34-uma carta para...

A melodia deprimente do pássaro negro sobre a madeira branca do parapeito da janela suava inquieta,Eliza ainda se contorcia entre os cobertores recem trocados,Zyan e Thalya adormecidos ainda no outro quarto se abraçavam procurando se esquecerem nos braços magros um do outro,Hadan roncava dependurado na rede posta ao lado de fora da varanda,Finn permanecia imóvel sentado na escada em frente a porta,calado apreciando o gosto meio amargo de seu cigarro,Celestine não havia conseguido fechar os olhos aquela madrugada,Hades a fazia companhia,a empurrava centenas de perguntas e esperava suas respostas que eram respondidas em tempo recorde pela mulher de cabelos prata;

- aquela hora no quarto eu....- prosseguiu sem jeito o homem;

- não precisa se explicar,...Eu também- sorriu de canto um pouco sonolenta;

- acha que se ele não tivesse entrado nós?teríamos nos beijado?- perguntou se cabeça baixa;

- provável- se esticou para alcançar algumas ervas no topo da prateleira;

- o que vai fazer?

- chá...se não pode dormir,chá,se sente triste?,chá,está inquieto?,chá,não a coisa melhor que um bom chá!- jogou tudo sobre a tigela cobre a pondo em fogo alto;

- entendi....- riu preocupado com a expresso já vilanesca e sololenta de Celestine o encarando de pé debruçada sobre o balcão da cozinha,limpou a garganta procurando algo para encarar pelo cômodo;

- Eu me sinto culpada- susurou enquanto encarava a água borbulhar no fogo;

- pelo que exatamente?..-encarou a mulher se aproximar se sentando a sua frente;

- essa noite,eu fiz o possível e o impossível pra salvar ela,era minha preocupação principal,e... quando eu vi o bebê desacordado,ah Hades aquilo me deixou em frangalhos- se permitiu chorar sem censura apenas sentindo seu rosto queimar,aquele era seu lado sentimental a qual ela guardava a sete chaves no fundo de si,mas estava sensível após tudo aquilo,Hades não evitou em puxa-la para perto a pondo entre seus braços a consolando,sussurava as palavras de apoio que sabia que ela precisava ouvir enquanto seus dedos trêmulos tocavam seus cabelos acinzentados;

- eu jamais imaginaria que iria vê-la chorar- gargalhou a ouvindo rir baixinho,

- não é algo que eu faça com frequência- entre sorriu caminhando devolta até a cozinha- chá?

Perguntou erguendo a xícara decorada de cima do balcão,ele apenas assentiu e em segundos ambos se deliciavam com o doce gosto das plantas sobre a água morna;

- como ele está?- disse secando o canto dos lábios com os dedos;

- eu não sei,ela disse que ele vai melhorar- respondeu suave levando mais uma vez a xícara aos lábios e bebendo alguns goles;

- fazem 4 messes,sabe.... Eu me pergunto se tenho sido uma boa tia pra ele,eu o deixei em segundo plano quando o deixei partir para o Olimpo sem se quer ouvir o que ele tinha a dizer,Eu estive errando e tentando acertar tantas vezes no último ano,que eu me pergunto se estou sendo o que ele precisa agora!-

- Celeste,eu não vou dizer que gostei de ver você naquele dia quando foi ver ele... Eu e você tivemos muitos problemas antes,mas agora,eu não tenho porque não dizer que gosto de você!- admitiu aceitando uma certa derrota de seu ego;

- está me elogiando,por lilith Hades deis de quando se tornou tão sentimental!- bateu as mãos contra a coxa segurando a rissada na pobta de sua lingua;

- não vou falar sobre isso- sorriu preguiçoso;

- está apaixonado?,posso saber quem é?- o encarou fazer caras e bocas enquanto se mantinha incrédulo;

- não é da sua conta Celestine- respondeu ríspido;

- certo rei do sub mundo,mas pode falar isso comigo,como bons amigos!

