O Começo do Fim (Parte Três)

Eu acho que dessa vez eu não demorei tanto, mas enfim... Capítulo novo! Mais dois capítulos galera e O Rei dos Condenados terá seu fim. Sem mais delongas e vamos ao capítulo. Boa leitura.

*Desculpe se tiver algum erro.  

Dean aperta o cabo de sua lâmina, ele sente os nós dos seus dedos estralarem com tamanha força, Samael está a pouco mais de quatro metros de distância, não seria uma luta fácil, mas ele não desistiria sem ao menos tentar.

Os olhos de Samael entremeiam entre a Primeira Lâmina e a marca cravada no braço direito de Dean, apesar do seu objetivo ter se sido levado por Crowley, ele não sairia sem ter uma boa luta.

— Isso é cômico... — Samael diz enquanto cerra os punhos.

Dean entorta levemente o pescoço, mas nada diz porque ele sabe que esse ser demoníaco está apenas o provocando para assim perder o controle baixando completamente as chances de qualquer vitória.

— Um caçador que se tornou a caça... Não percebe como isso é engraçado? — Samael continuou a provocação, mas percebeu como Dean permaneceu imóvel calculando cada movimento do príncipe infernal.

— Você não acha que fala demais não? — Dean retruca.

— Petulante como disseram que é. — Samael sussurra em um tom baixo mudando completamente sua feição.

Por mais que Dean estivesse louco para abrir a caixa torácica daquele ser imundo ele também queria tentar entender os próximos planos de Lúcifer.

— O que vocês querem? — ele questiona.

A respiração de Samael torna-se pesada como de um touro raivoso.

— Não é óbvio? — ele rebate com uma pergunta. — Queremos o caos, quero o que é meu por direito... Carnificina.

Dean conseguia sentir o ódio nas palavras de Samael.

— Apesar de Deus ter me prendido nas profundezas de Geena o meu verdadeiro problema não é ele.

— Então o que é? — Dean indaga.

Samael levantou a cabeça e tencionou seus músculos sobrenaturais

Humanos. Seres nojentos e privilegiados, eles tem o direito de amar, o direito do livre arbítrio... De terem uma alma. — sua voz cortou o ambiente como um trovão. — Mas o que eles preferem? Brigam pela supremacia, matam em nome da paz e nós, demônios, somos acusados de influenciar a raça humana que está a um passo da decadência.

Dean pode sentir o ambiente tornar-se mais pesado, o poder de Samael aumenta a cada palavra de ódio que sai de sua boca sedenta de sangue.

— Deus diz que criou algo bom e bonito, mas eu digo que ele criou nada mais nada menos que aberrações cujo mal está impregnado no DNA. Acho que o apocalipse servirá bem para a humanidade.

— Cansei desse mimimi. — Dean cortou o raciocínio de Samael. — Vai cair dentro ou não? — Dean disse provocativo abrindo os braços.

Dean esboça o seu melhor sorriso debochado aumentando a fúria de Samael que solta um rosnado gutural e voa em direção a Dean, ele levantou sua imponente mão a fim de esmagar Dean, mas foi bloqueado pelos fortes punhos de dele. Dean deixa que a marca o guie e sente a escuridão preencher cada canto do seu ser diabólico. Ele empurra o ser com tanta facilidade fazendo com que Samael arregale os olhos surpreso, Dean é inferior ao poder de Samael, mas a marca de Caim possuiu um segredo antigo que alimenta a fúria e o poder de quem a possuir. Samael não sabia desse detalhe, muito menos Dean.

Dean deixa que o mal controle seus movimentos revelando seus olhos negros de gelar a essência de qualquer ser sobrenatural. Ele avança contra o mostrengo e desfere socos com uma força descomunal, Dean retalha o ser que tenta ao máximo se defender, mas a fúria de Dean sobre a criatura é intensa demais até que as garras de Samael enroscam no braço esquerdo de Dean o jogando contra o teto do bunker estremecendo a estrutura. Dean cai sobre o cimento queimado com força causando uma enorme fissura no chão. Samael aproveita esse descuido de Dean e lança sua grande pata contra o rosto do loiro que por reflexo põe a Primeira Lâmina em sua frente em uma tentativa de proteger sua face fazendo-a penetrar completamente no casco de Samael que gritou em agonia.

