Abrindo as portas do depósito
Mera assinou o contrato e foi a primeira vez que viu ele sorrir. Parecia um viciado com droga nova. Enji ficou surpreso com o valor que Mera recebia da Comissão, era bem alto e claro que Enji teve que cobrir e dar um bônus de "boas-vindas".
Assim que ele assinou o contrato recolheu seus pertences e disse para os outros funcionários confusos que nada mais daquilo era problema dele.
Enji não estava aliviado, seu coração disparava no caminho, ele mesmo dirigiu o carro até o endereço no centro da cidade. A numeração que Mera lhe deu estava correta, Enji entrou no prédio.
O lugar tinha luzes brancas fortes, pessoas andando pelo local entre as araras. No meio da loja, um pequeno grupo de colegiais em uniformes cercava um rapaz loiro sorridente.
— Kei-san! — uma delas falou empolgada. Todas pareciam excitadas com a presença dele.
— Pode me chamar só de Kei. — Ele sorriu casual coçando o topo da orelha.
As meninas soltaram risinhos nervosos.
— Você é tão lindo, Kei!
— Obrigado. Você também é.
Elas só faltaram desmaiar, Kei sorriu ainda mais. Ele vestia uma camisa branca, calças jeans e sapatos estilo Adidas. Usava algumas pulseiras douradas e prateadas assim como uma corrente no pescoço. Seria um visual simples se quem usasse não fosse Kei. Ele parecia pronto para uma sessão de fotos.
— É tão injusto o que fizeram com você! — outra menina comentou. — Tenho certeza que logo verão a pessoa incrível que você é!
— Espero que sim.
— Nós vamos divulgar muito a loja online! Mirko falou das roupas na internet! Não se preocupe! Você vai mostrar o rosto no próximo post?
Kei direcionava toda sua atenção para as três meninas:
— Não sei, acho que vai depender do número de...
Só percebeu Enji se aproximar quando esse fez sombra perante as colegiais e si mesmo.
— Kei. — o homem afirmou.
— Enji? — As pupilas contraíram naqueles núcleos dourados que Enji tanto sentia falta.
As meninas ficaram na defensiva para o loiro.
— Quem é esse tio? — Praticamente sibilaram para o empresário gigante vestido com um casaco e blusa de gola alta.
Kei se recompôs e sorriu para elas:
— É um amigo meu. Não querem ver a nova coleção de saias? Acabaram de chegar. — o garoto era puro charme intocável.
As estudantes estreitaram os olhos para o empresário e seguravam seus celulares como se fossem armas. Enji estava no território delas e elas sentiram-se ameaçadas com a presença.
— Preciso conversar com o meu amigo rapidinho. — Kei sorriu simpático de um jeito que Enji jamais seria. — Vocês ficaram mais bonitas na coleção anterior, tenho certeza que ficarão muito mais nessas.
Kei só precisou dizer isso para elas se derreterem.
— Você vai ficar bem mesmo? — perguntaram preocupadas.
— Claro, minhas clientes preferidas não precisam se preocupar. — Kei era o sinônimo de charme. Ele era como um idol para elas.
As estudantes deram uma última olhada ameaçadora para Enji e partiram, mas ele ainda sentia os olhos delas cravados em suas costas quando iam para o expositor.
— Kei. — Enji repetiu com os braços cruzados sobre o peito.
— Você veio comprar uma calça? Posso chamar outro vendedor para atendê-lo. — Kei indicou, ele não usava mais o anel do professor.
— Não vim pra isso.
As sobrancelhas dele arquearam.
— Ah. É.
Ambos ficaram em silêncio, então Kei continuou:
— Se você veio aqui gritar comigo e tudo mais, pode ser no depósito? A loja de Tsunagu não tem nada a ver com essa história. Não quero espantar a clientela.
— Não vim pra isso.
— Não? — Kei ficou surpreso. — Você quer a corrente de volta? Porque eu não vou devolver. — Colocou as mãos nos bolsos da calça. — É minha.
A calça tinha um corte muito bom, mostrava um pouco dos quadris de Kei e seguia rente sem apertar as pernas dele. A lavagem era de um azul claro e o cinto era mais decorativo do que útil.
O cabelo de Kei estava curto, não pareciam mais longas plumas e sim pequenas penas organizadas com negligência. Por estar mais perto percebeu que Kei tirou totalmente o cavanhaque e todo o seu rosto estava livre de qualquer traço de barba fazendo ele parecer bem mais novo. Dezoito anos no máximo.
Mas não foi isso que surpreendeu Enji e sim a mancha que parecia vir da parte de trás do pescoço esguio e subia pelo maxilar pelo canto esquerdo do rosto. Era a cicatriz de uma queimadura.
Enji esticou a mão para tocá-la quando Tsunagu chegou limpando a garganta.
— Boa tarde, Sr. Todoroki. Algum problema? — Ele se colocou entre os dois. Pronto para defender o amigo.
— Vim falar com Kei. — Enji recolheu a mão. — Algo importante.
— Você deseja falar com o Sr. Todoroki, Kei?
Kei olhou de Tsunagu para Enji:
— Não vejo problema.
— Muito bem. Gostariam de ficar a sós?
Enji diria tudo para Kei ali mesmo se esse não tivesse falado:
— Nós vamos para o depósito. — Apontou a direção.
— Me chame se houver algum problema.
— Sim. — Kei concordou meneando e indicou com o queixo para Enji segui-lo.
Eles cruzaram a loja, entraram por uma porta que dava direto para um pequeno corredor com um lance de escadas no fundo que subia dando em outra porta. Kei digitou a senha e a abriu. Enji foi logo atrás dele.
— Aqui é o depósito. — Kei falou ao parar no centro do cômodo cercado por caixas de papelão que iam quase até o teto. O local tinha alguma fonte de luz natural vindo de algum lugar.