As palavras são tão ingênuas as vezes,tem o dom de começar ou terminar algo, remendar ou estraçalhar um coração por completo,e nesse momento o do Deus do sub mundo havia rachado,a considerava uma amiga excepcional,mas... Ele a amava do jeito mais bonito que alguém poderia amar alguém,não amava apenas o seu jeito cativante,ou seus olhos azulados brilhantes,ele amava seu gênio brilhante sua voz doce e de certa forma muito atraente,não julgava apenas seu corpo a julgava pro seu carater e por sua inteligencia,ele poderia ser um deus mas ele sabia que ela tambem era uma,pelo menos para ele;

- Celeste...- travou assim que os olhos dela o percorreram,havia se engasgado com sua próprias palavras que o calaram e o deixaram imóvel;

- o que foi?..- esperou anciosa;

- pode me trazer mais chá?- balançou a cabeça em negação se sentido um idiota;

- claro- deviou o olhar de modo qur expressava sua insatisfação;

- mas que droga- resmugou entre dentes forçando um sorriso assim que ela o encarou;

A noite estava gélida,solitária e um tanto propicia para feitiços,Finn encarava algumas jovens caminharem a frente da praça,uma ruiva baixa de cabelos enrolados até a cintura carregava algumas velas,uma morena alta de nariz pontuado a seguia apressada,logo atrás vinha uma mulher baixinha gorda e de cabelos lisos e loiros com um sorriso que destacava todas as sardas de seu rosto redondo,O garoto se levantou assim que algumas maçãs da cesta da última caíram sobre o chão,recolheu rapidamente algumas da calçada a ajudando a devolve-la de volta para a cesta simples;

- muito obrigada- sorriu tímida;

- qual o seu nome?- observou boquiaberto a loira jogar uma mecha de cabelo para trás da orelha;

- Mary Susan- prestou uma rápida reverência o qual o mesmo retribuiu em um sorriso largo;

- me chamo Finn,Finn Nightmar,e o seu nome é muito bonito- corou ao encara-la;

- é muito doce de sua parte me dizer isso!- riu de forma desajeitada fazendo um som um tanto constrangedor se assemelhando com a figura de um suíno;

- será que eu poderia ajudá-la?- lhe estendeu a mão agarrando a cesta,caminharam por alguns minutos assim até o começo da floresta;

- aqui é a minha deixa- agarrou a cesta delicadamente;

- espero te encontrar denovo- disse expressivo um tanto ousado porém doce;

- espero que sim- sorriu sem jeito acenando para o garoto imóvel;

- preciso contar pro Hadan- voltou correndo em direção a casinha,Hadan ainda sobre a rede se mantinha quieto;

- Hadan,Hadan acorda- o garoto o chacoalhava de um lado para o outro tirando seu socego;

- o que foi?- o encarou sonolento;

- eu conheci uma garota,e ela incrível,e eu me sinto ótimo por isso,porque me fez esquecer a...- se calou assim que viu o amigo revirar o olhos;

- ia dizer que superou seu amor platônico pela garota de fogo?- cruzou os braços a frente do corpo esperando uma resposta;

- ia,é sério eu superei,já passou!- se sentou sobre os degrais;

- fala isso a 7 messes- escorregou da rede por pouco não caindo;

- tá,talvez eu não tenha superado,mas de certa forma,mary Susan não parece uma pessoa ruim!

- quem diabos é mary Susan?- esfregou os olhos tentando acordar do transe;

- a garota que eu conheci enquanto dormia!

- criou expectativa com uma garota que conheceu enquanto eu dormia?,é no mínimo duvidoso!- arquiou as sobrancelhas o encarando agarrar um cigarro do bolso de seu blazer;

- criou expectativa com o nosso melhor amigo!- lhe apontou o cigarro o interrogando;

- eu não criei nada,eu se quer disse alguma coisa!

- vai negar que não gostava do Remu assim que o viu encarar a Eliza?- o encarou contorcer os lábios em uma minha fina;

- eu não estava nem um pouco criando uma expectativa,eu apenas disse que ele não era de todas tão estranho- deu d ombros se sentando ao lado do amigo;

- então gostava dele?

- podemos dizer que eu nutri um sentimento!- piscou freneticamente ao encarar um gato negro saltar sobre seu colo;

- acho que vamos ter companhia!- acariciou os pelos negros do animal que ronronou ao receber as mãos magras do garoto em suas costas;

- uma carta!- Hadan agarrou o papel amarelado se desfazendo pelo tempo esfarelando sobre seus dedos;

- o que tá escrito?- perguntou curioso;

- De Carlos e Berta?- ambos trocaram olhares confusos,sabiam a quem os nomes pertenciam os que lhes causou calafrios;

- para quem é a carta?- insistiu Finn agarrado ao seu cigarro;

- para o Remu!- correu o olhar por todo o envelope confirmando a sua suspeita na linha do remetente existia de fato o nome do Gudan mais novo;

- o que tem na carta Hadan?- perguntou Finn ajeitando os cabelos assim que o moreno arregalou os olhos;

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