Reconciliação
Enji saía do banho vestido no roupão enxugando a cabeça com uma toalha branca. Kei tomou banho antes dele, porém continuava largado em posição fetal no colchão enrolado no próprio roupão e as mechas loiras encharcadas jogadas para trás.
Aquela tensão podia sufocar desavisados. O empresário voltou há uma semana e Kei continuava nas suas variações de humor latente, ainda não tinham conversado sobre nada direito e muito menos se tocado de forma mais íntima… contudo, Enji sabia que Kei aguardava na defensiva a aproximação como um pássaro ferido.
Ele refletia em como a faria, agora parecia o melhor momento, Kei o olhou de esguelha sobre o ombro sem erguer a cabeça. Enji jogou a toalha.
Apoiou o joelho no colchão para se inclinar sobre o corpo encolhido do loiro. A enorme mão segurou seu queixo e a outra deslizou com dedos grossos entre os dedos esguios. Enji lhe deu um beijo no pescoço, a língua provando a pele refrescada por cima da carne macia.
— O que você quer? — Enji sussurrou ao ouvido de Kei, sentiu a própria respiração quente no rosto quando os lábios roçaram contra a cartilagem.
Enji não queria admitir que o que quer que Kei pedisse ele faria. O divórcio? Um cheque gordo? Todo o frango do mundo? Sim, sim e mil vezes sim. Daria tudo.
Os dedos de Kei se fecharam sobre os seus. Foi a primeira vez que fizeram isso, não achou de todo o ruim.
— O que eu quero? — Kei ponderou e sua mão livre foi para a nuca do homem, o cabelo curto passado na máquina pinicava a palma.
Aproximou o rosto de Enji ainda mais de sua orelha. Ele a lambeu causando calafrios por todo o corpo.
— O que eu quero? — Kei sussurrava de olhos fechados.
— O que você quer? — Enji insistiu beijando a bochecha dele. — Diga. — A mordiscou.
— Hmm. — Kei refletia enquanto sua bochecha ainda estava entre os dentes de Enji. — Não tem nada que eu queira mais nesse momento… mas você tem que me convencer.
Enji expirou satisfeito soltando a bochecha levemente rubra. Enji apertou o rosto dele entre o indicador e o polegar. Kei o encarou lânguido, Enji lambeu onde o mordeu.
— Estou convencido. — Kei riu.
— Você ainda está chateado? — Enji perguntou com sinceridade.
— Muito. — Kei desceu a mão para dentro do roupão de banho de Enji. — Mas a minha carne é fraca e eu sou um cara que perdoa fácil.
— Você não tem que me perdoar. — Os olhos turquesa de Enji eram firmes e verdadeiros.
— Que bobagem, meu rei. — Kei descansou a palma no rosto de Enji sentindo a barba rala espetar suas digitais. — Dá pra ver na sua cara que o que você mais quer é ser perdoado.
Kei lhe beijou e então completou:
— Eu vivo pra fazer as vontades do meu rei.
Enji o abraçou forte de olhos fechados, seu nariz mergulhado na curva entre o pescoço e ombro de Kei.
— Você não… — Enji disse contra a pele sem conseguir terminar.
— Eu sei, eu sei. — Kei concordou. — Mas eu quero.
— Desculpe pelo dinheiro. — Enji disse erguendo novamente a cabeça.
— Que dinheiro? Ah… esse dinheiro. Sem problema, eu gastei uma parte dele mesmo.
— O quê?
— Você não dava ele pra mim? Eu gastei. — Deu de ombros.
— Em quê? — Enji franziu as sobrancelhas desconfiado. Mais apostas de bar?
— Em frango frito. — Kei sorriu faceiro. — Obrigado por todo o frango.
Enji expirou, meneou em negação e disse:
— Chega de falar. — Segurou Kei pelo queixo e o beijou devagar.
As línguas se tocaram primeiro levemente e depois o beijo se aprofundou tanto que Kei precisou de ar para respirar quando Enji o soltou. Enquanto o loiro arfava com os lábios vermelhos, Enji desfez o laço da faixa do roupão e afastou o tecido que cobria Kei como quem abria um doce. Tudo o que Enji viu ali ele já tinha visto antes, porém nunca se cansava de admirar mais.
