Antes do Baile

Capítulo 4 – Antes do Baile.

Margaret não conseguia apagar a imagem do herdeiro chorando. Aquela confissão havia ficado presa em sua mente. Jimin estava sofrendo assustado com a ideia de perder o Duque e mais assustado ainda com a ideia de se casar.

O ômega acreditava que aquele casamento era a última jogada antes do xeque mate e seu medo era que o príncipe não estivesse errado. Talvez aquele casamento realmente levasse o menor a óbito. Bom, havia acontecido o mesmo com a Rainha Elizabeth e ela era uma beta forte, o que poderiam esperar de Jimin.

— Como foi lá? — Dina, uma beta que trabalhava na cozinha perguntou quando entrou no cômodo. — O pirralho te fez ficar? — Disse com desgosto. Nem todos gostavam do príncipe. Julgavam o pequeno ômega como mimado. Acreditavam que a realeza tinha de tudo e que meninos como ele não conheciam sofrimento e dor, mas agora Maggie suspeitava se um dia ela havia conhecido o verdadeiro medo.

Jimin vivia com uma corda em seu pescoço, que a qualquer segundo poderia ser puxada. O príncipe não tinha ideia do que aconteceria e não poderia mudar seu futuro. Aquilo não era viver e a beta se sentia mal pelo menino.

— Ele apenas me pediu para acompanhá-lo durante o almoço. — Respondeu sem dar importância. O menino havia pedido para guardar seu segredo e guardaria. — Não queria ficar sozinho.

— Coitadinho. — Debochou novamente.

— Não seja grosseira. Se alguém te ouvir falando assim você vai parar na forca. — Rebateu irritada.

Não estava irritada apenas com a amiga. Se sentia irritada consigo mesma por ter julgado mal o menino e por ter feito comentários tão ou mais cruéis quanto esse no passado.

Não conhecia Jimin e não podia afirmar que havia se simpatizado pelo menino no primeiro instante que o viu, mas depois de o conhecer, ficou difícil de manter a mesma ideia fechada. O ômega transpirava energias boas e era impossível o odiar quando o conhecia.

Se sentia estúpida por ter falado tantos absurdos sobre o herdeiro sem nem ao menos o conhecer, mas depois que duas servas foram expulsas do castelo e quase mandadas para a forca por fazerem o menor chorar, sua fama não havia ficado das melhores.

Agora que parava para pensar, Ruthe e Karla não eram as maiores santas do mundo. Deveriam ter feito algo horrível com o ômega para o Duque ter tomado tal decisão. Jimin parecia tão frágil, que duvidava que o ômega pudesse fazer mal real para alguém.

— Você nunca se preocupou com isso. — Dina disse desconfiada. — O que aconteceu lá? — Perguntou com um olhar frio. — Ele te ameaçou? — Questionou com medo.

— Não. Não aconteceu nada. — Respondeu fugindo do olhar da beta. — Tenho que buscar sua roupa e preparar seu banho. — Listou mentalmente. — Ele tem que estar pronto antes das sete horas.

— Você está encarregada disso? — Questionou surpresa atraindo o olhar de outras servas. — Que infernos aconteceu lá?

— Nada Dina. Se me permite, tenho que trabalhar e te recomendo que faça o mesmo. — Se apressou a deixar a cozinha. Estava nervosa e irritada demais para permanecer naquele lugar.

Caminhou pelos corredores com pressa, precisava chegar até a costureira do castelo o mais rápido possível. Ella Griffin Madson era a melhor costureira de todo o reino. A ômega havia ficado famosa por ser a costureira particular da Rainha Elizabeth e agora era conhecida pelos modelos que fazia para o Príncipe Jimin.

— Oh. Me desculpe. — Maggie disse ao trombar em um beta que saia do ateliê da ômega. — Senhor Madson. — Disse um tanto nervosa fazendo uma reverência. Benjamin Madson era o primeiro beta do mundo. Foi a primeira pessoa a tomar a cura e agora trabalhava nos laboratórios do castelo junto com o cientista Jimy Paim. — Sinto muito. Eu não vi o senhor.

— Não precisa se desculpar. — Sorriu amigável. — Pretende entrar? Já lhe aviso que Ella está impossível hoje. — Brincou fazendo a serva rir baixo. — Boa sorte. — Desejou antes de voltar a caminhar e logo sumir de sua visão.

Margaret respirou fundo logo dando duas batidas na porta de madeira maciça e ao não encontrar resposta, entrou com cuidado no ateliê da ômega. Ella Griffin estava distraída observando tecidos e nem ao menos notou quando a beta invadiu sua sala.

— Ah. — Soltou um gritinho pelo susto e logo gargalhou ao ver o olhar assustado da beta. — Me desculpe. Eu não te vi entrar. Em que posso lhe ajudar? — Questionou animada.

— O erro foi meu, peço perdão por entrar assim. — Se desculpou envergonhada. — Eu vim buscar o terno do príncipe. Ele está pronto? — Questionou com a cabeça baixa.

