Quando a coletiva acabou permanecemos sentados no sofá tentando digerir aquela nova fase que nossa vida estaria entrando, a coletiva durou em media uma hora e muitas perguntas foram respondidas com simpatia parecendo ter agradado os repórteres.

Eu estava tentando organizar meus pensamentos e buscando coragem para entrar na internet, Jung soo parecia bem satisfeito com a comida e com a coletiva, ele afirmava que daria tudo certo e me convencia disso. Já Bo-mi ainda não estava falando, seus pais puxavam assunto e ela apenas consentia, a mesma foi pega de surpresa ao saber que seus sentimentos por ele eram recíprocos de verdade, todos nos ali sabíamos que ela precisava digerir tudo aquilo. -Ao seu lado, toquei seu ombro.

-Não esta feliz amiga? A pessoa que você ama te ama também. -Sorri e ela consentiu.

-Preciso... -Ela levantou. -Preciso de ar. -Ela saiu da sala em passos rápidos.

-Amiga, calma. -A encarei passando pela porta.

-Bo-mi... -Jung soo levantou e a senhora Seo o parou.

A senhora Seo levantou do chão e sentou no sofá ao lado do seu marido, a senhora sorriu para nós e negou com simpatia. Seu olhar dizia que estava tudo bem e seu marido concordou.

-Ela irá voltar, não se preocupem. -A senhora sorriu e consentimos.

O casal começou a juntar as comidas e recusaram nossa ajuda, ali no sofá permaneci com Jung soo buscando coragem para ver as consequências que nosso relacionamento estava trazendo para ele. -Meu celular vibrou mostrando uma ligação da minha mãe e atendi de imediato.

Jung soo saiu de fininho avisando que ia tomar banho e fiquei sozinha no ambiente.

-Oi mãe, como está? -Falei e ela sorriu no ouro lado da linha.

-Filha, assistimos tudo. Foi muito gentil da parte deles colocaram legendas, eu gostei muito e seu pai o achou bem sincero. -Ela falou e meu pai concordou ao lado.

Ele cochichou pedindo para falar e sorri com lagrimas nos olhos.

-Quem diria minha filha namorando um famoso, ele está mesmo aprendendo português? Você está bem? Sabemos que as pessoas poderão ser cruéis, pode vir para casa quando quiser e se ficar difícil certo? -Meu pai falou e consenti sem o mesmo poder ver...

-Ele está sempre aprendendo português mais tenham paciência, nosso idioma é difícil. E sim, estou bem, sei que posso ler coisas pesadas, mas aguentarei firme. -Sorri e eles sorriam juntos. -Mãe, pai...

Os chamei e fui respondida na hora, mas não consegui falar, minha voz travou e uma lágrima estava prestes a cair. Eu sabia que se a primeira lagrima caísse, seria difícil parar após todas as emoções dessa manhã.

-Laurinha, filha. -Minha mãe me chamou.

-Estou com tanta saudade que tem dia que mal posso suportar, todos os dias sinto uma saudade imensa e sei que estou fazendo vocês se preocuparem. Eu sinto muito...

Após minha fala, pude notar que minha mãe fungou e prendeu o choro.

-Você é nossa única filha, sentimos sua falta todos os dias, porém te criamos para ser corajosa e bater asas, foi o que você fez. Sentimos orgulho da pessoa que você é e de onde chegou por seus sonhos, nos gabamos de você para as outras pessoas, mas não contamos quem você namora. -Meu pai falou e gargalhou, sorri também.

-Estamos morrendo de saudade e vamos nos ver logo, não se culpe. Estamos vendo nossa filha crescer, amar e sendo amada por uma pessoa que não tem medo de expor sua felicidade, estamos tranquilos por está perto de pessoas que cuidam de você. -Minha mãe sussurrou e me coração se acalmou.

Sorri como uma boba e minha lagrima não caiu, eu estava mais aliviada por ouvir aquilo.

-Eu amo vocês mesmo, muito. -Falei.

-Nós te amamos mais. -Eles falaram em uníssono e sorri. -Vamos colocar a fofoca em dia, sua tia ela está gravida pela quinta vez e sua vó quer o bebê seja criado por ela. -Meu pai cochichou.