Enji reparou em uma cama com lençóis e travesseiros entre as caixas empilhadas.
— É minha. — explicou. — Não queria mais incomodar Tsunagu na casa dele e eu não preciso pegar carona.
— Você está aqui. — Enji afirmou.
— É. — Kei meneou. — Onde mais eu estaria?
— Fujiwara.
— Ah.
Compreensão iluminou os olhos de Kei e depois vergonha como se tivesse sido exposto fazendo algo embaraçoso. O loiro vivia andando nu pelo apartamento e nenhuma das vezes fez uma expressão assim.
— Minhas contas foram bloqueadas para investigação — explicava — Eu também não recuperei ainda minha autonomia financeira, estava sem muito dinheiro e sem Tsunagu provavelmente em alguns meses eu não saberia o que fazer.
— Poderia ter vindo falar comigo.
Kei riu meio incrédulo, não pela possibilidade de pedir dinheiro para Enji, e sim desse lhe dar. Havia outras coisas em jogo também.
— Eu sou muito otimista, mas não tanto quanto nesse nível. — Kei respondeu. — Seria muito humilhante e você não deixaria sequer eu cruzar a entrada da empresa.
— Poderia ir a minha casa.
— Acho que daria no mesmo, não? Seria muito humilhante.
Enji sabia que Kei estava certo.
— Mas eu tô bem agora — Kei olhou para as caixas empilhadas. — O negócio de Tsunagu tá dando certo, em breve conseguiremos cobrir as despesas iniciais. Esse aqui é o sonho dele.
— Fujiwara comprou uma mansão pra você. — Enji disse de repente.
Kei parou de falar e ficou boquiaberto:
— Essa parte eu não sabia.
— Todo mundo sabe.
— Que ele comprou uma mansão pra mim? — Kei apontou para si mesmo.
— Que ele comprou uma mansão.
— Bom, você deve tá certo. Ele me ligou algumas vezes.
— Por que não atendeu as minhas ligações?
— Você me ligou?
Enji não teve tempo de responder, Kei começou:
— Eu perdi meu celular no sequestro e ele ligou para o celular de Tsunagu para falar comigo.
O garoto não viu necessidade de explicar mais.
— Pensei que estivesse em algum lugar com Fujiwara. Na mansão.
— Seria bom ter uma mansão... não vou negar. — Kei trocou o peso do corpo de um pé para o outro.
— Ele deixou claro que tinha um caso com você.
— Sim, foi rápido — Kei continuava trocando o peso. Parou — antes da... você sabe... da gente.
— Você dormiu com Fujiwara para conseguir um contrato.
— É. — Kei concordou.
— Falaram sobre Sadahiro e Fujimoto.
— É.
Enji se aproximou um passo:
— Fujiwara comprou uma mansão pra você. — Deu outro passo.
O que incomodava Enji era saber que seu passarinho preferiria viver na miséria por aí e talvez se jogar nos braços de Fujiwara ao invés de lhe pedir ajuda só para não lhe incomodar, e também que Kei não estava errado ao pensar assim.
Kei encolheu os ombros, não tinha muito o que falar. Talvez ele não fosse com o empresário, não havia como Enji saber.
— Diz o que quer. — Kei pediu. — Não aguento mais essa ansiedade.
Os brincos que deu para ele não estavam em nenhum lugar para serem vistos. As orelhas sem qualquer acessório além dos furos vazios.
O empresário aproximava-se da figura franzina de Kei comparada a sua.
— Seu pai está preso, sua mãe sumiu, o contrato com a Comissão acabou, toda a sua vida foi exposta em rede nacional e na internet, tem um homem rico atrás de você e você não tem um centavo.
— Nossa, você não brinca em serviço mesmo. Não é como se eu pudesse esquecer de tudo.
A sombra do homem cobriu Kei.
— Você não me merece e eu quero arruinar a sua vida. — Enji afirmou.
— Tsunagu não tem nada a ver com essa história. — Kei falou determinado. — Ele só quis me ajudar. Tudo bem você querer me ver na merda, mas Tsunagu não tem culpa do que eu fiz. Eu posso ir embora agora se nada for afetar ele. — O loiro daria a volta para ir à saída.
— Kei. — Enji segurou seu braço. Sua mão envolvia-o com facilidade.
— Tsunagu não fez nada. — Kei estava determinado.
Enji pressionou mais o aperto:
— Tudo o que conhecia acabou e você tá aqui tentando recomeçar sem hesitar.
— Eu só quero resolver meus problemas. Nada demais.
— Ainda tentando ser melhor pra si e para todo mundo. Você não me merece.
— Eu sei. — Kei desviou os olhos, Enji estava muito próximo e seu braço agarrado ficou tenso.
O homem usou mais força e continuou sem exigindo que Kei retribuísse o olhar:
— Preste atenção, garoto.
Kei ergueu o os olhos e os manteve firmes. Enji continuou:
— Há pessoas que não merecem perdão. Com certeza tem alguém melhor para você por aí e eu quero ele bem longe.
— Espera, o quê?
— Deve ter alguém da sua idade por aí que vai te fazer feliz, dar tudo o que você merece e melhorar sua vida. Eu só vou arruinar a sua vida, não vamos ficar velhos juntos porque provavelmente quando você for idoso eu já terei morrido.
— Hã? — Kei não entendia nada do que estava acontecendo.
— Estraguei a vida de todas as pessoas ao meu redor, metade dos meus filhos me odeia. Sou divorciado. Não sou paciente, jovem o suficiente ou divertido. E mesmo sabendo que eu também vou estragar a sua vida, sou egoísta porque ainda assim eu quero ficar com você.
— Isso é sério? — Kei olhava ao redor procurando câmeras escondidas de uma possível pegadinha.
— Sim, é. — Enji respondeu convicto. — Me deixe arruinar a sua vida, Kei.
