O Confronto ( Parte Dois)



OIII LINDOS E LINDAS! É tao bom estar de volta. 

Eu sei que eu demorei várias vidas para poder postar, mas esse capítulo foi extremamente difícil de escrever, cheio de detalhes e cenas. Essa é a parte final do penúltimo capítulo então... #Choremos. Espero que gostem e COMENTEM E VOTEM POR FAVOR!! Isso me estimula a continuar. Bjus e Boa leitura. 


Algumas lendas são contadas, mitos se tornam pó ou ouro, mas você se lembrará de mim. Lembrará de mim por séculos.

- Modificado da Letra Centuries - Fall Out Boy



O ódio é algo completamente incompreendido.

Um homem que é movido pelo ódio e sede por vingança pode tornar-se uma arma de grande poder destrutivo contra seus inimigos. O ódio é uma das forças que sustentam a alma e é exatamente essa poderosa e voraz energia que preenche cada milímetro da essência negra e maligna de Dean Winchester.

A cada segundo que seus olhos enegrecidos encaram as íris rúbeas do arcanjo sombrio, ele sente que seu peito irá explodir com o ódio demasiado que pulsa dentro de si. Por um momento, o som foi substituído por um zunido ensurdecedor, como se todo o resto do mundo não importasse para Dean e apenas sua vontade de sentir o sangue de Lúcifer escorrer por entre seus dedos valesse a pena ter sua total atenção. Lúcifer notou a concentração de poder que Dean reúne em seu ser sem ao menos notar o que realmente está fazendo e a Estrela da Manhã sorri ao constatar que seu oponente está à altura para um combate final.

— Comecei a pensar que talvez nunca teria essa oportunidade. ­— Lúcifer começa a dizer de forma casual. — Ver você tornar-se aquilo que lutou arduamente contra é incrivelmente satisfatório. — ele conclui provocativo fazendo com que suas íris faíscam com o divertimento.

Crowley semicerra o maxilar ao calcular os possíveis desfechos desse confronto e sente algo ruim preencher em seu âmago. O poder de Lúcifer está pulsante e denso, como um astro que acaba de surgir no universo. Perigoso e altamente mortal.

— Todo esse tempo que estive encarcerado sobre a imundice... Tendo minhas mãos atadas as correntes da injustiça. — Lúcifer começa a dizer e todos percebem sua imensa fúria crescer gradativamente. — Todos esses séculos que estive preso naquela jaula não houve um segundo que não pensasse na Marca. — seu olhar recai sobre a cicatriz no braço direito de Dean que de imediato cerra seus punhos por impulso. ­

— Deus designou essa maldição a mim, para que eu a carregasse porque eu era o seu favorito, eu tinha sua total confiança para proteger o mundo da Escuridão. — ele passa seus olhos da cor do mais vívido escarlate a sua volta. — E eu protegi, assumi esse fardo para manter sua obra intacta, mas paguei um alto preço por vocês, meros macacos pelados ignorantes, seres do mais baixo nível de inteligência. Primitivos. ­— é notável o asco em suas palavras.

Onoskelis engole em seco e mantém-se imóvel, não poderia chamar a atenção do Arcanjo Sombrio.

Ele me amaldiçoou e ela me corrompeu de dentro para fora. — suas palavras soam angustiantes como se lembrar do passado fosse uma terrível tortura. — Deus fez isso comigo. — ele conclui incitando a ira de Dean.

— Não... Você fez isso consigo. — Dean rebate duramente chamando a atenção dos olhos malignos de Lúcifer. Onoskelis e Crowley fazem menção de avançar, mas desistem porque o estrago já está feito. — A Marca apenas desperta a escuridão que temos em nós, você nasceu com a maldade impregnada em sua essência e ela simplesmente atiçou isso em você.

Dean termina enquanto caminha por entre pedaços de vidraças das janelas dos prédios ao lado e desvia dos corpos dos humanos, que em um ato de desespero, saltaram de lá.

— Ela fez com você o que está fazendo comigo, ela despertou esse lado que há anos eu o mantinha guardado, mas hoje posso dizer, fazer e sentir a porra que eu quiser. — ele diz sorrindo enquanto arregaça as mangas. — Sem mais arrependimentos ou peso na consciência, ela é o foda-se que eu precisava na minha nova vida.

