Carteira Assinada
Enji estava furioso, não tinha tempo para mandar investigar a mansão em que o cretino do Fujiwara escondia Kei, porém sabia de alguém que poderia lhe contar.
Saiu da empresa a passos largos e apressados.
— De novo aqui? — Mera perguntou o olhando sob os cílios.
Qualquer um diria que não havia passado uma semana, sequer um dia, desde o último encontro deles se não fosse pelo aumento das olheiras gigantes e do tique nervoso na pálpebra direita. A sede da Comissão continuava uma bagunça.
Nenhum dos funcionários estava melhor que Mera que desistiu do terno do paletó e usava somente a blusa branca cheia de manchas de café com a gravata preta frouxa no pescoço.
Ele segurava uma grossa resma de papel e uma caneta que vazava. Mera era a imagem do burnout.
— Diga o preço que quiser. — Enji anunciou.
— Preço?
— É só dizer.
Mera olhou dele para o redor da sala cheia de empregados se descabelando sobre planilhas.
— Peça qualquer coisa. — Enji estava determinado e com o seu bloco de cheques em branco no bolso. — Nunca mais precisará trabalhar se quiser.
Os olhos de Mera eram como de um animal moribundo. Ele abriu a boca, Enji se preparou para ouvir a negativa, mas o que aconteceu foi:
— Eu quero um emprego. — Mera falou.
— O que?
— Um emprego. — Estava sedento, podia ver a cafeína acumulada correndo pelas veias do rosto dele. — Mas não qualquer emprego. Um com todos os direitos. E garantia de cinco anos empregado no mínimo. Só oito horas por dia, cinco dias na semana, décimo terceiro, férias e feriado. Nada de ligações fora do horário de trabalho, mensagens ou trabalho extra nem se for remunerado. Também quero um motorista, detesto dirigir e um advogado excelente que você vai pagar pra eu processar minha ex-esposa e tirar meu cachorro da guarda dela.
Enji não hesitou:
— Feito. Diga onde está Kei.
Mera riu e disse:
— Eu não vou dizer nada até você assinar a minha carteira e contrato com tudo o que eu pedi. Com licença. — Ele se afastou para auxiliar outro funcionário.
Enji nunca ligou tão rápido para seus advogados e o recursos humanos da sua empresa.
A cada dia estamos mais perto do final! Será que o reencontro vai acontecer? O que estão achando até aqui?
Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios.
Até logo!
Bjinhus!
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