O Começo do Fim (Parte Dois)

Oi gente, tudo bem? Espero que sim... Capítulo novo para vocês que eu acabei de escrever, espero que vocês gostem. Bjus e Boa leitura!

Desculpa se tiver algum erro.

Lebanon, Kansas. – Bunker dos Homens de Letras.

— Eu cometi um erro, Sam. — A ruiva anda em direção a uma das mesas e repousa sua bolsa sobre ela. — Não quero que você mate o meu filho. Não mais. — ela revela a ele que cruza os braços sobre o peito tentando entender onde a bruxa queria chegar. — Eu fui uma péssima mãe. — ela sussurra mais pra si do que para Sam.

Onoskelis agarra seus joelhos observando a cena.

— O que aconteceu, Rowena? Você vai cancelar nosso acordo? — ele pergunta receoso.

Sam tenciona seu maxilar, Rowena não podia cancelar o acordo que fizeram um tempo atrás, ela é a sua única chance de desvendar o feitiço para arrancar de vez a marca de Caim de seu irmão. Não podia deixar que isso acontecesse.

— Não! — ela balança a cabeça negativamente. — Eu ainda quero te ajudar, apesar de que isso vá contra a minha natureza. É estranho, mas eu quero ajudá-lo, Sam. — ela diz sincera.

Rowena encara o verde dos olhos de Sam, seu coração negro diz para manter a boca fechada, mas a consciência lhe obriga a dizer a verdade.

— Eu vou abrir o jogo, ok? Mas você tem que me prometer que não vai me matar. — ela pede.

Sam franze a testa, mas se mantém em silêncio.

— Crowley me ligou. — assim que ela diz o nome do rei infernal, a expressão de Sam se torna nada amigável. — Eu sei! Eu sei! Posso terminar? — ele revira os olhos e faz um gesto sútil com a cabeça para que a bruxa continuasse. — Ele me avisou que Lúcifer estava atrás de mim, no começo achei que era algum tipo de cilada que ele queria que eu caísse, mas era verdade. — ela engole em seco.

Sua mente divaga até as lembranças daquele maldito dia em que Lúcifer quebrou seu pescoço após ser iludida com suas promessas tentadoras.

— Eu vi seu irmão. — ela diz de súbito.

Sam descruza os braços, seu coração dá uma leve palpitada ao ouvir aquelas palavras, Onoskelis levantas os olhos e percebe que estava há dias sem dar noticias.

Isso não iria dar em boa coisa.

— E por que não me ligou?! Por que não me avisou que estava com Dean? — ele avançou contra a ruiva, mas Onoskelis entrou em sua frente, o impedindo de fazer qualquer coisa.

— Espere, Sam! Ela fez isso para te proteger. — Onoskelis explicou surpreendendo Rowena. — Como eu te disse antes, Dean não é mais o Dean que você conhece. Se ele o visse muito provavelmente ele o mataria sem pensar duas vezes.

Sam se afasta e passa seus dedos trêmulos entre seus cabelos, o ar que sai de seus pulmões é pesado demais para ser mantido dentro de seu corpo. Todo esse inferno começou com a maldita hora em que Dean teve que pegar a marca de Caim para poder eliminar Abaddon, talvez se não fosse por aquele cavaleiro de Lúcifer, Dean poderia ter seguido um rumo diferente do que está seguindo.

— Obrigada. — Rowena sussurra para Onoskelis que assente sutilmente.

— E o que aconteceu? — Onoskelis pergunta por Sam que apenas observa o modesto quadro com a foto dele e de seu irmão.

— Nós íamos matar Lúcifer. — Rowena sussurra e baixa o seu olhar.

O coração de Onoskelis saltou do peito e todo aquele medo humano a atingi de forma que tirou o ar de seus pulmões, Sam engasga e repousa lentamente seu o9lhar em Rowena. Lúcifer. O motivo de todas as suas desgraças.

— O que? Lúcifer está preso na jaula. — Sam diz inocentemente.

Rowena balança a cabeça negativamente e solta um longo e pesado suspiro.

— Não está mais...

— Ishtar conseguiu o que tanto queria... — Onoskelis diz pensativa interrompendo Rowena. — Vaca miserável! — ela resmunga entre dentes.

— O que está acontecendo?! — Sam esbraveja imerso em confusão. — Quem é Ishtar e como Lúcifer escapou da jaula?

Onoskelis e Rowena se entreolharam e suspiraram, não havia tempo para poder explicar o que estava acontecendo.