Dean soltou aquelas palavras sem pensar em mais nada, seu objetivo é irritá-lo ao ponto de perder as estribeiras e deixar sua guarda vulnerável. Onoskelis sente que a conversa está tomando um rumo totalmente perigoso e dá um passo involuntário para trás chamando a atenção de Crowley que balança a cabeça em negativa a alertando de que fugir é uma péssima ideia.

— Deus me amaldiçoou! — Lúcifer esbraveja fazendo um estrondo arrasador tomar o céu tornando o azul natural em vermelho.

Pequenas gotas molham a face de Crowley que curioso passa seus dedos sobre ela e se assusta ao perceber que sangue cai do céu. A chuva tornou-se mais forte ao ponto que a população, que já estava assustada com o alerta das bombas, ficar completamente em choque com um dos sinais mais fortes do apocalipse bíblico.

— Ah, então você é a vítima agora? — Dean desdenha com um sorriso debochado sobre os lábios. — Lúcifer, você vê mesmo uma versão dessa história em que alguém cai nesse seu papinho furado? Todos nós sabemos quem... O que você é. — Dean continua a dizer calmamente sem se importar com os raios e trovões que enfeitam o céu.

— A marca me mudou. — Lúcifer rebateu cerrando seus punhos ao lado do corpo.

Dean ri, uma risada de puro deboche e divertimento.

— Mudou você? Você é incapaz de sentir algo além de ódio e desprezo. Você vive para ser adorado e temido. — Dean balança a cabeça deixando que o sangue escorra pela lateral do seu rosto.

— Deus me prendeu! — Lúcifer exclama.

Toda essa conversa sentimental está deixando o arcanjo sombrio completamente irritado sendo assim tornando seu poder instável e Dean está adorando mexer com a cabeça de Lúcifer dessa maneira. O feitiço caiu contra o feiticeiro.

— Você não entende?! Os humanos eram inocentes e belos, mas você não podia suportar que o seu velho não te amava como amava a eles. — a expressão de Dean tornou-se sombria e raivosa. — Ai você fez o que mesmo? Ah sim! Você os tentou e os corrompeu só para provar o quão imperfeito eles eram.

— É melhor tomar cuidado com o que diz, Dean. — Lúcifer baixou levemente a cabeça cobrindo seus olhos rúbeos com a sombra de um dos prédios.

— Deus viu que você era mau, como as primeiras células do câncer que iria se espalhar como a doença que é, a menos que ele a cortasse fora. Foi por isso que ele te trancafiou para deter o câncer. Mas já era tarde demais.

— Já chega! — Lúcifer vocifera.

Ele investe contra Dean o golpeando no peito e jogando-o em direção aos prédios. O corpo do loiro bate contra as vigas causando estragos na estrutura fazendo com que o prédio envergar-se. Onoskelis corre na direção oposta e se abriga atrás de um ônibus protegendo seu rosto dos pequenos destroços.

Dean empurra um pedaço grande da viga de sustentação do prédio e o joga com facilidade para o lado. Nunca agradeceu tanto a marca por esses superpoderes que a essência demoníaca lhe deu. Uma fina fenda é aberta sobre seu supercílio, mas não é nada que possa tirar sua atenção de Lúcifer do outro lado o encarando com ódio em seu olhar. Dean embainha a Primeira Lâmina e deixa que todo o poder sombrio da marca lhe preencha seu âmago obscuro e tenebroso. Dean avança contra Lúcifer em uma velocidade sobrenatural, deslizando sobre o asfalto quebradiço passando a lâmina sobre a coxa esquerda do receptáculo da Estrela da Manhã. Lúcifer grunhe ao sentir a dor dilacerante.

— É só isso que tem? — Dean provoca abrindo os braços desdenhando.

Alguns metros daquele local.

Onoskelis observa ao longe a luta incessante entre Dean e Lúcifer, prédios e mais prédios desabam entorno na Times Square, e o caos é instaurado de vez.

