — Todos sabem que trabalhei para a polícia por um tempo, mas hoje não sigo a profissão — os espasmos se evidenciaram bastante. Nem adiantou se acalmar. — E principiei minha função de investigador particular, até que peguei um caso por intermédio de um cliente. Eu precisava de trabalho, ou não me sustentaria e...

— Seja sincero e sem desvios, filho — Hunter tomou a voz. A face avermelhou. — Já devo imaginar qual trabalho — se inclinou para abandonar a xícara na mesa de centro mediante os olhares que pressionavam. — É para...

— Um padre.

Nem sequer houve um chiado de respiração, movimentos...

O silêncio profundo e temeroso dominou a residência Dawson. Os gêmeos se calaram e olharam atentos à mãe fixa no primogênito. O pai abaixou a cabeça, constrangido e sem estimar os próximos passos da esposa. E Hunter, analítica, se interessou mais acerca da situação.

Para isso, haveria um motivo.

— Mas não trabalho para a igreja. Que fiquem cientes disso.

— Como não?! — a mãe foi acalmada pelo marido que tocou seu braço apoiado na poltrona. — Como não trabalha, Dane?

— Permita-o se explicar, Hunter — teve que se erguer no esforço de mantê-la sentada. A mulher era irredutível.

— Mãe, eu não sabia que mataram padres, foi uma notícia que me alcançou tarde demais. Um informante me contratou para coletar provas que fizessem justiça contra a organização, eu acreditei. E só descobri no final que alguém morrerá. Meu cliente me ocultou coisas que a senhora nunca pensaria, informações importantes e a pessoa! — pareceu bem nervoso que o habitual e piorou os espasmos. Também não deixou as palavras tão evidentes. Soou bem confuso. — E a última vítima, é de uma família que conhecemos.

— Ah, mas é claro — levou a mão à testa. — Deixe-me adivinhar... hum... — era sarcástica feito o filho. — Um Gregori? — sorriu debochada até que o primogênito confirmasse silente. Enquanto isso, os outros homens arfaram preocupados. — E eles não morreram?

— Maioria, sim. Como sabemos. Mas restou um.

— Então sabe o que fazer.

Hunter se retirou da sala, nem conseguiu ser contida e andou classuda até um mostruário de adagas, disposta a remover uma.

Os demais entraram em pleno colapso ao passo que Dane se ergueu do sofá, seguiu a mãe e dela fora entregue nas mãos do corvo uma nova adaga.

— Tome, com rubis, para combinar com o cabelo desse maldito — entendia que a maioria dos Gregori eram ruivos e sua intuição apontava que o último deles puxou igualmente as mesmas características dos antepassados. — Aproveite para julgá-lo em nome de seus parentes.

— Mãe! — Kelevi se impôs.

Eu já imaginava — Dario por um momento riu da circunstância, mas o riso era desesperador.

— Por favor, Hunter. Recolha essa adaga e guarde-a de volta — Joland apanhou das mãos do primogênito apavorado com a reação da esposa. — Ele não veio arrumar contendas familiares.

— Não matarei ninguém, mãe! — recuperou a adaga de seu pai, passou entre a mãe feito vulto e devolveu o objeto ao mostruário de vidro que estremeceu ao ser fechado. O rapaz estava exausto. — Ele que morra sozinho! — queria chorar, mas a revolta tomou conta da tristeza por culpa da situação deprimente. Se dispôs a conversar e ser compreendido. O que não aconteceu. — Mas você prefere um filho preso e traumatizado, do que afastado disso, não é? Dessa tragédia que une nossas famílias. Jamais pensou em como viveríamos tranquilos se não revidássemos e nos humilhássemos para aqueles merdas?!

Hunter recuou a postura autoritária. O filho mais velho tomava a voz que ecoou pelas paredes da mansão.

— Os Gregori pouco se importam conosco, mãe! Não existimos para eles! Entende a forma que aquele homem olhou para mim? — Hunter negou silente. — Ele me despreza e mal sabe quem sou. Aprendemos a usar essas malditas adagas, a nos ferir, a jurar em nome de uma família que nem está aqui atualmente por nós! Onde o restante dos Dawson se encontravam quando tentaram me matar em Londres? Onde?!

— Filho, o que fizeram contigo? — tentou tocá-lo no rosto ao sentir pena e os demais se mantiveram imóveis.

— Se eu fosse a senhora, me faria a mesma pergunta — agarrou o pulso da mãe, sem nenhuma força. Apenas a evitou que lhe tocasse. — Olhe no que me transformou. Temo a morte porque ela vive em meu sangue por causa de uma vingança. Um acordo familiar. Entendo que a igreja nos traiu, mas nunca esqueça que fizemos parte dela. Somos um produto deles. Meu trabalho atual é só uma continuação do que interromperam um dia. E cabe também a mim pôr fogo na catedral.

