Mudanças sólidas na banheira

— Ahá! — Kei ergueu o pulso comemorando. — Consegui trazer você para o meu quarto!

— Calado. — Enji exigiu enquanto segurava o rapaz para que ele não caísse bêbado no chão ao mesmo tempo que pegava as chaves do quarto do bolso. — Você precisa de um banho para ficar sóbrio.

— Agora eu entendo o porquê de uma só bebida por pessoa na festa. — Deixou que Enji o levasse para o quarto. — Eu estou tonto, mas não me sinto bêbado. — Um soluço saltou da garganta.

Kei bebeu quatro daqueles coquetéis sem nenhum acompanhamento para encher a barriga.

— Vá tomar seu banho. — Enji disse sentando-o sobre a cama.

— Podemos tomar banho juntos. — Kei sugeriu quase cantarolando.

— Não.

— Mas e se eu me afogar na banheira? — Kei fez aquela expressão de passarinho perdido que Enji odiava. — Não seria terrível? Preciso de ajuda de alguém forte, meu rei.

O homem nem queria pensar em qualquer acidente envolvendo Kei no banheiro ou envolvendo Kei em qualquer lugar. Já teve o suficiente.

— Não abuse. — Enji permitiu indo ao banheiro para encher a banheira.

Quando a água estava na temperatura e altura ideal, Enji saiu do cômodo e encontrou com um Kei só de cueca sentado na beira da cama tirando as meias. Desde que chegaram Enji não viu o corpo do seu passarinho tão à mostra, começou a desabotar a blusa fingindo que não escrutinhava cada pedaço de pele do garoto atrás de algum indício de crime. Vivia um paradoxo entre o alívio de não encontrar nada e a desconfiança pelo mesmo motivo.

Kei num salto levantou da cama, tirou a cueca jogando-a junto do montinho de roupas no chão aos seus pés como um mágico que acabou de encenar um número e ficou na frente do outro homem esperando esse se despir completamente também. Enji pendurou a blusa sobre a poltrona, desafivelou o cinto usando de toda a força que tinha para não ter uma ereção porque Kei não parava de encarar seu pau e o restante do seu corpo. Quando desabotoou a calça ficou esperando Kei pular sobre si e atacá-lo, mas infelizmente não aconteceu, Enji tirou a cueca e a colocou sobre a calça dobrada. Ambos estavam nus olhando um para o outro.

Kei na sua despida naturalidade e cabelos loiros, e Enji no seu corpanzil e expressão fechada.

— Vamos entrar na banheira, Enji?

A água estava boa, pelando do jeito que o homem mais velho gostava e em nenhum momento pareceu incomodar o mais novo, esse aproveitava também. Enji e Kei sentados em extremidades opostas se encaravam, porém suas pernas encostavam umas nas outras, ele sentia os tornozelos do garoto roçarem em suas coxas. Kei mergulhou completamente a cabeça, Enji tentou não contar os segundos, foram três, então emergiu jogando para trás com as mãos os cabelos encharcados, uma cachoeira despencava de todo seu rosto. Enji continuava com a cabeça completamente seca.

— Sabe, meu rei — Kei disse abrindo o shampoo do hotel e passando nos cabelos dourados —, é a primeira vez que divido uma banheira com alguém.

Enji apenas fez um som com a garganta. Não era a primeira vez dele próprio em dividir uma banheira, tomava banhos com Fuyumi e Touya quando eles eram bem pequeninhos no ofurô da sua casa, mas seria estranho dizer isso naquela situação.

— Está gostando? — Kei fazia espuma nas madeixas loiras, o cabelo molhado perdia o volume ficando mais rente ao couro cabeludo. Um passarinho de penas encharcadas.

Enji não respondeu. Continuou a observar.

