Club noturno
— Por que você me trouxe aqui?
— Nós só ficamos na minha casa fazendo atividades bem divertidas. Mas é bom variar, sair e aí fazer as atividades divertidas. — Kei sorriu guiando Enji entre a multidão de pessoas no distrito da vida noturna.
— Eu não tenho idade para isso.
— É bom fazer coisas jovens, meu rei. — Kei disse enquanto andavam através das mais variadas tipos de pessoas, haviam muitos turistas no distrito. Enji nunca viu pessoas de tantos lugares em um só lugar. — Ficar em casa é bom, mas é bom variar também.
— Isso não é bom, um dos meus filhos pode me reconhecer. — Enji falou irritado.
— Como alguém vai reconhecer um grande empresário assim? — Kei riu e se aproximou ajustando o boné sobre a cabeça de Enji e esse viu nos olhos de Kei o reflexo dos óculos escuros que usava. — Nem um pouco suspeito para um empresário, mas super suspeito para um criminoso. Se eu fosse um policial lhe pararia na hora. — Kei enlaçou a cintura de Enji e apoiou o queixo no seu peito.
— Pare com isso. Alguém pode ver.
— Ninguém liga, meu rei. — Kei inclinou a cabeça. — Olhe ao redor, nós estamos no distrito gay da cidade.
Enji realmente observou ao redor, todas as pessoas continuavam com suas vidas sem sequer dar um olhar para os dois na rua, ele até viu vários casais de homens andarem de mãos dadas por aí.
— E se um dos seus filhos estiver por aqui e lhe reconhecer, então eu tenho uma novidade para você. — Kei falou divertido. — Afinal aqui é o distrito gay.
— Meus filhos? — Enji pensou, definitivamente não encontraria nenhum deles aqui.
— Vamos nos divertir hoje, meu rei.
Kei lhe olhava com muito afeto, as luzes da noite cintilavam em seus olhos e ele tinha a expressão serena de sempre. Enji passou os dedos acariciando os cabelos macios de Kei e penteando-os para trás:
— Tudo bem.
Kei sorriu e de repente deu um pulinho para o beijar através da máscara. Enji se espantou e ficou satisfeita por estar de máscara e óculos pois assim Kei não veria sua expressão e depois suas bochechas vermelhas.
— Vamos. — Kei liberou sua cintura e o puxou pela mão. — Conheço um club muito bom, vamos conseguir entrar sem fila e pagar mais barato com uns tickets que eu tenho.
— Dinheiro não é problema.
— Não é isso. Ter o desconto que é legal! E entrar de graça sem fila também! Talvez até beber de graça. Essa é a emoção.
— Por que vamos entrar de graça e sem fila?
— Ah, eu conheço o DJ.
Enji parou de andar, soltou a mão de Kei e cruzou os braços sobre o peito. Seu rosto por trás do disfarce era de poucos amigos.
— O que foi? — Kei perguntou.
— “Conhece” o DJ? — questionou já sabendo a resposta.
— Por que você acha que eu durmo com todo mundo que conheci? Eu só conheço ele.
Enji não acreditou nenhum pouco. Permaneceu de braços cruzados encarando-o.
— Tudo bem, tudo bem. — Kei ergueu as mãos em sinal de redenção. — Talvez eu “conheça” ele um pouco a mais.
O homem musculoso permaneceu inamovível.
— Tá bom. Eu “conheço” ele muito bem. “Conheci” muito ele durante uns dias aí.
Enji não parava de encará-lo como um detector de mentiras, toda vez que Kei dizia alguma coisa que ele não acreditava seu nariz enrugava mais.
— Okay. Eu “conheci” ele durante quatro meses e eu sempre ia lá para ficar bem doidão e depois dar. Mas não foi para frente, acabou e eu não tive mais nenhum contato desse tipo com ele. Mal lembro como é a pica dele.
— Eu não vou a lugar nenhum.
— Pooooooorrrr quuuuuêêêêêêêêêêê? — Kei jogou a cabeça para trás. — Vai ser tão legal! Não seja cruel.
— Você ainda pergunta o porquê. — Enji desprezou.
— Isso é coisa do passado, meu rei. Foi um lance de final de adolescência.
— Não faz muito tempo que você deixou de ser adolescente.
— Qual é! Não vai acontecer mais nada. — Kei se aproximou. — Só existe você, todo o resto são meros coadjuvantes. Vamos nos divertir, meu rei.