Após muitas conversas, risos e fofocas, passamos horas em uma ligação que acalmou meu coração, a hora do almoço estava chegando e Bo-mi ainda não havia voltado. Jung soo ajudava o senhor Seo a arrumar uma cerca e a senhora Seo cozinhava calmamente. Ambos afirmaram que Bo-mi era assim desde a morte da irmã, ela tinha fantasmas e precisava se tempo para acalmá-los. Eles já pareciam acostumados com isso, eu nunca a via assim em Seul, mas sabia que vir para casa não era fácil para ela. -Passei por o quarto da Bo-mi e o quarto ao lado tinha escrito na porta Ambiente da Bo-Nah.

Parei na porta e tentei imaginar por que ainda mantinham o quarto dela aqui, isso não doeria mais?

-Não é fácil para os pais se desfazerem de tudo, mas conseguimos fazer isso com a maioria das coisas. - A senhora Seo parou ao meu lado e me curvei me desculpando por está ali.

-Me desculpa não quis ser curiosa, eu ia ao banheiro e acabei lendo a placa. -Falei sem jeito e a mesma sorriu negando.

-Tudo bem não foi nada, sei que você é a melhor amiga da minha filha. Com o tempo a dor dá lugar a saudade, nós não quisemos transformar o quarto em nada, doamos suas roupas e itens que serviriam para pessoas que precisavam... -Ela abriu a porta e entrou, me chamando. -Tudo bem, pode vir.

Agradeci o convite e entrei no quarto pequeno, não havia mais cama ou armário. O quarto estava claro, com um tapete enorme no chão e algumas almofadas que pareciam está em sua cama antes. Ainda havia quadros na parede, pôsteres de bandas, e muitas fotos relacionadas à ballet. Uma das paredes na cor rosa havia uma mesinha pequena que se transformo em um altar para ela. Na mesinha havia sua foto enorme, uma urna linda pintada a mão com suas cinzas, fotos em família em momentos felizes, e uma vela apagada. Encarei uma foto das duas irmãs sorrindo abraçadas e meu coração ardeu como se eu tivesse a conhecido. -Me curvei diante do altar e a senhora fez o mesmo.

-Deus me deu ela e a levou, eu ganhei suas filhas lindas e inteligentes, quando quase perdi as duas, meu coração parou. Talvez você me ache muito calma, mas aprendi a viver com a dor, só que ver a Bo-mi se culpando desde o dia que encontrei ela viva no hospital me dói. Não consigo fazer nada por minha filha, não consigo ajuda-la... Eu e meu marido sabemos que nada foi culpa dela, ela quase morreu também. -A senhora deixou uma lagrima escapar.

A abracei e a ela deu tapinhas em minhas costas, eu não sabia o que falar e se soubesse não poderia ajuda-la.

-Senhora Seo, algumas coisas levam muito tempo para sarar. A culpa que ela carrega junto à saudade da irmã irá demorar em sarar, eu sei que já faz anos e que dói ver sua filha assim, mas vou sempre tentar ajuda-la. A Bo-mi sente medo de machucar as pessoas, mas agora que ela em muitos amigos, vamos todos ajuda-la a entender que é uma pessoa incrível que não machuca ninguém.

A senhora sorriu e ficamos encarando a foto da Bo-Nah, a senhora Seo me falou sobre sua filha, seus gostos e sonhos. O ballet era seu hobbie e paixão, mas a mesma sabia que precisava de mais alguma profissão então estudava bastante.

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Almoçamos todos juntos e minha amiga estava a pouco mais de duas horas fora de casa, o que estava me preocupando. Sai com Jung soo para comprar doces e finalmente sentamos em baixo de uma arvore para comer e abrir a internet, minhas mãos estavam suando e meu coração palpitando. Abri a rede social que eu mais usava e seguia muitas pessoas, estava fervendo, todas as pagina sobre os meninos estavam falando sobre eles e todas expressavam alegria com a coletiva e os lançamentos futuros. -Comecei a ler as manchetes principais de paginas de notícias brasileira dedicadas a eles.

"Membros do bts anunciam em coletiva de imprensa que estão em um relacionamento sério com pessoas anônimas e chocam a todos."

"Dois de nossos meninos estão em um relacionamento e não sabemos como estamos nos sentindo, em breve postaremos mais. Já prevíamos mas o coração aperta.''

