12
Quando começou a anoitecer, Nicole se afastou de mim e parou de chorar.
- Acho que está na hora de vocês irem. – ela dá um sorriso forçado
- Tem razão. – digo ainda com minhas mãos em sua cintura
- Vinicius. Pode me soltar. – ela disse
- Certo. – digo
Retiro minhas mãos da cintura dela. Eu senti que havia acabado de sair de um transe quando ela me lembrou de minhas mãos que estavam segurando as mãos dela.
Leonardo foi o primeiro a se despedir dela. Ela olhou com uma expressão compreensiva.
- Eu devia te matar por fazer isso. Você sabe disso.
- Eu sei. - ele sorriu para ela
- Eu fico feliz de você ter quebrado essa regra por mim. - ela sorriu de volta - Estou tão agradecida por você ser meu irmão - ela o abraçou e beijou a bochecha dele
- Eu sei que você precisava de alguém que te entenderia. - ele a abraçou de novo - Você é minha irmã. Eu sempre vou te proteger.
Depois que eles se afastaram, ela olhou para mim com cara de choro.
- Eu estou feliz que você é amigo do meu irmão. - ela correu e me abraçou - Obrigada por você ter vindo.
Eu segurei o rosto dela. Eu dei um beijo na sua testa e encostei nossas testas.
- Eu nunca mais vou deixar você. Ouviu?
Ela mordeu os lábios e assentiu com a cabeça sem desencostar nossas testas.
- Agora você vai ter que me deixar cuidar de você. – digo
Uma de suas mãos entrelaçou com minha. Minha outra mão estava em sua nuca. Beijei o topo da cabeça dela e depois sua cabeça ficou embaixo da minha. Deixei algumas lagrimas escaparem de mim.
Ficamos assim por bom tempo até eu perceber que eu precisava ir.
- Eu preciso ir. - minha voz em tom de sussurro
- Eu sei. - ela sussurrou de volta e olhou para mim
Seus olhos brilhavam com a noite, mas não apenas os olhos, o rosto estava iluminado pela noite. Aquela tamanha beleza que precisava ser cuidada com tanto carinho. Eu beijei a bochecha dela e passei minha mão acariciando o belo rosto dela.
- Nos vemos amanhã. - ela me diz
- É nos vemos amanhã. - digo
Nicole entrou na casa dela sem olhar pra trás. Talvez não queria que a vejamos chorar novamente, a morena queria sempre nos mostrar que era forte suficiente e não precisava de ninguém para cuidar do seus problemas pessoais. Eu a admirava por essa atitude e teimosia, mesmo que achasse que ela não deveria agir sempre assim na vida dela.
Eu voltei para casa e encontrei minha família na cozinha. Leonardo e Nicole me fizeram pensar que eu estava errado, eu tinha uma família. Um padrasto, uma mãe e uma irmã. Por mais que meus pais não estivessem mais juntos, ainda assim eu tinha uma família que me amava de qualquer maneira.
Parei na porta da cozinha e meu padrasto ficou preocupado com minha expressão.
- O que aconteceu garoto? - meu padrasto perguntou
Ele se levantou e foi até mim. Colocou a mão dele sobre o meu ombro.
- Nicole está machucada. - apenas consegui dizer isso
De repente, uma onda de lagrimas caiu sobre mim. Meu padrasto me segurou e nós caímos de joelho no chão, eu estava fraco. Eu sentia a dor de Nicole sobre mim ou a ideia que eu pensava que tinha sobre dor dela. A verdade é que conexão que sentia por ela não era amizade, mas sim porque eu era apaixonado por ela desde que éramos pequenos.
Lucia ficou muito assustada e estava em pé parada na minha frente
- Lucia vem cá meu amor. - minha mãe puxou Lucia
Acredito que minha mãe deveria ter falado para Lucia ficar calma no quarto antes voltar para me acalmar.
- Eu estou aqui. Vinicius, eu estou aqui. - meu padrasto ficou repetindo isso varias vezes enquanto massageava minhas costas - Vinicius, eu estou aqui.
As lagrimas que embaçaram meus olhos me fizeram recordar do passado novamente.
" - Oi, meu nome é Nicole.
Eu estava com medo era meu primeiro dia na escola. Eu estava abraçando meu joelho.
- Ei, não precisa ficar com medo. Segura minha mão e todo medo ou dor vai embora.
Eu segurei sua pequena mão e tudo que eu senti passou e a única coisa que eu via era o sorriso de uma doce menina magica.
- Meu nome é Vinicius."
Naquela época era nojento ser amigo de uma garota e eu desisti por causa dos meus amigos da escola. Nicole passou a me odiar, não acho que ela um dia irá gostar de mim. Eu a magoei muito.
Como posso descrever esse choro? Uma bola de neve? Provavelmente. Ele havia crescido dentro de mim. Já que eu nunca havia chorado desde quando meus pais separaram. Quando você chora dessa forma, seu corpo perde energia. Aquelas lagrimas consumiam toda energia que eu havia no meu corpo. Você sente um tremor que nunca esperava sentir algum dia. Você se sente fraco.
Depois que meu ataque passou contei aos meus pais, sim meus pais ele também é meu pai, que estava passando com a Nicole e que eu gosto muito dela.
Minha mãe me abraçou dizendo que eu continuar cuidando da Nicole já é um passo grande que eu tomei.
- Está melhor agora? – minha mãe segurou as laterais de meu rosto com as mãos dela, com uma expressão bem preocupada
Ainda estávamos no chão gelado da cozinha.
Eu apenas concordei com cabeça. Minha mãe me deu um beijo na testa e levantou.
- Eu acho que sua preocupação com Nicole, fez com que você sentisse tudo o que ela está passando mesmo você não estando passando por isso. – disse meu padrasto
Ele estava confuso, não sabia como explicar bem. Eu também não entendia bem o que tinha acabado de acontecer, eu apenas disse que a Nicole estava machucada e acabei chorando daquela forma.
Eu me levantei com muito esforço e sentei na cadeira.
- Eu vou pegar uma água para você. – minha mãe disse
- Não se preocupe, moleque. – meu padrasto disse – Agora você está aqui se ela quiser que você a ajude. – ele pegou no meu ombro para me tranquilizar
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