Enji não descruzou os braços. Kei continuou:
— E você pode me dar uns pegas bem dados na frente dele para provar. Por favor. Serei bonzinho.
O homem fitou Kei e disse:
— Eu vou pagar tudo o que você consumir nesse lugar. Não precisa dele.
Kei sorriu resolvendo que não discutiria, abraçou o braço de Enji e foram juntos para o club.
Enji se sentiu muito deslocado ao ver tanta gente bem mais jovem do que ele reunida em uma fila enorme para entrar em uma boate apertada e com bebidas superfaturadas. A fila seguia por quase todo o quarteirão, havia gente de todo o tipo e algumas vezes se pegando antes de entrar no lugar.
Kei segurou a mão de Enji e o levou até a porta da boate. O segurança cumprimentou o rapaz como se fossem velhos conhecidos:
— Hey, Kei. Faz tempo que não te vejo por aqui. — Prendeu uma pulseira de papel néon no pulso do loiro. Apontou com o queixo: — Quem é esse? Amigo seu?
— Sim, primeira noite dele. — Kei deu uma piscadela.
— Ah, sim. — o segurança fez uma expressão de compreensão e deu outra pulseira para Kei. Então tirou um chaveiro do cós da calça e pressionou ele nas costas da mão de Kei: — Sua bebida grátis. O grandão vai ter que pagar a dele.
— Dinheiro não é problema. — Enji falou.
— Me dá um pouco então. — o segurança brincou e abriu a porta para os dois.
— Vem, grandão.
O barulho atingiu os ouvidos de Enji acima de tudo. As batidas da música transformaram seus tímpanos em tambores, fez uma cara de desgosto, várias luzes dançavam sobre o lugar iluminando de nenhuma forma que Enji considerasse decente e havia o cheiro de aromatizador e bebida no ar.
— Vamos colocar isso aqui. — Kei prendeu a pulseira no grosso pulso de Enji, por pouco quase não conseguiu. O papel no escuro brilhava. — Vamos aproveitar!
Kei levou Enji para o bar onde ele pôde olhar melhor ao redor: havia o bar, a pista de dança, ao redor dela mesas redondas onde pessoas conversavam sob a barulheira, também havia um segundo andar com camarotes especiais. Enji olhou para o palco onde ficava o DJ, hoje era uma mulher, se deu por satisfeito.
— Vai querer o quê? — Kei perguntou com os cotovelos apoiados no bar enquanto o bartender lavava copos.
— Ir embora.
— Uma água e uma margarita, por favor. — Kei sinalizou para o bartender.
Enji tirou uma nota gorda da carteira e entregou para o bartender que ficou surpreso com a quantia.
— Para tudo o que ele beber hoje.
— É o meu sugar daddy. — Kei sorriu para o rapaz.
— Garoto… — Enji repreendeu.
— Ah, traga uns petiscos de frango também, por favor. — completou o pedido.
Kei tamborilava os dedos no ritmo da música assim como balançava os pés. Ele estava vestido como sempre: roupas casuais, botas, um colar e pulseiras de correntes de aço e couro trançado.
— Quer dançar, meu rei?
Enji fitou o garoto, queria perguntar se tinha cara de quem dançava, mas a resposta com certeza não seria do seu agrado.
O bartender serviu a garrafa d'água, Kei a pegou e a destampou.
— Pretende ficar bêbado comigo, meu rei? — perguntou antes de virar a garrafa na boca.
Enji não respondeu. Quanto menos tempo ficassem aqui, melhor. Ainda poderiam voltar para o apartamento de Kei e aproveitar a noite de verdade.
— Poxa, veio só me vigiar então?
— Você que me arrastou até aqui.
— Oh. Era melhor eu ter vindo sozinho?
— Não brinque com o perigo, garoto.
Kei riu e deixou a garrafa de água de lado assim que sua margarita foi servida. A bebida tinha uma rodela de limão cortada e um anel de algo branco por toda a borda.
— Quer provar?
— Não.
— Nem se eu passar da minha boca para a sua? — sugeriu fingindo oferecer a taça para um brinde.
— Doente.
— Semana passada você gostou. — Kei deu um gole e fez uma careta lambendo o pó branco dos lábios.
Enji observou atento a língua umedecer os lábios e limpar o branco, lembrou-lhe outra coisa que fizeram na noite anterior. Quis beijá-lo.
— O que foi, meu rei? — Kei sorriu e umedeceu os lábios novamente. — É só sal. — Bebeu mais um pouco. — Não vai dançar mesmo comigo?