O loiro ficou estático, não soltou nenhum ruído. Enji estava muito nervoso porque ele mesmo não se daria essa chance. A boca de Kei foi se abrindo devagar, contudo não saía nenhum som. O garoto estava boquiaberto. O rosto de Enji ruborizava mais a cada segundo, sentia que a cabeça explodiria a qualquer tempo.
Eu deveria ter ensaiado algo pra dizer! Se repreendeu ao ver o garoto ainda estático. A própria respiração pesava.
Ouviu um estalo.
— É claro! — Kei bradou feliz. —Minha vida é sua pra fazer o que quiser, meu rei! — E se jogou no pescoço de Enji.
O nó na garganta e no peito do homem mais velho se desfez. Respirou aliviado. Todo o peso que lhe empurrava para baixo foi solto.
— Eu te amo! — Kei sorria como nunca pendurado no seu pescoço. — Te amo! Te amo!
Kei se afastou um pouco para fitar o rosto de Enji, o sorriso do loiro chegava de orelha à orelha. Enji ainda segurava seu braço entre dois. Soltou e levou a mão à bochecha de Kei, acariciou a cicatriz ainda vermelha e desceu até o queixo agora liso sem o cavanhaque. Inclinou o rosto dele para si. Kei fechou os olhos em êxtase e ambos aproximaram as bocas.
Os lábios de Kei continuavam macios e então Enji teve a verdadeira dimensão de quanto sentiam a falta um do outro. Seu coração palpitava apenas pela respiração quente do seu passarinho contra a sua.
Colocou a língua na boca de Kei assim que teve a primeira abertura e para a sua surpresa o garoto fez o mesmo. A boca dele continuava quente e sedenta. Ah, como tinha saudades do seu passarinho.
Kei agarrava-se a si como quem se agarrava a própria vida. O braço livre de Enji envolveu a cintura de Kei trazendo-o mais perto. Enji queria explorar sua boca tudo de novo. Apertou-o mais contra si até que nenhum dos dois conseguisse respirar.
O loiro lhe empurrou sem afastar o corpo sequer um centímetro. Ambos ofegantes. Os olhos dourados dele cintilaram, queria falar algo, mas assim que abriu a boca, Enji a tapou com a sua.
Kei deu alguns passos para frente o que fez Enji retroceder outros. Era como se o garoto quisesse mergulhar mais nele mesmo com zero distância entre eles. As panturrilhas de Enji bateram em algo, era a cama que Kei usava, deixou que ambos caíssem ali.
A cama gemeu sob o peso, mas eles não soltaram um ao outro nem por um segundo. As mãos de Kei pressionavam a nuca de Enji e deslizavam pelo grosso pescoço sentindo o calor do homem. O corpo dele sobre o seu aumentava sua temperatura ainda mais quando uma das pernas de Kei friccionava entre as suas sem querer. Ele estava feliz demais para perceber.
Enji segurou um dos lóbulos de Kei onde uma parte do par do brinco deveria estar, mas a perna de Kei não parava, a felicidade dele aumentava exponencialmente a cada segundo. As mãos inconscientemente serpentearam para as costas do garoto, depois para a cintura e por fim a bunda. Kei gemeu em sua boca e a ereção de Enji que formava se ergueu mais um pouco.
O loiro tirou os sapatos apressado sem as mãos, jogou-os para algum lugar das caixas e moveu as pernas completamente para a cama. Apoiou-as nos lados dos quadris de Enji.
Kei se afastou do beijo e olhou para ele com as bochechas e os lábios inchados e vermelhos. Sua respiração era pesada e o cabelo bagunçado, mas não longo o suficiente para cair sobre a testa e cobrir seus olhos. Enji acariciou e envolveu a cintura dele percebendo que ele estava mais magro que o normal. Foram os meses de hospitalização. Também percebeu que o desejava mais que o normal. Suas respirações estavam no mesmo compasso.
Ele sentou nos seus quadris sentindo o volume na calça de Enji. Esfregou-se contra ele com força arqueando as costas e deixando escapar gemidos agonizantes. Enji também se esfregava contra ele no mesmo ritmo, suas mãos firmes nos quadris estreitos. Arfava.
De repente, Kei parou. Enji ficou confuso e frustrado, sua ereção começava a doer contra a bunda dele. O loiro pegou a blusa e a tirou em um só movimento, ela também foi parar em algum lugar em meio as caixas. Kei voltou a se esfregar contra Enji, jogava a cabeça para trás e Enji via todo o tronco dele exposto enquanto galopava em si. A frente da calça jeans de Kei também tinha um volume apertando o tecido. Enji pressionou a ponta de ereção com a palma e Kei gemeu alto.
Enji continuou pressionando e os gemidos de Kei mudavam a cada toque, a parte da calça em que a ponta estava criou um pequeno ponto úmido. A outra mão de Enji subiu pelo tronco de Kei e beliscou um dos mamilos, o pau de Kei sempre contraía levemente em reflexo para o lado ao fazer isso. Kei gemeu.
As duas mãos pararam no peito de Kei apertando seus mamilos e fazendo com que rebolasse mais sobre o volume da calça. As correntes que ele usava brilhavam na pele delineada da clavícula.
Kei parou de rebolar, inclinou-se para Enji e pôs as mãos sobre o peito dele apalpando os músculos destacados sob a blusa escura. Selou os lábios nos dele. Seus dedos rastejaram para dentro da blusa de Enji, arfou ao tocar a pele diretamente.
Enji com o indicador e o polegar apertou mais o mamilo de Kei enquanto a outra mão foi para a bunda dele. Os dedos deslizaram para a costura entre as nádegas e apertaram esfregando o centro.
Um som excitado saiu da garganta de Kei. Um igual deixou a garganta de Enji.
