Prologue

Capítulo 1 – Prologue

Jimin Baker estava uma bola de nervos.

Sempre imaginou que quando o dia chegasse, quando finalmente tivesse idade o suficiente para frequentar os tão sonhados bailes que aconteciam no castelo, estaria animado e ansioso, eufórico com tudo de novo que veria ou conheceria, mas a realidade parecia muito mais assustadora vista de perto.

Há 25 anos atrás o mundo havia conhecido uma praga terrível, que transformava pessoas boas em mortos vivos violentos e descontrolados. Para a sorte do mundo, um cientista chamado Jimy Paim havia encontrado uma cura, mas como tudo na vida, ela possuía consequências.

Efeitos colaterais que eram o preço para se viver. O mundo então conheceu o primeiro alfa, beta e ômega. E deles uma geração inteira foi criada. A cura foi enviada para o mundo todo, salvando todos da praga e misturando o DNA humano com DNA lúpus.

O reino de Katar foi o pioneiro na mutação e o berço da cura, sendo assim um exemplo para todos os outros. Vinte e cinco anos depois as pessoas já haviam se acostumado com as mutações e as crianças que nasciam, assim como Jimin, nem ao menos conheciam outra realidade.

O pequeno ômega queria conhecer seu reino. Viver aventuras como as das histórias que devorava com tanta gula de sua biblioteca, mas seu pai, como o bom alfa protetor que era, nunca deixava o mais novo sair do castelo.

Claro que era impossível descumprir uma ordem direta do rei, principalmente quando ele colocou a guarda real do castelo atrás do filho. Não que isso o impedisse de tentar, muito pelo contrário, o pequeno ômega se sentia cada vez mais tentado a sair, apenas por saber que era proibido.

Não eram poucos aqueles que ainda enxergavam o ômega como uma criança mimada e as atitudes do Rei não facilitavam para mudar sua imagem. O fato de ser um homem ômega já o colocava em uma posição complicada. Já o fazia ser visto como frágil, fraco, vulnerável e de certo modo, inútil para o seu reino.

Mas Jimin não queria se sentir assim, ele não queria ser o secundário, aquele que espera para ser resgatado, queria ser o protagonista, estar no topo, fazer a diferença para seu povo e viver as aventuras em primeira mão.

E talvez Jungkook estivesse certo em afirmar que o príncipe havia lido romances demais, mas não custava nada sonhar com uma realidade diferente daquelas paredes grossas do castelo.

— Alteza, está pronto? — Perguntou uma jovem serva.

Jimin não gostava de ser tratado com tanta frieza ou indiferença, mas as regras de etiqueta às vezes o obrigavam a isso e por mais que parecesse ser o único a se incomodar com aquilo, sentia que apenas se afastava ainda mais das outras pessoas.

Claro que agora, todas as incríveis tentativas de seu pai para lhe afastar de tudo e todos iria por água abaixo, mas não tinha certeza se aquilo era realmente algo bom.

Jimin Baker estava oficialmente entrando na vida ativa para um ômega e isso significava que precisava conseguir um casamento, mas não qualquer casamento. Precisava de alguém da realeza, afinal, seu futuro alfa seria o novo Rei de Katar.

Esse pensamento assombrava o ômega. Casar com um completo estranho lhe parecia algo errado em seu ponto de vista, mas havia sido treinado sua vida inteira para ser um ômega impecável, dentro do possível, para seu futuro marido e de fato não queria decepcionar ainda mais o seu povo, muito menos contestar as ordens de seu pai.

Não que ele fosse algum tipo de ditador, longe disso, apenas mantinha as aparências como o bom alfa Rei que era. O povo o amava, era bondoso, justo, e mesmo que fosse um tanto severo com seu filho, ainda assim, era muito apegado ao menor.

Jimin Baker era sua preciosidade. Depois de perder sua amada esposa, Elisabeth Baker, tudo que lhe restou foi seu pequeno e amado filho e por mais que o tempo passasse, nunca viria Jimin de uma forma diferente.

Sempre que olhava para o filho, via os mesmos traços adoráveis de quando ele ainda era um bebe. Os olhinhos grandes e arredondados, em um tom suave de verde, as bochechas cheias, as orelhas pontudas, o cabelo castanho e o biquinho que o ômega fazia sempre que estava emburrado, ainda estavam ali e por mais que Jimin estivesse crescido e estivesse entrando na fase adulta, ainda era sua criança doce e carinhosa que precisava ser protegido do mundo.

Foi difícil para um Rei cuidar de seu filho sozinho, afinal tinha a responsabilidade para com um reino inteiro e sem Elizabeth, seu mundo já não tinha mais tanto vigor. Era difícil administrar suas obrigações, não tinha total tempo e atenção para o menor e por isso agradecia muito ao seu fiel amigo.