— Você vai dançar mesmo?
— Vou. — Kei deixou a taça vazia e fez sinal pedindo por outra. — Eu sou um grande bailarino, não sabia?
O homem mais velho expirou desprezando. Cruzou os braços sobre o peito.
O bartender serviu outra margarita para Kei que a tomou toda num só gole e no final fez uma careta.
— Tem certeza que não vem?
Enji o ignorou.
— Tudo bem. — Kei assobiou e foi andando entre as pessoas para a pista de dança.
Os olhos turquesas seguiram o corpo esguio passando por outros, Kei sorriu para Enji ao chegar na pista de dança e apontou para ele sorrindo. O loiro começou a mexer os ombros, o ritmo seguindo para o resto do corpo e finalmente os pés. Ele parecia leve e descontraído, seus olhos fechados para apreciar melhor a música e movendo os braços de acordo com as batidas, os quadris balançando com fluidez e destreza apenas comprovavam a facilidade com a qual rebolava na cama.
Kei jogou as mechas do cabelo para trás passando os dedos por eles, abriu os olhos dourados e encarou Enji. As íris cintilando no escuro, sorriu com a língua entre os dentes e deu as costas sem parar de dançar.
Enji pendurou os óculos escuros dentro do casaco e voltou a cruzar os braços feito os seguranças lá fora. Kei não parava de dançar, parecia que há algum tempo não saía para fazer isso. Saciava toda a vontade naquela noite. Quanto tempo ele não faz isso?
Passavam quase todas as noites juntos e nas que não, Kei ficava em casa trabalhando e lhe mandando selfies fingindo estar desolado. Enji queria ser um bom para ele, por isso concordou com essa loucura de vir a um distrito noturno “curtir” a noite. O que um boquete de Kei não fazia consigo?
Se sentia um adolescente idiota sendo convencido pelos hormônios. Quando era adolescente não passou por isso.
E aqui parecia haver gente jovem e em muita quantidade. A última vez que ficou cercado de tanta gente de vinte e poucos anos foi ao dar uma palestra em uma faculdade. Ficou extremamente desconfortável. Nenhum daqueles pirralhos teria um grande futuro.
Kei continuava dançando mexendo o corpo de um lado para o outro, quando ele levantava os braços era possível ver uma pequena faixa de pele dos quadris. Se estivessem em um lugar com boa iluminação, Enji poderia ver seus dedos marcados ali.
A música mudava, mas Kei continuava na pista de dança e Enji parado como uma estátua. Várias pessoas vinham para dançar com Kei e iam embora, Enji permanecia atento. Todo mundo parecia fazer isso com todo mundo.
Um rapaz com blusa de moletom se aproximou do loiro, ele tinha cabelos escuros até os ombros e usava tênis casuais. Vários piercings nas orelhas.
Kei a princípio não o notou, estava absorto demais na música, todavia o rapaz continuou chegando mais e mais perto a cada batida, Enji tinha os lábios apertados em desgosto. O rapaz então começou a dançar com Kei que falou alguma coisa que o fez rir e ambos começaram a imitar os passos um do outro e se divertir. Isso era jovem demais para Enji.
O rapaz diminuiu a distância entre os dois ao dobro ficando a poucos centímetros de Kei, chegou perto da orelha dele e sussurrou algo. A mão tocou o ombro do loiro e desceu para as costas até a parte mais baixa da cintura.
Foi a vez de Kei sussurrar algo no ouvido do cara, assim que terminou ele olhou para onde Kei apontou encontrando com um Enji nada feliz.
O rapaz tirou a mão da cintura de Kei, falou algo e se afastou.
Enji continuou vigiando o garoto que dançava sem parar e vez ou outra o chamava com o indicador. Quando ele acabaria e poderiam ir embora?
Um rapaz tomou toda a bebida de um copinho de vidro em um só gole e se aproximou de Kei. Parecia apenas um pouco mais velho, Enji acreditava fielmente que somente ele próprio, exceto os funcionários, devia ter mais de 30 anos naquele lugar.
O cara era ruivo como Enji e seus músculos bem definidos eram visíveis mesmo por baixo da blusa naquela penumbra de cores artificiais. Ele sorriu para Kei e tentava conversar enquanto dava um ou dois passos de dança. Kei deu as costas para ele e ele aproximou-se por trás quase chegando a tocar nos quadris. Enji abriu caminho na multidão.