"Está acontecendo, urgente. Kim Taehyung e Suga estão apaixonados e não consigo descrever a sorte dessas meninas, alguém me abana. Será que me breve os outros irão anunciar?''

-Nossa elas não parecem bravas. Mas também elas são donas de fandom e não se armariam contra. -Falei e Jung soo concordou.

Meu amigo acompanhava as paginas de noticias famosas na coreia e não parecia chocado.

-As meninas coreanas estão mais chocadas, e querendo saber onde eles conhecerem vocês. -Jung soo falou. -Não são bobas, não vão ficar contra eles.

Abrir as postagens e comecei a ler os comentários das brasileiras, eram milhares e chegavam mais. As b-armys estavam entrando em colapso e meu coração iria sair pela boca.

"Sinceramente, o que precisa fazer na vida para conquistar o Taehyung..."

"Nosso sério qual é, que sacanagem já já eles casam. "

"Meu casamento com o suga já era..."

"Saindo do fandom de alguns segundos."

"Vamos desejar felicidade, eles trabalham demais e merecem ser felizes. Eles pediram para ficarmos felizes com eles..."

"Como ficar rica sem esforço..."

"O gatinho idoso está amando, ganhei meu dia."

"Que se dane, vai ter álbum novo ganhei meu dia."

"Parem de surtar, não sejam toxicas. Eles precisam amar e olha tudo que fizeram para nós contar."

"Que sejam felizes, imaginar ser uma pessoa normal e no outro dia está sentando no Taehyung".

Soltei uma risada sem graça com o último que li e meu amigo me encarou sem entender, as armys brasileiras eram um caso a parte e acham que fiquei rica? Como assim sair do fandom por que uma pessoa está namorando...

-Elas estão aceitando? -Jung soo perguntou.

-Está meio a meio, pessoas com seus casamentos destruídos e outras desejando felicidade. Estão felizes por que o Suga está amando e disseram que sou sortuda de ir para cama com meu namorado. E algumas pessoas saindo o fandom. -Falei e Jung soo riu.

-Não é mentira né, a beleza no seu namorado é um pouco fora do normal. Sobre sair do fandom é blefe... -Ele revirou os olhos. -As coreanas estão um pouco mais loucas olha...

Peguei o celular do meu amigo e pude perceber o quão as coreanas são bem mais agressivas e possesivas. Tinha delas jogando fotos do suga pela janela, outras riscando o tae do pôster e postando vídeos chorando. Porém outras fizeram vídeos com montagens da família dos meninos, outras comemorando que eles não estavam mais sozinhos e muitos comentários fofos. -Comecei a ler os comentários em coreano.

"Aish que merda, quem elas pensam que são."

"Nossa, tomara que o grupo não acabe."

"O tae estava com um colar que parecia ser de casal eu sabia, podemos procurar uma menina que use igual e será ela."

"Calem a boca, terá álbum novo, isso é maravilhoso."

"Vadias, pegaram nossos homens. Já já elas aparecem e acabo com elas."

"Eles foram sinceros, gostei disso. Estou em choque..."

"Nunca mais eu ouço nada deles, interesseiras acham que ninguém sabe..."

"Serio, será que irão casar? Amei essa noticia, os dois que mais precisam de companhia não estão sozinhos."

-Amigo, está tudo divido. Mas ver as pessoas gostando aquece o coração. -Falei e bufei. -Outras coisas doem um pouco ler... -Suspirei.

As coreanas pegavam um pouco mais pesado e estava pasma com as palavras pesadas mas não era nada que acabasse comigo no fim das contas. Continuei lendo e tinham coisas engraçadas como memes, montagem do Namjoon expondo seus três filhos. Após ver bastante coisa, guardei meu celular e comecei a conversar com meu amigo e torcia para Bo-mi voltar.

Entre minha conversa com Jung soo um carro de aproximou da fazenda e de longe percebemos, não era comum os Seo receberem visitas, pois a família morava em outro local. Como estávamos longe da cerca, o senhor Seo disse que iria ver quem seria, pois não estava esperando ninguém . Eu e Jung soo levantamos e seguimos ate a senhora Seo que olhava tudo de longe preocupada, o carro grande tinha uma película tão escura que não víamos que estava no volante.