Uma brisa congelante varre avenida chamando a atenção não só da ruiva como também das pessoas que corriam desesperadas e que agora param para observar o céu avermelhado. A chuva cessa de repente de forma que apenas o som da batalha entre Dean e o Arcanjo Sombrio. Ao longe, uma densa e estranha camada de névoa surge do solo, Onoskelis observa atentamente a fumaça esbranquiçada enquanto se escora em alguns destroços. Seu coração acelera quando as primeiras entidades emergem da densidade branca. Chifres retorcidos, espadas mortais e sorrisos diabólicos marcham em direção a ela. A legião demoníaca que Lúcifer conseguiu manipular com seu discurso mentiroso caminha trazendo consigo um rastro de morte e gritos de agonia.

— Merda. — ela sussurrou contra o concreto.

Ela precisa de uma arma, algo mortal para poder se defender e tentar salvar algumas pessoas inocentes que tentavam inutilmente escapar das garras demoníacas que a perseguem. Ela tateia entorno de sua cintura e sente o cabo da faca especial que ceifa a essência negra dos demônios. Não é uma grande espada, mas terá que servir ao menos para a sua proteção.

Antes que ela pudesse traçar uma rota de desvio da tropa diabólica, ela sente unhas cravar em sua carne humana e não pôde deixar de soltar um grito de dor. Sentiu seu corpo ser elevado e as enormes unhas rasgarem ainda mais.

— Ora, ora... Achei você, ratinha. — a voz extremamente grossa e inumana ecoa fazendo com que Onoskelis encare a entidade ali em sua frente.

Zagam.­ – Onoskelis profere o nome do demônio que responde ao seu chamado mostrando-lhe os seus olhos negros como a noite.

O demônio não usa disfarce no mundo humano, sua aparência real é animalesca. Um homem com feições de um touro e assas de grifo a fuzila com o olhar enegrecido.

— Achei... — Onoskelis se debate e tenta afrouxar minimamente as garras de Zagam que, além de perfurar seu ombro, agora estão envoltos de seu fino e frágil pescoço. — Achei que Crowley tivesse estourado sua cabeça. — ela finaliza escondendo a lâmina na faca especial sub a manga de sua blusa.

— O meu verdadeiro rei trouxe-me de volta. — ele rebateu duramente.

— Que bom. Fico feliz por você, mas eu tenho uma terceira guerra mundial para impedir. — ela finaliza.

Em um movimento rápido, Onoskelis finca a faca no pescoço da besta fera que solta um grito gutural. Seu corpo treme e uma luz incandescente emana de seu interior fazendo-o queimar por dentro. Onoskelis se livra de sua mão colossal e o empurra contra uma enorme treliça da sustentação de um dos prédios que desabou, as hastes de ferro penetram na carne sem estímulo.

— Crowley! Cadê você? — ela sussurra nervosa enquanto sai correndo daquele local e passa pelas pessoas aterrorizadas. 


O baque contra o chão foi tão forte que enormes fissuras no concreto surgiram. Dean segura o braço de Lúcifer e ri divertindo-se, apesar de estar contra o chão, ele acha cômico o descontrole desenfreado do Filho do Alvorecer. A pior coisa que possa se fazer em uma batalha é deixar que suas emoções se apossem de seus atos, a guarda de Lúcifer está extremamente aberta tornando o trabalho de Dean cada vez mais fácil.

— Vocês foram o grande erro de Deus! Bonecos de barro... Defeituosos. — ele cospe as palavras demonstrando todo o seu asco pelos humanos. — Eu sentirei o prazer ao ver a alma de cada um de vocês sair de seus corpos frágeis! E você, Dean... — ele foca seu olhar odioso em Dean que não tira o meio sorriso debochado de seus lábios. — Vai pagar por tudo que fez, por todos os meus planos que arruinou. ­— ele ergue seu punho com o objetivo de esmagar o rosto de Dean, mas em um movimento rápido, o loiro segura o punho de Lúcifer que olha estupefato com a força de Dean.

O Winchester aperta cada vez mais o pulso do Arcanjo Sombrio que sente as lamúria dos ossos de seu receptáculo, a força de Dean é tamanha que Lúcifer sente a dor na própria essência. Naquele momento ele pôde perceber que a batalha seria mais difícil do que ela havia previsto. Dean dobra o punho de Lúcifer que grita em agonia, ele sente todo o mal que a marca dissemina dentro de si, sente ele se alastrando como ervas daninhas, o vírus da escuridão impregna sua essência o tornando maligno e imortal.

Dean desfere um golpe forte no queixo do arcanjo que o faz voar pelo ar e bater suas costas em um ônibus, partindo o veiculo em dois e parando há alguns metros entre o concreto destruído na via.

