O Acordo

  OLÁ Queridos leitores, chegando mais um capítulo saindo quentinho do forno. Espero que vocês gostem e comentem please! É muito importante saber as opiniões de vocês, fora que me motiva cada vez mais a escrever e criar.
Boa leitura lindos.  

— Conversar? — ele indaga, desdenhosamente. — Não estou a fim de discutir a relação. — Dean diz.

Ele caminha até a beirada da cama, pegando a sua calça no chão, ele segura o braço da moça — com um olhar de desprezo quase obsceno sobre o rosto — o largando sem o menor cuidado encima do tórax sem vida dela. Senta-se ali e veste sua calça enquanto Crowley entra no cômodo fechando a porta atrás de si, ele anda hesitantemente até a mesa sentando-se em uma das cadeiras dispostas sob uma tímida sombra, seus olhos ansiosos encaram Dean por alguns longos segundos.

Crowley sabe que Dean está mais poderoso do que nunca, ele jamais faria algo parecido como fez com aquelas duas infelizes. Crowley sempre teve receio sobre os Winchesters e, principalmente, sobre o que eles podem fazer, mas agora que Dean possui a Marca de Caim — em que o próprio Caim lhe deu — a partir daquele momento, Crowley sabia que precisava ficar um passo à frente. Precisava se preparar para o inevitável.

— Vai ficar babando ou vai falar logo de uma vez o que quer? — Dean resmunga, arqueando a sobrancelha.

Levanta-se e caminha até ao banheiro, abre a torneira para lavar o rosto. Crowley suspira e revira os olhos.

— Charmoso como sempre. — Murmura. — Tenho uma proposta para você. — Crowley suspira mentalmente e entrelaça os dedos sobre a mesa, ele não podia demonstrar o qual apreensivo estava. Dean levanta o rosto e o observa através do espelho.

— Uma proposta? Essa é boa! — Caçoa.

Dean sabe que tudo que vinha de Crowley era furada, já fora enganado pelo rei da encruzilhada mais vezes do que pode contar, mas o impiedoso demônio havia despertado a curiosidade em Dean, que decidiu escutar o que tinha para dizer.

— Dean... — Crowley limpa a garganta enquanto ajeita seu terno. — Eu sou o rei do inferno e você era o caçador mais temido, e agora tem a Marca de Caim fincada nesse seu desejado corpinho. Pense Dean... Nós dois juntos podemos finalmente criar o inferno perfeito.

Dean sai do banheiro com um sorriso zombeteiro sobre os lábios, olha para Crowley de esguelha enquanto calça suas botas.

— O que te fez pensar que eu me juntaria a você? — Dean questiona, arrogantemente.

O rei do inferno ergue os lábios em um sorriso nefasto.

— Digamos que eu posso dar o que você mais deseja. — Ele diz, provocativo.

Dean levanta e veste a sua blusa.

— O que? Uma cerveja?

— Não, Dean. — Crowley se aproxima minimamente de Dean, deixando uma boa distância entre os dois. — Eu posso saciar seu outro tipo de sede... Sua sede de matar.

Os músculos de Dean petrificaram, paralisando seu corpo de forma sufocante, ele não podia ignorar o fato de Crowley estar certo, ignorar que cada célula do seu corpo ansiava sentir a Primeira Lâmina fatiar e estraçalhar qualquer desgraçado que cruzar seu caminho. Seu corpo e sua essência demoníaca imploravam por sangue. Crowley fez uma jogada de mestre e Dean sabe disso.

— Toquei na ferida, não é mesmo. — Indaga provocativo.

De repente o ar torna-se pesado e a tensão é quase palpável ao ponto de ser cortada com uma faca, o andar lento de Dean é como o de um leão observando sua presa, seu olhar vil encara Crowley como se ele fosse um bebê antílope que se perdeu de sua manada, seu corpo pedia para arrancar a cabeça dele ali mesmo. Mas a ideia de alimentar a marca não era tão ruim assim. Dean cerra o maxilar e engole a fúria a contragosto.

— E como isso iria funcionar? — Pergunta, cruzando os braços com um semblante extremamente sério.

Crowley não deixa que o tom ameaçador do portador da marca lhe estremeça, por mais que estivesse se borrando por dentro, ele mantém seu bom e velho sorriso sarcástico no rosto para manter a pose.

— Será informal. — Ele começa. — Há pessoas e coisas que mereçam descer de tobogã para o inferno e, na hora certa, você vai saciar a sua amiguinha aí. Bom para ambas as partes. — Crowley aponta para a marca no braço de Dean.

Ele limpa seu terno olhando com nojo para o ambiente morbidamente asqueroso

— Bom o papo foi ótimo, mas preciso acertar algumas coisas. — O demônio muda de assunto. — Tem algumas pessoas que não aceitarão muito bem a sua... — ele dá o seu melhor olhar sarcástico. — Condição. Por enquanto, só existem boatos de que você é um demônio e hoje irei oficializar. — Ele caminha até a porta. — Enquanto isso, use esse tempo para se acostumar a sua nova vida.

— Isso é uma ordem? — Dean cerra os punhos com força se aproximando de Crowley no intuito de intimidá-lo. O demônio engole em seco e esboçando um meio sorriso forçado, ele se afasta e para perante a porta, segurando firmemente a maçaneta de metal castigada pelo tempo.

— Não, apenas um conselho de amigo. — Crowley diz.

Ele abre a porta e desaparece rumo ao inferno.