-Como assim ele está deixando o carro entrar? -A senhora Seo cruzou os braços e encaramos o carro entrando.

O carro entrou devagar e o senhor Seo fechou a cerca novamente, o senhor não aprecia preocupado, ele apenas andou o mais rápido que pode para alcançar carro e parou ao nosso lado. -Prendi meus cabelos e comecei a limpar meu vestido com calma, mas quando levantei o olhar o vi.

Minha garganta secou ao ver Kim Taehyung descer do carro e Suga descer do lado do passageiro, meu coração acelerou e desci as escadarias correndo em sua direção como se não o visse a mil anos. -O abracei o mais forte que pude e ele sorriu alto.

-Tae, o que faz aqui. -Falei, com vontade de chorar.

O sentia me abraçar com força e ele me soltou, o menino cheiroso me beijou segurando minhas bochechas com as mãos e não se importou de mais pessoas nos vendo.

-Achou mesmo que eu ia te deixar sozinha após tudo que deve ter lido? Agora não precisamos ter medo de descobrirem e prometo que as pessoas iram parar de falar em breve, não leia nada e foque apenas em nós. -Ele falou me encarando e consenti.

-Tudo bem, eu li algumas coisas e estou bem, sei que irá passar. Você está bem? Tem certeza que não irá se arrepender? -Falei mais calma e ele negou, me puxou por a mão e nos aproximamos das pessoas.

As pessoas nos encaravam sorrindo, ele e o Suga estavam com roupas normais porém bem elegantes como sempre. Dois seguranças estavam com eles e se mantinham encostados no carro, provavelmente ficaram com receio de serem seguidos.

-Senhor e senhora Seo, me chamo Kim Taehyung, sou namorado ela e amigo da sua filha. Perdoem-nos chegar de forma repentina, mas não conseguimos entrar em contato e viemos sem perder empo. -Meu namorado se curvou e os senhores fizeram o mesmo com simpatia.

-Olá senhor e senhora Seo, me chamo Min Yoongi, esses seguranças são regras da empresa e bom sou... -Suga sorriu sem jeito ao se explicar.

-Assistimos tudo, você é a pessoa que gosta da nossa filha. -A senhora Seo o abraçou repentinamente o fazendo sorrir. -Vamos conversar sobre tudo, sei que são famosos, mas aqui é tudo simples, se sintam em casa e digam aos homens de preto que entrem também, vamos entrar.

-Isso vamos entrar, comer algo e fiquem a vontade, já sabemos de tudo e está tudo bem, podem respirar aliviados e tranquilos aqui. - O senhor Seo foi chamar os seguranças.

Meu namorado parecia feliz e junto ao suga abraçaram Jung soo que elogiaram tudo na coletiva, entramos na casa e todos sentamos na sala, Suga estava sempre olhando para os cantos e sabíamos que ele estava procurando minha amiga.

S2

Suga

Para algumas pessoas expor o que sente pode ser a coisa mais fácil a se fazer, mas para mim nunca foi assim. Eu nunca gostei de alguém antes e nem me apaixonei, coisas assim para mim nunca foram uma prioridade de vida, sempre achei que era melhor não ter sentimentos a mais para me preocupar. Só que não foi assim quando a conheci e fiquei encantado de uma forma irreal como se aquilo de alguma forma estivesse destinado a acontecer, daquele dia por diante mesmo no meu inconsciente ela estava lá. Quando eu ouvi seu áudio falando sobre meus sentimentos pude perceber que tudo aquilo eu sentia também, só não sabia como traduzir.

Na ultima noite que nos vimos, estava pronto para falar que mesmo sendo orgulhoso e parecendo uma pessoa fria, ela havia aquecido meu coração, mas ao invés de falar eu a deixei se afastar e nem ao menos impedi, apenas deixei. Após aquela noite perdi parte da minha paz, me senti uma pessoa fraca e estúpida, eu sabia todos os seus motivos, seus medos e receios, eu apenas me martirizei por não ter ido coragem.