— Chega de brincar. — Dean diz entre dentes. — Vou fazer o que eu deveria ter feito a cinco anos atrás. Vou arrancar sua cabeça. — Dean conclui segurando firme o cabo da Primeira Lâmina.

Dean corre em direção a Lúcifer que mal havia se levantado do chão e sentiu a firme sola do coturno de Dean esmagar-lhe a face contra o asfalto. Lúcifer rola para o lado quando percebe que outra pisada mortal estava por vir e chuta o joelho de Dean que por pouco não se desequilibra e em um ato de contra ataque, desfere um golpe com a Primeira Lâmina que rasga a carne do peitoral de Lúcifer que grita com a dor abrasadora.

Lúcifer grita, não um grito de ódio como de costume, é um grito gutural como se estivesse reunindo suas forças em um único ponto de seu corpo. De repente, o som de trombetas ressoa das quatro regiões e seu volume aumenta gradativamente, Dean passa seus olhos pelo perímetro e repousa os novamente sobre Lúcifer que está diferente. Sua pele torna-se avermelhada e escamosa, os braços e pernas se alongam de forma que a pele e a carne de seu receptáculo rompem e uma imensa forma se sobressai do pequeno corpo.

Uma imensa pata bate com força contra o asfalto de modo que toda a terra em volta treme com o impacto, a grande entidade ergue seu tronco e os mesmo olhos rúbeos encaram Dean de forma que seus quatro chifres pontiagudos e mortais se voltam para ele ameaçadoramente. Por um momento tudo tornou-se claro como o dia, o Winchester lembrou-se da visão que compartilhou com Onoskelis em Las Vegas assim que ela tocou-lhe a marca de Caim.

Lúcifer era a grande besta de quatro chifres que surgiu em seu presságio de morte. Presságio que a Marca lhe deu.

Em razão disso, seu corpo enrijeceu de tensão, todo esse tempo a marca guardava esse grande segredo, o destino de Lúcifer sempre esteve selado dessa forma. Assim como o destino de Dean Winchester.

Ele é o carrasco escolhido pela escuridão.

A besta rugiu contra Dean que sentiu o calor e o cheiro de enxofre sair de suas ventas, não seria uma batalha nada fácil.

Ele sabe disso. 


Onoskelis corre e orienta várias pessoas a se esconderem dentro de um grande teatro e as trancando lá dentro para que a corja demoníaca de Lúcifer não as alcance. Ela olha para os lados e sente o chão tremer, seu olhar assustado recai sobre uma grande entidade a vários metros de distância. Uma besta fera gigantesca, escamosa e voraz, mas o que mais chama sua atenção sãos os quatro chifres ali presentes no crânio do monstro.

A besta.

Ela reprime um grito de pavor ao lembrar-se da visão que compartilhou com Dean, de fato aquele anúncio a havia lhe perturbado durante dias, mas não levou realmente a sério. Ela deveria ter levado mais a sério.

Ela olhou rapidamente para s duas direções da rua e avistou o exército de Lúcifer varrendo a via, massacrando inocentes, brutalizando corpos seguindo em sua direção, em direção ao teatro. Não teria como escapar, vidas estão em suas mãos, ela terá que lutar.

— Que merda, porra. — ela sussurra segurando a faca e ignorando a dor dos cortes no seu ombro.

Onoskelis sabe dos riscos, sabe que suas chances de sair viva dessa batalha são minúsculas, mas não desperdiçaria sua segunda chance de fazer a coisa certa. Um dos demônios a avista e sorri diabolicamente fazendo o coração da ruiva acelerar e xingar mentalmente. Ela se pôs em posição de ataque e esperou o momento certo para poder tentar atacar, mas uma grande lança corta o ar e atravessa o ser que é pregado na parede de um edifício do outro lado da rua. Onoskelis arregala os olhos e seu olhar recai sobre a trajetória traçada pela lança. Satã caminha imponente com sua legião demoníaca ao encontro dos seus adversários.

Onoskelis deu graças a Deus por Satã aparecer na hora certa e não pôde deixar de rir com seu pensamento contraditório. Ela avança e corre até o ser infernal que sorri.

— Obrigada. — ela sussurra e baixa levemente o olhar. ­Ele assente de bom grado.