— Sam, vou tentar explicar de forma resumida. — Onoskelis olha para Sam que ouve atentamente. — Ishtar era uma das Duquesas Infernal muito poderosa, ela arquitetou um plano para soltar Lúcifer da jaula e infelizmente não conseguimos impedir.

Sam cerrou seu maxilar e engoliu o medo que começou a apertar sua garganta.

— Ele possuiu o presidente e isso coloca toda a raça humana em risco. — ela explicou.

Rowena deu um passo à frente.

— Dean matou o presidente, isso vai causar uma grande guerra entre as potências, irão pensar que algum tipo de crime político, de qualquer forma Lúcifer conseguiu o que queria. A raça humana vai se destruir.

Sam puxou uma das cadeiras e sentou-se sobre ela, sentiu náuseas afligir seu corpo, uma tontura forte atravessou seu crânio como um forte chacoalhão. De novo ele teria que pensar em uma solução para salvar o mundo, mas dessa vez a solução talvez estivesse fora do seu alcance.

Talvez, dessa vez, não haveria mais solução.

Rowena abriu a boca para dizer algo que confortasse a alma aflita de Sam, mas foi interrompida por uma sensação estranha, seu sentidos aguçados pela magia negra a alerta de perigo se aproximando. Ela repousa sua mão direita sobre o peito enquanto exibe uma careta, Sam levanta os olhos observando a bruxa com certa desconfiança até que uma grande explosão das luminárias surpreende os três presentes ali, Sam levanta-se e saca a Colt M1911A, a arma que fora a companheira de anos de seu irmão, mas que agora é a fiel escudeira de Sam. Onoskelis põe as mãos sobre os ouvidos e se afasta da porta do bunker que explode em pedaços.

O silêncio impera sobre o ambiente, Onoskelis e Rowena se entreolham assustadas, mas Sam mantém sua postura firma e pronto para apertar o gatilho se precisar.

— Achei que aqui era um lugar seguro. — Onoskelis sussurra para Sam.

— Aqui é um lugar seguro, o que quer que seja... — Ele engole em seco. — Não é qualquer coisa.

O silêncio irrompe e passos pesados se aproximam da porta, o chão começa a estremecer os passos pesados da entidade desconhecida, como se algo incrivelmente grande e poderoso está prestes a cruzar a entrada do bunker.

Um ser acinzentado cruza a batente, sua pele escamosa pintada levemente com sangue, seus braços grossos cravejados com espinhos afiadíssimos, suas pernas de bode cravadas no piso de cimento queimado que racha ao sentir o peso da criatura. Seus olhos negros e íris de um vermelho tão intenso quanto o céu infernal repousaram sobre Sam. Ao ver seu oponente do outro lado do ambiente segurando uma arma humana, a entidade não pôde deixar de sorrir com desdém mostrando seus inúmeros dentes afiados que estraçalharam vários humanos a caminho do seu destino.

Rowena reprime um grito de pavor ao olhar a criatura horrenda, Onoskelis sentiu sua alma se contorcer com medo da entidade a sua frente e deu um passo para trás.

Sam não sabia ao certo que estava presenciando, sentiu uma vontade de correr e fugir dali, pois sabe que suas possibilidades de sair vivo em um confronto com tal criatura são mínimas. Mas não o fez, apertou ainda mais o cabo da sua arma e mirou bem ao centro da cabeça descomunal do monstro.

— Quem é você?! — Sam grita para a criatura que sorri mais ainda com o seu desconhecimento sobre ela.

Mais uma vez o silêncio reina sobre eles até ser interrompido por uma grossa e assustadora gargalhada. O ser infernal balança sua cabeça negativamente raspando seus enormes chifres nas paredes ao seu lado.

— Quem sou eu? Eu sou aquele que arrancará a carne dos seus ossos... Com os meus dentes. — ele rosna assustando os três ali parados.

Rowena levantou as mãos em posição de ataque, não deixaria Sam se defender sozinho, aquela besta o esmagaria sem pensar duas vezes.

— Meu nome é Samael, príncipe do Caos e você tem algo que eu quero. — O demônio explicou pacientemente.

Sam franze a testa, imerso em confusão. Ele firmou ainda mais seus dedos no gatilho mostrando que não havia entendido o que a entidade quis dizer.

— Um livro. — ele diz.

Sua voz incrivelmente grave ecoa pelo bunker fazendo com que Sam entenda o que aquele demônio queria dizer.

O livro dos Condenados? — ele sussurra em afirmação, mas o medo faz com que pareça uma pergunta.

O monstro sorri e assente lentamente com a cabeça, alguns pingos de saliva e sangue escorrem por seus lábios, o ser está sedento por sangue.

