Ele levou a mão que estava no meu rosto para a minha nuca e então finalmente aconteceu: ele me beijou com delicadeza, calma e paixão. Seria impossível tentar descrever a explosão de sentimentos e sensações que eu tive. Fogos de artifício naquele momento poderia ser mais do que apropriado, só que como nada é perfeito, esses fogos de artifício não aconteceram. Pelo menos não no exterior, mas aconteceram no interior e sinceramente era muito mais emocionante e excitante.

Correspondi o beijo com desejo, passei os braços pelo pescoço dele e o puxei tentando aprofundar. Carlos entendeu o recado e aprofundou o beijo, mudando o ritmo e logo o beijo era puro desejo e luxuria. Não tinha mais espaço entre os nossos corpos e mesmo assim continuávamos a nos pressionar um contra o outro. Estávamos transbordando necessidade e cada movimento era uma tentativa desesperada de saciar aquela vontade avassaladora.

Deixei a mão esquerda bagunçando seus cabelos e com a direita alisei o peitoral forte com uma calma anormal. Fui descendo a mão, alisando o abdômen definido, arranhando um pouco. Desci a mão até sentir a cós da cueca dele, e assim que senti, passei a mão para trás me empenhando em alisar e arranhar as costas. Enquanto eu percorria o corpo de Carlos com a mão, ele tinha descido a mão que estava no meu quadril a alojando na minha bunda e apertando com desejo. A mão que estava na minha nuca desceu pelo meu ombro e com ela abaixou a alça da camiseta. Alisou a lateral do meu corpo até chegar à minha coxa, apertando de leve e levantando minha perna junto. O ritmo do beijo foi diminuindo aos poucos, Carlos mordeu meu lábio inferior de leve e parou encostando a testa na minha. Mantive meus olhos fechados enquanto tentava normalizar a respiração.

Com um sorriso tímido no rosto abri os olhos e lá estavam àqueles lindos olhos negros brilhando como o céu. Eles transmitiam tanta coisa: paixão, carinho, respeito e muito mais. Abraçamo-nos com força, o abraço era carinhoso com uma sensação de proteção, e ficamos assim no ritmo das ondas que nos balançavam com cadência e leveza, sentindo e compartilhando o batimento em uma perfeita sincronia até se tornar um só batimento, um só coração. Eu poderia ficar ali horas ou até mesmo dias naquele mesmo lugar, naquela posição com ele, só que nada é perfeito.

Depois de alguns minutos ali Carlos achou melhor retornar à areia para evitar algum problema com as nossas coisas que ficaram por lá. Permaneci sentada de frente para o mar enquanto que Carlos deitou na areia com a cabeça apoiada nas minhas pernas. Com a juba de leão dele em mãos, tive a oportunidade para fazer o que quiser então não perdi tempo e deixei que a minha mão se perdesse nos cachos. Seu cabelo era macio e gostoso de mexer, não demorou muito para que ele fechasse os olhos e assumisse uma expressão tranquila.

Antes eu fiquei observando o mar imaginando todas as criaturas que estariam nadando naquele momento em uma profundidade. Quando Carlos dormiu me ocupei em memorizar todos os traços do rosto dele.

As sobrancelhas de um avermelhado escuro, a barba que cobria parte do rosto fazendo um mistério sobre como ele seria sem a volumosa barba; coisa que eu não estava tão empolgava em descobrir se significasse ele ter que tirar. Os lábios rosados e carnudos levemente inchados pelo beijo... Meus olhos foram atraídos para o abdômen que logo abaixo do umbigo possuía um pequeno "caminho" de pelos que sumiam em algum ponto dentro da cueca. Sorri ao imaginar como realmente terminava e resolvi percorrer o caminho com os dedos até onde a cueca dele me deixava ir.

Fiz movimentos suaves e delicados sentindo a maciez dos pelos se desenrolares conforme meus dedos passavam por eles. Sentindo o carinho Carlos abriu os olhos e um sorriso iluminou o rosto assim que seus olhos encontraram com os meus. Sem pensar duas vezes devolvi o sorriso e ele voltou a fechar os olhos.

Assim ficamos: eu observando o reflexo da lua no mar e Carlos usufruindo do meu carinho, até secarmos o suficiente para vestir as roupas novamente e arriscar pegar um táxi.