Após muitas e muitas semanas e musicas composta tentando ocupar minha mente, percebi que não queria está longe dela. Conversei com Taehyung que estava passando por momentos nebulosos e recebi conselhos, muitos conselhos. Foi então que percebi que como tudo em minha vida, isso precisaria de luta, então abrir meu coração para o mundo inteiro em um ato de coragem e resolvi vir ate aqui o mais rápido que pude para alcança-la. -Olhando ao redor da sala, via muitas fotos, mas não a via.

Todos conversavam na sala e eu dava toda atenção que eu conseguia mesmo com a cabeça a mil, fomos muito bem recebidos e a simpatia dela havia herdado dos pais com certeza.

-Podem ir ver toda a fazenda, temos bichos fofos e passem a noite aqui, temos como acomodar todos. -A senhora Seo falou e concordamos.

-Ficaríamos gratos, é bom descansar a mente, e aqui é um lugar lindo. -Falei e a senhora sorriu.

-Sim, aqui planamos tudo e os bichos são apenas de estimação. -O senhor Seo falou e sorri sem jeito.

Ele não estava bravo por a pessoa que gosta da sua filha chegar sem avisar e falar isso em rede internacional? Aish, como posso perguntar por ela sem parecer ainda mais um maluco? -Remexi as bochechas e sorri em seguida.

-Isso, vocês podem ficar e vamos alimentar as galinhas bem cedo e logo após isso partimos para Seul. -A Laura falou e todos concordaram.

A Laura era uma pessoa sempre muito positiva e sorridente, ela havia passado por maus bocados, com certeza havia lido coisas péssimas, mas ainda sim estava sorrindo feliz da vida. Todos na empresa ficaram aliviados por a coletiva com sucesso e de fato os comentários estavam mais positivos do que negativos.

-Podemos ir ver os bichos agora, ainda está cedo. Sei que o suga e os senhores tem coisas para conversar não é? -Jung soo falou e me encarou, ele havia percebido que eu estava inquieto.

-Sim, vamos. -Taehyung falou e levantou com sua namorada que concordou.

Todos eles saíram da casa, estavam animados e falantes, fiquei na sala sentado e os senhores me encaravam com simpatia. O casal sentou um pouco mais próximo de mim e consenti para começar a falar. -Apertei minhas mãos mais pálidas que o normal.

-Senhor e senhora Seo, desculpem-me falar tudo aquilo sem antes pedir aprovação dos senhores. Sei que devem me conhecer por a televisão, mas sou uma pessoa como outra qualquer e meu pior defeito é a dificuldade em me abrir. Eu sou a pessoa que gosta profundamente da filha de vocês, gosto com todo meu coração e não pude falar antes para ela, ela acabou... -Falei e a senhora pegou minha mão repentinamente.

A senhora consentiu e apertou minha mão, o senhor quase grisalho sorriu e sussurrou está tudo bem.

-Ela fugiu não é mesmo? -A senhora falou e consenti. -Nós sabemos de tudo, sabemos dos sentimentos dela e que ela não tinha certeza que você sentia o mesmo. Sei que sabe de tudo, mas queremos e falar que nossa filha em medos, traumas, dores e um coração puro. Ela é uma menina corajosa, mas tem medo de machucar as pessoas, sabemos que você é famoso e tem poder no mundo. -Ela falou e apenas a encarei.

-Ela não oculta nada de nós, então ouvi falar muito de você desde quando ela chegou aqui, confesso que nós não consumimos a musica de vocês por nossa idade, mas sabemos que é ótima e já a ajudou muito. Ela está com medo, se estiver disposto a isso precisa entendê-la e está ao lado dela nesses momentos que são complicados. -Ele sussurrou e consenti. -Está tudo bem não conseguir falar muito, isso é normal, desde que sempre abra o coração quando conseguir. -Ele explicou e sorri.

Peguei a mão da senhora com força e ela sorriu, eles eram pessoas boas e sinceras, me acolheram e assim fui conseguindo falar mais.

-Não se preocupem, não irei deixar minha fama atrapalhar a vida dela de nenhuma forma. A ajudarei sempre e nunca a deixarei mesmo que ela me deixe, sei que temos nossos fantasmas interiores e eu também tenho os meus mas com o apoio de vocês, me sinto tranquilo. Meus pais também já sabem e se tudo der certo e ela ainda me quiser, providenciarei um jantar para nos conhecermos melhor. -Falei e eles consentiram.