— Não iremos lhe entregar nada, então cai fora! — Onoskelis grita chamando a atenção do ser para ela.

Onoskelis percebeu a grande besteira que havia feito e engoliu em seco.

— Então... — O ser cravou seus dedos nas barras de proteção da escadaria, Sam, Rowena e Onoskelis conseguiam ouvir as súplicas do metal. — Terei que pegá-lo a força. — assim que essas palavras são proferidas, Samael rompe o metal e pula em direção aos três.

Ele pousa agressivamente no chão rachando o piso e estremecendo o lugar, Sam descarrega o pente do seu colt no peitoral desnudo do ser infernal, seu coro parece impenetrável de modo que as balas ricocheteiam provocando apenas cócegas, sem saída, Sam sacou a Espada angelical e avançou contra o mostrengo que riu com a petulância do humano a sua gente. Sam empurrou o mostro duas vezes maior que ele e cravou a lâmina no seu abdômen, Samael segurou o braço livre de Sam e olhou no fundo dos olhos do Winchester.

— Isso não vai funcionar. — ele rosna e puxa Sam para o alto o tacando contra a mesa de madeira no centro da biblioteca.

O corpo dele bateu com violência contra a madeira que partiu em dois grandes pedaços, Sam gemeu de dor, mas não conseguiu fazer mais nada o baque foi muito violento para um humano conseguir ficar de pé tão facilmente. Samael levantou sua imponente pata, pronto para esmagar o crânio de Sam que arregalou os olhos ao sentir seu destino se aproximando, mas foi impedido por Rowena que lançou lhe um feitiço o jogando contra a parede crua do bunker e o segurando dentro da cratera que se formou com o impacto.

— Onoskelis, o livro! — A bruxa apontou para a prateleira onde o livro estava escondido, Onoskelis correu e agarrou o livro contra seu peito.

— Você acha que esse poder pode me segurar, bruxa? — Samael forçou o tronco para frente e levantou sua mão, usando a telecinese ele puxa o corpo frágil de Rowena que tenta resistir, mas o poder da bruxa não se compara com o poder de um príncipe infernal.

As garras de Samael envolveram o fino pescoço da bruxa.

— Você... Você não vai conseguir. Lúcifer cairá em desgraças, vocês não irão vencer! — ela tentou gritar, mas as garras de Samael cravam mais ainda na carne da bruxa que se contrai em agonia, o demônio aproximou suas ventas de Rowena que se debate em uma tentativa inútil de livrar-se das garras de Samael.

— Bom, é isso que vamos ver. — ele rebateu sombriamente com sua voz grave e sobrenatural.

Samael aperta cada vez mais o frágil pescoço de Rowena que geme ao sentir a dor excruciante até que um "craque" ecoa pelo lugar e suas mãos tombam ao lado do corpo sem vida.

Rowena teve um fim o qual nunca se imaginou tendo, ela protegeu um Winchester, protegeu o mundo de um futuro apocalíptico e, possivelmente, salvou milhares de vidas. Apesar de ter cometido atrocidades em seu passado, Rowena tinha um coração bom, poderia ser difícil de enxergar suas qualidades mascaradas com sarcasmo e petulância.

Seu ato heroico será lembrado.

Samael deixa o corpo de Rowena cair sobre o chão e foca seu olhar assassino em Onoskelis que dá um passo para trás na defensiva, mas seu corpo encontra o frio da parede. Sem saída.

— Agora. — Samael avança batendo seus cascos contra o piso estremecendo a estrutura firme do bunker. — É a sua vez, ruiva.


Dean cortou as árvores como um furacão, seus passos são rápidos em direção ao bunker, só de imaginar o que Sam poderia fazer contra Onoskelis desperta em Dean uma fúria assassina, apesar de ele ter se tornado um demônio, Dean criou uma ligação especial com Onoskelis algo que ele sentiu apenas uma vez ao lado de Lisa, a humana. Crowley o seguia logo atrás, ele iria impedir que Dean cometesse qualquer erro que venha se arrepender, Dean é um demônio impulsivo demais, não poderia deixá-lo fazer o que desse na telha, ele precisa ser guiado.

Ao se aproximarem da entrada do bunker Dean percebe que há algo de errado, a porta resistente estava em pedaços e no lugar um enorme buraco como se algo grande tivesse passado por ali. Crowley sentiu um poder estranho ali presente, algo antigo e perigoso estava dentro do bunker. Dean se aproxima da entrada e seu âmago negro ferveu ao escutar os gritos de uma mulher.

— Não! — o grito é estridente chamando a atenção de Dean e Crowley que correm para dentro do lugar.