Dean não se sentia confortável trabalhando com Crowley, todas às vezes que trabalharam juntos, de alguma forma acabava mau. Mas essa nova versão do Winchester queria que o mundo se fodesse, sentia um poder tão intenso fluindo por suas veias que se algo desse errado, ele não hesitaria em destruir Crowley ou quem quer que se metesse em sua jornada obscura. Se o rei do inferno estivesse planejando dar uma rasteira em Dean, seria o pior erro que ele cometeria em toda sua existência profana.

Dean segura sua Primeira Lâmina sentindo todo o poder sombrio o consumir e a coloca de volta a cintura, abre a porta e, antes que pudesse sair do quarto, olha para trás absorvendo cada detalhe do seu morticínio. Aquilo será sua nova vida e, secretamente, Dean gosta disso.

Nebraska 280 km de Lebanon, Kansas.

Parado em frente a construção abandonada, Crowley respira fundo, sente o aroma fétido de esterco de vaca encher-lhe os pulmões mundanos e, por um momento, pôde sentir um enjoou tomar-lhe o estômago. A rua está vazia e uma brisa fria de outono atravessa seu corpo rígido — completamente tenso.

Isso não é bom.

Nos últimos tempos, Crowley sentia-se diferente, as emoções humanas o alvejavam sem parar, o vicio por sangue humano torna-se tão violento que ele mal podia se controlar. O tornando fraco e, não a espaço para fraqueza no inferno. Quando Lúcifer, o arcanjo sombrio, caiu foi confinado em uma grande e poderosa jaula nos confins de geena, apenas uma única palavra definia o inferno naquela época: Caos. Depois de eras de absoluta anarquia, Crowley, que na época era um demônio da encruzilhada respeitado no seu meio, viu uma oportunidade de mudar as coisas. Depois de décadas de muito empenho ele passou de um simples demônio da encruzilhada ao rei do inferno. Ordem e progresso, era assim que ele iria expandir os negócios, não era apenas ser temido, ele ansiava por respeito e tudo torna-se melhor quando se tem os dois.

Seu olhar meticuloso alterna entre o inicio e o fim da rua deserta, uma pequena gotícula de suor escorre pela sua têmpora, mas não que ele tenha notado. Três batidas abafadas contra a madeira surrada e desgastada e, depois de alguns segundos, ela se abre.

— Olá Billie. — Crowley cumprimenta a ceifeira.

Ela assente com a cabeça sem dizer nada, dirige-se até outra porta, maior e mais castigada, pequenos sigilos enoquianos cravados na madeira se iluminam como brasa, até que elas se abrem em lamentos arrastados ecoando pelo ambiente. Crowley sabia que a partir daquele momento ele teria que assumir outra postura, teria que ser firme. Depois de descer os inúmeros degraus, Crowley finalmente adentrou no salão onde residia seu trono. Sentou-se e puxou o doce aroma de enxofre para seus pulmões tentando aliviar o incomodo em seu estômago.

— Onoskelis! — Bradou.

A mulher entra no salão com um tablet em mãos, sua pele é alva e macia, seus olhos demoníacos mascarados por lindos olhos azuis cianos, seu corpo cheio de curvas, cabelos cacheados em tons avermelhados e um incrível sorrisinho malicioso nos lábios rosados. Obstinada e sensual, sempre emana um ar de confiança e Crowley gostava disso.

— Sua alteza! — ela curva levemente a cabeça. — Fico contente que tenha voltado, trago boas notícias.

— Imagino que tivemos ótimos rendimentos com os pactos, mas depois conversamos sobre isso. Preciso que você convoque uma reunião no conselho com os duques infernais... Pan, Sophia, Ishtar e Satã, todos sem exceção. Diga que é um assunto de extremo interesse deles.

Onoskelis assente.

— Quero que vá pessoalmente em cada reino, pois o assunto é de extrema urgência. Recrute para sua escolta Mavet, Krosmokrates e Vine, eles garantirão que não tenha imprevistos em sua viagem.

A ruiva assente mais uma vez com a postura firme, mas a sua curiosidade lhe consome de forma que não consegue segurar a língua.

— Meu rei, se me permite perguntar. — Ela segura firme o tablet e baixa sutilmente o olhar em forma de respeito. — Por quê tamanha urgência? — pergunta, relutante.

Crowley cruza as pernas e entrelaça os dedos repousando-os sobre o joelho, seus olhos astuciosos observam Onoskelis atentamente.

— É confidencial. — Responde, sério.

A mulher demoníaca morde o lábio inferior e arrisca mais uma vez.

— Vejo que está apreensivo o que significa que algo grande está para acontecer. — Argumenta acanhada. — Não confia em mim? — ela pergunta hesitante e envergonhada.

Onoskelis tem grande estima pelo relacionamento de confiança que criou com Crowley ao longo dos anos. Crowley levanta-se do trono e caminha em sua direção tocando suavemente seu rosto em uma tentativa de tranquilizá-la.

— Se não confiasse você estaria espalhada em pedaços pela corte. — Ele murmura, seriamente. — Sabe sobre os boatos que estão circulando?

— Sobre Dean Winchester? — ela pergunta.

Crowley olha em seus olhos e balança a cabeça.

— É tudo verdade.

A ruiva arregala os olhos e por um momento quase engasga com o choque.

— Vá, cumpra seu dever e deixe o resto comigo. — O rei ordena.

Onoskelis assente ainda perplexa e segue rumo a sua missão em passos firmes, precisava convocar os duques e por mais que sua língua coçasse para gritar aos quatro ventos, ela ficaria quieta como a serva leal que era. 




  Então? Gostaram? Comentem! Agora as coisas vãos esquentar um pouco... Os duques infernais estão chegando!
Me desculpem se tiver algum erro, ao final da fic eu vou revisar tudo ok.
Bjus e até o próximo capítulo  

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