Agora pressionavam e deslizavam os paus dentro da calça contra o outro. Kei apoiou o rosto no seu ombro, a maciez dos seus cabelos cortados massageavam sua bochecha. Kei não cheirava mais ao mesmo shampoo, o atual era mais refrescante e havia um leve aroma de algodão. Não queria que mais ninguém conhecesse esse perfume. Mergulhava o nariz nas mechas de Kei inspirando profundamente. Esticou a língua para o topo da orelha dele e a mordeu com a ponta dos dentes enquanto pressionava mais com os dedos entre a bunda de Kei.
Kei virou o rosto extasiado enquanto apertava os músculos de Enji e lhe beijou novamente. A língua acariciando a sua.
Então levantou a parte superior do corpo e depois os quadris, Enji viu que os mamilos dele estavam inchados pelos beliscões. Kei ofegante desabotoou a calça jeans e abriu o zíper, a ereção por baixo da cueca ficou ainda mais visível e ele estava louco para se livrar das roupas.
As mãos foram para a cintura da calça para empurrá-la para baixo, mas Enji agarrou seus pulsos e afastou-os da calça. Kei ficou surpreso por meio segundo pois Enji não lhe deu mais tempo, em um movimento rolou sobre a cama invertendo as posições. Agora Enji estava em cima e Kei embaixo.
Kei riu.
— Senti sua falta, meu rei.
Enji olhou para seu passarinho feliz deitado sob si e respondeu:
— E eu a sua.
O peito de Kei subiu e desceu de alegria e seu sorriso cresceu. Beijaram-se.
Os dedos deles se entrelaçaram. As mãos de Enji cobriam as de Kei totalmente.
Então Enji terminou de tirar a calça e a cueca de Kei. Seus beijos foram descendo do pescoço dele aos ombros, dos ombros ao peito, do peito à barriga, da barriga ao ventre onde os ralos pelos dourados guiavam para a base do pau rosado ereto.
Enji beijou a glânde para depois sugá-la e desceu a até a base. As costas de Kei arquearam e ele lhe agarrou pelos cabelos vermelhos. Enji chupava subindo e descendo sem nenhuma dificuldade, sentia a pressão contra a própria calça aumentar na medida em que o pau de Kei pulsava na sua boca e o loiro não controlava mais os gemidos.
O pau enrijeceu ao máximo e Enji sentiu o gosto de porra atingir a língua e o palato da boca. Ficou ali até Kei gozar por inteiro e não deixou nenhuma gota escapar.
— Continua com gosto horrível. — falou com o sêmen na boca.
Kei ofegava de pernas abertas e puxou Enji para cima. Envolveu os braços ao redor do pescoço dele e abriu a boca para a sua. Kei sugaria todo o sêmen da sua língua se Enji não tivesse o parado e engolido metade:
— Ainda horrível.
Kei deu um risinho.
Enji tirou o casaco e a blusa enquanto Kei lhe observava. O garoto soltou um suspiro ao ver os músculos. Enji descartou os sapatos e as meias sem sair de cima de Kei. Apoiou os dois braços nos lados dele e o beijou. Tinham ainda o leve gosto de porra nas línguas.
Kei traçava os músculos de suas costas com os dedos e as mãos ansiosas não sabiam onde agarrar. Ele se esfregava contra o volume na braguilha de Enji e logo voltou a ficar duro.
O homem se afastou desafivelando o cinto, desabotoando a calça e abrindo o zíper. O elástico da sua cueca tensionava ao máximo, Kei com os pés puxou a calça e a cueca para baixo. Sentiu a ereção dele bater na sua.
Enji tirou por completo as roupas presas em seus joelhos e subiu na cama envolvendo a ereção de Kei e a sua com a mão. Logo Kei se juntou a ele e começaram a se masturbar juntos. Os quadris deles trabalhavam no mesmo ritmo, Enji em breve gozaria, Kei estava lhe deixando louco. Queria gozar na barriga dele, no pau, na cara... Enji parou.
— Hã? — Kei no êxtase ficou sem entender o porquê ele parou.
O homem soltou o próprio pau agarrando somente o de Kei e voltou a descer a cabeça entre as pernas dele. Um pouco a baixo das bolas dele havia o períneo e depois o ponto rosa que tanto gostava. Passou a ponta da língua ali. Em reflexo, Kei tentou fechar uma perna, mas Enji a segurou forte e continuou a lamber o lugar. Pressionou contra a entrada que contraiu e depois relaxou.
Essa parte dele se abria como sempre fazia quando era com Enji que continuava o masturbando como se quisesse ordenhar-lo.
Kei estava relaxado, mas não era o suficiente. Levou o indicador e o médio para a boca dele, Kei chupou sem hesitar e lambuzou enquanto fitava Enji. Uma fina linha de saliva ficou entre os lábios de Kei e os dedos de Enji quando se separaram.
Enji conseguiu enfiar o médio sem problemas, o interior de Kei era quente e apertava-se no seu dedo engolindo-o. Apertou o indicador contra a entrada e também conseguiu entrá-lo. Vasculhou ao redor, Kei se contorcia e se contorceu ainda mais quando Enji encontrou o ponto. Agarrou os lençóis com força.
Queria muito foder seu passarinho. Enji não tirou os dedos de dentro de Kei e voltou a beijá-lo enquanto esfregavam o pau um no outro. Kei se contorcia toda vez que Enji apertava o ponto.
— Por favor, meu rei... — Kei pedia com a voz quase chorosa. — Por favor...
Enji continuava apertando quando disse:
— Eu não tenho lubrificante.
Kei virou de bruços de repente e se arrastou para a cabeceira da cama, entre ela e o colchão tirou um pequeno tubo branco. Lubrificante. Virou de peito para cima.
— Por que você tem isso? — Enji perguntou desconfiado.
— Não dá pra enfiar o dedo direto — Então ele desviou o olhar envergonhado —... e eu me senti meio sozinho...
— Pobre passarinho...
— Pobre de mim. — Kei concordou. — Minha solidão vai acabar?