— Tome. — Satã entrega a ruiva uma grande espada dourada, que de longe poderia parecer pesada demais para a pequena mulher, mas que ao empunhá-la pôde sentir a leveza e precisão de sua lâmina flavescente. — Você precisa proteger-se e salvar quantos humanos conseguir. Ordens do rei. — ele conclui.

Onoskelis engole em seco e balança a cabeça concordando com o Duque.

— Vá! A batalha se iniciará e será extremamente perigoso para você. — Satã a alerta.

Onoskelis vira-se e corre em direção há um grande aglomerado de pessoas, os gritos são altos demais para serem ignorados. A ruiva avista um grupo pequeno de demônios que os atacam sem qualquer tipo de misericórdia e não ousa hesitar. A ruiva escorrega sobre o sangue acumulado no asfalto fazendo-a deslizar maestria e rasgar os calcanhares nos seres metade escorpião e metade bode. Os demônios gritam em desespero, Onoskelis levanta-se rapidamente fincando a lâmina no crânio dos seres infernais, ceifando suas essências malignas.

Atônitos, o grupo de pessoas não consegue dizer nada e apenas observam a cena com suas bocas entreabertas.

— Vão, fujam! Salvem suas vidas. — ela ordena.

Eles sussurram palavras de agradecimento e correm com pressa avisando e resgatando outras almas desesperadas pelo caminho.

Talvez fugir da batalha não seja uma boa ideia. Talvez ela realmente devesse lutar no exército de Crowley.

Por Dean. 


O vento corta-lhe a face de modo que o sangue traça um caminho tortuoso sobre sua têmpora e escorre penetrando sua sobrancelha.

Dean se esquiva e dá uma semi-cambalhota sobre os destroços passando por debaixo das pernas do monstro, levanta-se e corre em direção ao casco da pata traseira, ele pula e agarra as escamas avermelhadas, duras como o metal mais resistente e não hesita ao fincar a Primeira Lâmina no tornozelo da fera. Dean faz movimentos bruscos, rasgando e dilacerando a carne da enorme entidade, uma luz incandescente ilumina a ferida e faz com que a fera solta um estrondoso grito gutural ao sentir a dor agonizante no local. Dean penetra a lâmina no couro endurecido e dá impulso para escalar a besta demoníaca.

A cada golpe, a fera se chacoalha e bate sua longa e poderosa cauda nos prédios que ainda se mantinham de pé contra suas poderosas investidas. Enquanto escala o corpo de Lúcifer, tem uma visão panorâmica até onde sua vista alcança, em um perímetro de 360º, ele observa morte e devastação. Lúcifer tinha conseguido o que tanto almejava.

Duas grandes legiões demoníacas se enfrentam com afinco no solo, Dean pôde ver com clareza sua ruiva lutar bravamente ao lado do Duque Infernal e não consegue esconder um sorriso orgulhoso que surge tímido em seus lábios. Ele precisa focar em seu objetivo, precisa terminar o que começou a cinco anos atrás. Um dos erros que mais se arrepende foi ter deixado Lúcifer caminhar sobre a terra, por mais que não tenha sido pela suas mãos que Lilith tenha morrido, ele tinha se sentido responsável. Lúcifer é uma doença e ele contamina tudo o que toca, e tudo o que Dean deseja é acabar com toda essa enfermidade.

Dean salta e agarra um dos chifres, seu corpo bate contra o couro o fazendo quase perder o equilíbrio, ele sabe que a fera está fazendo de tudo para que ele caia, mas seu reflexo é rápido e crava a lâmina no vão entre o couro e uma grande carapaça, um pouco acima do pescoço. Mais uma vez ele faz impulso e salta agarrando novamente um dos grandes chifres, a fera sacode a cabeça em uma tentativa falha de derrubar o loiro que pula de encontro ao centro dos chifres. As quatro hastes protegem um círculo que emana uma luz azulada potente e brilhante, tão clara que por um segundo Dean teve que proteger seus olhos da energia abrasadora.

Ele segura o cabo na Primeira Lâmina com as duas mãos, sente o poder maligno da marca pulsar em sem braço direito. Tudo o que ele sempre quis estava a apenas um passo, e ele não pensou duas vezes. Juntou todas as forças que ainda possuía e após um grande e estrondoso grito, Dean finca sua companheira no núcleo pulsante no imenso crânio da besta. Uma densa e aterradora luz envolveu tudo e a todos em um raio de um quilometro.     


