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Eu ainda olhava para mão dele machucada que agora estava enfaixada. Eu acariciava mão dele. Meu coração estava quebrado vendo aquele machucado, eu sei que ele tinha feito isso por mim, mas, meu orgulho não me permitia dizer ao menos um sussurro de obrigado.

- Não acredito que fez isso. - reclamei, mas não olhava para seus olhos - Você é um idiota.

Eu soltei sua mão.

- E eu não acredito que deixou isso acontecer com você. - ele se irritou

Com certeza se irritou com razão por ao invés de dizer obrigado, eu reclamei por ele tentar me proteger.

- Eu posso lidar com meus problemas sozinha. - me virei e coloquei as mãos na cintura

- Eu estou vendo como está conseguindo lidar com isso. - ele se aproximou

Eu olhei para ele com raiva. Ele também continuava sério.

Ah, como queria toca-lo no rosto e dizer obrigada por me proteger, mas meu orgulho era muito maior. Eu tenho saber lutar minhas batalhas para ter alguém ao meu lado.

- Eu não quero que você lute minhas batalhas. - rangi 

- Então, me diga o que você quer de mim! - ele gritou

Eu abaixei a cabeça e cerrei meus punhos que tremiam. Era tão difícil, eu quero lutar minhas próprias batalhas. Soltei uma lagrima.

- Vai embora. - sussurrei

- Nicole... - ele segurou meu braço

Mas eu puxei de volta. Nós estávamos irritados com que aconteceu e nada se resolveria de cabeça quente.

- Eu disse vai embora! - gritei, mas minha voz estava tremendo

Agradeci mentalmente por ele ter saído e passei minhas duas mãos no pescoço e olhei para cima. As lagrimas escorriam como cachoeira. Limpei meu rosto e olhei para janela.

Isso ainda iria ficar pior do que ficou. As fofocas serão grandes.

****

Nina e Bia me seguiram quando sai da aula assim que acabou como se nada tivesse acontecido.

- Está tudo bem Nicole? - Bia me perguntou

- Está sim. - forcei um sorriso

- Você sabe que pode contar com a gente? - Bia perguntou

- Eu sei. Obrigada meninas.

No momento que eu virei, lá estava Vinicius conversando com sua amiga Letícia.

- Você quer sair comigo? - ele perguntou

Eu desci as escadas correndo e acabei esbarrando em alguém, disse:

- Me desculpa. Não vi você. Ah Leonardo.

- Que foi?

Suspirei.

- Você estava errado. Eu e Vinicius? Não acho que ele é esse tipo de pessoa. - minha voz tremia - Eu tenho que ir.

Eu sai correndo antes mesmo que falasse algo.

****

Corri para meu quarto e peguei um travesseiro da minha cama, colocando no meu rosto enquanto ficava no chão. Chorei e enfiava minhas unhas no tecido do travesseiro para não me arranhar.  Eu sabia que as vezes meu choro era tanto que eu precisava me arranhar.

Depois que meu choro se cessou, eu olhei para porta fechada do meu quarto. Minha cabeça ainda estava cheia de pensamentos que não paravam de aparecer, mas nunca explodia. 

- O que devo fazer? - essa pergunta me atormentava - Devo fazer algo ou não? Lucas, o que eu deveria fazer?

Meu celular tocou e olho para o nome do contato e lá está: meu pai. Desliguei. Decidi que a melhor pessoa para ajudar resolver meu caso é minha tia. Minha mãe não tem condições para isso ainda mais agora e meu pai é pior opção, mas minha tia estava como minha responsável na escola de certa forma.

Eu liguei para ela, me atendeu no segundo toque.

- Alô?

- Está na cidade ainda? - perguntei

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