Crianças no pátio
— Pirralho, vamos ali. — Kyo já vestia a jaqueta quando chamou.
Keigo levantou do futon abraçado em Endeavor-san, esfregando os olhos do sono e bocejando. Kyo bocejou, se aproximou e enrolou o cachecol no pescoço do menino.
Saíram no meio da manhã, estava frio, mas não havia nenhum rastro de neve, Keigo descia as escadas logo atrás do jovem homem.
Keigo ficou atônito ao ver as crianças brincando no pátio, Kyo parou de andar e olhando delas para o menino disse:
— Fica aí com eles. — Tirou um cigarro do bolso e o acendeu para espantar o frio.
A boca de Keigo caiu, Kyo achou graça e cutucou ele na bochecha rosada pelo frio:
— Não seja sequestrado. Eu não vou atrás de você.
Keigo viu Kyo desaparecer na esquina e então virou o olhar para as outras crianças que corriam umas atrás das outras. Engoliu em seco e não soube o que fazer.
— Ei! — Um dos meninos correu para ele. — Você é novo aqui? Quem é você? Eu sou Yuki! — Deu um largo sorriso apontando para o próprio peito com o polegar. Tinha a mesma idade de Keigo, mas era um pouco maior.
As bochechas de Keigo ficaram ainda mais vermelhas e ele tentou escondê-las no cachecol.
— Você é daqui? — o menino perguntou inclinando a cabeça. Ele usava um casaco impermeável azul.
Keigo fechou os olhos e acenou que sim.
— O que estão fazendo? — uma menina surgiu acompanhada de outras duas. — Quem é esse?
— Ele ainda não falou o nome. — o menino respondeu.
— Ele é bonito. — uma das meninas disse envergonhada.
— Vocês mulheres só pensam em beleza!
— Você só tá bravo porque não é bonito! — a menina respondeu de volta.
Keigo não concordava com a menina.
— Você… não… é… feio…
— Uhhhhhhhhhhhhhhhhh! — as meninas ovacionaram empolgadas. — Alguém tem um admirador!
Yuki ficou vermelho da cabeça aos pés, suas orelhas pareciam pimentões embaixo da touca.
— O que é isso?! Eu sou homem!
— E daí? — a menina que disse que Keigo era bonito pontuou com o indicador, ela usava óculos retangulares e trancinhas. — Nunca ouviu falar de igualdade?
— Você não sabe o que é igualdade! — Yuki retrucou.
— É você que não sabe! — gritou de volta brava.
— Você gosta de bancar a sabichona só porque usa óculos.
— Eu não tenho culpa de você ser burro.
— Eu não burro, sua quatro-olhos!
— Claro que é! — Ela cruzou os braços. — A única chance que você tem de casar com alguém bonito e está desperdiçando.
Yuki olhou de Keigo para as meninas, ele estava mais vermelho que um tomate e o menino novo não fazia nada além de abraçar o brinquedo e se encolher com o rosto corado dentro do cachecol.
— Não é porque ele é mais bonito que todas vocês juntas que eu tenho que casar com ele!
— AHÁ! — A menina deu um salto. — Então vocês admitem terem um amor inefável!
— Ine… ine… ine o que?! Porque fica falando difícil?!
Todas as meninas começaram a rir e correram para longe deixando apenas Yuki e Keigo naquele espaço da calçada.
— Estúpida Hina. — Yuki resmungou irritado. — Qual o seu nome afinal?
— Keigo… — abraçou mais Endeavor-san. Teria mesmo que se casar com Yuki agora?
— Oh! É o nome do meu tio! O que é isso que você tá segurando?
— Endeavor-san… — Keigo falou e o menino se inclinou para ver melhor o bonequinho.
Yuki esticou a mão e Keigo desviou dele.
— O que? — Yuki tentou de novo e Keigo desviou outra vez. Yuki ficou revoltado. — Por que eu não posso ver?
Keigo não respondeu, abraçou mais o brinquedo.
— O que isso tem? Eu quero ver!
O loiro acenou que não protegendo Endeavor-san. As bochechas de Yuki inflaram de raiva e avançou sobre o boneco puxando-o com força dos braços do outro menino.
— Não é nada demais! — Yuki riu esticando o braço longe do alcance de Keigo que teria que dar pulinhos para chegar perto do boneco. — Nem é um boneco bonito!
Keigo sentiu suas bochechas ficarem mais vermelhas e mordeu a parte interna da bochecha. Avançou sobre Yuki com força.
— Que porra tá acontecendo?
Kyo surgiu do nada, o cigarro soltando fumaça entre os lábios e as mãos enfiadas na jaqueta. Keigo parou de se mexer na hora, sua cara toda estava irritada e seus punhos cerrados prontos para socar Yuki.
— Ele pegou… — foi tudo o que Keigo conseguiu dizer.
— Tio, eu… — Yuki começou, mas a bota de Kyo o empurrou para o chão. Caiu de bunda. Keigo ficou chocado.
Kyo se agachou, pegou Endeavor-san e o deu para Keigo.
— Esses moleques maiores — Kyo reclamou meneando, tirou o cigarro da boca e soprou a fumaça para longe —… sempre achando que podem tudo…
Yuki ainda estava sentado no chão paralisado. Não doeu, mas que tipo de adulto empurrava uma criança?!
— Você me empurrou!
Kyo riu da revolta do moleque, levou o cigarro de volta para a boca e perguntou para Keigo:
— E aí, pirralho, tá a fim de chutar ele?
Keigo fez que não agarrado no boneco.
— Beleza. — Kyo se levantou espanando as calças. — Vamos, você não quer assistir aquela entrevista do babaca na televisão?
— Você é um bandido que empurra crianças! — Yuki gritou quando os dois deram as costas.
Kyo sem olhar pra trás levantou a mão abrindo e fechando imitando o garoto.
Demorei, mas voltei! Ando bem ocupado(a). O que acharam do capítulo? Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios.
Até daqui a pouco!
Bjinhus!
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