Capítulo 19
✧ Terminou mal ✧
Umas duas horas depois, eu já estava chegando em casa com um saboroso lanche nas mãos. Em uma delas, segurava uma sacola cheia de mangas, e na outra, uma vasilha com um pedaço de bolo de cenoura, feito pela minha avó. Assim que saí da casa de dona Beata — pulando o muro novamente — resolvi me redimir e fui visitar a minha avó, que ficou bastante feliz em me ver.
Além de almoçarmos juntos, ela me implorou para levar um pedaço maravilhoso de bolo. Na verdade, era quase o bolo inteiro. Não resisti, então fiz a sua vontade.
Depois de deixar as coisas na cozinha, fui para o meu quarto. Larguei minha mochila ao lado da cama e fui tomar um banho.
Nenhum sinal de Amélia.
Agora ela provavelmente estaria com Stefany.
De banho tomado e roupa trocada, joguei-me na cama. Como preferi por não me enxugar, acabei molhando o lençol, mas não era algo que me incomodasse. O calor estava demais. Estiquei o meu braço e alcancei a mochila, tirando de lá o meu celular. E gastei um bom tempo surfando na internet.
E é claro, olhando as fotos do perfil de Belinda.
Estava cansado de estar sempre stalkeando ela, queria muito mais do que isso. Mas não sabia como chegar sem parecer estranho e inconveniente.
Belinda tinha publicado recentemente que estava maratonando os filmes do universo de "Star Wars". Fiquei feliz à beça, pois eu também amava a saga. Aproveitei o momento e mandei uma mensagem no privado.
Bernardo: Uia! Fã de verdade maratona pelo menos dez vezes ao ano, hein!
Não demorou muito para Belinda reagir ao meu comentário, tamanho era o meu exagero.
Belinda: Haha! Também gosta? Eu duvido que você assista tanto assim!
Bernardo: Pior que não. Mas se eu tivesse tempo, quem sabe?
Belinda: Eu também não tenho muito tempo porque estudo e trabalho, né? Mas faço o que posso, amo SW.
Vixe! Será que pareci esnobe? Não foi essa a minha intenção...
Bernardo: Ah é! Foi mal, esqueci que você é modelo. Deve ser muito cansativo, conciliar as duas coisas. Como consegue?
Belinda: Eu sempre fui muito organizada, isso ajuda bastante. Minha mãe também me ajuda muito. É cansativo demais, mesmo. Eu queria mais tempo para fazer coisas que eu gosto.
Bernardo: E o que você gosta de fazer?
Belinda: Ah! Eu gosto de cozinhar, de ir na praia, de me divertir com meus amigos... Se bem que a maioria deles ficaram na capital. E agora tá mais difícil da gente se reunir.
Bernardo: Eu também deixei alguns amigos onde eu morava, mas a vida é assim mesmo! No início não gostei muito da ideia de vir pra cá, mas já tô me acostumando.
Belinda: Que bom! Espero poder me acostumar um dia também. Se bem que não pretendo ficar aqui por muito tempo.
Bernardo: Sério?
Fiquei tão chateado, que não consegui digitar mais nada além disso. A única menina gata da escola, que realmente chamara a minha atenção... Vai embora. E mal chegou. Só dou azar mesmo!
Belinda: Seríssimo! Quero modelar pra valer, até em outros países! É o meu sonho. Mas até lá, ficarei por enquanto aqui. Olha, talvez eu faça uma reuniãozinha com uma galera. Você iria?
Fiquei extático.
Bernardo: Reunião?
Belinda: Uma festinha, sabe? Eu curto demais essas coisas, não gosto de ficar parada. Se não quiser ir, tudo bem. Você não é muito de sair, né? Você não é de postar muito, parece ser low profile.
Bernardo: Não, eu sou de sair bastante! É que ainda estou me acostumando com a cidade, com as pessoas. Se quiser, eu vou sim!
Belinda: Então pronto! No dia eu te chamo!
Belinda finalizou a mensagem com um emoticon de beijos, e eu fiquei... Vai saber como eu fiquei!
Poderia ser pior, mas até que não me saí tão ruim, eu acho.
Quando descansei o celular no peito, olhei para o lado e dei de encontro com Amélia parada bem à minha frente. Acordei de imediato do transe e sentei na cama. Ela estava carrancuda demais para o meu gosto.
— Qual foi?
— E então? — Amélia cruzou os braços — O que achou da minha irmã? — arqueou bastante uma de suas sobrancelhas, dando ênfase à sua revelação.
Fiquei boquiaberto. Olhei de esguia para o celular que havia deixado ao meu lado.
