CAPÍTULO 7: As ideias de Fal
Se Elthenkai estava em uma incessante busca por uma equipe - e já achara dois deles -, o lado negro do Reino também estava a colher. Fal, que havia lido o livro que seu pai era "devoto", já teria tomado sua decisão sobre a situação.
O Elfo Negro já havia se tornado seu fiel escudeiro. Fal, após ler e interpretar os textos antigos, formou sua ideia.
— As três peças. Onde e o que elas são, basicamente? - Questionou.
— Os Deuses Antigos a forjaram e entregaram-nas para as três grandes classes que habitavam o Reino à época. Exceto a terceira, que não foi necessariamente entregue a uma classe. Eles três potencializam o portador em três atributos: Força, Destreza e Percepção. Elas são: A Pedra Elfica, o Martelo dos Anões e o Colar de Misgard.
Fal ouvia atentamente a Gazel, que continuou.
— A primeira, é ligada a destreza do portador. Forjada e entregue para os Elfos cuidarem. Trata-se de uma pequena rocha de brilho verde, como uma esmeralda raríssima. Tão brilhante quanto o Sol. O segundo, liga-se a Força. O Martelo. Colossal, aos mais fiéis, dizem que foi forjado direto de um coração de Dragão Vermelho. É marrom, grosso, de alto calibre e com detalhes dourados nas laterais. Foi entregue aos Anões que o defendem há milhares de anos. E por último, o grande poder místico ligado a Percepção. O Colar de Misgard. Ele só pode ser forjado por aquele que mata a pessoa que mais ama ou amou em sua vida. Seja ela, sua mulher, filho, pai, irmão e até mesmo, um amigo.
— Esta última. Como é feita? Creio que há algo a mais além do sacrifício.
— O senhor é muito esperto, mestre. - Era a primeira vez que Gazel se dirigia a Fal desta forma. — Você precisa apreender a alma do sacrificado no antigo Colar de Misgard, que foi perdido.
— Meu pai o tinha.
— Mas ele arremessou-o para o mar. Não conseguiu ver isso em suas memórias?
Fal ficou irritado com a situação, colocou suas mãos numa mesa no subterrâneo e parou para pensar.
— No oceano, há possibilidade de alguém tê-lo encontrado?
— Isso já tem muito tempo, senhor, mas o mar é grande e nem todas as criaturas que ali habitam souberam do ocorrido.
— Será a mais difícil, com toda a certeza. Deixaremos por último. Antes que eu me esqueça, o que seria necessário para apreender a alma no colar? Eu poderia matar a pessoa e apreender sua alma antes de obter o Colar?
— Sim. Serão duas etapas. Irei lhe explicar em detalhes. O primeiro passo, é você ficar ciente que gastará a maior quantidade de magia negra possível. Um sacrifício, o aprisionamento de outro, é nada mais que uma das mais belas artimanhas das artes das trevas. É provável que quando sacrificada, uma pequena esfera de luz seja sugada do corpo, da área física do ser. O assassino, terá em suas mãos essa esfera luminosa. A partir disto, você terá de tomar todo o cuidado com ela, para que possa posteriormente, aprisioná-la no Colar de Misgard. Não tente colocá-la em nenhum outro objeto, pois não há nenhum na história que consiga apreender uma alma. Apenas o Colar tem espaço suficiente para isso.
— Onde estão localizadas? Os Elfos vivem pela Floresta Viva, e os Anões? - Fal já demonstrava excitação com a possibilidade de se tornar o maior mago de todos os tempos.
— Não exatamente, senhor. Os Elfos têm sua morada na Floresta Viva, porém, no centro dela. Num grande local chamado Fortaleza Elfica. Não é fácil entrar, e muito menos sair. Os Anões residem em sua Vila.
Fal seguiu sereno e pediu para que Gazel subisse e se retirasse.
Passaram-se cerca de meia-hora. Fal passou os dedos sobre o livro, olhou para a janela do subterrâneo e observou a chuva cair lentamente pela terra. A janela, posicionada de baixo para cima, deixava apenas a visão do céu livre, basicamente. Ora, uma janela no subterrâneo não significa tanto.
Fal virou-se, respirou fundo e falou consigo mesmo. — Que os Deuses Antigos os perdoem.
O ex-membro do Conselho deixou sua veste ao chão, puxou o antigo uniforme de seu pai e o vestiu. Botou o velho chapéu de Mesgarth na cabeça e por último, segurou firme o cajado pertencente ao falecido. Refletiu, mas o ergueu.
Fal subiu as escadas sob as luzes que caim por de trás, virou-se a direita e passou pelo corredor central da Torre. Ao fundo, Gazel de costas, virou-se quando notou sua presença.
— Oh, está a cara dele, senhor. Magnífico.
Fal acenou a cabeça positivamente, deixou o cajado próximo a janela quebrada da direita e olhou calmamente para cima das montanhas, determinando seu alvo.
— Fortaleza Elfica, Vila dos Anões e o oceano.
Gazel o interrompeu. — Creio que possamos mandar alguns Orcs para lá.
Passaram-se alguns segundos e Fal seguia reflexivo. — Infelizmente não conheço cada palmo do Reino.
— Os Orcs, sim, senhor. Já temos uma boa quantidade a nosso serviço.
— Eles devem dar conta do recado por agora. Mas mais para frente, precisaremos reunir um exército. - Gazel abriu um sorriso com o comentário. — Há mais Elfos Negros que vagam no escuro. Com certeza caminharão ao seu lado nesta etapa.
O Elfo Negro caminhou até a porta. — É melhor iniciarmos com o Martelo. Irei dar a ordem a alguns Orcs, selecioná-los e mandá-los a Vila. Eles sabem o caminho e o senhor pode apenas descansar.
Fal olhou fixadamente para frente, respirou fundo e pegou o cajado de seu pai com os dizeres — Certo. Eu mesmo faço isso.
As ideias estavam impregnadas na Torre. Fal seguiria junto aos Orcs para a Vila dos Anões e posteriormente, viajaria até a Fortaleza Elfica para juntar a Pedra a seu acervo.
O último ponto que seria debatido, era a alternativa a recuperar o Colar de Misgard no oceano.
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