Gostava da cintura que ele conseguia envolver com ambas as mãos, do modo como o peito de Kei subia e descia quando estava dentro dele e de como as pernas esguias e torneadas o prendiam. Enji beijou o meio do peito de Kei, onde o coração ficava, e foi descendo pelos músculos do torso até chegar ao ventre. Percebeu o pau de Kei já meio duro.
Enji desceu para as coxas de Kei depositando beijos na parte interna, mordeu-as, mas não o suficiente para marcá-las. Ouviu resmungos do loiro. Enji continuou descendo, chegou as panturrilhas e finalmente os pés de Kei. O loiro estava mexendo com sua cabeça de um jeito inexplicável, Enji jamais teve nenhum interesse em pés seja nos seus ou de qualquer pessoa, contudo, quando Kei enrolava os dedos de prazer ou simplesmente lhe cutucava com o pé para irritá-lo, Enji se via fixado naquela parte do corpo. Os dedos dele eram flexíveis e delicados, as unhas bem cuidadas, a pele suave e uniforme levemente corada nos calcanhares.
Kei viu seu tornozelo envolvido no aperto férreo da mão de Enji enquanto esse olhava hipnotizado para sua presa.
— O que foi? — Kei perguntou brincando com os dedos.
Enji plantou um beijo no arco do seu pé fazendo arrepiar de lá até sua coluna.
— O quê? — Kei riu e curvou-se sobre a barriga na cama. Enji não soltou seu tornozelo. Mordeu seu calcanhar de repente. — Ah!
Kei com a perna livre tentou empurrá-lo para longe. Não adiantou muito porque Kei não quis empurrá-lo de verdade. Prazer e cócegas? Foi a primeira vez que sentiu e não era nenhum pouco ruim. O pé de Kei desceu devagar do ombro forte de Enji para os músculos do abdômen cobertos pelo roupão e então para o volume contra o grosso tecido. Ah, sim. Isso já tinha feito antes.
Percorreu o grosso volume com o dedão e pressionou o topo, logo começou a pressioná-lo entre os dedos sentindo o felpudo do roupão por cima da ereção. Enji pôs um dos seus dedos na boca sugando-o devagar, Kei começou a pressionar a ereção no mesmo ritmo. Logo, seu dedão também foi sugado e Kei deslizou o pé devagar para dentro do roupão de Enji. Ah, a coisa real era totalmente diferente. Gostava do calor que emanava, das veias destacadas e da dureza pulsante contra si, Enji deixou um grasnar sair quando Kei lhe pôs entre os dedos do pé. O loiro era bem habilidoso nesse quesito, subia e descia de acordo com os movimentos da língua quente de Enji.
Subia e descia apertando aqui e ali, Enji não soltava seu outro pé assim como não parava de sugar seus dedos. Kei sentia o calor, as vibrações e por fim o ápice da dureza até os dedos ficarem pegajosos e então melados pelo sêmen de Enji.
— Você me sujou. — Kei disse mostrando o líquido branco sobre o dorso do pé. — Acabei de tomar banho.
Enji soltou a outra perna de Kei, esse não perdeu a chance apoiando o tornozelo agora livre no ombro do homem e então devagar prendendo-o na dobra da perna enquanto a outra lhe dava suporte no torso duro de Enji para se manter dependurado com a cintura elevada e as costas apoiadas na cama.
O ruivo nem queria pensar onde Kei aprendeu essas coisas, mas não achava ruim aproveitar delas. Enji se curvou cedendo ao peso do loiro, ajoelhou-se afastando a perna que o garoto usava de alavanca e pôs o pau rosado na boca.
Kei se contorceu, mas sem tirar a perna do ombro de Enji enquanto esse lhe chupava emulando os boquetes que Kei lhe dava. As mãos de Kei foram para os cabelos de Enji e quando estava prestes a gozar, o empresário retirou a boca e cobriu a ejaculação com a palma.
Enji pegou o líquido viscoso e se preparava para abrir Kei, quando esse impediu e disse:
— Não, não. Faça sem. Eu quero testar uma coisa.
