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Estudar no meu colégio tem suas vantagens e desvantagens. Primeiro vamos listar minhas opções na minha mente.

Vantagem: você pode conhecer todo mundo aqui, parece que tem uma variedade de personalidades. Quando pensa que acabou ainda nem chegou a metade. Dá pra ter bastantes amigos, mas também existe uma divisão por mais que essa diferença não seja grande.

Desvantagem: quando precisa encontrar alguém parece que a magica os faz desaparecerem. Parece um formigueiro, nunca param em lugar só.

Agora, eu achei eles. Os dois estavam parados em frente da sala deles.

- Que sala você pegou? - Mateo perguntou

- Terceiro D. – respondo sem muita vontade

- Que pena, cara. Poderia trocar pra nossa sala. - disse Isaque

- Nem dá. - disse Mateo - A diretora conhece ele.

- Quem mandou causar encrenca na escola? - disse Isaque

Eu dei uma falsa risada. Olhei para outro lado procurando algo interessante. E encontrei. Ela.

Cabelo ondulado preto, olhos castanhos, pele bronzeada. Ela estava conversando com mais duas meninas animadamente. Torci para ninguém perceber que eu estava olhando para ela.

- Já achou um novo alvo? - disse Isaque, bateu no meu ombro

Droga. Isaque percebe que estava olhando para ela.

- Se for quem estou pensando, esquece. Ele nunca tentaria com ela. - Mateo se aproximou da gente

- Como assim? Por que faria isso? - eu olhei pra ele estranho

Não compreendia o que ele estava dizendo. Uma garota morena linda daquelas e eu ignorar? Quem ele pensa que eu sou?

- Serio, Vinicius? – Mateo se surpreendo pela minha resposta - Você não reparou mesmo quem é ela?

- Quem é ela? - pergunto

Mateo revirou os olhos.

- Nicole. A garota que você mais odeia.

Isaque ficou perdido na historia.

Enquanto eu fiquei arrependido por olhar para ela. E também por soltar um elogio para aquela metida. Mas não posso enganar, Nicole estava mais bonita do que antes.

Eu volto a olhar para ela. De costas, ela parecia quase um anjo conversando com as meninas.

- Vou falar com ela. - digo

- O que deu na sua cabeça? – a voz de Mateo saiu quase como um grito - Esqueceu que vocês se odeiam.

- Já faz dois anos.

- Sim. - ele olhou para Isaque - Espera só, ele vai levar um fora dela.

Revirei meus olhos e fui em direção de Nicole.

As duas meninas olharam com uma expressão estranha para mim. Eu não conhecia elas, mas elas pareciam me conhecer só não entendiam o motivo de eu estar lá.

- Nicole? – eu dou um sorriso malicioso

Eu sabia que ela não estaria vendo, mas não conseguir resistir a soltar meu sorriso malicioso mesmo que apenas suas amigas pudessem vê-lo.

- Por favor, diga que você não é real. - ela ainda estava virada de costas para mim

As duas garotas deram risadinhas.

- Bom... eu sou. Para sua infelicidade. – dei risadas

Ela se virou com cara de brava e cruzou os braços em frente ao corpo.

- Meninas, esse é Vinicius que todos comentam. – ela fez uma apresentação sem-graça – Infelizmente nos conhecemos.

Elas ficaram de bocas abertas.

- Isso explica muita coisa. - brinquei de serio com ela

- Me poupe Vinicius de suas brincadeiras patéticas.

As meninas sentiram que estavam sobrando, decidiram sair do local.

- Diga o que você quer. - ela cruzou os braços frente ao corpo e deu uma expressão que não estava feliz com minha presença - Já que você fez minhas amigas saírem daqui.

- Não se pode cumprimentar os velhos amigos?

- Não somos amigos, Vinicius. – ela virou a cara

- Podemos esquecer o passado e começar de novo. - digo

- Só tem um pequeno problema. - ela usou o polegar e o indicador para demostrar o tamanho

Peguei sua mão.

- Nada que possa ser resolvido. - digo com um sorriso malicioso na cara

Ela olhou para nossas mãos com uma expressão que eu nem conseguiria decifrar. Mas, parece que eu estava olhando para ela do mesmo jeito porque assim que levantou seu rosto para me olhar, ela também estranhou meu rosto.

Ela puxou a mão de volta.

- Eu te odeio, Vinicius. Esse é o problema. Eu te odeio pelo o que você é.

Depois ela saiu de lá.

- Nicole, espera.

Ela virou para mim.

- Por quê? Vai me contar porquê contou para mim primeiro.

Eu fiquei mudo.

- Sabia. - ela saiu brava

- Droga. - esbravejei

- Pelo jeito você nunca vai aprender. - disse Mateo

- De onde você saiu? – dei um pulo para lado

- Do mesmo lugar que aquela pergunta saiu. Serio. Por que ela?

- Não sei.

- Nunca entenderei porquê você fez isso. Deixou a Nicole mais confusa naquela época.

- Nicole nunca ficaria confusa. – eu olhei para as pessoas no pátio - Ela é madura, mandona, bem com ela mesma. Ela não tem problemas.

- Não julgue pelo o que você vê. – eu olhei para ele

Isaque chegou.

- Levou um fora feio. – Isaque diz

- Eu deveria ter apostado com você. – Mateo fala para o Isaque – Vocês nunca irão mudar, Vinicius. – Mateo olha para mim

- Assim como você. – digo

Mateo mostra língua para mim.

- Muito maduro da sua parte mostrar língua para mim. - comento

- Você que é mais maduro que eu por dizer isso? - ele pergunta

- Não começa, Mateo. - digo revirando meus olhos

Isaque ficou rindo de nossa pequena discussão.

- Vocês parecem duas crianças discutindo. - Isaque comentou

Aquilo me fez lembrar quando eu tinha oito anos e nós dois brigamos por causa de qual dos nossos carrinhos era o melhor.

"Nós estávamos na praça brincando com nossos carrinhos que ganhamos.

- O meu é mais bonito que o seu. - Mateo comentou

- Não. O meu é vermelho e eu sei que você queria ter esse carrinho dessa cor. - digo fazendo bico

- Mentira. - ele gritou"

E agora estávamos discutindo quem era o mais maduro. Isso nunca mudaria, nós sempre discutiríamos sobre alguma coisa. Era assim que nossa amizade se surgiu. Nós nos conhecemos na escola através de uma discussão sobre quem jogava futebol melhor.

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