Hunter respirou imersiva de modo a expulsar o peso dos pulmões.

— Tenho responsabilidade nisso tudo, filho.

A olharam estupefatos.

— Joland não fazia parte, vocês não faziam parte. Os coloquei no conflito comigo, visto que eu deveria afastá-los — se distanciou até sentar no segundo degrau da escada, sobre o tecido preto do vestido que caía aos lados. — Dane, você veio num momento que perdi meu primeiro filho, Dastiel — principiou a derramar lágrimas e a soluçar. — Desde então criei um casulo para nós. Quis protegê-los de quem eu sentia que nos protegia. Mas não se passava de uma farsa. Eles acabaram com tudo, sequestraram sua prima Elize e levaram-na até a Itália ainda criança, assassinaram o Cardeal Leônidas que tanto nos preservava, enquanto zelavam por um amaldiçoado porque valia mais que todos. E em algum instante se aproximariam de vocês. Precisei ser assim. Precisávamos impor medo, filho. Mas fracassei demais com vocês.

Se colocou na posição da mãe na intenção de refletir acerca de suas decisões.

— Estava cheia de medos, mãe — Dane, após se tranquilizar depois de seu desabafo, se acomodou ao lado da mãe e deitou a cabeça no ombro da mulher. — É compreensível nos defender desde que nos pôs no mundo. Mas agora, preciso, apenas necessito que fujam. Deixem tudo nas minhas mãos — os familiares fitaram os olhos no rapaz. — Tentamos nos resguardar por tantos períodos, nesta ocasião, onde eu estiver, onde estiverem, nos acharão. Fui enfim marcado.

— Filho... — o abraçou calorosa.

— Não tem como unirmos forças para revidar feito sempre desejamos? — Dario questionou.

— Não. Somos baratas diante deles. Não imaginam a crueldade de algumas mortes que encomendaram. Me recuso deparar com alguma notícia do corpo de um de vocês ser encontrado desmembrado, violado... — arfou com pesar. — Tudo se tornou crimes de ódio — se mostraram apavorados com o que dissera. — Portanto que, viajem antes de mim até a Romênia, talvez Escócia. É planejado que Rye seja tomada. Londres já está em seus momentos finais e aqui, mãe, aqui é o berço das bruxas. Tudo se alinha tal qual nos tempos passados e não estou sozinho. Há uma testemunha que por razão do destino, nos unimos.

— Quem? — o pai e os outros ficaram curiosos.

— Uma das bruxas descendentes de Pendle está sob minha proteção — a família se abismou. — Ela também fugirá comigo. Conhece os culpados dos crimes e acho que é uma longa história a se contar quando não estivermos mais em Rye.

— As Demdike? — Kelevi puxou a atenção. — Continuam a viver em Rye?

— Sim. Algumas desejam morrer aqui. Mas não deixarei. Planejam jogar a culpa de tudo nelas, decerto em nós, com todo nosso histórico de envolvimento com eles e sabemos como a cidade e as outras cedem o que a igreja impõe.

— Então ficaremos com você, irmão — Dario se aproximou, corajoso. — Se houver um massacre, estaremos juntos. Como uma família — tomou a mão do mais velho sentado.

— Estamos contigo, irmão — Kelevi se juntou. — A incluir o Fúnebre — riram.

— Não desejei que isso acontecesse, mas tudo é em prol da família — o pai findou um acordo.

Porém, exausto, Dane se ergueu no meio de todos, esfregou o rosto, acatou os apoios, mas não queria de fato os envolver. Priorizava a fuga dos familiares.

— Família... — Dane pensou distante entre um sorriso frouxo. — Não — se impôs conforme um novo líder. — Amo-os muito para permitir perdê-los no final. Estarão ao meu lado se fugirem. Ou servirão como reféns ao inimigo. Então me prometam que sairão daqui em breve e que me ajudarão ao menos em descobrir quem rege por trás disso tudo. Me jurem!

Concordaram até Hunter se igualar ao homem, apanhar suas bochechas, unir testas e soprar palavras finais contra a face dele.

— Voltará para nós sem mais nenhuma cicatriz além da que carrega como corvo. Fugiremos e lhe aguardaremos vivo. Nos promete?

Dane selou as pálpebras tão forte que viraria as escleras por dentro. Os lábios comprimiram, reprimiram os espasmos e voltou a enxergá-la mediante as irises acinzentadas.

— Corvos unidos, nossa mãe.

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