6

Eu fui para o quarto e me joguei na cama. Minha cama maravilhosa que eu amo. Eu fechei meus olhos para relaxar desse dia e a imagem do Vinícius aparece em minha mente.

- Aaa! - arregalo meus olhos - Que ele está fazendo na minha cabeça? Lembra que ele é um idiota.

Eu tento recordar de alguma lembrança ruim de Vinícius. Eu lembro do dia que viramos amigos quando a gente era criança de sete anos.

"Eu e Vinícius tínhamos virado grande amigos, eu fico feliz com isso. Porque os meninos e as meninas não ficam amigos, eu não entendo isso. Por que minhas amigas têm nojo de meninos? Tá, eu sei que eles não brincam com brincadeiras, mas que mal tem se sujar um pouco?

Vinícius me ensinou a jogar futebol e outras brincadeiras que as pessoas diziam que era apenas para meninos. Eu fui procurar ele no intervalo e encontrei sentado no banco.

- Vinícius! - corro até ele

Ele olhou para mim, mas ele não pareceu feliz em me ver.

- O que aconteceu? - perguntei sentando ao lado dele

- Não é da sua conta. - ele se levantou

- Por que? - eu me levanto - Nós somos amigos, não somos? A gente deveria conta um para outro quando não estamos bem.

- Não, Nicole. Você é uma garota e nunca fomos amigos. - ele saiu

Eu sentei no chão e abracei minhas pernas.

- Todos os meninos são iguais. Eles nunca querem que sejamos amigas dele. Eu te odeio, Vinícius! - gritei"

- Eu te odeio. - digo - Eu te odeio por você ter me deixado por causa de seus amigos.

Eu pego uma caixa que está embaixo da cama e vejo as fotos antigos. Entre elas havia uma foto de Leonardo quando era pequeno. Como os pais de Leonardo e meus eram muito próximos, Leonardo se tornou para mim um irmão que eu nunca vou ter e agora ele vive com meu pai desde a morte dos pais dele.

Meu celular começou a tocar sobre a mesa.

- Por que você tem que está tão longe? - eu faço bico

O celular estava vibrando tanto que já estava imaginando cair.

- Desisto. - eu me levanto e atendo - Alô?

Eu acabei esquecendo de olhar para o visor.

- Nicole, por que você demorou tanto?

- Estava muito longe e quem está falando?

- Não olhou o numero de novo? Sou eu, Leonardo.

Eu podia imaginar que ele estava revirando agora e me deu uma vontade enorme de rir.

- Está querendo rir porque você sabe que eu revirei meus olhos. - ele diz

- Você me conhece bem, irmão do coração.

- E você me conhece muito bem. - Leonardo disse - Como você está?

- Eu estou bem. - digo

- Que bom. Fico feliz em saber disso. - ele suspira

Leonardo sempre ligava para mim, sempre esteve preocupado desde que soube dos meus problemas.

- Está afim de sair?

- Me diga que não é coisa do meu pai. - resmunguei

- Não é.

- É melhor que não seja. Porque eu te mato se for ideia do meu pai e já que eu vou não conte para ele que irá se encontrar comigo.

- Pode deixar. - ele riu

Desliguei o celular.

Eu ainda me lembro do dia que tentei me matar. Foi no dia que eu estava casa do meu pai e a gente discutiu tão feio que eu senti que não dava mais para aguentar esse fardo sozinha e sai correndo e Leonardo foi atrás de mim.

" Eu senti que todas palavras que meu pai dizia eram verdadeiras. Fracassada, burra, idiota... Palavras machucam mais que toda força física. Eu estou tão cansada e não conseguia parar de chorar.

- Nicole! Nicole! - Leonardo gritava

Eu continuava andando em uma rua movimentada, esperando um carro bater em mim. Eu ouvia buzinas furiosas que pareciam xingamentos em meus ouvidos, parei de andar.

- Eu cansei! - gritei - Eu cansei!

Leonardo me puxou e me abraçou.

- Não faz isso comigo. Não faça isso com você, Nicole. - ele estava chorando - Eu te amo."

Foi a primeira vez que vi Leonardo depois da morte dos pais dele e também foi a primeira vez que alguém me disse eu te amo. Fiquei olhando para meu reflexo na vitrine da loja, apesar de um belo sorriso, meu olhar triste ainda aparecia.

- Nicole. - Leonardo gritou

Olhei para o lado e vi Leonardo correndo em minha direção. Meu coração pulou de felicidade ao ver meu irmão.

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