— Está sim. Me dê um minuto. — Disse indo até a parte de trás do ateliê. — Céus, me sinto tão velha. Eu vi aquela criança nascer e agora ele vai ser apresentado como um adulto para a sociedade. Eu nem consigo acreditar nisso. — Os olhos da ômega estavam molhados, mas ela rapidamente limpou os vestígios de lágrimas. — Me desculpe por isso. São os hormônios da gravidez.

— Oh. A senhora está grávida? — Margaret questionou sorrindo para a ômega. — Meus parabéns. Vocês devem estar muito felizes.

— Benjamin está com medo de contar para o meu irmão. — Disse rindo gostoso. — Ele tem medo do Raymond. — Explicou. Maggie entendeu o medo do beta. Raymond Griffin era o primeiro alfa do mundo. Seu medo era justificável. — Aqui está. — Entregou uma caixa grande para a beta. — Lembre Jimin de dar dois nós nas mangas.

— Obrigada. — Agradeceu se curvando e logo se retirando do ateliê.

O quarto do príncipe ficava em outra ala e a caminhada era longa, mas estava tão distraída pensando em Ella e Benjamin que quase não notou quando chegou.

O casal era conhecido por todo o reino, bom, todos os criadores da cura eram famosos por seus feitos, deveriam estar felizes por dar a luz a uma nova vida, que cresceria em um mundo bom e com um futuro decente, graças a eles mesmos.

Bateu na porta com cuidado para chamar a atenção do príncipe, mas não recebeu uma resposta. Entrou com receio no quarto, com medo de assustar mais alguém naquele dia e se deparou com o pequeno ômega encolhido em sua cama.

— Sua roupa, alteza. — Anunciou colocando a roupa do menino em cima da cama. — Vossa graça saiu a muito tempo?

— Meu pai chamou ele novamente. — Resmungou emburrado. — Ella disse alguma coisa? Ela vai para o baile? — Questionou atento a beta.

— Ela não disse se ia, mas quase chorou por se lembrar que o senhor já é um adulto. Está se sentindo velha. — Comentou fazendo o ômega rir.

— Ela é tão sentimental. — Disse bem humorado.

— E vai ficar ainda mais com a gravidez. — Resmungou a beta.

— Ella Griffin está grávida? — Jimin perguntou surpreso. Se lembrava da ômega reclamando que também queria um filho quando seu irmão adotou o segundo filho. — Essa é uma ótima notícia. Ela queria tanto um filho. Espero que ela vá hoje. — Seus olhinhos brilhando em ansiedade fizeram a beta sorrir fraco. Jimin era o ômega mais fofo que ela já havia visto.

— Irei preparar seu banho, Alteza. — Se retirou para encher a tina de água morna. Era bom ver o menino finalmente animado para aquele baile, mesmo que fosse pelo motivo errado.

— Meu pai deve ter convidado todos, não é? — Questionou animado. — Faz tanto tempo que não vejo meus padrinhos. Desde que o tio Thommy adotou os gêmeos, eu nunca mais o vi. — Disse ao se lembrar do ômega loirinho.

Thomas Villin havia ficado triste durante muito tempo por ser infértil e não poder dar a família que Raymond merecia e essa tristeza era a maldição de todo homem ômega e mulher alfa. Era uma das sequelas da cura, uma das consequências para se estar vivo, mas mesmo sabendo disso, não deixava de ser triste.

O primeiro ômega então adotou quatro filhos, três alfas e um ômega. Todos filhos de ômegas que por infelicidade não sobreviveram ao frio. A família deles agora estava completa e feliz e o casal original sempre dava todo o amor do mundo para aquelas crianças que agora eram suas preciosidades.

Jimin sabia que assim como Thomas, também era infertil graças a sua classe. Sempre imaginou que esse seria um dos motivos para não trazer alegria ao seu povo ou um herdeiro para o seu reino. Um dos motivos para seu alfa o desprezar ou para ter sido recusado por Jungkook quando mais novo.

Sabia que havia pedido o alfa em casamento da boca pra fora, mas o "não" ainda ecoava em sua mente sempre que pensava sobre o assunto.

A voz das servas lhe contando seu triste futuro também se repetia com certa frequência. A ideia de que seu futuro marido, independente de quem fosse, iria atrás de uma amante, cortesã ou qualquer outra mulher capaz de lhe dar um herdeiro, ainda parecia assustadora e cruel, mas tentava não pensar naquilo a todo momento.

Teria tempo para chorar por aquilo que iria acontecer, mas ao menos agora finalmente estava animado para alguma coisa daquele baile. 

| O SEGREDO DO PRÍNCIPE |


HEHE

EU AMO AS REFÊRENCIAS

Como assim vc não conhece o primeiro Alfa, ômega e beta do mundo??? 

Eu te conto a historia deles em A ORIGEM ABO - 2 LIVRO DO MY ABO UNIVERSE. 

ESTÁ DISPONIVEL COMPLETA NO MEU PERFIL

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