CAPÍTULO 9: Uma noite como visitantes
Elthenkai, Tōnpo e Gormaor seguiam seu objetivo. Haviam se passados alguns dias desde o recrutamento do Arquimago. Superaram a forte chuva, mas acabaram por optar por dar uma grande volta nas montanhas para evitar problemas com o clima e as descidas perigosas das grandes rochas.
— Estamos nos aproximando. - Disse Elthenkai.
O som das cavalgadas seguia forte. Ambos continuariam por mais algumas boas horas, até que chegara no último pedaço de floresta antes da Vila.
— Por esse trajeto, deduzo que esteja indo atrás da Vila dos Anões, não é? - — Tōnpo, um Anão sempre é necessário num bom grupo. - Respondia.
Uma vez ou outra Tōnpo não estava bêbado, e hoje era uma delas. Seguiram pelo caminho. — Busca pelo Rei ou por algum de seus habilidosos filhos? - Questionara Gormaor.
Elthenkai cavalgava e dizia. — O Rei. Um exímio combatente feroz.
Ao se aproximarem, repararam que o portão da Vila estava sendo reparado, e a guarita vazia. Haviam quatro Anões direto no portão, consertando-o. Elthenkai notou isso e prosseguiu. Os Anões estavam cientes de quem era Elthenkai, eles acenaram e os três e seus dois cavalos entraram pelo portão de madeira em obra.
Ao passarem do portão, o clima já não era aquele de outrora. Muita sujeira, casas destruídas sendo reerguidas. Muitos Anões cabisbaixos e desolados. Elthenkai prosseguiu seu caminho em direção a morada do Rei. — O que houve aqui? - Perguntava a si mesmo.
Mais alguns minutos de caminhada e o trio chegou na escada do local. Surpreendentemente, não haviam guardas-Anões na porta da morada do Rei. Etlhenkai estava demasiadamente curioso com aquele clima da Vila. Que sempre foi festiva com Anões bêbados e sorridentes, e naquele instante estava depressiva e vazia.
Eles desceram de seus cavalos e caminhavam pelas escadas. — Ora! O que querem aqui? - Gritou um Anão ao fundo.
— Viemos falar com o Rei. - Respondeu Elthenkai.
Neste momento, ouve-se uma voz feminina ao fundo. — Não há mais Rei nesta terra. Disse Nätaf, bem debilitada. Atrás dela, vinham Náingril e Drilgim. Ambos com faixas sob seus ferimentos e sem capacetes.
— Creio que seja a mulher de Gimnáin. Gostaríamos de fazer uma ilustre visita ao Rei. - Comunicou Elthenkai.
— Não entendeu o que eu disse? Não há mais Rei por essas bandas.
— Não percebe o grau de calamidade que se encontra nosso Vilarejo, mago? - Indagou Náingril.
Gormaor abriu sua boca e calmamente fez uma consideração. — Fal o matou. Está pondo em prática seu plano.
Elthenkai ficou em choque. — Eu sinto muito.
— O que buscam com o Rei? Dirijam-se a mim. - Muito fria era Nätaf.
— O homem que fez isso com a Vila de vocês. Estamos atrás dele.
— Não sabemos o seu paradeiro. Gostaria de lhe pedir que se retire. Você e seus dois amigos. Não há nada aqui para vocês. - Nätaf estava muito abalada com tudo que havia acontecido.
Ao fundo, uma voz seca e definitiva escutou-se. — Vocês conhecem o homem que matou meu pai? Era Argdáin, o outro filho do Rei.
— A culpa é minha. O homem que fez isto com vocês era meu aprendiz, um mago que se rebelou contra tudo que lhe foi ensinado. - Respondeu Elthenkai.
— Levem-me até ele. Muito conclusivo foi Argdáin. — Vocês vieram até aqui para pedir que meu pai fosse com vocês em busca do assassino. Não é isso?
— Exatamente. O Anão é esperto. - Brincou Tōnpo.
Elthenkai perguntou como o mago entrou, quem estava com ele e o que ele buscava.
— Veio atrás daquele maldito Martelo que meu pai protegia. Veio com uma boa quantidade de Orcs. Foi o que me falaram. Eu não estava aqui, para a sorte daqueles malditos Orcs nojentos!!! - gritara Argdáin.
— Era de se esperar. Os Orcs simpatizantes. E o Martelo...Ele leu aquele livro.
Gormaor pediu licença e entrou na conversa. — As três peças das antigas escrituras. É isso que ele quer. — Como seu pai o fez. Mesgarth possuiu apenas uma das três. - Comentou Elthenkai.
— Para onde ele vai? O Colar está perdido e a Pedra está com os Elfos. — Ele vai direto aos Elfos. Conheço meu aluno. - Respondeu o mago.
— Temos que ser rápidos, a noite vai chegar e será perigoso irmos atrás deles assim. - Tōnpo queria logo partir para avisar os Elfos.
— Não tem como caçá-lo assim. É melhor descansarem. Viajaram por dias. Há alguns aposentos que vocês podem ficar. - disse a mulher do Rei.
Elthenkai olhou para Tōnpo e Gormaor, que concordaram. Os três iriam dormir aquela noite em simples aposentos que pertenciam a casa do Rei e partiriam logo pela manhã para onde os Elfos habitam. Eles entraram pela primeira vez a residência de Gimnáin. Era simples, mas era maior e obviamente bem mais diferente que as outras casas dos Anões do Vilarejo.
Nätaf e os três filhos levaram-os para os aposentos. Passaram pela grande sala, seguiram dois corredores humildes da residência e subiram uma pequena escada encurvada. Uma porta de madeira com uma coroa forjada nela. Todas as portas da casa possuíam aquele 'selo'. Era um pequeno quarto, com três janelas e três camas. Simples porém aconchegante.
— Se não se importam, Drilgim levou a montaria de vocês para dormirem em outro lugar. - Contou Nätaf.
Elthenkai e Gormaor concordaram. Nätaf lhes desejou uma boa noite, fechou a porta e se retirou. Tōnpo foi o primeiro a deitar-se. — Até que aqui é gostoso!
Elthenkai sentou-se num pequeno banco e ficou olhando pela janela. Apenas via o baixo astral dos Anões que tiveram entes e amigos perdidos. Estavam um ajudando o outro na reconstrução da Vila. Os minutos se passavam e Elthenkai entendia que seu aprendiz não voltaria mais.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top