Enji olhou desconfiado para o loiro, então limpou a mão no roupão aberto que esse usava. Com o indicador cutucou a entrada rosada que aos poucos se abriu, massageou aqui e ali até encontrar o ponto exato que fez as costas de Kei arquearem, Enji pensou que seu dedo estava terrivelmente seco. Não demorou muito até enfiar outro dedo e esse fez Kei gemer em leve desconforto, porém massageava-o bem que logo o loiro estava relaxado. Enji abriu e fechou os dedos como uma tesoura esticando Kei. Aproveitou a entrada um pouco mais ampla e colocou o terceiro dedo.
Kei arquejava aos toques, após Enji colocar o quarto dedo, Kei já gemia.
— Me beije, me beije… — suplicou.
Enji tirou a perna de seu ombro, se inclinou para ele sem retirar os dedos e o beijou. Kei se pendurou envolvendo ambos os braços no pescoço musculoso do homem maior, a língua de Kei soava sedenta por Enji que por sua vez estava determinada a saciá-la. Kei apertava-o contra si enquanto Enji aumentava a velocidade dos dedos, o loiro fechou as pernas em torno da cintura do outro.
Enji apoiou as costas de Kei com a mão livre trazendo-o para si então rolou e sentou na beira da cama com o loiro no seu colo de joelhos apoiados nos seus lados. Kei tirou os braços das mangas do roupão deixando-o escorregar para o chão. Enji gostava de Kei assim: nu, todo seu completamente na sua mão.
Enji intensificou o toque indo mais e mais fundo, Kei inclinou a cabeça para trás no gesto de Enji e quando voltou esse capturou seus lábios.
— Acho que já dá… — Kei sussurrou na sua boca. Enji que mordia o lábio de Kei ficou confuso.
— O que você vai fazer? — Tirou os dedos dentro dele.
Kei apoiou um braço no ombro de Enji ao se elevar, segurou o pênis dele pensando no quão grande e totalmente convencido de que era uma boa e má ideia, guiou-o para dentro de si. A ponta da cabeça entrou sem empecilhos, o problema era todo o resto. Empurrou mais um pouco a entrada sentindo o espaço comprimir sem nada para ajudar a deslizar, seus olhos encheram de lágrimas.
— Você vai se arrepender disso. — Enji falou segurando suas costas.
— Não vou… — Kei dizia forçando a entrada a receber toda a glande. Depois dela todo o resto seria mais fácil…
Enji tentou impedi-lo de empurrar mais segurando-o.
— Não… eu quero… fazer… assim…
Enji ergueu uma sobrancelha para ele, não gostando da imagem de levar Kei para o hospital por conta de uma hemorragia anal.
— Você… perguntou o quê… eu… queria… — Empurrou-se mais. — Eu quero isso.
Kei falou tudo isso se perguntando se é possível a causa de um desmaio ser pênis demais.
Enji torceu o nariz, mas deixou o garoto ter a loucura que queria, além do que, não admitiria, mas tudo aquilo o deixava mais excitado. Kei lhe apertava mais a cada centímetro.
O loiro segurou em Enji e afundou o rosto em sua clavícula. Deslizou mais alguns milímetros e quando não pôde mais só morder os lábios, mordeu o ombro do homem. Seus dentes fincavam na proporção em que o enterrava, a pele de Enji tinha gosto de limpeza e aroma de algodão, a língua quente também o lambia na parte capturada. Só mais um pouco… só mais um pouquinho para a cabeça entrar… por favor… entra… não dá para desistir agora… Ah… ah… AH!
Encaixou ao mesmo tempo em que sentiu um sabor acobreado na boca. Mordeu Enji forte demais para extravasar a dor. Havia sangue em seus dentes.
— Oh! — Kei despertou seu topor. — Me desculpe, grandão! Não foi de propósito…
Kei se assustou com os olhos turquesas incinerando-o intensamente, Enji era outro.
— Eu vou pegar algodão para limpar… — Kei se preparava para levantar, porém Enji lhe agarrou com ambas as mãos os quadris e num movimento forte empurrou Kei contra si até a base.
É possível sim desmaiar por pênis demais, pensou enquanto recuperava os sentidos. Enji também arfou. Kei começou a rebolar devagar para se acostumar e em seguida acelerou subindo e descendo.