A besta segura Onoskelis pelo pescoço, a prensando contra a parede do outro lado do ambiente, Dean abre levemente a boca perplexo com o que vê, nunca viu nada parecido, era o ser infernal mais tenebroso que já vira, mas sua perplexidade não o impede de sacar sua Primeira Lâmina e avançar contra o mostrengo.

— Solta ela!— ele rosna fazendo o ser parar de apertar o pescoço da ruiva e sorrir ainda de costas.

Samael esperou pelo momento de conhecer pessoalmente Dean Winchester, o caçador que matou milhares de seres sobrenaturais e mandou de volta para o inferno incontáveis demônios. O homem que nasceu e foi criado para caçar todo a qualquer tipo de seres que habitam as sombras e que agora se tornou aquilo que mais odeia.

Um cavaleiro de Lúcifer.

Samael soltou lentamente seus dedos do pescoço de Onoskelis que correu em direção a Sam que ainda está desacordado em meio aos destroços da mesa.

— Dean Winchester! É uma honra finalmente conhecê-lo pessoalmente. — ele sibila com sua voz grave.

Dean não desvia seu olhar do ser infernal, Samael se movimenta pelo ambiente e é acompanhado pelos olhos atentos de Dean que aperta cada vez mais o cabo de sua Primeira Lâmina.

— Ouvi coisas muito... — ele passa suas íris escarlates sobre o ambiente analisando seus oponentes. — Intrigantes a seu respeito. Espero que o que dizem ao seu respeito seja verdade.

Dean tenciona o maxilar e se pôs em posição de ataque.

— Pode ter certeza que são.

Crowley se aproxima de Onoskelis que está agachada ao lado de Sam, ele observa à ruiva e se espanta por não sentir mais sua essência negra e seu coração humano batendo fortemente sob seu tórax.

— Onoskelis? — ele sussurra intrigado, ela passa a mão sobre os cachos avermelhados e sorri para Crowley.

— Eu estou bem. Tome. — ela entrega o Livro dos Condenados para Crowley. — Você precisa esconder ou até mesmo destruir esse livro, se ele cair nas mãos de Lúcifer o mundo estará perdido.

Crowley assentiu e guardou o livro de baixo de seu terno preto, seu olhar meticuloso passa pelo rastro de destruição até que o coração negro do rei infernal estremeceu ao ver o corpo de sua mãe caído a pouco mais de um metro dele. Ele engoliu em seco e caminhou lentamente sem ao menos se importar com a conversa calorosa que Dean estava tendo com Samael.

Crowley se agacha ao lado do corpo sem vida de Rowena e toca lhe o rosto, agora aquelas palavras que ela tinha proferido mais cedo fazia sentido para ele. No fundo, Rowena sabia das consequências que esse dia teria, ela era a bruxa mais poderosa viva e prever o futuro era um dos inúmeros poderes que ela possuía se ela se sacrificou foi por um bem maior e Crowley entendia isso.

Com esse grande ato de sacrifício Rowena quitou todos os seus pecados cometidos em vida, sacrificar-se pela raça humana foi o ato mais nobre já feito por qualquer ser, sua alma foi purificada e levada ao céu. Crowley sabia disso, os rastros da alma de sua mãe continha um sigilo inoquiano que apenas os anjos podem usar.

A alma de sua mãe está salva.

Crowley usa o seu poder e teletransporta o corpo de Rowena para um lugar seguro. Ele voltou para onde Onoskelis está e repousa sua mão sobre o ombro da amiga.

— Eu sinto muito pela sua mãe, ela salvou a vida de Sam. — ela sussurrou. — Vá, Crowley! Não há tempo, destrua o livro. — ela diz exasperada.

— Mas e você? — ele indaga curioso.

— Vou levar Sam para um lugar seguro, ele não pode ficar aqui jogado. — ela puxou o corpo pesado de Sam que aos poucos começa a recuperar a consciência e a ajuda a se manter de pé.

— Tudo bem, tome cuidado. — ele a aconselha e desaparece.

Onoskelis arrasta Sam em direção a garagem, tentando ao máximo se acostumar com a as limitações humanas. Ela abre a porta do mustang 66 que está mais perto da saída e coloca Sam com cuidado no banco do passageiro. Ela corre e entra no carro dando partida.

Onoskelis olha por uma ultima vez em direção de onde veio e torce baixinho para que Dean saia vivo dessa luta.

O destino de tudo pode estar nas mãos de Dean. 


Comentem! Logo mais eu posto a parte três. É gente... O Rei dos Condenados está quase chegando ao fim (triste), mas sem choro! Tem muita coisa para acontecer ainda. Bjus e até o próximo. 

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