Jungkook Jones, o alfa responsável pela guarda real e funcionários do castelo. O filho do braço direito do Rei e o futuro conselheiro real. O Rei havia o visto nascer, confiava de olhos fechados no alfa. Jungkook era responsável, cuidadoso, protetor e de total confiança. Apesar de ser apenas seis anos mais velho que o ômega, era o encarregado para lhe proteger quando o Rei não estava por perto.

O que de fato não era nem um pouco fácil.

O menor gostava de aprontar pelo castelo, sempre com pequenas travessuras e tentativas falhas de fuga, de fato uma pequena criança mimada tentando chamar a atenção do pai ausente. Era isso que Jimin era na visão do alfa.

A missão de cuidar do pequeno ômega viera muito cedo. O alfa tinha apenas seis anos quando o ômega nasceu e ganhou tal responsabilidade aos dez. O Rei conhecia muito bem seu pai, visto que Clarence Jones era um Grã-Duque muito influente e auxiliava Stewart Baker como seu conselheiro real, assim como Jungkook Jones auxiliaria um dia o alfa de Jimin Baker.

A amizade entre a família Baker e Jones era de fato muito antiga.

Por anos a família Jones havia auxiliado os Reis de Katar e por muitos anos os Baker confiaram na família com maior título de todo o reino para lhes ajudar durante o reinado. Não seria diferente agora.

— Já estou descendo. – Jimin respondeu em um tom baixo, deixando de lado o livro que lia anteriormente e os pensamentos que o distraiam. — Poderia me dizer se o Rei irá se juntar a nós hoje? — Perguntou com os olhos brilhantes e cheios de esperança.

Aquilo partiu o coração da jovem beta, mesmo que não fossem próximos de fato, e que a fama do príncipe não fosse a melhor entre os servos, sabia que o jovem apenas aprontava porque queria atenção.

O ômega lembrava muito Elizabeth, a rainha mais amada de toda Katar. A mulher era cheia de vida, de bondade, generosidade e humildade e a serva via algumas daquelas características em Jimin, mascaradas por trás do seu lado mimado, fugaz e atrevido.

— Não, Vossa Alteza. — Respondeu em tom baixo fazendo toda a felicidade que anteriormente rondava o ômega se esvair aos poucos

— Então, traga o almoço aqui em cima, sim? Não estou com vontade de descer hoje. — Exclamou murchando sua feição.

— Se me permite dizer, Vossa alteza. — Começou por impulso ao ver o rostinho triste do ômega. — Vossa Graça está à sua espera. – Anunciou na tentativa de lhe tirar um sorriso.

Jimin gostava de Jungkook. Ele era a coisa mais próxima de amor que o mais novo conhecia. A relação de ambos era ótima. Jones proporciona todo o carinho e calor que não costuma ter, claro, era o único alfa que tinha permissão de se aproximar do menor e por isso ganhava de fato toda a atenção do jovem príncipe.

Era uma relação sincera e fraterna. Não havia títulos ou cerimônias quando estavam juntos. Não havia restrições de carinho, uso de etiqueta ou postura exemplar quando estavam sozinhos. Era definitivamente o melhor que o príncipe tinha.

Jones era a pessoa de Baker. Aquela pessoa importante a qual você conta todos os seus medos e segredos e literalmente era para o alfa que Jimin pedia colo quando estava carente.

E o alfa sempre estava pronto para acatar as vontades carentes e um tanto manhosas do jovem príncipe. Não que sempre passasse a mão na cabeça do menor, mesmo porque o alfa era responsável também pela segurança do ômega e só havia uma coisa capaz de arrancar Jones completamente do eixo: Jimin tentando fugir.

Por mais que tentasse explicar que era perigoso e que existem alfas mal-intencionados apenas esperando para lhe fazer mal, nada parecia mudar a ideia maluca que o ômega tinha. Jimin queria ver o reino, explorar cada pequena vila e descobrir como melhorar a vida de seu povo, mas Jungkook apenas queria que o ômega ficasse em seu quarto e no máximo na biblioteca do castelo, de preferência debaixo de seu olhar vigilante, onde era seguro.

— Peça para ele subir também. — Jimin pediu para a beta de cabelos negros e cacheados, essa que apenas concordou e se retirou no local.

Jimin sabia que o alfa reclamaria, ele sempre reclamava. Costumava dizer que o menor era mimado demais e talvez o alfa apenas dissesse isso por se culpar, afinal, se Jimin era mimado, era porque alguém havia o mimado.

Poucos minutos se passaram e Jimin ficava a cada segundo mais entediado enquanto olhava a paisagem de sua janela. Não queria voltar a ler, porque não estava conseguindo se concentrar naquilo, não tinha nenhuma aula para aquele dia e tudo em sua agenda era em volta do baile de apresentação, que naquele momento, era um tópico sensível demais para se tocar.