— Vai sim. — Enji mordeu e sugou o pescoço dele ao pegar o lubrificante.
Abriu a tampa com o polegar e pressionou a ponta aberta na entrada de Kei.
— Ah, gelado!
Os dedos penetraram com muito mais facilidade e Enji espalhou o líquido pelas paredes de um Kei que já gemia.
Enji ficou de joelho na cama e espalhou uma grande quantidade de lubrificante sobre o pau, não conseguia aguentar mais, o pau latejava de tanto desejo que chegava a doer.
Jogou tubo de lado e puxou o corpo de Kei pelas coxas para mais perto. Posicionou o pau bem na entrada e empurrou tudo de uma vez até a base.
O alívio lhe fez gemer, Kei grunhiu alto e lágrimas brotaram de seus olhos. Enji respirou fundo e não deu tempo para o loiro se recuperar. Começou a arremeter com força e velocidade, podia ouvir suas bolas batendo contra a bunda dele e os sons molhados que o lubrificante fazia nos movimentos.
— Enji! Enji! Enji! — Kei choramingava de prazer quase gritando.
O homem desceu o rosto para o peito de Kei deixando marcas por onde passava até chegar aos mamilos e chupá-los com os dentes. Seus quadris não paravam e nem os de Kei.
Mesmo com todo aquele lubrificante, Kei lhe apertava e sugava com avidez sempre se contraindo quando Enji tirava um pouco para empurrar mais. As pernas dele envolveram sua cintura pressionando-o com força. Enji estava tão metido em Kei que mal podia ver a base do próprio pau entre os pelos vermelhos, mas o de Kei estava logo ali duro, rosado e derramando pré-gozo transparente sobre a barriga.
Enji segurou os ombros de Kei e o empurrou com força contra o pau. Jurou que um grito abafado saiu da boca do garoto. O beijou em seguida.
A cama dobrável rangia sobre os dois e Enji estava pouco se fodendo se ela quebraria ou não. Kei não parecia se importar muito também.
Suas mãos foram para a cintura do garoto e o barulho de suas bolas batendo na bunda de Kei apenas intensificaram. Os lençóis da cama estavam uma bagunça. Enji agarrou o rosto dele e lambeu onde havia a cicatriz.
Soltou e saiu de Kei para virá-lo de bruços. O loiro choramingou e Enji não entendeu.
Então, Kei de bruços apoiou os joelhos no colchão elevando a bunda e abaixando a cabeça nos lençóis. Suas mãos foram para as nádegas abrindo-as para mostrar o centro avermelhado, inchado e cheio de lubrificante. O buraco piscava tentando fechar após o tamanho de Enji.
— Por favor, meu rei — Kei pedia com a voz subserviente e lágrimas saindo dos olhos — Me fode. Senti tanta sua falta... me fode por favor.
Enji enfiou todo o pau de uma vez, as costas de Kei arquearam e seus pés curvaram. Ele babava contra os lençóis, os polegares de Enji cabiam exatamente nas covinhas na base das costas dele, seu aperto era forte.
Os lençóis impediam Kei de gemer, Enji levou a mão à boca dele abrindo-a pela bochecha. Os gemidos saíam molhados e a língua de Kei passava por seus dedos fazendo com que ele babasse ainda mais. Kei agarrava os lençóis.
Mais algumas estocadas e Enji gozou. Sua mente ficou em branco com o jato, pelo modo como Kei se apertava contra si, ele também estava gozando. Enji acariciou o ventre dele certo de que ali era onde a sua porra deveria estar. Beijou a nuca de Kei ainda não acostumado com a sensação que o cabelos cortados rente lhe causava.
Kei estava com o rosto ruborizado quando virou para si e sem pestanejar se inclinou para seu pau ainda mole e molhado de lubrificante. Kei segurou com cuidado e inspirou o cheiro, começou a sugar a ponta e brincar com o saco massageando-o.
Saiu da ponta e desceu pela extensão sugando pontos específicos em que as veias se destacavam até chegar a base e sugar as bolas.
O pau de Enji estava no rosto de Kei tapando uma parte, podia sentir a sobrancelha dele. Kei levou as duas mãos à extensão e movia-as para cima e para baixo durante a massagem nas bolas com a língua. Quando o pau voltou a enrijecer, Kei batia ele contra o rosto excitando ainda mais Enji.
Kei voltou a chupar a ponta, pressionava ela contra a parte interna da bochecha até ela sair da boca com um estampido. Na quarta vez, Enji não aguentou e guiou a cabeça de Kei para sugá-lo direito.
Kei só conseguia chegar até um pouco antes da metade sem engasgar, chupava com afinco, os dedos de Enji estavam no seu cabelo. Kei pressionou mais as mãos dele ao avançar até a base acomodando boa parte do pau na garganta. Seus olhos dourados perfuraram Enji enquanto a boca esticada estava ao redor do pau. Kei estava quase para engasgar, mas apertou mais as mãos de Enji que entendeu o recado.
Sem piedade, Enji forçou a cabeça de Kei até a base e empurrou de volta para a ponta. Fez diversas vezes até o garoto começar a lacrimejar e tossir no seu pau, Enji quis soltá-lo, mas Kei não deixou e segurou as mãos deles para que continuasse até gozar.
Enji colocou a boca dele na base ao gozar e o libertou assim que terminou. Kei tossia enquanto seu corpo dava espasmos e seus olhos choravam. Assim que se acalmou, ele apoiou as mãos no colchão e abriu a boca para mostrar a Enji o trabalho que fizeram. A boca dele estava cheia de branco. Kei mastigou e mostrou de novo o sêmen.
— Bom menino. — Enji elogiou.
Kei bebeu tudo em um só gole e exibiu a língua para Enji novamente.
— Muito bom menino.