Onoskelis se esquiva e em seguida dá um giro de 180º finalizando a sequência com um golpe único de sua espada dourada no peito do demônio. Apesar de ter voltado a ser humana, a ruiva se sente mais disposta do que nunca, a adrenalina percorre seu corpo como correntes elétricas deixando todos os seus sentidos em alerta. Ela corre e pula sobre as costas de um ser infernal, segura-o pelos chifres e desliza a enorme lâmina da espada sobre o pescoço deixando todo escarlate cobrir –lhe a pele.

— O que faz aqui?! — Satã aparece ao seu lado questionando-a sobre seu ato inconsequente.

Onoskelis larga o corpo do demônio sobre o chão e se pôs em posição de ataque outra vez, ela passa seus olhos azuis sobre o perímetro procurando sua próxima "vítima".

— Nunca fugi de grandes batalhas e não será hoje que farei isso. — ela responde andando rapidamente em direção ao pequeno grupo de seres demoníacos que encurralam um demônio do exército de seu rei Crowley.

O duque infernal bufa irritado e puxa o braço da ruiva fazendo-a olhar em seus olhos negros como a mais escura e aterrorizante noite.

— Se acontecer algo com você, não apenas Crowley como Dean, ficará furioso. Pare de agir como uma adolescente humana teimosa e saia daqui o quanto antes. — ele diz em um tom baixo.

Sua voz grossa faz as entranhas de Onoskelis se contorcer, mas ela não pode simplesmente abandoná-los, não quando eles mais precisam de toda ajuda possível. A ruiva puxa seu braço de volta, livrando-se das garras de Satã, engole em seco reunindo toda a coragem que ainda resta dentro de si.

— Não posso me dar ao luxo de fugir, sou humana agora, mas ainda sou uma de vocês. Não se preocupe, eu sei me cuidar muito bem. — ela responde.

Satã solta o ar e revira seus olhos desistindo de discutir com a ruiva e voltou sua atenção a desmembrar os seus opositores. Antes que o duque infernal pudesse dar alguns passos longe de Onoskelis, sua essência negra sente um desconforto, como se algo ruim fosse acontecer. Em questão de segundos, uma grande explosão azul clareia o céu avermelhado misturando os tons, um denso e devastador deslocamento de ar varre tudo nos quatro sentidos geográficos. O duque infernal corre em direção a Onoskelis que encara a grande onda de ar sem saber o que fazer, Satã a puxa de encontro ao seu peito e protege a ruiva com o seu imenso corpo.

Por um momento, toda a imediação foi submergida por um penoso silêncio, Onoskelis abre seus olhos e Satã a solta, inúmeros corpos amontoam-se pelo asfalto, sangue e vísceras fazem uma mistura repulsiva fazendo com que o estômago da ruiva embrulhe.

— Você está bem? — Onoskelis pergunta a Satã que apenas assente com a cabeça.

Os dois não sabem do porque houve essa imensa explosão, mas percebem que a besta havia sumido e a luta tinha terminado.

Dean.

Onoskelis se xingou mentalmente e se pôs a correr em direção ao epicentro da explosão, Satã a seguiu sem questionar-lhe. Após longos minutos ambos chegaram na parte leste da Times Square, a mulher passa seus olhos aflitos por toda aquela destruição e avistou cabelos loiros debaixo de uma grande viga de sustentação.

— Droga. — ela corre em direção a Dean e ajoelha-se ao seu lado.

Onoskelis puxa a viga com todas as forças que possui, mas ela nem ao menos se move. Satã pede que a ruiva se afaste e puxa a viga apoiando-a sobre seu ombro e a jogando ao longe como se seu peso não fosse absolutamente nada. A mulher aproxima-se de Dean tocando-lhe a face, seus dedos roçam suavemente sobre seus grandes machucados. Seu coração murcha ao vê-lo dessa forma, vulnerável.

— Dean? — ela sussurra seu nome.

O loiro não se mexe e nem mostra nem um estímulo até que de repente dedos seguram fortemente o pulso de Onoskelis e os olhos enegrecidos de Dean a fita fazendo-a reprimir um grito de espanto. Ao perceber que se trata de sua ruiva, Dean suaviza o aperto e seus olhos voltam ao tom verde de sempre.