Samael deu um solavanco para trás e Dean, rapidamente, recuperou-se desferindo um soco forte na mandíbula animalesca desestabilizando o príncipe infernal. Samael empurra Dean que desvia de suas garras e o puxa pelos chifres o acertando incontáveis vezes deixando-o completamente atordoado. O príncipe infernal tenta usar o seu poder sobrenatural para afastar seu oponente, mas se assusta ao perceber que seu poder não gera efeito sobre Dean que está completamente tomado pelo ódio. Ele endireita a Primeira Lâmina e mira em direção ao tórax da fera, mas um som intenso que fez com que Dean se afastasse e cobrisse seus ouvidos com as mãos tentando amenizar o incomodo. De repente, Samael é sugado para dentro de um grande portal.

Sophia se materializa na frente de Dean, ela está diferente da ultima vez que o loiro a viu, o vestido branco foi substituído por uma bela armadura de platina, o ouro branco delineia sua silhueta esbelta puramente sensual, o corselete adornado de sigilos o deixando completamente mortal. Seus cabelos dourados, agora, presos em um firme rabo de cavalo dando o ar de mais seriedade.

— Desculpe, Dean. Mas quem deve matá-lo sou eu. — ela diz com determinação em sua voz serena demais para a situação.

Dean nada diz apenas assente entendendo que o ato de Sophia é muito mais profundo do que parece, ela sorri para Dean e entra no portal desaparecendo por entre as sombras.

Inferno – Trevas das Lamentações.

O corpo de Samael é arremessado contra o aglomerado de rochas com extrema violência, sua imensa estrutura física bate contra as pedras bruscamente fazendo com que enormes lascas caem sobre o mar de mártires aos pés da montanha. O príncipe infernal cai sobre o solo e desliza sobre os corpos dos seres condenados deixando um grande rastro de sangue. Um rosnado de dor escapa por entre seus dentes afiadíssimos, ela apoia seus espinhos sobre o solo mirrado e se recompõe.

Por mais uma vez o súlfur tóxico lhe preenche as narinas, durantes todas as eras em que esteve acorrentado no Vale do Flegetonte, no núcleo do Abismo dos Pecadores, Samael jurou que jamais sentiria esse aroma fétido de novo e quem o fizesse sentir pagaria terrivelmente por esse erro.

O ser infernal levanta seus olhos tão lentamente como se o submundo estivesse em câmera lenta. Seu olhar vil foca na entidade ereta no cume da montanha, a brisa ardente atravessa os fios loiros de Sophia, seu olhar alabastrino mira na imensa besta que de pele acinzentada. Sophia não se lembrava de seu filho dessa forma, ele era um ser bonito e reluzente assim como ela, mas com o tempo o inferno o mudou por fora, mas por dentro ele continua o mesmo ser impetuoso e mortal como sempre fora.

Um grande sorriso obliquo forma-se sobre os lábios manchados de sangue do mostrengo ao reconhecer a mulher infernal.

— Como vai, mãe? — sua voz ressoa através dos trovões e relâmpagos que enfeitam o céu tingido de sangue.

Sophia nada diz, apenas permanece imóvel observando a coisa que um dia fora seu filho. A ira ocupa suas veias, sua essência negra ferve em agonia quando os flashes de quando seu amado Bythos fora terrivelmente assassinado pela própria cria.

Samael balança sutilmente a cabeça em negativa, no fundo ele sabe que isso não iria acabar bem.

— Você sabe que isso não acabará bem... — ele avisa a mulher que mantém a postura impecável. — Quer mesmo correr esse risco?! — ele grita provocativo.

Sophia avança para a beirada da imponente monte e pula repousando bruscamente causando enormes fissuras no chão. Em sua mão direita, a enorme espada se faz presente. A duquesa infernal aperta seus dedos contra o cabo da grande lâmina.

— Você tirou tudo de mim... — ela sussurra encarando o sangue pútrido sobre o solo, uma dor agonizante se instala em seu peito, com as memórias cada vez mais intensas ela não consegue mais segurar o ódio que assola seu âmago negro. — Hoje, eu irei tirar tudo de você.

Sophia avança contra o ser bestial e investe um forte golpe sobre ele que desvia fazendo-a derrapar sobre o solo sangrento, ela facilmente se recompõe e com maestria, corre de volta para Samael e desfere fortes golpes sobre a cabeça da besta fera deixando-o completamente atordoado, mas por pouco tempo até que suas garras aprisiona o braço esquerdo de Sophia que é arremessada contra o chão sendo prensada contra os ossos. O peso da pata monstruosa de Samael sobre o tronco da Duquesa infernal é imensurável fazendo-a pobre mulher infernal abrir a boca em busca de ar, suas finas mãos empurram o casco de Samael que ri com desdém.

— O que foi, mãe? Pensei que você iria me destruir. — ele rosna zombeteiro.

