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Sábado chegou como a melhor coisa que poderia acontecer. Eu iria me encontrar com Maria, mas algo estava me incomodando. Aproveitei para matar meu tempo para olhar meu perfil no facebook. Uma notificação apareceu relacionada a lembranças de quatro anos.
- Vamos ver o que o passado me trouxe de bom para recordar. – digo sorrindo para tela do computador
A foto era um grupo de colegas na sorveteria Alaska. Na época do ensino fundamental. Eu ainda me lembro desse dia. A foto todos estavam marcados pelos sorvetes que seguravam, não havia nenhum rosto. Eu lembro que quem tirou Jordana da minha sala, bem inicio da festa.
" Minha sala tinha ganhado nos jogos da escola e decidimos comemorar.
- Agora vamos juntar os nossos sorvetes para tirar a nossa foto. - Jordana disse - Todos em circulo mostrando apenas o sorvete.
Jordana subia em cima do banco e tirou a foto pelo celular.
- Vamos brindar os nossos sorvetes. - Jordana disse rindo
- A melhor sala de todas. – um dos meninos disse
- Pode trazer o nosso premio. – disse outro
- Graças ao nosso amigo aqui. – Mateo disse apontando para mim – Nós ganhamos.
Nicole revirou os olhos.
- Me poupe. Não enche mais ainda orgulho desse garoto. – Nicole disse cruzando os braços
- Para de tentar de se fazer de difícil que eu sei que você me quer. – digo
Escuto todos os gritos de todos da nossa sala. Nicole mordeu os lábios e levantou um das sobrancelhas.
- Você acha mesmo que eu quero isso? Um convencido perto de mim? – ela perguntou
O pessoal ainda fazia barulho, esperando novamente mais uma de nossas intrigas. Eu me aproximei dela.
- Você que deveria saber. – digo com um sorriso malicioso
Olho para ela toda nervosa porque eu estava perto dela.
- Se ela não quer, eu quero. – uma garota disse antes de me beijar
Todo mundo gritou de alegria depois que a garota se afastou de mim. Nicole colocou o cabelo atrás da orelha e me olhou pela ultima vez e saiu de lá. Ela ficou conversando com Mateo e outras pessoas que não tinha costume de falar.
A festa durou a tarde toda e acabou sobrando eu naquele local. Aquela garota só interessou em roubar um beija e mais nada.
- Que legal. Eu estou sozinho. – digo
- Droga. – eu escuto uma voz familiar gritar
Eu viro e vejo Nicole segurando celular brava. Ela olha para mim.
- Que foi convencido? – ela pergunta
- Se não quer falar comigo tudo bem. – viro a cara
Eu escuto ela bufar e se aproximar de mim, mas ao invés de me socar, ela sentou, na mesa, ao lado de mim.
- Era para os meus pais virem a soverteria hoje. – ela diz olhando para o copo sujo – Mas, eles não vêm. Aqui é um lugar especial para mim.
Eu sento a frente dela.
- Por que está contando para mim? – pergunto
- Não estou dizendo para você. Eu estou pensando em voz alta e você está escutando. – ela encosta na cadeira
- Sempre vamos agir assim? O convencido e a certinha? – cerro meus olhos
- É o que somos. Mas já ninguém está aqui... Posso contar algo serio? - ela se aproximou e colocou as mãos na mesa
- E o que acontece depois?
- É você está certo. Deixa quieto. Você nunca entenderia mesmo
- Seus pais se separaram. Por isso está brava porque eles não quiseram vir. – digo
- Como sabe?
- Digamos que já tem um tempo que você tem essa reação. Todo evento da escola. E também vi sua mãe sem aliança. Eu sei como é.
- Entendo. – ela diz meio triste
- Eu vou me mudar. Por causa do emprego do meu padrasto. – revelo
A primeira saber.
Ela ficou sem reação ao saber.
- Você repara em mim? Mas a gente se odeia. – ela diz
- Porque você é única garota que eu não fiquei. – digo sorrindo
- Idiota. – ela aproveitou o resto do liquido do copo e joga em mim"
Sorrio ao lembrar daquele dia. Fazer a Nicole ficar brava me fazia sorrir.
- Nicole. – digo em tom de sussurro
- Toc-toc. Quem é? É a Lucia. – minha irmã diz com um sorriso simpático – Mamãe me contou que vai sair.
- Que você quer pirralha?
- É a Nicole? – ela perguntou
- Não. Por que perguntou isso?
- Você falou o nome dela. Você gosta dela. – ela deu um sorriso vitorioso
- Não gosto dela. – digo
- Gosta sim.
Pego o travesseiro e jogo na cara dela, mas ela desvia.
- Errou. – ela faz careta – Vinicius gosta da Nicole.
Ela sai correndo pela casa, gritando que eu gostava da Nicole. Eu fui atrás dela.
- Volta aqui. – grito
- Vinicius gosta da Nicole. – Lucia gritou
Acabamos parados em volta da mesa. Ela escolhia um lado e eu a seguia. Lucia ficava rindo de tudo.
- Sua amiga chegou para te buscar. – minha mãe diz
- Oi. – Maria sorri
Eu mostro língua para Lucia.
- Eu te disse. – digo para Lucia
- Chato. – Lucia cruzou os braços e virou a cara
- Vamos? – Maria perguntou
- Claro. – respondo – Tchau mãe
Nós dois saímos da casa e havia um carro parado.
- Quer dirigir? – Maria pergunta
- Com toda certeza. – digo animado
Ela joga a chave para mim.
Eu dirijo o carro até chegarmos a soverteria. Nada havia mudado depois de três anos fora de Cuiabá.
- Parece tão igual. – digo
- Parece que o lugar trouxe várias lembranças para você. – Maria sorri para mim
- Sim. – concordo
Nicole e Mateo estavam presentes em todas as lembranças. Nicole sempre brigando comigo e Mateo sempre impedindo uma morte de acontecer. Mateo e Nicole eram amigos.
- Mas isso não importa agora. – digo olhando para ela
Pegamos nossos sovertes e sentamos.
- Por que você tem que ser tão bonito? – ela pergunta
- Eu nasci assim. – digo rindo
- Como você é convencido.
Aquilo me lembrou da Nicole por alguns segundos.
- Seria algum problema eu estar saindo com você apenas para Daniel sentir ciúmes? – ela perguntou
- Não vejo problema nenhum em sentir usado. – brinco com um sorriso malicioso
- Ele está lá fora. – ela diz e depois me beija
Eu não pensei em olhar para trás depois de nosso beijo. Eu apenas quis ficar olhando ela sorrir. Por algum momento, sinto um mal-estar no estômago, mas não entendo. Sinto que eu fiz algo de errado.
- Algum problema? – Maria pergunta
- Nada. – digo sorrindo – Só vamos aproveitar o momento.
- Claro. – ela sorri para mim
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