— Como assim?
— Eu vi vocês conversando!
Eita... Ela viu a minha conversa com Belinda?
— Ela é sua irmã?!
— Não se faça de besta! Depois fica aí dizendo que eu fico atrás de você... E você fazendo o mesmo!
— Peraí! Eu atrás de você?
— Beatrice é a minha irmã! Eu não quero que você volte mais lá, tá entendendo?
A ficha caiu.
Beatrice... Beata?
Vó Beata era a sua irmã.
Ahh!...
— E como é que eu iria adivinhar? Foi uma coincidência!
— Não me interessa! — Se Amélia não fosse um fantasma, eu poderia jurar que ela estava vermelha, e me olhava de um jeito que eu tinha certeza que queria me arrebentar todinho — Não volte mais lá, deixe a minha irmã em paz!
— Foi ela quem me convidou pra entrar! E foi ela que perguntou de você!
Amélia me deu as costas e começou a andar pelo quarto, segurando com força as laterais de sua saia. Em dado momento, colocou as mãos, uma de cada lado do rosto, e balançava a cabeça em negativa. Parecia muito incomodada. Levantei-me da cama e fui até ela.
— Por que você é assim? Por que não se abre comigo? Eu quero te ajudar!
Ela olhou pra mim com os olhos marejados, em seguida deu um pulo e voou em direção ao teto, atravessando-o e sumindo, causando uma grande ventania no quarto. Sorte minha que não bagunçou mais do que já era, normalmente.
Ela poderia odiar como for, mas eu voltarei para ver Beata, sim!
Já um pouco impaciente depois disso, saí para ir à cozinha, mas quando estava no meio da escada, ouvi um choro contido. Parei e dei meia volta.
Andei pelo corredor e percebi que vinha do quarto de minha mãe. Como a porta estava entreaberta, empurrei-a de leve e fui entrando.
— Mãe, é você?
Ao entrar , vi minha mãe acompanhada de Stefany, sentadas sobre a cama de casal. As duas estavam chorosas e aquilo me deixou um pouco incomodado.
— Aconteceu alguma coisa? — Questionei, e minha mãe abaixou seu olhar.
— Nada não... A mesma coisa de sempre, sabe?
— Que seria? — Sentei ao seu lado.
— Ahh! Achei que as coisas iriam melhorar... Que a mudança pra esta casa era um bom sinal. Mas estou me sentindo tão sozinha!
— Você não tá sozinha, mãe! Você tem a gente! — consolou Stefany, massageando as costas dela com carinho.
— Nós viemos pra cá, e senti que poderíamos recomeçar. Minha esperança era conseguir algum trabalho, quem sabe seu pai não tentaria algo por aqui também?
— Então a gente ficaria de vez? — Tentei não parecer animado, diante da situação. Era algo que eu gostaria agora.
— Sim, aqui é bom de se morar. Realmente a casa é grande e dá trabalho... Mas poderíamos fazer um esforço.! Eu acho ótimo voltar a morar perto da avó de vocês. Mas tá difícil demais encontrar um emprego!
— A gente também acha que o papai não quer ficar. Acho que ele quer que a gente volte pra capital — Stefany completou.
— Entendi.
Minha mãe se levantou e começou a enxugar seu rosto com um papel toalha.
— Meus amores, vou descer aqui e já volto.
— A senhora não vai, não! Você vai fumar, né? — retrucou minha irmã, segurando um dos braços de minha mãe.
— É mãe, faz isso não! Fica aqui com a gente — E então ela retornou para a cama.
— Abraço triplo?
Desconcertado, topei a ideia e nós três nos abraçamos, como fazíamos há anos.
Mas faltava mais um membro...
Oie, como vocês estão?
Eu sei que tenho demorado de publicar os capítulos, porém ando sem tempo e confesso que até sem disposição também para revisar antes de publicar. O wattpad não colabora muito com seus bugs. Notei que em um dos capítulos já postados os travessões sumiram, e ficaram no lugar os tracinhos. Isso é bastante chato... Antes eu só tinha publicado contos com poucos capítulos, não tinha muita noção disso (já vi outros autores reclamarem também).
Mas vou tentar focar mais na publicação deste livro, apesar de ainda ter pouca leitura.
Agora, comentando sobre este capítulo... foi mais tristinho, né?
Às vezes acontece isso mesmo. O dia tem altos e baixos, as coisas não estão no nosso controle e aceitar isso é difícil, mas necessário.
Ahhh, e o que acharam da novidade? 😊
Beijox
Babi ☘️
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