CAPÍTULO 4: O plano de Elthenkai
No dia passado, Elthenkai havia chegado a Chácara com seu velho amigo Prosne em seus braços. O Conselho se reuniu para se despedir do sétimo membro. Todos muito tocados com a perda de uma pessoa tão próxima a eles.
Seguindo o dia, o Conselho precisaria discutir quais decisões seriam tomadas. A morte de um membro, a saída de outro. Fal já estava perdido nas sombras. Ninguém mais o havia visto. Seria uma joia perdida neste momento.
Na manhã seguinte, Elthenkai acordou descansado. E lá estava o velho mago. Sob um forte sol, se encontrou nas florestas pelo sul com Brasberic, o Guarda. Uma espécie de guerreiro que dedica sua vida proteção da natureza.
— Fal desapareceu. Gostaria de pedir ajuda a você e seus companheiros. - Comentou Elthenkai.
— Seu púpilo? - —Ora! É claro, o Fal. Sem mais perguntas... Você pode nos ajudar?
Brasberic não entendeu muito bem, mas por ser um grande amigo do Mago, acenou positivamente.
Antes de sair, Elthenkai o aconselhou a ir com o restante dos Guardas.
Brasberic sumiu entre as folhas rumo a sua missão. Elthenkai, virou de costas e retornava a Chácara naquele fim de tarde.
Dois dias depois, Elthenkai caminhou durante quatro horas até chegar a Catedral Jafa. O mago fez seus gestos de fé, e entrou ao lugar. Havia muitas criaturas ali, mas além disso, o templo era bem cuidado e muito belo. Grandes janelas coloridas, estátuas dos Deuses Antigos e algumas velas já acesas. Bancos de madeira espalhados pela sala.
Elthenkai olhou para todos, ele sabia quem procurava. Desceria pelas escadas uma criatura de fisionomia extremamente calma e culta. Cabelos escuros até os ombros. Vestimenta amarelada, faixas vermelhas caindo sobre os ombros e um livro acoplado a sua cintura.
— Não veio para mostrar sua fé aos Deuses Antigos, não é? - Comentou a pessoa
— Estou em apuros. Ou melhor, estamos. Todos nós, Cecijå. - Comentou Elthenkai.
Cecijå era uma Sacerdotisa e conhecida de Elthenkai. — Deixe-me ver, seu pupilo lhe deu as costas após descobrir a verdade.
— Exatamente. - — Eu lhe avisei tempos atrás, não avisei? A mentira nunca prevalece. Ele iria descobrir, como eu previ.
Elthenkai respirou fundo e parecia entender que ele havia errado, segundo ele mesmo. — Tudo bem, você avisou. Mas agora estamos no mesmo balaio. Se ele iniciar nas conjurações de magia negra, todo o Reino será afetado, a vida como conhecemos pode acabar. Obviamente haverão criaturas malignas o seguindo.
— Nossa especialidade é confrontar as forças malignas, Mago. Fazemos isso tem gerações e gerações.
— Avisem-me se virem algo que fuja dos padrões aqui da região. Sei que Jafa é um Templo muito bem movimentado. Nós pedimos sua compreensão.
Desceria das escadas outra figura. Cabelos loiros encaracolados e usando a mesma veste que Cecijå. — Se não é o grande Elthenkai! - Exclamou.
— Neltlish! Quanto tempo. — Tenho certeza que é muito importante sua vida, não é mesmo?
— Cecijå irá lhe explicar, meu amigo. Eu tenho de partir. Há muito o que fazer neste tempo.
Elthenkai acenou com seu chapéu e saiu pela grande porta iluminada da Catedral.
— Eles parecem ajudar a mim. Precisaremos de muita ajuda nessa hora. - Dizia para si mesmo o Mago.
Enquanto caminhava para a Chácara, Elthenkai dialogava consigo mesmo, ainda. — Serviu para ver alguns conhecidos de outra hora. Tenho me atarefado muito e há muitas pessoas que gostaria de rever, ainda que não seja um momento muito agradável para isto.
Elthenkai caminhou bastante até chegar ao Conselho. Ao passar pelas montanhas, parou para observas o tempo. Os magos tem esse hábito de observar as paisagens e por assim em diante.
Ele desceria as montanhas em alguns minutos, e chegara ao Conselho. Omom estava sentado, enquanto Falsan estava deitado em um toco ao chão com um palito em sua boca.
Elthenkai se aproximou. — Solicitei ajuda. Olhos abertos desde ontem.
Os outros magos chegariam ao local em breve. Elthenkai comentou que o Reino estaria em perigo e os Magos deveriam ficar de olhos abertos, também. Fal solto e sabendo a verdade, seria um perigo à existência.
— Velho, acabamos de perder um dos nossos. Não é só você que está baqueado. Nós estamos por baixo. - Afirmou Nat-Rum.
A tarde estava para ir embora, quando Brasberic chegava aos berros na Chácara. Os Magos se levantaram na hora e abriram a passagem para a entrada do Guarda. Brasberic estava com suas roupas verdes e douradas rasgadas, com muitos ferimentos e uma estaca na coxa esquerda.
— Brasberic! - Exclamou Elthenkai. Os outros magos olharam para o mestre de Fal sem entender. — Sua ajuda, é isso. - Comentou Omom.
Nat-Rum tratou de segurá-lo para não cair ao chão. Golpeado, Brasberic afirmou. — Orcs. Dezoito deles. Encontramos a Torre, eu e mais quatro, mas eles já esperavam por nós. Perdi dois amigos e o outro eu ordenei que fugisse.
— Fal. Os Orcs já estão o seguindo. - Deduziu Elthekai.
— Mas estão fracos, senhor. Não estavam bem armados e não vestiam suas armaduras como de costume. Nos venceram por ter nos atacado em surpresa. Eles avançaram e pegaram meus homens antes de se aproximar à Torre. Não podemos observar nada. Não deitamos nenhum Orc.
Elthenkai pediu para que Nat-Rum levasse Brasberic para ser curado em outro lugar. O mago olhou para Omom, que o questionou. — O que fará, Elthenkai? Isso é só o começo, você sabe.
Elthenkai ajeitou seu cajado, mordeu as lábios e resolveu a questão.
— Eu mesmo irei atrás dele. Vou trazê-lo de volta.
Omom segurou-o pelos braços. — Não faça besteira, velho amigo. Nunca é bom andar sozinho, ainda mais neste contexto, você sabe muito bem. Busquemos aliados.
Elthenkai acenou positivamente. — Irei recrutar as pessoas certas para essa busca. Terei êxito. Determinação.
— Descanse, amigo. Descanse. Nesta forma, não conseguirá matar um Goblin!
Elthenkai concordou com o amigo e ambos voltaram lado a lado para conferir a situação de Brasberic.
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