— Uma ducha retrátil! — Kei a puxou e enxaguou o cabelo se livrando da espuma. Enji se sentiu impelido a pegar o objeto da mão do outro e ele mesmo fazê-lo. Queria sentir os fios molhados entre os dedos grudando na nuca e pelo longo pescoço. Gostava de ver as vértebras de Kei destacadas. — Não vai mesmo molhar a cabeça?

Kei fechou os olhos, ergueu a face e direcionou o jato d'água para a linha da testa com o couro cabeludo. O rosto relaxado apreciando a massagem. Enji fez as mãos em concha recolhendo água e molhando primeiro o rosto, depois o topo da cabeça e finalmente a nuca. Gotículas caíam pelos cílios quando pegou o shampoo que Kei abriu e fez a própria espuma. Pela primeira vez passou pela sua cabeça que teria o mesmo cheiro de Kei. Não era ruim.

Enji não aceitou a ducha quando Kei lhe ofereceu, mergulhou na banheira, não tanto quanto o garoto, apenas o rosto e o restante do shampoo tirou com ajuda de um recipiente próximo. Então finalmente mergulhou, em outro dia utilizaria a ducha. Agora que o ritual da limpeza dos cabelos acabara, Kei passava o sabonete pelos braços e pernas assim que terminou deu a barra para Enji que passou sobre o peito. Perfume de algodão preenchia o lugar. Tiraram o excesso do corpo, não havia mais nada para se fazer, Kei rescostou a nuca na borda e fechou os olhos.

Enji observou o garoto e finalmente perguntou o que lhe incomodava como uma farpa embaixo da unha:

— Você ainda está bravo comigo?

— Hã? — Kei virou o rosto para o homem mais velho. — De quê? — Confuso.

— Sobre… eu ter te largado. — conseguiu dizer.

— Isso são águas passadas. — Kei fez ondinhas na banheira com a mão. — Você voltou. Estamos aqui nessa banheira chique. Tudo certo.

Enji pensou sobre a saída secreta de Kei na noite anterior. Se não estava bravo, onde foi? Com quem foi?

— Você tem muitas preocupações agora e assuntos para resolver, esse não é mais um e eu quero ajudar porque… — o garoto continuou.

— Kei. — Mas foi interrompido por um Enji ainda mais sério depois de tanta reflexão. Kei foi pego de surpresa e prestou imediata atenção. — Eu não quero você saindo com outros homens na minha frente. — Foi firme, mas não autoritário no seu pedido. — Nem os levando ao seu apartamento, nem eles dormindo na cama que uso com você ou perambulando pelos lugares que estou com você. Jamais. — Sentiu o alívio surgir na garganta pelas palavras. Eu tenho que ter você só pra mim ou ao menos a ilusão disso.

Enji prosseguiu na linha de raciocínio:

— O divórcio está caminhando e assim que ele sair uma parte da minha vida se ajeitará, não vou pedir pra me esperar ou exigir de você o que eu não posso dar. Mas eu gostaria que você fizesse essas duas coisas que pedi. Claro que é uma escolha sua. Nada entre nós dois irá mudar se você não quiser. — Nem Enji acreditava que estava disposto a ser corno desde que Kei continuasse consigo. — Mas seria melhor se assim decidisse. — concluiu.

Finalmente concluiu. Esse peso deixou seus ombros. Gostaria que Kei topasse, Enji não tinha ideia do que faria se visse o rapaz por aí com outros homens ou flagrasse ele no apartamento com mais um caso, só sabia que não seria nada bom. Pediu isso a Kei mesmo sabendo que não tinha direito nenhum, pois apesar do casamento fracassado e de não falar com a esposa há dez anos, ele ainda continuava casado o que tornava Kei o amante. E Enji não queria que Kei fosse mais amante de ninguém. Todas aquelas histórias de casos passados de Kei com homens casados lhe assombravam. Homens com rostos nublados acariciando Kei com mãos de alianças cintilantes causavam-lhe arrepios. Não era como se ele fosse diferente por enquanto, mas poderia ser melhor mais tarde. Não tanto quanto ele merecia, mas o que poderia oferecer.