Sophia pega sua espada e a segura firmemente.

— Eu apenas comecei. — ela levanta a espada e finca a lâmina na coxa grossa de Samael que urra em agonia. Uma luz avermelhada cintila no local por alguns segundos até se apagar, Sophia rapidamente levanta-se e desfere um golpe no tórax do mostrengo fazendo-o cair a alguns metros longe da mulher infernal. A duquesa segura firme no cabo de sua espada sobrenatural e corre em direção de Samael que tenta se recompor, Sophia investe um golpe com sua lâmina lustrosa e acerta o trapézio volumoso das costa da besta que urra de dor ao sentir a espada rasgar sua carne abrindo uma enorme fenda da sua pele acinzentada. Sophia rodopiou no ar e desferiu outro forte golpe no ombro de Samael que, por mais uma vez, grita em agonia e cai no chão fraco demais para revidar.

Sophia baixou a espada, seu peito sobe e desce tão rapidamente, mas a feição austera e impassível continua firme e forte em sua faca jovem.

— Por que? — ela pergunta ao seu filho que levanta os olhos e encara sua mãe com um olhar assassino.

— Por que o quê? — ele rebate imerso em confusão, mas logo entende o que Sophia quer dizer. — Ah... Por que matei Bythos? Porque ele tornou-se fraco assim que pôs os olhos em você! Ele tinha poder para dominar tudo o que ele quisesse, mas preferiu uma vadia brilhante ao invés disso. — ele cospe as palavras demonstrando toda a sua repulsa pelo antigo deus falecido.

Sophia não conseguiu conter a fúria e desferiu um forte chute na barriga dura de Samael que imediatamente cuspiu sangue.

— Ele era seu pai! Como pôde fazer isso conosco! Como pôde ser tão egoísta, sem nós você nunca teria nascido. — ela esbraveja.

Sophia cerra os punhos contendo a fúria em seu peito, Samael é um ser abominável, um monstro a qual ela criou e apenas ela pode dar um fim nesse grande erro que cometeu há muitas luas atrás.

— Juntos ou não eu iria nascer, mamãe. Eu era uma ideia, uma ideia sua, sou sua pior parte... — ele diz levantando-se e caminhando em direção de Sophia. — Sou seu lado mais sombrio, a parte que você sempre quis ocultar. Foi por isso que você se tornou uma duquesa infernal, porque aqui... — ele passa seus olhos pelo perímetro e sorri diabolicamente. — É onde pode ser você mesma verdadeiramente, sem filtro e sem fingimento como você costumava fazer com os humanos.

Sophia dá um passo para trás e aperta mais ainda seus dedos envolta do cabo da espada, sua essência sombria ferve em confusão, não sabia dessa parte que seu filho mencionou, suas pernas deram uma leve falha no que ocasiona em um grande descuido. Samael avança contra sua mãe e lhe segura pelo pescoço levantando-a do chão, as garras afiadas de Samael lhe penetram a pele provocando uma imensa dor e agonia.

— Você é fraca assim como meu pai fora um dia... — ele sussurra contra a face de Sophia que tenta reprimir um grito de dor sem sucesso. — E eu destruo seres assim. — ele diz arrancando a espada das mãos de Sophia e fincando a lâmina em seu ventre.

A loira grita angustiada e fita os olhos tenebrosos de Samael pouco antes de jogá-la ao chão, Samael caminha poucos metros em direção ao castelo de Crowley. Seus ferimentos eram gravíssimos, mas seu ódio e sede de vingança são muito maiores que suas dores.

— Samael! — ele escuta Sophia gritar seu nome o fazendo para bruscamente.

O ser ri e vira-se em direção ao som da voz de Sophia, mas antes mesmo de fazer qualquer coisa sentiu uma dor excruciante lhe afligir. O corpo de Sophia está grudado ao seu fazendo com que a lâmina atravessasse os dois seres sobrenaturais.

— Nunca... — a loira começou a dizer e uma grande quantidade de sangue enegrecido escapa de seus lábios rosados. — Dê as costas para o inimigo, você deveria saber disso. — ela conclui puxando ainda mais o corpo colossal de Samael junto a si. A lâmina rasgou ainda mais a carne dos dois demônios fazendo-os gritar em uníssono em completa agonia

Uma luz incandescente emana de seus corpos e uma grande explosão e uma grande esfera varreu os campos infernais da Trevas das Lamentações arrasando e destruindo milhares de mártires.

A história de Sophia já estava escrita, seu destino sempre foi esse. Ela morreu consertando um erro que fora feito a milhares de anos, agora sua essência poderá ter a paz que tanto queria.