— Ele está acompanhado. — Enji chegou ali como um raio e tirou as mãos daquela raposa de seu passarinho.
— Quem é você, tiozão? — o cara perguntou irritado e não se deixando intimidar pelo tamanho de Enji já que ele mesmo era também grande. Bombadinho prepotente. Fez o empresário lembrar o porquê construiu uma academia na casa há 20 anos ao invés de ir em uma.
— Saia daqui.
— E se eu não quiser? — desafiou. — Vai fazer o quê? Me bater, tiozão?
Enji deu um passo para frente e diria algo, porém Kei se meteu na frente e com um sorriso casual disse:
— Não é ele que vai te bater, é eu.
O rapaz ficou surpreso com a mudança de atitude do loiro.
— Tá falando grosso, twink?
Kei falou como quem falava sobre o clima:
— Você vai ver outra coisa grossa, se não deixar eu e o meu tiozão em paz. Ninguém quer esse tipo de confusão. — Kei apontou para um canto. — Os seguranças estão de olho, podemos resolver isso lá fora.
— Vai se foder, twink de merda. Deve tá todo folgado já desse cara. — o rapaz ruivo falou antes de sair da pista.
— Graças a Deus. — Kei concordou.
Enji ficou de olho no rapaz, ele pagou a conta e saiu irritado do club. Kei se virou para Enji.
— Uau, meu rei. Que atitude de macho alfa. — Brincou e envolveu os braços no que podia ao redor do pescoço, ficou nas pontas dos pés.
— Hã?
— Você não sabe o que é um alfa? — Kei ria.
— É uma letra grega. — Enji falou sob a música. Kei dava passinhos embalados enquanto o homem permanecia fincado no chão feito uma estátua.
— Também. Mas você não sabia que tem os alfas e os betas? — Kei inclinou a cabeça curioso e travesso.
— Isso é um código para droga?
Kei riu e continuou dançando sozinho:
— Não, é um lance de que existe homens alfas, aqueles que são dominadores, conquistadores, frios e calculistas. E existem os homens betas, aqueles sensíveis, que não são dominadores, conquistadores e sempre jogados na friendzone por mulheres que se aproveitam deles e blá-blá-blá.
— Friendzone? Por que você tá falando em códigos hoje? Eu não quero ter contato com essas gírias de drogas.
Kei riu mais ainda e enfiou o rosto no peito de Enji e sem vergonha alguma esfregou-o nos músculos:
— Tetinhas gostosas.
— Pare com isso. — Enji tentou afastá-lo, porém Kei se manteve firme contra os músculos e se atreveu a inspirar profundamente o perfume da blusa.
Então apoiou o queixo entre o peitoral e disse:
— Mas é sério que você não sabia sobre homens alfas e betas? Você é o típico exemplo de homem alfa que esses caras querem seguir. O cara que consegue tudo o que quer e faz de tudo para isso. Alto, musculoso, rico, poderoso, gostoso pra caralho, pauzudo e tem até a barba! Uma grande inspiração. Vou sentar nela mais tarde.
— Isso parece um monte de porcaria. — Meus filhos me odeiam.
Kei apoiou a bochecha no peito de Enji:
— E é. Veio de um estudo falho, na verdade, da observação de uma matilha de lobos em cativeiro. Mas aí quando o cara foi observar matilhas em ambientes selvagens, viu que tudo que ele falou sobre machos alfas estava errado. Eles não existem. Entende?
— Por que você sabe tanta coisa inútil? — Enji questionou olhando para o loiro.
Kei inclinou o rosto para cima para fitar e sorrir travesso para seu rei:
— É o momento infodump da história.
— Pare de falar gírias de drogas, por favor.
— Vou tentar, mas não garanto nada. Que honra estar com um super alfa. — Kei brincou.
Enji pensou por um tempo enquanto Kei continuava atrelado em si dançando devagar:
— Qual dessas duas bobagens você seria?
Kei riu com a pergunta e respondeu:
— O boçal tem razão. Eu sou um mero twink.
— Essas gírias… — Enji enrugou o nariz por trás da máscara.
— Meu rei… — Kei inclinou a cabeça do jeito que o fazia parecer um passarinho perdido do ninho.
— O quê?
— Eu quero beijar.
— Aqui não. Estamos em público.
— Mas aqui é um club gay.
Mas eu não sou gay, pensou. Poderia mesmo afirmar isso nesta altura? Só de pensar nisso sentia dor de cabeça. Apenas aceitava o que acontecia sem questionar muito.