O aço escuro no indicador de Kei lhe incomodava na proporção inversa da qual Kei não parecia se incomodar nenhum pouco com o ouro brilhante no anelar de Enji e tudo isso dobrava-lhe a irritação.

— Enndeavor-san. — Kei sussurrou o seu nome de negócios como se fosse um segredo entre eles, pequenas ondulações de água quebraram contra o peito de Enji. — Endeavor-san. — repetiu com um sorriso nos lábios. — Kei estava praticamente no seu colo.

— Não há competição contra você. — Kei pôs as pernas abertas aos lados das coxas de Enji. — Você é o nº1 desde o dia em que te vi. — Kei se inclinou para beijá-lo.

— Isso é muito sério. — Enji disse fitando os olhos dourados que tanto cobiçava.

— Olha quem fala. — Kei riu. — Nós dois falamos de coisas muito sérias hoje.

— Demore o tempo que precisar. — Enji sentia sua respiração quente contra a pele molhada do outro. — Não se apresse em me responder.

— Essa é a minha resposta. — Kei o beijou com a boca aberta.

Enji envolveu a cintura do garoto com ambos os braços. A mão desceu para o cóccix e seguiu caminho entre as nádegas para o ponto que gostava, ficou surpreso ao ver que o indicador entrou sem dificuldades e lá dentro estava escorregadio.

— Bom garoto. — Enji disse escorregando outro dedo para dentro. É claro que Kei já tinha se preparado.

Kei sorriu no beijo na sua boca.

— Não podia perder essa oportunidade.

— Vou te comer aqui mesmo. — Se ajustava na água.

— É essa a intenção.

Enji retirou os dedos, ajustou a ereção na entrada rosada e o garoto desceu sobre toda a extensão.

— Ah. — Kei soltou um suspiro surpreso.

— O que foi?

O loiro deu uma risadinha:

— Entrou um pouco de água também.

Enji retribuiu a risadinha na sua boca.

O loiro montava-o devagar levantando leves ondulações e aproveitando o peso extra que a água tirava de suas pernas. Enji envolvia a cintura dele com os braços e observava o pau ereto do loiro emergir somente o topo. Kei capturou novamente seus lábios nos dele, as línguas no ritmo dos quadris, Enji desceu as mãos para a bundinha redonda que tanto gostava, seus dedos cravando na carne enquanto saiu do beijo procurando a pele sensível dos mamilos de Kei. Mordeu um, deixou marcas avermelhadas pelo restante do peito do garoto, um caminho até o pescoço, seus dentes roçaram no pomo-de-adão e o prenderam sem força. Sentiu o vibrar do gemido de Kei.

Enji desceu os beijos para as clavículas do garoto, seus dedos grossos subiram para a nuca loira entremeando nas mechas douradas molhadas, Kei apoiou os braços nos seus ombros e assim que o fez, Enji puxou a cabeça do seu passarinho para trás. Kei gemeu e diminuiu o ritmo dos quadris para afastar o clímax. Pôs dois dedos da mão livre sobre o coração do garoto, todo o torso exposto para si, os deslizou pela pele como se fossem as gotículas ali, a mão afundou na água passando pelo umbigo, depois para o ventre liso onde sentiu uma pequena veia destacando-se que mandava o sangue para seu segundo lugar preferido em Kei, seus dedos passaram pelos ralos pelos dourados na base do pênis, por toda sua extensão pulsante em curva e finalmente a glânde.

— Ora, ora. — Kei disse ainda com a cabeça sob o julgo do outro. — Fascinado? — Enji gemeu ao sentir Kei contrair o interior onde acomodava boa parte do enorme volume.

— Calado. — Enji segurou a ereção do garoto e a apertou. Kei contraiu-se ainda mais contra ele, meneou concordando. — Continue.

