Informações colhidas
Há meses não ia para o endereço em que antes passava quase todas as noites, não precisava mais pegar vários carros e rotas para chegar, bastava ir direto.
Enji entrou no prédio e depois no elevador, apertou o botão do andar e nem a música ambiente lhe acalmava. As portas se abriram para o corredor, a porta de Kei estava no seu perímetro de visão, caminhou com passos determinados para ela.
Tirou a chave da carteira e a passou no leitor que não a reconheceu. Tentou passar novamente e nada. Enji digitou a senha, decorou há tempos, porém a tela disse que estava incorreta. Ele reviu a senha na mente mais uma vez e digitou, nenhum número estava fora do lugar ou esquecido. Incorreta.
Ele respirou fundo e bateu na porta. Nada aconteceu. Bateu de novo.
— Kei, sou eu! — falou alto para chegar ao outro lado.
Ninguém veio atender, Enji continuou batendo e então um vizinho surgiu de outro apartamento.
— Você tá procurando Kei?
Enji virou para o homem, era o mesmo vizinho do halloween e disse:
— Sim.
— Ele não mora mais aqui. — o rapaz esclareceu. — Desde que aqueles bandidos invadiram o apartamento, ele não apareceu mais. Ele está bem?
Isso era muito tempo. Onde ele estava então?
— Você tem certeza que não viu mais ele aqui?
— É, ele sumiu — o rapaz refletiu e então seu rosto iluminou com uma lembrança — Mas veio um cara aqui ajeitar e limpar as coisas do apartamento dele!
— Como ele era? — Enji indagou sério.
— Usava terno preto, gravata e tinha essa cara de muito cansado. — Gesticulava. — Umas olheiras enormes.
Mera.
Enji agradeceu ao rapaz e desceu apressado para a rua.
Há muito tempo não ia a umas das sedes da Comissão. Todos estavam preocupados e estressados, os recepcionistas lhe reconheceram na hora e deixaram-no subir.
Os poucos funcionários do prédio corriam de um lado para outro com vários papéis em mãos e as olheiras gritavam que não dormiam bem por vários dias seguidos. Muitos nem se importavam mais com fumar em ambientes fechados e inúmeros copos de café estavam espalhados pelas mesinhas. Eles nem se incomodaram ou se surpreenderam com a entrada repentina de Enji no local.
Em pé no meio da bagunça, Mera tinha um cigarro entre os lábios, um copo de café em uma mão e uma prancheta com um bloco de papel na outra.
— Mera. — Enji surgiu.
O assalariado que estava de costas para o empresário, virou para enchergá-lo. O olhou por baixo dos cílios, as olheiras dele eram as campeãs dali.
— Ah. — Mera não estava empolgado e o amargor da cafeína e tabaco polvilhou sua voz ao ver Enji. — Nos já estamos resolvendo sua quebra de contrato.
— Onde está Kei? — perguntou com os braços cruzados sobre o enorme peito.
— Arh, isso é informação confidencial. — Mera tragou mais um pouco do cigarro, cinzas caíram no chão e ele não ligou. Passou para a próxima página do documento.
— Onde está Kei? — repetiu incisivo. Não sairia até Mera lhe falar.
Mera lhe ignorou sem qualquer disfarce, soltou a bituca do cigarro no chão, apagou-a com o sapato e bebeu um longo gole de café.
— Onde está Kei? — insistiu.
Ele suspirou, Enji viu que o colarinho dele estava amarrotado assim como todo o conjunto do terno.
— Você sabe onde ele está. Me diga logo. — exigiu irritado.
Mera passou para a próxima página e depois gritou uma ordem para uma funcionária que começou a carregar vários arquivos com um carrinho.
— Não vou sair daqui até você...
— Senhor! — Outra funcionária veio correndo com uma pasta em mãos, ela não parecia nada bem também. Seu rosto era pura preocupação. — Eles não aceitaram a proposta.
Mera terminou o café em um trago e jogou o copo de papel no chão. Ela deu a pasta para ele que a colocou embaixo da prancheta. A funcionária correu para resolver outro assunto.
— Eu preciso saber onde está Kei...
Mera respondeu de repente, seu olhar exausto era ameaçador:
— Você acha que é o único cara que dorme com ele?
— O que?
— Você foi até ver o pai de Kei na cadeia. Não dá nem pra disfarçar mais o caso de vocês.
— Você deve perguntar para um desses podres de rico, não pra mim. — Mera continuou. — Fujimoto, Sadahiro, Fujiwara... um desses, sei lá.
— Do que está falando?
— Não renovamos o contrato de Takami Keigo. Logo não temos mais nenhuma responsabilidade ou informação sobre ele.
— Você sabe onde ele está.
— Porra, se eu sei não vou contar de graça. Tenho coisas mais importantes para fazer. Preciso desse emprego horrível. — Mera sacudiu os documentos. — Kei tá mais que certo em grudar num rico. A Comissão tá na merda agora o que significa que todo mundo aqui tá na merda. A gente não vai perder nada mandando os seguranças te tirarem à força do prédio. Você tem dez segundos.
O assalariado saiu andando do campo de visão de Enji.
O empresário voltou para o carro e pensou sobre o que Mera falou. Fujimoto, Sadahiro e Fujiwara... seria verdade? Precisava descobrir e torcer para não ser contra o temp
É isso aí, Enji! Vai atrás do teu passarinho!
O que vocês acham que vai acontecer?
Gostaram do capítulo? Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios.
Bjinhus!
Até amanhã!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top