Ventos fortes
— Você chegou! — Natsuo falou na porta da mansão. Se não fosse a jaqueta impermeável estaria molhado até os ossos.
— Vim o mais rápido que pude. — Fuyumi desceu do carro.
— Foi bom ter demorado um pouco, assim podemos pegá-los no flagra sem escapatória!
Fuyumi suspirou, não acreditava mesmo que estava acontecendo.
— Ele dispensou todos os empregados da casa. É o momento perfeito! — Natsuo pegou algo do bolso. — Eu ainda tenho a chave. Vem! Espero que não tenham mudado as fechaduras.
Ninguém mudou as fechaduras porque Fuyumi sabia que o pai ainda tinha esperanças que Natsuo voltasse para casa ou Touya ressuscitasse milagrosamente, mas é claro que jamais comentaria isso com Natsuo.
Ele abriu o portão devagar, apesar das mãos tremerem e entraram silenciosamente na propriedade. Não tiraram os sapatos para entrar na casa, andavam nas pontas dos pés molhando todo o chão, Natsuo os guiou direto para o quarto do pai, porém não havia nenhum sinal sequer de alguém ali, nem nos outros quartos.
Não acredito que estou fazendo parte desta loucura, Fuyumi pensou consigo mesma e se o pai tivesse mesmo uma amante? Faria o quê a respeito? Tinha que fazer algo?
— Eles estão aqui, Fuyumi! — Natsuo sussurrou confirmando cheio de certeza.
Fuyumi não duvidou, viu os sapatos do pai e de outra pessoa no hall de entrada. Seu coração não parava de disparar, veio tentar impedir que o escândalo de Natsuo fosse muito maior do que seria se ele estivesse sozinho.
Deus, a merda está ficando real! A merda está ficando real!
— Vamos para a cozinha e de lá vamos pegar o corredor externo para o jardim. Ele deve estar com ela nas termas.
Eu não tô preparada para ver meu pai pelado, muito menos pelado e transando!
Contudo seguiu-o mesmo assim. Não havia ninguém na cozinha, mas os chinelos para a caminhada pelos jardins não estavam lá e a porta estava aberta. Fuyumi respirou fundo. Eles agachados atravessaram a porta e foram para o corredor externo que somente meia cerca de madeira e um chão extremamente polido separava dos jardins, era inevitável pensar em quantas vezes brincaram de pique-esconde assim. Podia ver Touya sorrindo fazendo a contagem com o braço encostado na parede da mansão.
— Ali estão! — Natsuo sussurrou agachado apontando para o pai… a pessoa virou de lado e… apontando para o pai e um cara?
Natsuo pareceu tão surpreso quanto ela, Fuyumi finalmente pode soltar o ar relaxada pela boca.
— É só um amigo. — falou satisfeita e pronta para ir embora dali antes que alguém percebesse.
O cara ria e conversava empolgado com o pai, as mãos nos bolsos do casaco e cabelo loiro penteado casualmente para trás. Devia ser só alguém do trabalho, isso explicava a cabeça loira que Natsuo viu no Hatsumode e outras coisas. Fuyumi estava tão contente por não ser nada de mais que começava a sorrir:
— É só um amigo, vamos lanchar e esquecer essa história…
Porém, Natsuo continuava a fitar incrédulo o rapaz. Sua expressão ficou totalmente consternada, devia ser difícil ver que passou meses perseguindo vento, Fuyumi se preparava para dizer algo quando o irmão falou para si mesmo ao se levantar:
— É você.
— O quê? — Fuyumi olhou do irmão para o rapaz loiro confusa.
— É você. — falou mais alto e então deixou a cerca se aproximando dos dois em uma espécie de hipnose furiosa.
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