Kei voltou a rebolar, era uma pena que Enji não podia enxergar a entrada do garoto correr pelo seu pau. Masturbava-o no impulso das arremetidas. Gozaram juntos. O garoto descansou a cabeça no ombro de Enji e disse encarando o líquido branco no peito de Enji:

— Acabamos de tomar banho e sujei você, meu rei.

Enji não deu ouvidos ao que o garoto disse, segurou-o pelas nádegas e ergueu os dois da banheira sem se importar com toda água que derramou pelo chão. Ainda não havia saído de Kei. Ele envolveu as pernas na cintura de Enji e se deixou ser levado para a cama. O homem mais velho o deitou de costas nos lençóis, admirando-o, não havia mais como negar o afeto que sentia por seu passarinho, todas as marcas que apareciam no corpo dele deveriam ser somente as que lhe deu. Somente suas. Tudo seu. As pernas, as coxas, os braços, o peito, o pescoço, a bunda, os pés, os olhos de rapina e a boca que só dizia bobagens. Tudo seu.

O pau de Enji ficou totalmente duro, começou a arremeter no seu passarinho que lhe agarrava como se agarrasse a própria vida, gostava da sensação das suas bolas batendo contra a bunda dele, gostava do modo como a abertura se estendia ao máximo para recebê-lo, da vermelhidão que deixava e como ficava aberto piscando até se fechar por completo com sua porra escorrendo de lá. Se acreditasse nessas coisas diria que Kei nasceu para estar ali com ele.

Enji destrancou as pernas de Kei de sua cintura, apoiando-as nos ombros, o loiro gemia embaixo de si e o ruivo gemia em cima dele. Enji se viu dizendo Kei, Kei, Kei. Meu Keigo e esse acenou concordando o que só fez com que aumentasse as investidas.

Virou o garoto de costas: a cabeça apoiada no colchão e a bunda para cima. Enji segurou a nuca de Kei para que não levantasse, arremetia com força, o barulho das peles batendo cada vez mais forte.

— Sua putinha. — Saiu pelos lábios de Enji. — Pensa que eu não sei o que anda fazendo?

Kei se contorcia querendo ainda mais fricção. Enji lhe deu um tapa estalado na bunda, seus cinco dedos carimbados em vermelho na nádega direita.

— Sua putinha. — Enji queria fingir que não se excitava com esse papo sujo de cama, mas foi impossível quando Kei acenou concordando desesperado com o rosto enfiado no lençol que era uma putinha.

— Sim, sim, sim… — ele repetia.

— Esse cuzinho precisa de mim, sua putinha. Não é?

— Precisa… — Kei arfava.

— Eu vou dar o que você merece. — Enji inclinou-se sobre ele sussurrando ao seu ouvido.

Fodeu o moleque com toda força, retirava o pau e o colocava com tudo por inteiro sem avisar. Kei gemeu alto demais umas três vezes, Enji deu sua mão para que ele mordesse ao invés de gritar e assim que Kei o fez, Enji cravou os dentes na nuca do garoto. Eles afundaram na carne quando gozou.

Kei desmoronou embaixo de si, as pernas de Enji também. Todo seu peito cobria as costas do loiro. Lá estava a mordida vermelha no pescoço de Kei qualquer um veria quando o cabelo dele secasse. O rapaz aliviado quando a nuvem de prazer começou a dissipar, então disse com um sorriso travesso:

— Quer dizer que sou sua putinha oficial agora?

Enji segurou o queixo do garoto trazendo para si.

— Não uma putinha. — Enji o beijou com intensidade, já queria outra vez. Só meu, completou.

Capítulo extra, vadias!
O que acharam? Podem comentar!
Nesse capítulo eu quis trazer algo fofo e depois uma safadeza. Já tínhamos visto as ações de Enji em relação a Kei mudarem, agora vemos ele finalmente colocá-las em palavras. O que acham? Quais as teorias? O que está por vir?
Obrigada por lerem essa história, sempre fico muito feliz em ver gente nova por aqui.
Bjinhus!



Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top