O loiro sorriu e envolveu os braços no pescoço de Enji, aproximou-se e sentou em seu colo com as pernas abertas ao redor do homem.
Enji acariciou uma das nádegas de Kei e com cuidado desceu para abrir ele com o indicador e o médio. Seu sêmen escorreu para fora nos dedos e na palma.
— Nãooooo... — Kei reclamou.
O homem pegou o sêmen e usou como lubrificante.
— O que você quer fazer, passarinho? — sussurrou ao ouvido dele.
Sentiu o sorriso dele na própria orelha quando sussurrou de volta:
— Quero que me encha de porra, meu rei.
Ao ouvir as palavras de Kei, algo estalou dentro de si e Enji beijou-o com afinco inclinando-o para a cama.
Enji fez Kei cavalgar em si enquanto guiava os quadris dele com as mãos, pegou-o de lado apoiando uma das pernas no seu ombro, ficaram de joelhos na cama as costas de Kei grudadas em seu peito onde pode morder e lamber a orelha dele durante as arremetidas ao mesmo tempo que o segurasse pela boca, colocou-o de bruços na cama com travesseiros sob a barriga e pernas bem fechadas ao descer todo o corpo metendo com força. Fizeram muitas posições e no final voltaram para a primeira.
Gostava de ver seu passarinho sob si gemendo e chorando, adorava quando ele implorava por mais ao mesmo tempo que não aguentava por muito tempo em certas posições o seu pau porque gozava muito rápido, admirava extasiado o que Kei podia fazer com a boca e o quanto aguentava tanto tempo de sexo e mesmo assim pedia mais.
Os braços de Kei lhe abraçavam ao contrário das pernas abertas que lhe recebiam. O ranger da cama agora era tão normal quanto os seus gemidos e os gemidos de Kei. As mãos e pés de Enji lhe davam impulso para arremeter, o sons úmidos ecoavam por todo o local, seus corpos estavam cobertos e brilhantes por uma fina película de suor. Kei estava cheio até a borda de seu sêmen, a bunda dele se contraiu, a entrada muito inchada e vermelha, pareciam animais transando sem saber quando parar, porém Enji sabia que essa seria última vez que gozaria em Kei hoje e Kei também. O garoto lhe sugaria mesmo até a última gota.
Kei contraiu mais, Enji não aguentaria. Suas mãos agarraram os pulsos de Kei prendendo-os contra a cama, subiu-as e entrelaçou os dedos nos deles. Gozariam juntos. O garoto abriu a boca soltando o longo gemido e Enji grunhiu. Gozaram juntos.
Kei transbordou, o sêmen escorreu para fora dele e o pau rosado disparou o próprio líquido branco sobre a barriga. Enji saiu de cima de Kei deixando o lençol branco cobrindo apenas a pélvis e o pau. Não soltou a mão dele. Os dois arfavam ofegantes lado a lado. Enji estava surpreso pelo tanto que fizeram, encarou o teto e ficou mais surpreso que fizeram tudo isso no depósito de uma loja em funcionamento no horário comercial. Alguém ouviu? Enji se importava mesmo com isso?
A luz natural do lugar estava diferente.
— Que horas são? — Kei perguntou e se esticou para fora da cama para ver se horas no celular no chão. — Se passaram quatro horas?!
Ele se deixou cair na cama frustado por ter deixado Tsunagu na mão na loja. Mas não durou muito, rolou sobre a própria barriga e perguntou para Enji:
— Você vem amanhã?
Enji virou o rosto para seu passarinho e disse:
— Vou ficar aqui hoje.
Kei sorriu alegre, Deus, como era bom ver Kei feliz, queria o ver assim sempre.
— E vai embora amanhã? — Kei perguntou. — Aqui tem chuveiro. — sugeriu.
— Por que você não vem comigo amanhã?
— Para onde?
— Pra minha casa. — Enji não gostava de Kei dormindo em um depósito por mais que ele quisesse isso. — Ou para o seu apartamento, se você quiser.
— Eu vou pra onde você quiser, meu rei! — Lhe deu um beijo e depois lambeu os próprios lábios. Apoiou o peso nos cotovelos. — Mas eu não posso voltar para o apartamento.
— Não consegue pagar o aluguel?
Kei riu:
— Não.
— Ele é da Comissão?
— Também não.
— Por que não pode então? Por que está aqui?
— Aqui não é tão ruim.
— Aqui é um depósito.
— Você curtiu bastante ser um depósito. — rebateu.
Enji desviou o olhar. Kei sorriu de novo e começou a explicar:
— O apartamento é meu. Não é alugado. Mas quebraram toda a mobília dele, só umas roupas sobreviveram, se eu voltasse para lá teria que dormir em cima de três casacos, uma calça e usar um tênis de travesseiro. Aqui eu tenho um banheiro, essa cama que comprei numa promoção de zerar estoque — ele sacudiu-a um pouco — e todas essas caixas. Além do que aqui perto tem umas barraquinhas que vendem todo tipo de comida muito barata.
— Você acha isso bom?
— É melhor que nada. Tsunagu queria que eu vivesse com ele até minha vida ajeitar, isso seriam muitos anos. Daqui a algumas semanas vou ter conseguido juntar dinheiro para comprar um mini freezer e aqui será praticamente o paraíso. Só preciso controlar os gastos com frango.
— Um hotel tem mini freezer.
— Mas não tem todas essas caixas. — Kei indicou divertido.
Kei não parava de lhe olhar encantado, Enji fazia o mesmo.
— Vai mesmo ficar? — ele perguntou novamente.
— Vou. — Enji acenou concordando.
Kei sorriu.
Continuaram deitados por alguns minutos lado a lado se observando. O rosto de Kei não estava mais vermelho como antes e seu cabelo amassado contra o colchão. Seus pés tocavam e massageavam um ao outro, os dedos de gostavam de puxar os seus.
— Quer tomar banho primeiro? — o loiro perguntou. — O chuveiro é apertado.
