Capítulo 13
Estava completamente perdida no filme de suspense quando a voz do Carlos chamou minha atenção e, minha nossa, ainda bem que ele fez isso. Ele estava com uma camisa sobre os ombros, com um short largo até os joelhos e parte da cueca aparecendo e, MINHA NOSSA ao quadrado, que corpo lindo! Eu já sabia que ele era forte, mas não sabia que era bem definido. Tinha uma barriga de nadador definida, mas não ao extremo, bem na medida. Os peitos largos e costas musculosas. Com muita força eu levantei os olhos da barriga dele me prendendo um pouco naquele peitoral e olhei para o rosto dele.
- Com muita fome? – perguntou enquanto vestia a camisa.
- Um pouco – levantei imediatamente –, no que posso te ajudar?
- Pode me fazer companhia enquanto cozinho – disse indo para a cozinha.
Fui logo atrás
- Não vai precisar de ajuda nenhuma?
- Não. Você bebe? – perguntou com a metade do corpo escondido pela porta da geladeira.
- Bebo sim.
- Pega.
Então o louco arremessou uma long neck na minha direção e por sorte eu peguei no puro reflexo. Abri a garrafa, encostei na parede e o observei tirar várias coisas da geladeira, cuja última tirada foi outra long neck. Abriu a garrafa e bebeu um gole bem generoso a deixando de lado, logo em seguida começou a preparar o almoço.
- Eu gosto assim, que me alimentem – falei caminhando em sua direção.
Ele me olhou por cima do ombro com um sorriso no rosto.
– Se continuar assim vamos ser grandes amigos, tenha certeza disso. – parei ao lado dele próximo a pia.
- Então eu só preciso te alimentar e a nossa amizade estará cem por cento garantida? – perguntou com um ar divertido.
- Exatamente – tomei outro gole – fácil não acha?
- Muito fácil, nesse ritmo vamos ser melhores amigos. – brincou me lançando um sorriso animado.
- Espero que sim, ai vou poder comer muito. – respondi com um tom sonhador e levando a mão barriga como quem está com fome.
Ele riu.
Ficamos em silêncio por alguns minutos enquanto ele cortava os temperos.
– Você pratica algum esporte? – perguntei mordendo o lábio inferior, morrendo de curiosidade.
- Faço natação. Na verdade eu fazia, ainda estou procurando um lugar por aqui para nadar. Todo lugar ou é caro demais ou impróprio demais. Mas por quê? – me olhou com a cabeça levemente inclinada com a curiosidade refletindo nos olhos.
- Nada não, apenas fiquei curiosa – depois de alguns segundos acrescentei – você tem cara de quem pratica esporte.
- Cara ou corpo? – perguntou com ar convencido.
- Cara, o corpo não é lá essas coisas. – rebati tentando disfarçar meu constrangimento com uma irritação inexistente.
- Sei – ele riu – vou fingir que acredito e que não vi você me secando lá na sala. – seu rosto era puro convencimento.
- Pois acredite. – garanti – o que vamos comer? – Perguntei meio segundo depois tentando mudar de assunto.
Funcionou, é claro, já que ele logo voltou a atenção para o que estava fazendo.
- Macarrão com salsicha, gosta?
- Adoro! Então mão na massa ai.
Fechei os olhos poucos segundos depois de falar. Essa foi terrível, minha nossa!
- Literalmente. – Ele falou tentando se manter sério.
- Essa foi péssima – levei a mão aos olhos e balancei a cabeça com desanimo.
Carlos riu.
- Foi péssima mesmo, você já foi melhor. - Disse como quem me conhecesse há anos.
Concordei com a cabeça e franzi os lábios em um gesto de lamento.
- Eu sempre sou a melhor, mas às vezes finjo dar uma bola fora para não deixar os outros desanimados por sempre perderem.
Ele abriu a boca para dar uma resposta, mas eu emendei com rapidez
- Pelo menos espero que você termine rápido, estou com fome.
- Você sempre tem que dar a última palavra?
- Sempre, se acostume com isso.
- Não sei se posso, isso vai exigir muito da minha pessoa. – disse experimentando o molho – esse molho está ótimo.
- Você pode sim e me deixa experimentar. – estendi a mão e ele colocou um pouco de molho nela. Logo coloquei na boca antes que queimasse – isso está ótimo, meus parabéns!
O molho que ele tinha feito era natural, apenas. Nada de molho de caixa, realmente estava sensacional, um ótimo tempero.
- Obrigado. – ele se curvou com uma das mãos na costa e a outra a frete do corpo em agradecimento.
- De nada.
Poucos minutos depois a comida estava pronta e arrumamos a mesa numa pressa enorme. Antes mesmo de pensar em me servir, Carlos já o tinha feito.
- Por favor, me diga o que achou. – pediu com expectativa, com brilho nos olhos.
Peguei uma porção de macarrão e coloquei na boca e... nossa! Como estava bom. Mas eu precisava fazer um drama, então enrolei um pouco e fiquei analisando, peguei mais um pouco e analisei de novo. Depois de um tempo de mistério resolvi dar o veredito.
- Acho que dá para comer – falei com ar de sabedoria.
- Para de graça, está ótimo que eu sei.
- Comestível, eu diria.
Ele bufou e se sentou para comer.
– Você parece uma criança birrenta, a comida está ótima.
- Eu sei – respondeu fazendo bico.
- Sabe que é uma criança birrenta ou que está ótimo? – levantei uma sobrancelha provocativa.
- Que está ótimo – ele respondeu com altivez.
- E que é uma criança birrenta?
- Também – respondeu dando de ombros.
- Foi o que eu pensei.
Eu não sei se ele fez pouco macarrão, ou se comemos muito. Só sei que em poucos minutos tínhamos acabado de comer tudo.
- Isso sim é ser feliz – Carlos suspirou todo largado na cadeira.
- Realmente. Não aguento mais nada, não que ainda tenha algo para comer.
- E a sobremesa?
- Que sobremesa, menino? – Ele fez e eu não vi?
- A nossa sobremesa favorita: sorvete, é claro.
- Isso é uma maldade enorme. – pensei alguns segundos – Podemos esperar pelo menos uns vinte minutos?
- Eu aceito, enquanto isso vou lavar a louça – ele levantou retirando a mesa.
- Nisso eu te ajudo - levantei e comecei a ajudá-lo retirando as coisas da mesa – e nem adianta reclamar – acrescentei antes que protestasse.
- Está bem, você lava eu seco e guardo.
Concordei a contra gosto. Detesto lavar a louça, preferia secar e guardar, mas como não sabia onde ficavam as coisas tive que aceitar lavar mesmo. Arrumei a pia e comecei a lavar.
O silêncio reinou e foi um silêncio acolhedor que nos distraiu e ao mesmo tempo nos uniu. A louça terminou bem rápido já que não tínhamos feito muita bagunça. Enquanto Carlos terminava de guardar tudo eu fui brincar com os cachorros.
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