CAPÍTULO 14: Novas companhias
PARTE 1:
Horas haviam se passado e o tempo amenizou-se. Elthenkai havia passado um tempo dialogando com Imthane a respeito do Reino e dos três irmãos, que agora eram dois.
Ao sair da grande sala, encontrou-se com com Quenae, que já estava com o braço enfaixado.
— Vão buscá-lo, não vão? - — É o que pretendemos. Como está? - Trocaram falas. — Melhorando, sinto poucas dores. Elthenkai acenou e seguiu em frente. Ele desceu as escadas e passou alguns minutos à cachoeira, pensando na vida.
Subira novamente. Sentou-se a mureta, esperando o retorno dos outros. Tōnpo pela esquerda e Argdáin pela direita. Ambos com um bolsão nas costas, carregando mantimentos para a viagem. — Eu acho que o brancão não gosta de se enturmar. Vamos só nós. - disse o Anão.
Elthenkai percebera que Grielion não tinha muito afinco pelos outros. Os três agradeceram os Elfos pelo bom acolhimento e se retiraram. Passaram ao lado das rochas que ficavam a um corredor na saída, desceram as escadas e prosseguiram.
Quando botaram o pé para fora, uma flecha passou rente aos três. — Esperem por mim. - Era Grielion em cima da árvore. — Todo grupo precisa de alguém que manuseie um arco e flecha. - Provocou.
— Esse cara se acha tanto. - Reclamou Tōnpo.
Grielion saltou da árvore e entrou para o grupo. Os quatro seguiram em frente. Sairiam da residência dos Elfos e traçara seu objetivo. — Vamos a Torre. - Afirmou Enthenkai.
O Elfo também tinha sua montaria. Um cavalo de muita velocidade. Esbranquiçado e com alguns detalhes negros no corpo. Uma enorme crina grisalha nas testas. Se chamava Trovoada.
Eles seguiram em frente e com muito preparo. Provavelmente seria a maior viagem do grupo até aqui. Prosseguiram de forma rápida, porém, cautelosa. Aos que os dias passavam, os membros descansavam e cochilavam próximos as árvores. Faziam sua própria fogueira para se esquentarem e tinham além dos frutos das árvores, seus mantimentos guardados.
— Já é o quarto dia de viagem. Nenhuma criatura no nosso caminho. Será sorte? - Perguntou Argdáin. — Ou talvez eles estejam permitindo que avancemos assim? - Indagou Tōnpo.
Estava de noite e Grielion retornou do meio das árvores. Havia buscado frutas. Ele já voltou entrando na conversa. — Também não vi nada de estranho pelo caminho. - E foi jogando Sútha talún para os outros. Uma fruta muito doce e avermelhada com aroma forte que brotava pelas florestas.
— Não encontrou Beladonas? - perguntou Elthenkai. - — Quer ficar louco? - Perguntou sorrindo o Elfo.
O grupo passou à noite ali mesmo.
No quinto dia, estava ventando muito e o frio estava chegando, embora não houvesse possibilidade de chuva.
— Estamos passando à direita da Vila dos Anões, não é? Se não me perdi, ela está bem atrás dessas árvores enormes. - comentou Tōnpo. - — Sim, fica a nossa direita! Já esqueceu? Ora! - Respondeu o Anão.
Eles seguiram a caminhada, mais alguns dias e talvez chegassem até a Torre. A noite estava chegando, o dia havia passado muito rápido.
— Olhem! Olhem! - gritava Argdáin. - O grupo olhou e entre as árvores, viram um grupo de Ninfas caminhando. — Eu nunca vi as Ninfas caminhando em bando desta forma. Parecem apressadas e com medo. - Comentou o Elfo.
Alguns metros a frente deles estavam uma razoável quantidade de Ninfas, que pareciam estar se retirando do lugar que habitavam para se esconder. Elas brilhavam muito em meio a noite.
— Deixem isso. Caminhemos, homens. Caminhemos! - ergueu seu cajado Elthenkai.
Eles bateram perna por mais tempo, até que ultrapassaram uma distância de árvores. Haviam apenas montanhas a frente deles. Atrás delas, estaria a Torre de Uklard. O grande objetivo.
PARTE 2:
Enquanto isso, não tão distante deles, estaria Fal, Gazel e seus Orcs trabalhando em armas.
Fal estava muito cansado, não ferido, mas exaurido dos combates recentes. Havia gastado muita energia. — O Colar. Estive pensando. Há possibilidade de minha mãe estar viva dentro dele? Pelo menos a sua alma. - Gazel reagiu negativamente a resposta. — Não, senhor. Muito tempo se passou. Diria que é impossível. A essa altura, o Colar deve estar vazio, necessitando de uma nova alma para habitá-lo.
Frente a janela do primeiro andar da Torre, Fal observava os Orcs trabalhando em armas e em suas armaduras. — Além dos Orcs, o que mais temos a nossa disposição? - — Enviei três Manticoras atrás dos seus inimigos, senhor. Não sei os resultados. - — Há mais alguma coisa? - — Muitas criaturas já estão cientes da sua existência e já o seguem naturalmente. Garanto que há muitos outros que pensam como você a solta por aí.
Fal virou e ficou cara-a-cara com o Elfo Negro. — E no oceano? Lá está meu último objetivo. - — Os Tritões devem ficar ao seu lado. Tenho certeza. - — Preciso deles. Cacem o Colar.
— Eles habitam os mares. São grandes predadores. Tenho certeza que irão achá-lo. — Peça a eles.
Antes de se retirar, Gazel recebeu uma última pergunta. — Sem ser os Tritões. O que mais há nos mares? - perguntou com muita seriedade.
Gazel com uma pitada de mistério e sadismo, respondeu. — Muitas outras criaturas, senhor. E sumiu nas sombras.
Nisso, um dos Orcs entrou a Torre. — Senhor, temos visita. Fal ficou muito desconfiado, mas caminhou e se retirou da Torre para ver o que se tratava.
Ao sair, se deparou com quatro Trolls. Todos eles eram puros. Mediam cerca de 2 metros e 30. Aparência suja, pouco cabelo em suas cabeças e um resto de armadura em seus peitos. Além disso, possuíam uma espada cada. — Eles disseram que obedecerão o senhor. - Respondeu o Orc, que se comunicara com o Troll.
— Ótimo. Entregue boas espadas à eles e joguem esses lixos fora. Iremos avançar ao amanhecer.
Os Trolls festejaram e deram as costas, enquanto dois Orcs seguiram Fal pela entrada.
— Avançar, senhor? Mas para onde? Ainda não terminamos nossas construções e armas. - Indagou.
Fal carregava seu chapéu nas mãos, o deixou pendurado na parede e virou o pescoço cautelosamente para os Orcs.
— Quero a Vila dos Homens.
Os Orcs, embora surpresos com esse avanço repentino, ficaram contentes e com mais sede de batalha.
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