— Podemos dançar mais um pouco então? — Kei pediu doce. Enji adorava quando ele ficava assim.
— Não estamos dançando.
— Claro. — Kei concordou e então sem desgrudar do corpo de Enji deu às costas para ele. Pegou os grandes braços e colocou-os ao redor da cintura, descansou as mãos sobre as dele. Kei não perdia o ritmo da música.
Enji ficou surpreso com a facilidade que seu passarinho se aninhou contra si e começou a se esfregar nele. Via o topo dos cabelos loiros e se quisesse teria acesso irrestrito ao pescoço se se inclinasse o suficiente. Sentiu o perfume do cabelo e o calor palpitante do corpo dele.
— Você é muito duro, meu rei. — Kei disse. — Siga meus passos.
O loiro desvencilhou os braços da cintura, entrelaçou os dedos nos de Enji e levou as grandes mãos aos lados dos estreitos quadris.
— Faça assim. — Kei balançava-se com suavidade. Enji sentia a bunda e as costas dele contra si ditando os rumos da dança.
Enji permaneceu parado por um tempo, mas o modo como Kei se mexia fazia com que o acompanhasse inconscientemente. Agarrava com um pouco mais de força os quadris do garoto.
— Muito bem. — Kei elogiou de olhos fechados. Encostou a cabeça contra Enji. — Não é difícil.
Enji inclinou-se para sentir o perfume de Kei, acompanhava inebriado o garoto, sem sequer saber qual música estava tocando. Kei aproveitou que o homem se abaixou e virou o rosto para mordiscar sua orelha:
— Está gostando, meu rei?
Era óbvio que Kei sentia o volume na sua calça. Era como se Enji tivesse sido enfeitiçado, cada músculo de Kei lhe prendendo mais no feitiço. Enji tirou o nariz do pescoço do loiro sem se afastar o suficiente para perder o contato com a pele. Sussurrou ao ouvido dele:
— Onde aprendeu isso? — a voz rouca e olhos fechados.
— Ah, não vai querer saber.
— Esqueça todos eles. — Enji mandou. — Você é meu agora. — Mordeu a orelha dele através da máscara.
Kei suspirou sentindo o calafrio percorrer sua coluna e continuou dançando lentamente, aos poucos Enji foi acompanhando seus passos.
Enji não pensava muito, na verdade, sua mente estava ocupada sentindo o perfume e o calor da pele de Kei para sequer pensar. Era como se a multidão dançando ao redor fossem meros componentes do cenário que giravam e desfocavam ao fundo para os dois. As luzes magenta e verde brincavam fazia um jogo multicolor no rosto de Kei e no seu. Todos os ângulos da face forte delineados e destacados como se fosse uma pintura. O nariz como uma navalha. Um deus, Kei pensou.
Mesmo entre todas aquelas cores o dourado nos olhos de Kei perfurava, as pupilas negras dilatadas e os cabelos tão suaves e macios que o menor movimento fazia com que flutassem como plumas. O rosto não transmitia a casualidade de sempre, volúpia brilhava na sua face e em cada músculo do corpo. Não parecia a criatura despreocupada que era. Um demônio, pensou, mas logo se corrigiu, não, um anjo que caiu em desgraça e quer me levar junto.
Não, se corrigiu de novo ao abaixar a máscara para morder o pescoço esguio, já me levou.
Kei oferecia mais o pescoço, sua mão foi para trás da cabeça de Enji, os dedos pressionando a nuca raspada. O homem subiu as mordidas até chegar ao rosto, prendeu o queixo de Kei virando o rosto dele para si, mordeu a bochecha macia. Kei continuava rebolando e segurando sua nuca, os olhos de ambos se encontraram.
Enji sentia a força que puxava os dois, sua respiração ficando mais pesada na medida em que era atraído para o garoto. Os lábios roçaram um no outro, Kei abriu a boca em milímetros, Enji o acompanhou, o loiro gemeu em sua boca, aprofundaram mais o beijo tocando-se mais, então Enji passou a língua no lábio inferior dele e Kei cedou todo o espaço que ele queria.
Estavam se beijando como se beijavam quando transavam há algum tempo. Kei soltou-se do beijo arfando e disse:
— Vamos ao banheiro, meu rei.
— Vamos para casa. — Enji encostou a testa na dele.
Kei concordou.
Desculpem o atraso.
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Obrigado por lerem.
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