16

Os jogos se iniciaram na semana seguinte. Eu queria ter a mesma coragem do Isaque de faltar os jogos e pegar recuperação, mas eu odeio recuperação de educação física. Você tem que fazer um percurso insuportável, ficar em casa, não vale esse sacrifício pra mim. 

- Nicole, achei que você não viria. - Maria disse

Ela parecia querer me irritar por não ter gostado da minha presença.

- A recuperação não vale o sacrifício.

- Tem razão. - ela forçou um sorrisinho

Eu vi as meninas e acenei para elas.

- Eu já vou indo. - olho para Maria - Acho que você gostaria de passar mais tempo com Vinicius ou com Daniel. Quem sabe... - ela deu de ombros -  Então, depois nos falamos.

- Tchau.  - acenei

****

O jogo começou, os barulhos da torcida começaram. Eu conseguia ouvir alguns trechos do grito de guerra das salas como todos os anos anteriores. O jogo era Caíque contra Vinicius e fazia questão de torcer pra qualquer outro time que não houvesse Caíque.

Por alguns segundos, não era mais eu que me controlava e saiu: 

- Vai Vinícius!

Ele olhou para lado e me viu. Por dentro, eu estava sorrindo por ter gritado e por fora, eu fazia a mesma expressão.

- O que foi isso? - Nina perguntou

- Eu não sei. - eu me encolho

- Eu sei. Temos que torcer. - Bia disse - Vai Vinicius!

Eu ri da Bia.

O jogo estava empatado, mas Daniel entrou no jogo e eu sabia que meu ex-namorado era muito bom. Caíque estava guardando sua arma secreta pro final como sempre faz quando ele tem um jogador forte no time. No final, o terceiro ano C ganhou. 

****

Na sexta, Mateo me procurou na saída da escola. Eu realmente achei muito estranho vindo da parte dele. Na maioria das vezes não costumamos nos falar no ambiente da escola.

- Você se lembra da nossa promessa?

- Aquela de sairmos juntos?

- Essa mesma. Estou afim de usa-la amanhã na festa do perdedor do Vinicius.

- Então, eu vou querer ir.

****

No sábado saímos para Alaska, eu cheguei com Nina e Bia para festa. Todos nos olhavam para a gente surpresos. Foi bom sentir a raiva da Juliana olhando para mim como se eu não tivesse direito de estar lá.

- Quem convidou ela? – Juliana perguntou brava

- Quem é ela? – loira se virou para ver

Era a loira das mechas azuis que eu vi com Vinicius no colégio. Pelo jeito eles são bem íntimos.

Eu procurei em volta até meu olhar encontrar o dele, Vinicius estava atrás do Leonardo que estava em pé, e sorri. Eu queria muito irritar ele hoje, era minha vez depois de tantas vezes ele me irritando. Eu fui em minha direção a ele, o moreno se levantou imediatamente quase derrubando os copos. Eu tive muita vontade de rir, mas me concentrei.

- É aqui a festa do perdedor? – digo com um sorriso vitorioso

- Exatamente. – Leonardo disse sorrindo

- Posso saber quem te convidou? – Maria perguntou enquanto segurava braço do Vinicius

Eu dei de ombros. Eu olhou para ele, observando as mãos raivosas da Maria.

- Eu convidei. – Mateo chegou e estendeu o braço para mim – Agora dão licença para gente.

Eu e Mateo ficamos conversando com minhas amigas, era tão mais fácil. Nina deu um sorriso malicioso e disse:

- Desde quando vocês dois estão juntos?

- O que?! Não. - Mateo riu - Nós somos apenas amigos.

- Você anda muito audacioso hoje. - digo com uma cara brava

- Relaxa Nicole. - Bia tocou no meu braço - Vamos admitir, se vocês namorarem eu apoiarei.

- Assim não dá. Eu vou embora. 

Eu me ameacei de sair, mas Mateo segurou minha mão.

- É apenas uma brincadeira delas. - Mateo disse

As meninas deram gritinhos.

- Agora temos uma surpresa maravilhosa para Nicole. Vinícius disse que cumpriria a promessa dele. – Caíque puxou o Vinicius para meio das pessoas

Caíque também me puxou. Ficando de frente para Vinicius.

- De novo no mesmo lugar. – sussurrei

"Será que vai ser diferente?", me perguntei. Parecia como antes só que havia algo diferente que eu não conseguia adivinhar. Eu ainda sentia a mesma tensão como no passado, será que ele me beijaria? Ou que ele iria fazer?

- Novamente aqui. – ele sussurrou enquanto me olhava e respirou fundo – Nicole, eu nunca gostei de você. Eu te odeio. Eu nunca sentiria nada por você.

A rejeição mais humilhante sem ao menos eu ter me declarado. Eu nunca disse que o amava ou algo assim.

Minha boca estava aberta em choque com tudo aquilo acontecendo, quis chorar. Então, cerrei meus punhos de raiva e disse:

- Pelo menos esse sentimento é reciproco. Além disso, eu só vim aqui porque você perdeu. Você acha mesmo que eu viria por gostar de você? – ela tentei sorrir – Nós dois sabemos que nunca existiria nada entre nós que não seja apenas ódio.

Eu sai de perto dele e me sentou com as meninas. Todos deram risadas e ele ainda ficou parado em choque com que eu disse. Elas me parabenizaram pelo que eu disse e que Vinicius foi um idiota de fazer isso na frente de todos.

****

Mateo me pediu desculpas varias vezes até na hora de ir embora e todas elas eu aceitei numa boa. Daniel veio conversar comigo.

- Está tudo bem?

- Eu estou bem. Tirou um fardo de mim. Vinicius não mudou nada mesmo. - forcei um sorriso

- Estou começando a pensar que você tem razão. - ele ri

- Eu sempre tenho razão. - eu dou um sorriso

- E você e o Mateo?

- Apenas amigos. Como sempre vai ser.

Conversamos um pouco mais sobre como estava em casa e depois nos despedimos. Não escondi sobre o fato de ter bebido e ele ficou bem preocupado, mas achou melhor conversar em outra hora.

- Nicole. – ele disse

- O que é? Já não bastou o que você me disse? – eu perguntei brava

- O que Daniel queria? 

- Ele só estava me pedindo permissão para sair com outras pessoas. 

Ele aproximou de mim quase com nossos rostos colados. Eu senti meu coração acelerar e minhas bochechas esquentarem.

- Eu... – eu comecei a gaguejar – Você precisa parar com isso.

O que está acontecendo comigo?

- Você ouviu esse barulho? – ele perguntou

- Que barulho? 

Ele olho em volta. Pronto, ele está paranoico.

- Eu preciso ir. - digo 

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