CAPÍTULO 6: Ajuda de elite
— Eu estou exausto! - Exclamava Tōnpo.
Ambos haviam cavalgado por seguidas seis horas. Chegaram a mudar a rota para poder lavar seus rostos nas águas do grande oceano. Tōnpo aproveitou para dar um mergulho e disfarçar aquele cheiro forte. Lavou sua jaqueta branca mas deixou sua calça azulada da mesma forma.
Elthenkai lavou seu rosto, tomou um pouco da água e também deixou que Perkiel se deliciasse com a água fresca. Teriam mais dois dias de cavalgada.
— Como vamos conseguir trazê-lo de volta? - Indagou. — Não tenho ideia. Isso vamos ver mais a frente, e claro, dependendo de como formos recebidos.
— E se ele estiver tramando algo maior? Sabe onde ele está?
Elthenkai pensou e comentou. — Provável que tenha ido para Uklard. A grande Torre levantada por Mesgarth e os Orcs que o seguiam. — Ah! Então é fácil, vamos para lá enquanto ele não está esperando e nem com sua força máxima!
— Não seja tolo, Tōnpo. Fal já não está sozinho. Ao que consta, já tem uma parcela de Orcs o servindo. Dias atrás, vimos um Corrompido devorando um Guarda nas florestas. Avançar só nós dois seria loucura.
Tōnpo entendeu o que o mago dizia, se ajeitou em Perkiel e ambos foram embora.
Perkiel cavalgou sem parar por horas, se feriu de leve em espinhos nos bosques mas seguiu com os dois montados. Ele estava bem descansado naquele momento.
Foram mais algumas horas de caminhada até um grande pedaço de pedra e desceram em alta velocidade com Perkiel. Elthenkai tinha pressa. Seu cavalo vibrava em grande velocidade e os dois prosseguiam ao destino.
— Posso saber quem estamos a buscar? — Se eu não estiver errado, depois dessas grandes árvores, encontrarei outro bom e velho companheiro com o qual aprendi bastante coisa pelo Reino.
O Animago olhava atentamente para os lados, mas não via nada. Eram só árvores e grandes plantas do Reino. Mais um pouco e uma grande ventania veio em direção a eles. Tōnpo reagiu, saltou de Perkiel e estaria preparado para se transfigurar. Estava receoso, com Fal à solta, qualquer presença poderia ser das forças das trevas.
Elthenkai permaneceu em seu cavalo. O grande mago não temia nada, mesmo naquela situação. Ele esperou por alguns segundos, observou as árvores e deixou a ventania passar. Pediu que Tōnpo não se transfigurasse.
Pela esquerda, atrás das árvores: Pouco mais de 1,70 de altura, pele branca, cabelo negro caindo para a direita da cabeça e uma tiara branca que o segurava. Roupas enormes na cor amarela que iam até o chão. Parecia mais uma espécie de uma pijama velho. Um cinto que cortava a diagonal de sua barriga na cor marrom e uma espécie de cruz da Era Pré-Reino nas costas. Mas o que se destacava, era uma faixa branca que tampava seus olhos.
— Ora, se não é Elthenkai e Perkiel...
O sujeito se aproximou calmamente em direção a Perkiel e o alisou, como se fosse seu dono.
Tōnpo já pensava em tentar algum ataque, mas Elthenkai gesticulou para o Animago não se intrometer.
— A faixa nos olhos. - Elthenkai diz.
O indivíduo parou de acariciar o cavalo e sorriu. — É, eu esperava por vocês.
Elthenkai seguiu com uma fisionomia séria. Não havia entendido o motivo pela faixa nos olhos e nem porque ele supostamente já sabia da vinda dele.
— Você está cego, não é? - Tratou logo de perguntar. — Há anos, meu amigo.
A pessoa em questão era Gormaor, Arquimago e um grande amigo de Elthenkai. Elthenkai chegou a aprender alguns truques com ele na infância, embora Gormaor seja cerca de 80 anos mais velho.
— Como perdeu a visão? - — É uma longa história.
— Não buscou cura por qual motivo? E não se auto-curou? És um dos grandes Arquimagos do Reino, Gor. - Elthenkai tinha intimidade com seu amigo, e pela mansa fala, parecia sentir-se bem tocado com a deficiência visual de seu amigo.
— Não preciso tanto dos meus olhos, não é mesmo? - Ele sorria enquanto dizia, não parecia se sentir mal com a situação.
— A arma, sua vestimenta de combate? Onde estão? — Ah, Elthenkai...Já não sou mais aquele garoto que andava pelas florestas travestido. Posso me vestir independente da situação. Meu cetro vem até minha mão quando necessário. Eu poupo esforços. — Brilhante, Gor.
— Mas como você sabia da minha vinda? — Ora, já não é mais nenhum boato no Reino, o que nos assola agora é a verdade. Os Orcs estão mais soltos do que nunca. Figuras das trevas caminhando livremente por aí. As forças do mal se reagrupam, Elthenkai. E eu sei quem está por trás disso.
Se sentindo culpado, Elthenkai balançou sua cabeça positivamente. — De fato. E preciso da sua ajuda.
— Sabia que viria até mim, velho amigo. Faz um bom tempo que não vejo as forças ocultas aparecerem dessa forma. Tem quanto tempo que seu aprendiz deu as costas?
— Pouco mais de dez dias. - — O suficiente para ter uma quantidade aceitável de Orcs com ele, fora as outras criaturas malignas que o seguirão por puro afeto. Acho que não temos escolhas a não ser caçá-lo como uma lebre.
Elthenkai segurou seu cajado com força e confirmou. — Vamos buscá-lo.
— Venha, Lilyth. São nossos amigos.
Uma linda égua tordilha muitíssimo bem tratada. Elthenkai já estava para ajudá-lo a subir na montaria, mas Gormaor subiu sem dificuldades. A visão de fato não era um problema para o Arquimago.
Tōnpo acenou com a cabeça para Gormaor, e subiu também em Perkiel. Como vieram, voltariam sobre Perkiel, Elthenkai e Tōnpo.
— O que falta, agora? - Pergunta Tōnpo. — Mais dois são suficientes.
— Perdoem-me entrar ao assunto dessa forma, mas deduzo onde vão agora, e pelo clima que está por vir - Gormaor já havia notado a mudança de clima, chuva por perto - — Creio que seja melhor darmos a volta. Será mais demorado, porém, seguro. Não sabemos também o que podemos encontrar pelo caminho.
Elthenkai e Tōnpo acharam uma boa ideia. Mais tempo, mas com mais segurança. Os dois se ajeitaram a Perkiel e Lilyth, deram meia volta e saíram para contornar. Os três iriam buscar quarto membro.
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