-Nós adoraríamos e ela tem a cabeça dura às vezes, mas ela te quer sim, aigo menino lindo. -A senhora Seo apertou minha bochecha e sorri com a dor. -Vou te falar onde ela está ai você leva comida, pois ela não almoçou. Bem vindo a nossa família. -Ela me abraçou e a abracei de volta.

-Seja bem vindo, venha sempre e traga ela certo? - O senhor me abraçou também e se mostrou feliz.

Sorri com alivio, estava ansioso para vê-la. Eu tinha falado com seus pais sem a presença dela, mas precisava me cerificar se seria aceito antes de quaisquer coisas, não queria coloca-la em problemas já sabendo que ela não vem muito em sua casa.

S2

De fato sou uma pessoa preguiçosa e quanto menos ficar exposto ao sol era melhor. Porem hoje eu estava andando no meio do mato ao no sol, e não me incomodava, os pais da Bo-mi me ensinaram o caminho para um local aqui mesmo na fazenda onde ela ficava desde que era pequena com sua irmã e passou a se esconder para ficar sozinha. A fazenda dos Seo era muito grande e tinha uma pequena reserva com algumas arvores, no meio delas havia um rio e ela sempre ficava sentada em cima de algumas madeiras postas para isso as margens do rio. - Com uma sacola em uma mão, andava com cautela e afastava os matos com a outra, a procura do tal rio que não era longe.

-Onde se escondeu Bo-mi, só você para me fazer ficar perdido no meio do mato. -Bufei e sorri como um louco.

Ao andar mais um pouco pude ouvir o barulho da agua e de longe a vi, parei ao vê-la e suspirei aliviado. Ela estava sentada de frente para o rio e jogava pedras no rio, a menina estava com roupas diferentes, um vestido florido que a deixava igualmente bonita, seus cabelos soltos balançavam com o vento e ela parecia estar no mundo da lua.

Fui me aproximando lentamente a ponto dela não me ver e parei atrás dela, apoiei a sacola no chão e peguei uma pedra pequena, a arremessando.

-Não sou bom com isso. -Sussurrei e a mesma paralisou. 

Falei sorrindo e ela levantou as pressas, arrumando seu vestido.

-O que... O que faz aqui... -Ela me encarou e gaguejou. -Como chegou ate aqui? -Ela falou e sorri. -Por que fez aquilo na coletiva, o que estava pensando? -Sua voz alterada me fez arregalar os olhos.

Peguei sua mão e mesmo ela recusando, não a soltei.

-Não precisa falar nada, pode apenas me ouvir. -Falei e ela deglutiu. -Não fuja não fale apenas me ouça uma vez e se depois quiser ir embora eu deixo. -Pedi e ela consentiu.

Respirei fundo e encarei seus olhos pretos, ela estava tremula e suando, poderia sentir ao segurar sua mão, seus olhos estavam avermelhados e algo me dizia que tinha chorado. -Enxuguei sua testa com o dorso da minha mão.

-Sou péssimo em me abri, sou péssimo em falar o que sinto, em me desculpar e em muita coisa, mas me deixa fazer isso agora. -Falei e ela apenas me encarou. -Me desculpa se eu não deixei claro o quanto sempre gostei da sua companhia, se não deixei claro que sentia sua falta, se não deixei claro quando percebi que gostava tanto de você. Não me importo se você era louca por o grupo ou não, eu sou louco por você agora e o que devo fazer? -Perguntei e ela deixou uma lagrima cair. -Falei na coletiva o que o mundo precisa saber, que eu me apaixonei por uma menina linda, divertida, inteligente e que me faz o maior bem do mundo. Quero isso e sei que quer também. Sobre as armys falando sobre você, elas irão parar e se acalmar. -Respirei após muito falar e ela baixou a cabeça.

Ela respirou fundo, enxuguei sua lagrima e passei a mão em sua cabeça.

-Eu tenho medos, eu não consigo. Eu senti sua forma de olhar por isso fugi, eu não posso te machucar e não me importo com os comentários de armys loucas para... -Ela sussurrou e tentou soltar minha mão.

Em pé a sua frente e bem mais alto que ela, a encarava e sentia vontade de chorar como quase nunca acontecia.