Enji tomou banho antes de Kei e sentado na cama com a toalha nos ombros e gravando no celular o novo número de Kei, viu ele deixar o pequeno banheiro com a toalha na cabeça. A pele estava corada pelo banho quente, mas a vermelhidão da bunda não era por esse motivo.
— Tenho que me desculpar com Tsunagu. — Kei falou abotoando as calças.
— Vou com você. — Enji levantou e ligou para o número novo de Kei só para testar. O celular do loiro vibrou no chão e ele guardou-o no bolso.
Tsunagu reparou nos cabelos molhados dos dois e como era um cavalheiro não disse nada. Apenas falou após Kei se desculpar pelo atraso:
— Vocês parecem ter resolvido boa parte dos seus empecilhos. — Ele limpou a garganta. — Divirtam-se e tomem o tempo que precisarem. Eu cuido da loja por hoje, Kei.
Kei sorriu e agradeceu contente. Enji sentiu o rosto ficar um pouco vermelho e expirou tentado se livrar do constrangimento.
— Quer comer alguma coisa, meu rei? — Kei se virou e perguntou animado.
O garoto lhe guiou entre as ruas do centro até acharem uma pequena loja escondida entre prédios comerciais. Kei entrou nela sem hesitar.
— Olha quem chegou! O bonitão! — o dono cumprimentou alegre.
— E aí? — Kei sorriu de volta como se fossem velhos conhecidos e sentou numa das cadeiras do balcão.
A loja não estava cheia, com excessão de algumas pessoas em uniformes de limpeza que comiam quietos em um canto.
— Duas tigelas, por favor. — Kei sinalizou.
Enji sentou-se do seu lado, o grupo de limpeza olhou para as roupas sociais que o homem usava, certamente não estavam acostumados, mas logo ficaram entediados e voltaram toda atenção em comer.
— Quem é esse homem chique? Algum tio seu? — O dono serviu Kei um pouco de saquê sem que ele pedisse. — Seu pai?
O nariz de Enji enrugou. Kei riu e disse antes de beber:
— Um amigo meu.
— Amigo, é? Um amigo de Kei é um amigo meu! — Serviu saquê para Enji também.
— Miura não assiste muita televisão. — Kei explicou assim que o homem deu as costas com a garrafa de saquê.
Enji bebeu um pouco do saquê barato, sentiu-se observado e olhou na direção. Entre o grupo de limpeza havia um homem jovem encarando sem que os outros perceberem, ele não olhava para Enji e sim Kei no seu lado. É claro. Onde Kei fosse haveria alguém assim. Até mesmo em uma izakaya barata escondida no centro da cidade.
Ficou feliz por ter voltado a tempo, senão seria aquele cara com Kei ali e não Enji.
Miura, o dono do restaurante, trouxe as duas tigelas de lámen praticamente fervendo.
— Você vai ficar até os estudantes serem liberados? — perguntou para Kei.
— Não sei. Vou ter desconto?
— Você sempre tem desconto! — Miura exclamou rindo. Virou a conversa para Enji: — Desde que esse cara chegou aqui — apontou para Kei —, esse lugar vive cheio de estudantes do ensino médio dos cursinhos perto. Deve ser bom ser bonitão. Chamei ele pra vir trabalhar aqui para aumentar a clientela, mas não quis, eu colocaria ele para distribuir panfletos na frente da loja igual a esses maid cafés. Não entendo alguém bonitão desse jeito trabalhar numa loja de roupa.
— Você gostou da calça.
— Ficou muito boa, não foi? — Ele a esticou e soltou pelo cós. — Mas você devia ser modelo, host ou sei lá. Algo assim. Eu não perderia meu tempo em uma loja, estaria em um lugar cercado de lindas mulheres. E você? — Ele deu um tapinha repentino no peito de Enji. — Trabalha na loja também?
Enji não tinha ideia de onde o homem tirou isso.
— Você parece bem chique. Trabalha numa sapataria?
— Não. — Enji ficou irritado com o tapinha. Seu rosto que já era fechado, fechou ainda mais.
A expressão do dono mudou, ele ficou nervoso e se retraiu com um sorriso nervoso:
— Você não é da yakuza, é?
— Traz uma porção de frango, por favor. — Kei se intrometeu na conversa.
— Claro... — Miura sem tirar os olhos de Enji sumiu na cozinha.
Enji expirou irritado. Ouviu Kei rir.
— Você já fez amigos. — Virou para ele. Onde Kei ia ele envolvia pessoas no seu charme.
— Amizade é sempre bom e se vem com desconto é melhor ainda. — Deu de ombros.
— Aquele cara não para de olhar para você.
— O do cavanhaque? É, ele sempre fica me encarando, mas nunca fez nada.
— Você queria que ele fizesse alguma coisa?
— Mesmo se ele fizesse, eu só conseguiria pensar em você. Igual agora.
As bochechas e orelhas de Enji esquentaram. Kei sorriu e desgrudou os hashis para começar a comer.
— E não tem como saber se ele olha para mim por minha causa ou por causa do meu pai. — Kei ajustou os hashis na mão.
— Não tinham direito de expor sua vida. — Se algo parecido tivesse acontecido com Enji, ele teria processado todo mundo. E queria que Kei fizesse o mesmo. Enji pagaria todos os advogados.
— Acho que é até melhor assim. Não tenho que esconder mais nada de ninguém. Eu já sabia que seria assim... só que é tudo muito louco. — Gesticulou com os hashis. Pegou um pouco de macarrão. — Eu ganhei 20 mil seguidores do dia pra noite e ainda estou ganhando, um monte de gente me xingando e outro monte me defendendo nas minhas postagens antigas.
— Você não postou mais nada desde o dia.
— Ah, você me stalkeou? — Kei com macarrão na boca apontou os hashis para Enji. — Sentiu mesmo minha falta, não foi?