— Eu poderia saber o porquê da vossa alteza não querer descer hoje? — Perguntou com um tom divertido, um que apenas Jimin conhecia. Fechou a porta ao entrar no quarto para assim ter privacidade com o mais novo.

Por mais que fosse completamente inaceitável um ômega jovem e solteiro ficar sozinho com um alfa que não pertencia a família, ninguém se incomodava ou estranhava tal ato. Jones era quem mais zelava pela pureza do príncipe, afinal de contas era o responsável pelo menor e só iria conseguir um casamento para Jimin se esse estivesse completamente puro.

A pureza de um ômega era tudo o que ele tinha de mais sagrado e especial e Jungkook Jones prezava muito pelo príncipe. O respeitava e jamais tocaria no menor com segundas intenções.

— Digamos que não estou no meu melhor momento. — Falou sem olhar para o alfa, apenas mantendo sua visão na paisagem do jardim que sua janela lhe oferecia.

— Então os boatos são verdadeiros? — Perguntou em um falso tom de surpresa, ganhando a atenção do ômega curioso. — Os criados estavam comentando que o jovem príncipe e herdeiro legítimo de Katar não estava pronto para ser apresentado à sociedade como um ômega maduro e adulto. — Brincou novamente, mas apenas ganhou um biquinho triste como resposta deixando seu lobo em alerta.

— O Jovem príncipe e herdeiro legítimo de Katar não é mais uma criancinha. — Reforçou. — Mas isso não significa que esteja pronto para me casar com um total desconhecido. — O biquinho triste permanecia no rostinho bonito e delicado do mais novo.

Jones se sentou na cama do mais novo e o chamou com tapinhas na própria perna. O ômega levantou com os olhinhos levemente irritados por pensar em um assunto tão delicado e decisivo e se sentou no colo do alfa, esse que lhe acolheu com um abraço repleto de carinho. Não existia malícia ou pensamentos errôneos, apenas um contato puro e verdadeiro de amor e carinho.

— Quem disse que será um total desconhecido? — Perguntou o mais velho com um tom carinhoso. — Não coloque minhoquinhas nessa cabecinha, ômega. Eu mesmo farei a lista de possíveis pretendentes e todos eles irão lhe cortejar muito antes de qualquer coisa. Claro que é seu pai quem decidirá e assinará o contrato, mas ele jamais permitiria que fosse alguém totalmente aleatório. — Fez um carinho nos cabelos castanhos do ômega. — Você é precioso demais para eu permitir que algo assim aconteça. — Sussurrou, inconscientemente, próximo demais do ouvido alheio, arrepiando o menor que estremeceu com o ato.

Você vai continuar cuidando de mim, certo? — O menor perguntou lhe fitando com os olhinhos brilhantes. — Digo, depois do casamento.

— Sou o fiel escudeiro dos Baker's. — Falou divertido tentando descontrair o ambiente que estava tenso pela conversa. — E bom... Você é um Baker, então não se livrará de mim assim tão fácil. — Provocou fazendo cosquinhas no ômega que se remexia, logo caindo das coxas do alfa na cama.

— Pare, Jungkook. Estou ficando sem ar. — Pediu tentando conter as mãos do alfa.

O Duque amava ver o menor rindo, era tão tranquilizador e lhe enchia de felicidade. Jimin era como a luz que iluminava seu dia, tudo sempre parecia tão difícil e complexo, mas quando via Jimin, tudo se iluminava e Jungkook se lembrava de que fazia aquilo pelo ômega.

Mas ao ouvirem a porta rangendo, imediatamente se levantaram tomando uma postura mais rígida. Não que estivessem fazendo algo errado, mas a proximidade dos dois poderia ser considerada algo indecoroso aos olhos de estranhos.

A beta de cabelos cacheados entrou no quarto de costas puxando um carrinho com o almoço do príncipe e do Grã-duque, fazendo ambos soltarem a respiração ao ver que a beta não havia presenciado nada demais.

— Vossa Graça, o Rei lhe aguarda na sala do trono. — Informou servindo o almoço do menor, esse que bufou contrariado.

— Não irei almoçar sozinho. — Fez birra. — Se Sua Graça e o Rei não irão almoçar. Eu também não vou. — Cruzou os braços.

Jungkook apenas revirou os olhos para a teimosia do menor. Ele era tão cabeça dura quando queria. Jimin precisava se alimentar direito, o fato de ser ômega o deixava mais fraco e propenso a doenças. Seu sistema imunológico era baixo e precisava de muito mais do que apenas um pouco de carinho e calor diário para se manter saudável.

— Ele irá comer sim. — Retrucou para a serva. — Faça, por favor, companhia para a vossa Alteza. — Pediu para a beta que arregalou os olhos. — Passarei para buscá-lo às oito em ponto. Esteja pronto.

— Estarei impecável para você, Grã-Duque. 

| O SEGREDO DO PRÍNCIPE |

AIAI BAKER'S E JONES 

EU NÃO DIGO É NADA...


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