— Me desculpe. — ele diz levantando-se.

Onoskelis o acompanha e não consegue conter seus sentimentos o abraçando fortemente, ela o aperta contra seu peito sentindo cada centímetro do seu corpo. Em séculos, essa é a única coisa que ela sentia mais falta, o ato de abraçar é muito mais que uma simples realização é um símbolo que representa os sentimentos. Ela afasta-se sutilmente e encosta sua testa contra a de Dean que retribui o carinho da ruiva.

— Você me assustou. — ela sussurra.

Dean deposita um beijo suave em sua testa e mergulha no azul ciano dos olhos irresistíveis da ruiva.

— Sinto muito. — ele acaricia a bochecha de Onoskelis e ambos escutam um pigarro cortando o clima.

— Desculpe-me atrapalhar o momento íntimo de vocês, mas Dean não terminou o serviço. — Satã diz enquanto olha para o corpo de Lúcifer que ainda tentava continuar vivo.

Dean desce dos destroços e caminha calmamente em direção a Lúcifer que tenta ao máximo arrastar-se para longe do loiro. Dean não diz nada e apenas desfere um forte chute no estômago do receptáculo do arcanjo sombrio que cospe uma grande quantidade de sangue no solo destruído. Dean puxa Lúcifer pelo colarinho e desfere uma forte cabeça em seu rosto o largando no chão em seguida. Sua fúria ultrapassa qualquer limite racional e Dean gosta da sensação de descontrole que a marca lhe dá.

O Winchester agacha-se e segura a cabeça da Estrela da Manhã e sem pensar em mais nada ele simplesmente afunda seus dedos no globo ocular da casca de Lúcifer, fazendo-o gritar em agonia. O sangue grosso escorre pelas laterais de sua face ferida. A cada golpe contra ele, Dean sente que a marca grita de prazer, como se ela fosse uma telespectadora assídua de todo o mal e aniquilação que Dean é capaz de gerar.

Por mais que a dor que Lúcifer esteja sentindo isso não o impede de demonstrar que seu orgulho jamais sairá ferido, mesmo se ele perder essa batalha. Então, ele apenas riu, gargalhou como se tivesse escutado a mais hilariante piada, o qual deixou Dean e companhia completamente curiosos.

— O que é tão engraçado, babaca? — Dean o questiona segurando fortemente a gola de sua camiseta.

Lúcifer tosse algumas vezes deixando que um grosso filete de sangue escorrer pelos seus lábios.

— Não importa o que você faça, Dean. Você vai sempre terminar aqui, não importa as decisões que você tome, não importa os detalhes que você altere, você vai sempre terminar... Aqui. — ele sussurra cravando cada palavra na mente de Dean. — De qualquer forma eu ganho. Aliás, eu ganhei. — ele finaliza pendendo seu pescoço.

A ira de Dean é tamanha que sente o peito estufar, cada veia de seu corpo pulsa com o ódio demasiado em seu corpo. Dean solta um grito enquanto segura Lúcifer pelos cabelos, sua mente divaga ao som das últimas palavras de Lúcifer até sentir a Primeira Lâmina cortar o ar e o som oco logo em seguida inundar seus ouvidos.

O corpo de Lúcifer bate contra o chão e seu sangue encharca asfalto espelhando o reflexo de sua cabeça decepada ainda na posse de Dean.

Por anos, Dean sonhou com esse momento e não pôde conter o sorriso satisfatório em seu rosto ao ver a cabeça mutilada do seu inimigo em suas mãos.

Finalmente, essa história havia ganhado um ponto final.

— Dean?

O loiro desvia seu olhar ao escutar a voz tão familiar, por meses jurou a si mesmo que nunca mais iria escutar essa voz, mas pelo infortúnio do destino, Sam o encarava intensamente e não consegue esconder o medo latente em seu olhar.

Por mais uma vez, Dean terá que enfrentar seus demônios, ou melhor dizendo... Seu irmão.  


E então? COMENTEM! Só passando para avisar que o próximo capítulo é O FINAL DESSA JORNADA E SERÁ TRISTE PRA CARALHO. Preparem o coração de vocês. 

Bjus e até o próximo capítulo. 

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