Enji apenas expirou, estava muito contente e satisfeito para mandar o garoto se comportar.
— Me convidaram para vários podcasts, pra um programa de televisão e até para escrever um livro sobre o meu pai! Acredita? Escrever um livro... as únicas coisas que entendo são da minha profissão e sentar em pirocas. Qual seria o nome desse livro? "Saiba sobre meu Pai Sociopata, Finanças e Como Sentar Em Pirocas"?
Kei pegou um pedaço de porco da tigela e mastigou:
— Acho que seria sucesso de vendas.
Enji olhou para seu lámen fumegante e depois para Kei:
— Eu visitei seu pai na prisão.
Esperou que Kei ficasse com raiva ou desaprovasse, queria que ele fizesse isso, mas não se surpreendeu ao ouvir apenas:
— Ah, é? Viu que somos a cara um do outro? — Porque Kei era esse tipo de pessoa.
— Sim.
— Igual você e Natsuo. — Gesticulou com o hashi. — Nossa, eu fui muito burro em não ver a semelhança.
— Não acho que somos parecidos.
Kei sorriu colocando molho sobre o porco.
— Seu pai e você parecem a mesma pessoa em versões diferentes. — Enji falou.
— Menos o queixo e um pouco do nariz. — Kei apontou para a cara. — Eles são da minha mãe. — Apesar do nariz dele também ser arrebitado.
Kei não perguntou o que Enji foi fazer na prisão, já estava implícito entre eles.
— Seu pai está bem. — Sentiu a necessidade de falar.
— Eu sei. — Kei concordou. — Ele provavelmente vai morrer depois de mim, apesar da pena dele ter aumentado depois que conseguiu escapar da cela e matar outro prisioneiro no corredor da morte com uma escova de dentes.
Os olhos de Enji esbugalharam surpresos, agora entendia o porquê ele ficou completamente algemado com correntes chumbadas o tempo todo, apesar da forte segurança.
— É, ele é bem perigoso. — Kei engoliu mais macarrão. — O twink mais perigoso segundo a internet. Talvez eu escreva mesmo esse livro...
Enji ficou em silêncio, Kei olhou para a tigela curioso e perguntou:
— Você não vai comer?
— E quanto à Comissão? — Enji não respondeu à sua pergunta.
Os ombros de Kei tensionaram e viu que os cabelos da nuca dele arrepiaram.
— Mera veio falar comigo. — Kei agora apenas remexia o lámen na sopa. — Disse que eu não deveria falar nada com ninguém e a Comissão vai me dar um dinheiro em espécie de compensação pelo "fim do contrato e serviços prestados".
— Você vai contar algo?
— Mesmo que não me dessem nada, eu não contaria. Não fiz nada ilegal, mas sei de muita coisa que não seria moral aos olhos da sociedade. Há consequências para quem desagrada a Comissão. Eles vão empurrar o dinheiro pra mim de qualquer forma, melhor aceitar e não incomodar ninguém.
— E o que vai fazer com ele?
— Virar de vez sócio de Tsunagu e guardar o resto. Eu pensei em criar frangos também, mas não tenho espaço e eu não teria coragem de matar depois do envolvimento emocional que é criar eles.
Terminaram de jantar e voltaram para a loja quando a rua estava escura. Kei tirou uma chave do bolso e abriu a porta. Enji reparou no cartaz colado na vitrine de um cara usando uma calça jeans e parte da barriga dele aparecendo ao levantar o braço. O cartaz acabava justamente quando o rosto começava, revelando só uma parte do queixo. Conhecia muito bem.
— Sou eu! — Kei falou. Eles entraram na loja repleta de jeans. — Kei apontou para os outros cartazes. — Sou eu em todos.
As calças eram diferentes, mas o modelo posando era o mesmo.
— Tsunagu falou que as roupas caíram muito bem em mim então não precisávamos de modelos masculinos. Eu também apareço nas redes sociais da loja, mas ninguém sabe que sou eu.
Kei realmente ficava muito bom nas calças, e pensar que há algumas horas estava comendo aquela bunda com força.
Aquelas estudantes ficaram encantadas com o funcionário bonitão que viram na loja ou ficaram encantadas porque o filho injustiçado bonitão do criminoso estava trabalhando na loja. Tudo fazia mais sentido. Kei só por ser bonito devia vender bastante e agora com toda essa história, devia vender muito mais. Não o culpava por tirar proveito das ferramentas que tinha.
— Vamos? — Kei convidou-o para subir.
Eles subiram e Kei trocou os lençóis da cama jogou-os em um cesto com outras roupas sujas.
Enji tirou o casaco e sentou-se no colchão, Kei sentou em seu colo e lhe beijou até caírem no colchão. Kei apoiou-se no peito de Enji para se afastar, não fariam mais nada naquele dia, não era humanamente possível.
Kei deitou a cabeça em seu peito, estava relaxado e sua respiração soprava na blusa de Enji.
— Como vai ser agora? — perguntou. — Acho que seus filhos não podem saber.
— Eles já sabem de tudo. — Enji falou levando a mão para acariciar os cabelos de Kei.
— E?
— "E?". Eles já sabem de tudo. Não tem o que esconder.
— Mesmo? — Kei ergueu a cabeça.
Enji respondeu o encarando enquanto sua mão saiu dos cabelos loiros e desceu para acariciar o rosto dele:
— Eu não quero esconder mais nada.
Pra quem estava com saudades desses dois juntos, aqui estão. Pra quem tava com saudade de hot, aqui está também. E para quem gostou e quer mais hot, pode esperar que vem mais ;)
O que acharam do capítulo? Deixem seus comentários, críticas, teorias e elogios. Deu um trabalhão para escrever, quero ler os pensamentos de todos vocês. Mais alguns capítulos e a fic acaba.
Obrigado por lerem.
Até amanhã!
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