-Eu sei que em medos, dores, mágoas, tristezas e quero ajudar em tudo. Quero estar ao seu lado mesmo precise deixar de ser um velho preguiçoso. Com você me sinto mais animado e cheio de energia, você me da força e me faz feliz. -Falei um pouco mais alto e fez eco. -Ficar sem você me machuca, a vida é tediosa e sem graça. Deixe-me tentar te ajudar, olha isso... -Fui ate a sacola e trouxe papeis.

-Yoongi, o que é isso... -Ela sussurrou e me encarou ainda tremula.

A entreguei os papéis e ela começou a ler.

-Isso ai são dados científicos que mostra que uma pessoa não é capaz de provocar um acidente daquele e você não em culpa, são dados que naquele dia, qualquer veiculo poderia ter passado por aquilo. Pesquisei isso para que veja que você não causou ou causará nada, por que são coisas da vida e se ainda sim não acreditar, lerei isso todos os dias e buscarei mais informações, vou te ajudar com seus fantasmas e dores, assim como você ajuda com os meus sem ao menos saber, eu respeito sua dores e quero você com ou sem elas. -Falei e respirei.

Ela sorriu ainda lendo os papeis e uma lagrima voltou a cair dela, fazendo uma cair uma minha também.

-Você é louco foi atrás da história de um buraco... -Ela enxugou suas lágrimas. -Eu gosto de você, gosto mesmo de você, com ou sem fama, com ou sem musica. Admitir isso para mim foi um choque, quanto mais gostamos das pessoas, podemos perdê-las e não quero perder você. -Ela falou isso olhando nos meus olhos e sua mão tocou meu rosto.

A puxei e a abracei o mais forte que pude e ela deixou os papeis cair no chão, seu choro alto me fazia abraça-la mais forte e sentia-a fazer o mesmo, meu coração estava batendo forte.

-Pode da uma chance para nós? -Ela consentiu ainda abraçada a mim. -Podemos reiniciar e nunca mais fugirmos? -Ela consentiu. -Pode me desculpar e ter paciência comigo só mais um pouco?

Ela me soltou e me encarou, suas mãos puxaram minha blusa e a menina me beijou de maneira intensa e correspondi mesmo nervoso. Seu corpo cada vez mais colado ao meu me deixava nervoso e ansioso. -A abracei e ela sorriu entre o beijo que durou um pouco mais.

Quando nos soltamos já sem ar, ela pegou minhas mãos.

-Desculpa por fugir e te deixar triste, e pare de me pedir desculpas isso fere seu orgulho. -Ela falou. -Tenho meus medos sim, e pode me ajudar. Ficar sem você foi horrível, obrigada por vim me encontrar, não me deixe ir embora nunca mais, pode me trancar no carro ou em casa, mas não fique longe. -Ela falou e consenti sorrindo.

Peguei sua mão e sentamos de frente para o rio, bem mais tranquilos. Eu a contei tudo sobre quando cheguei e ela não achou precipitado da minha parte. Ela contou de tudo que fez desde quando chegou e de como ficou chocada com a coletiva.

-Quero que seja minha namorada. -Falei e ela me encarou. -A primeira e a única, de verdade. -Sorri encarando o rio e ela sorriu encostando a cabeça em meu ombro.

-Já contou para todo o mundo, para os meus pais e pensei que não ia me pedir. Sou feliz ao seu lado, você me faz feliz. -Ela sorriu e sorri também. -Eu quero ser sua namorada, e...

Ela sussurrou e pausou suas palavras me deixando curioso.

-E... -Perguntei e ela me encarou.

-Min Yoongi, mesmo que ache precoce... -Ela apertou minha mão. -Eu te amo.

Sorri ao ouvi-la sussurrar aquelas palavras e seus olhos ficaram arregalados, eu estava sorrindo e a abracei.

-Seo Bo-mi, eu te amo também e faz tempo que percebi isso. -Falei e ela corou. -Mas não diga aos membros que eu falo isso sempre, sempre irei te falar e eles ficarão com ciúmes.

Ela consentiu e me beijou novamente nos derrubando no mato e ali mesmo ficamos deitados sem nos preocupar com mais nada que não fosse nós e nossos corações.

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Sentem o cheiro da reta final? Meu coração já aperta 😭