Em algum lugar do Kansas.

Onoskelis aperta os dedos envoltos ao volante com tamanha força que poderia facilmente machucá-los. Machucar.

Se machucar.

Sensações antigas, mas que se tornaram novas. Memórias que antes não passavam de confusões mental e que hoje tornaram-se o seu passado. A ruiva abre a janela e deixa que o vento balance seus cachos, ela já tinha esquecido de como ser humana novamente, esqueceu-se de que todas as sensações e emoções são profundamente intensas. Em seu peito a uma mistura de medo, adrenalina, compaixão e liberdade, liberdade no sentido de poder fazer o que qualquer humano pode. Evoluir.

Ela passa seus olhos nas vastas plantações de milharal e pensa em como sua vida poderia ter sido diferente caso nunca tivesse ter feito o pacto. Teria superado a dor de perder sua filha? Teria encontrado o amor por outra vez? Teria se permitido viver depois de uma grande e dolorosa perda? Muitas perguntas por um passado que nunca terá.

Um gemido dolorido a arranca dos pensamentos, Onoskelis olha para o banco do passageiro e fita Sam que se remexe sobre o banco, ele tem um corte profundo no supercilio e seu braço um grande hematoma roxo. Sam pisca algumas vezes e olha para o lado encarando a ruiva que sorri gentilmente.

— Oi.— ela diz timidamente e Sam resmunga pela dor que sente por mais uma vez. — Como está o braço? — ela pergunta enquanto reveza as mãos sobre o volante.

— Doendo, mas não acho que quebrou... De novo. — ele passa a mão livre sobre o braço machucado tentando aliviar pelo menos um pouco seu incomodo.

— Isso é bom. — ela responde enquanto controla a pressão no pedal do acelerador.

Sam olhou para os lados e franziu a testa.

— O que aconteceu? — ele questiona.

Onoskelis respira fundo.

— Não conseguimos enfrentar Samael, ele atacou você e depois matou Rowena. — ela sussurra a ultima parte lembrando-se do nobre sacrifício que a bruxa fez.

— Rowena... Morreu? — ele indaga olhando para suas mãos.

Onoskelis olha para Sam durante alguns segundos e não pôde conter o sentimento de pena. Sam está desesperado para poder achar uma cura para Dean e agora sem Rowena para fazer o feitiço suas esperanças finalmente desapareceram.

— Sinto muito, Sam. — é a única coisa que Onoskelis poderia dizer em uma situação dessas.

— O que realmente aconteceu lá? Por que não acho que você me salvou e saiu correndo. — ele pergunta sério.

Onoskelis teria que ter muito cuidado para dizer isso a Sam.

— Bom... Depois que Rowena se sacrificou, eu era a próxima e com toda certeza ele iria me desmembrar, mas... — ela tirou uma pequena mecha de cabelo da frente de seus olhos. — Dean e Crowley apareceram. — ela conclui.

Sam engole em seco e cerra seu maxilar.

— Dean me salvou e antes que os dois lutassem eu resgatei você e sai de lá o mais rápido que eu consegui. — ela diz rapidamente enquanto avista um motel de beira de estrada e encosta no estacionamento.

— Eu não sei o que aconteceu depois, mas espero que Dean tenha matado o desgraçado. — ela comenta. — O que importa agora é você... Eu sei que está chateado e provavelmente completamente sem rumo, mas eu sugiro que pegue esse carro e fuja para o mais longe que você puder. — ela desliga o motor e entrega as chaves para Sam.

Ele nada diz, está tão atônito que mau consegue raciocinar direito. Todo o seu plano fora por água abaixo e no fim ele consegue ver sua única esperança escorrer por entre seus dedos.

— Eu ficarei aqui, mas você precisa ir. Sam, você pode ter uma segunda chance, pode conhecer alguém e construir uma família nesse mundo "normal" o qual sempre sonhou. — Onoskelis tenta consolar a alma estilhaçada do pobre Winchester. — Mas você precisa pegar esse carro e dirigir sem olhar para trás, Dean era seu irmão, mas agora vocês não pertence ao mesmo mundo. — ela diz por fim e aperta levemente a mão fria de Sam.

— Obrigada por me dar uma segunda chance. Obrigada por me fazer humana de novo. — ela agradece e deposita um beijo inocente em sua bochecha e sai do carro.

Onoskelis caminha em direção ao motel e Sam... Sam não tem mais nada a perder.      


Então? Gostaram? Comentem!  

Bjus e até o próximo. 

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