No que esse garoto estava o transformando? Que tipo de perversão era essa? Gostou do modo que ele o mordeu ao mesmo tempo que achou que ele merecia uma punição do tipo ser fodido com força. Aqui estavam eles sem lubrificante, grudados um ao outro por um pau e separados por um roupão.
Enji envolveu o loiro num abraço apertado enquanto esse subia e descia gemendo em sua orelha, sentia a ereção do garoto esfregar contra o roupão, a pegou firme e com o polegar pressionou a ponta.
— Enji… — Kei sussurrou ao seu ouvido.
— Continue. — ordenou enquanto apertava mais a ponta.
Kei fez de acordo com o que seu rei disse, apenas ele se mexia apoiado no homem, viu o sangue escorrendo pela mordida que deu nele: um círculo pontilhado perfeito. Lambeu a ferida e sorriu perdido pelo prazer. Mais algumas calvagadas e Kei gozou ou tentou, Enji impediu a ejaculação com o polegar. O loiro tremeu e quase caiu para trás, o ruivo o segurou e ao ver a expressão do menor gozou.
Kei afastou a mão de Enji do pau, então o líquido branco escorreu pela extensão do mesmo modo que lágrimas escorreram de seus olhos. Enji continuava encaixado em si, Kei puxou o rosto dele para o seu capturando sua boca. Ainda sedento e com as bocas grudadas, Kei esticava o roupão de Enji tentando tirá-lo, o homem abriu-o com força e jogou para longe, segurou Kei deitando ambos no chão do quarto. O pau ficou duro novamente. Kei em cima de si começou a montá-lo devagar de cócoras, Enji podia ver tudo: a entrada vermelha e seu sêmen servindo de lubrificante.
Kei apoiava as mãos no seu peito gemendo de olhos fechados e lábios entreabertos. As pernas trabalhando o peso e equilíbrio do corpo nas pontas dos pés. O assoalho ficaria grudento. Enji não aguentou mais ver o garoto engolindo todo o volume e extensão, o virou de bruços repentinamente e investiu com toda a velocidade que tinha.
Enji! Enji! Kei gemia para o chão, suas unhas tentando arranhar o assoalho. Enji! Enji… Enji…
O homem colocou Kei de lado e pôs uma das pernas dele sobre o ombro mordido. Investia nele ao mesmo tempo que o masturbava, Kei estava mais sensível que o comum hoje.
— Que masoquista. — Enji deixou escapar focado ao ver Kei arfar e babar no chão. Assim que as palavras saíram, o garoto gozou.
Virou o loiro de frente e continuou comendo-o ajoelhado enquanto as pernas abertas de Kei descansavam sobre suas coxas. Segurava-o pela cintura batendo contra si em sincronia aos movimentos dos quadris.
Gostava de ver o pau de Kei endurecer e como parecia estalar próximo ao orgasmo. Gostava de Kei com os olhos e nariz corados pelo esforço de lhe receber. Gostava quando Kei dizia seu nome balbuciando sílabas quase incompreensíveis. O loiro empertigou as costas junto de Enji ao gozar. O homem sentiu o choque de prazer percorrer seu corpo e Kei, toda aquela tensão solta de uma vez.
Relaxou os músculos se deitando para trás. Kei ainda arfante deitou sobre seu peito deixando ambos não apenas pegajosos de suor como também de esperma. Acabou de lamber um pé, isso realmente importava?
— Vamos gastar o resto do dinheiro num encontro. — Kei falou cortando o silêncio, a voz ainda cansada.
— Hã? — Enji ainda retomava a respiração.
— Vamos gastar o resto do dinheiro que você me deu num encontro. Nunca tivemos um de verdade. Eu quero isso.
— Tudo bem. — Enji concordou caindo no sono. Encontros e transar no chão feito bichos: com certeza não tinha mais idade para essas coisas.
— Vou ficar todo assado. — Kei disse cheio de vigor. — E acho que minha bunda tá sangrando.
Com certeza não tinha mais idade para essas coisas…
Gostaram do hot? O que acharam do capítulo? Deixem suas críticas, comentários e elogios.
Gente, quero deixar avisado aqui que a fic vai abordar uns temas bem pesados a partir de agora. Estejam avisados.
Obrigado por lerem!
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