Preciso de você S2 Capítulo 23

Embarcamos para a Tailândia assim que todos os shows nos emirados árabes acabaram, foi cansativo e lindo. Aos poucos meu coração ia se acalmando mesmo o vendo todos os dias, percebi que ele seguia bem e sorrindo como sempre, só assim pude passear mais no ultimo dia nos emirados e respirar com  menos culpa. No ultimo dia nos dividimos em grupos e passeei com J-Hope e Jin por muitos locais e tiramos muitas fotos estranhas, que nos fizeram rir depois.

Chegamos à Tailândia no dia do show e a correria foi a mesma, mas comecei a me acostumar com tudo e como sempre fui muito bem recebida por toda a equipe que sabia do ocorrido do passado mas nunca havia me visto antes, conversei com muitas pessoas e fiz amizades.

Estávamos no local do show nos preparando para a entrada dos meninos, o barulho estava enorme e o fundador feliz com a recepção calorosa. Todos sempre os acompanhavam, o gerente, diretores e claro, o fundador. Estávamos todos em um camarim gigante, cada um estava sentado em uma cadeira terminando uns retoques finais da maquiagem e eu junto a Jung Soo deixávamos nossas coisas arrumadas para caso de alguma emergência.

Estavam lindos, animados e sorridentes, incluindo ele. Meu olhar sempre parava em Kim Taehyung com os olhos fechados sendo maquiado por uma moça que conversava muito com ele, uma coisa que havia me deixado muito incomodada diversas vezes. Ela conversava com ele mostrando intimidade, uma moça muito sorridente e simpática. –Ela passou maquiagem nele e o mesmo sorriu ouvindo algo que a mesma falou.

-Por que está encarando aquela moça? –Jung Soo sentou ao meu lado.

Bufei ainda a encarando de longe, eu estava sentada se pernas cruzadas e Kim Taehyung levantou arrumando sua roupa brilhante, eu sabia que era difícil esconder meu amor, mas esconder meu ciúme é mil vezes pior.

-O diretor liberou para fazermos uma maquiagem? Ou ele estava sendo simpático? –Falei com o medico sem encara-lo.

-Ele falou sério, até fiz a minha. –Ele falou me mostrando seu rosto e o encarei. –Está de mau humor? –Ele perguntou e neguei.

Levantei, arrumando minha roupa branca, segui até a moça que insistia em arrumar a roupa dele que parecia perfeita. Ele soltava sorrisinhos para a moça e estava ficando cada vez mais irritada, coisa que nunca fiquei antes mesmo o vendo com outras pessoas.

Toquei no ombro da moça e ele me encarou arqueando as sobrancelhas.

-Com licença, pode fazer minha maquiagem? –Ela sorriu para mim sem entender. –Sei que todas as outras moças estão livres mas eu adorei sua forma de maquiar.

Sorri, e respirei fundo quando percebi os membros me encarando e alguns prendendo o riso.

-Ah, claro. Senhor Kim, está pronto. –Ela sorriu para Kim Taehyung e ele sorriu de volta agradecendo.

Maldito sorriso esse menino tem.

Sentei na cadeira e com a mesma simpatia irritante ela me atendeu perguntando o tipo de maquiagem que eu gostava. Não gostava de me sentir daquela forma, era constrangedor e precisava ser profissional.

-Tae, sua voz melhorou? –Jin perguntou e Kim Taehyung negou.

Meu coração acelerou ao ouvir que após o ultimo show sua voz havia começado a falhar repentinamente. Eu não estava por dentro disso, pois era da equipe do ortopedista, estava preocupada.

-Final da turnê é assim, a minha falhou ano passado. –Jimin falou e recordei-me da historia que o mesmo contou no passado. –É muito ruim, a gente se culpa muito.

-Pensamentos positivos gente, por favor. –Namjoon falou e todos concordaram.

-Calma, estou bem melhor. –Ele falou e acreditei.

A maquiadora terminou minha maquiagem simples e a agradeci. Segui para meu lugar e todos estavam sentados em um sofá juntos repassando os momentos do show e das frases em tailandês que aprenderam.

-Vamos lá meninos, abriremos com Let go, pied piper e Run. –O produtor falou e todos se animaram passando por mim pulando.

-Vão, será perfeito. –Falei e todos sorriram em minha direção.

-Assista tudo Laura. –J-Hope bateu na minha mão e sorriu.

Eles correram quando ouviram a contagem regressiva e muitos funcionários foram atrás, muitas pessoas cuidando de tudo e ao redor deles para nada sair errado. Segui com a equipe medica para um ambiente mais próximo do placo para ficarmos de prontidão e tinha uma tela para assistirmos todo o show e não apenas ouvir. Daquela forma eu poderia sentir toda a emoção, e precisava me conter para não cantar.

Eles entraram cantando Let Go e me levantei para ver a tela mais de perto, a câmera focava muito em Kim Taehyung e eu batia palmas feliz. Aquela musica era uma das que eu mais gostava e foi minha despedida quando sair da mansão dos membros. Após passar todo o tempo da musica em pé, deixando Jung Soo sozinho atrás, sentei-me ao seu lado e respondi as mensagens de Bo-mi.

Ela estava animada por mim e mesmo sabendo que coloquei um fim em tudo com o Kim Taehyung, torcia por nos. O show estava indo com tudo, e Jung Soo ao meu lado parecia animado, em poucos minutos nos trouxeram aperitivos e um staff simpático sentou ao nosso lado.

-Eles são demais, eu amo meu trabalho mesmo sendo cansativo. -O rapaz sorriu nos fazendo sorrir também. –Querem morango? –Consenti e Jung Soo negou.

-Obrigado. –Falei e peguei um morango.

-Eu esqueci que você é alérgico a morangos Jung Soo faz tempo que trabalhou conosco, quer outra coisa? –Ele perguntou ao medico e por um momento achei ter ouvido errado.

Alérgico a morangos? Como assim? Comemos mochi de morango quase toda semana. Os remédios que ele toma sempre que estamos juntos seria para isso?

-Estou bem, ainda cheio de arroz frito. –Jung Soo sorriu e o cutuquei.

-Alérgico a morangos? Conhecemo-nos há muitos meses e sempre comeu mochi comigo nos plantões. –Sussurrei e ele fingiu tristeza.

Ele se inclinou em minha direção e sorriu.

-Eu gosto da sua companhia e gosto de morangos, apenas não posso comê-los. Como você gosta muito daquele mochi, é bom te ver comer animada após plantões pesados. –Ele falou e sorri sem graça.

-Pare com isso, depois cai duro ai e a culpa será minha. –Falei sem jeito o empurrando e o mesmo pareceu não se importar.

Voltei a mexer no celular para disfarçar minha vergonha e em minha mente veio à voz do Kim Taehyung e temi o mesmo ter razão.

"Abra seus olhos e enxergue as coisas na sua frente, ele gosta de você."

Claro que não, ele sempre me tratou como a Bo-mi me trata. Ele nunca deixou nada claro desde o bar, isso era impossível?

Uma correria me tirou de pensamentos, muitas pessoas correram quando alguma estrutura do placo desceu para os meninos saírem. Staffs procuravam o medico e comecei a olhar para todos os lados preocupada, mas ninguém parava para falar nada. –Jung Soo levantou e parou um staff.

-Ortopedista? O ombro do Suga? Jimin?–O medico estava preocupado e comecei a correr atrás do mesmo após o staff negar. –Droga, o que houve... –Jung Soo corria com pressa e meu coração estava saindo por a boca.

Os meninos já haviam cantado varias musicas e teriam um intervalo de cinco minutos para a troca de roupa. Entramos no camarim e ainda nada entendia, por muitas pessoas falando.

-PESSOAL. –Um produtor gritou. -Mudança de planos, começaremos os solos e deixaremos o dele por ultimo. –Ele falou alto e correu para fora.

Kim Taehyung passou por mim tapando os olhos, com ajuda do Jimin e do Namjoon. Eles passaram quase correndo e sem falar nada, meu corpo tornou-se tremulo e procurei Jung Soo. –Andei por os staffs e por não achar o medico, parei uma pessoa que corria com toalhas molhadas e agua.

-Com licença, pode me falar o que houve? –A chamei e a moça parou e me cumprimentou.

-O senhor Taehyung não se sente bem, a voz dele não está nada bem e achamos que uma crise de ansiedade se aproxima. –Ela falou e correu, me fazendo ir atrás dela.

No meio do caminho Jung Soo me parou.

-Ei, para onde vai correndo? Não podemos ajudar, não somos da psicologia. –Ele falou e passei a mão em minha testa. –Laura o que houve?

-Como não podemos? Ele está mal, preciso vê-lo e tentar ajudar. –Sai correndo e uma multidão já retornava da sala onde o mesmo estava.

Tentei me aproximar, mas nada via.

-Laura, apenas os membros, o gerente e o patrão. –Um staff passou por mim e bufei.

Estava impaciente e ouvia seu choro alto e rouco, nada poderia fazer, pois até os médicos saíram depois de instantes. Ouvia os membros chamarem seu nome, e lembro-me que em sua ficha havia escrito uma crise anterior, meu coração estava em pânico e Jung Soo me olhava sem entender. Não estava conseguindo me importar com mais nada... –Toquei na chave em meu pescoço e respirei fundo.

-Laura, o que você tem? É uma coisa frequente entre os idols, é muita pressão. Tudo bem, tem um psicólogo na equipe, ele vai melhorar... –Jung Soo tentou me acalmar e o encarei incrédula.

-Não, não é normal. Ele não está bem e precisa de ajuda. Não é normal nenhum idol ficar assim e não estou vendo o psicólogo ajudando. –Falei irritada, tirei o ponto do meu ouvido e sussurrei após isso. –Ouça o choro dele... –Gesticulei e Jungkook se aproximou de mim me assustando.

O encarei e o mesmo com os olhos marejados, me chamou.

-Laura o Namjoon me pediu para vir atrás de você,  nada esta funcionando dessa vez, talvez você possa... –O mais novo apelou e consenti, deixando Jung Soo sem entender.

-Libere minha entrada na sala. –Falei seriamente e Jungkook me mandou segui-lo. –Já volto Jung Soo, preciso mesmo... –Falei e o medico consentiu gesticulando para eu andar.

Andei lentamente atrás de Jungkook, eu sabia que estava prestes a deixar as pessoas ali dentro saber de algo que jurei esconder. Eu estava quebrando todas as promessas feitas a mim mesmo, sabia que o gerente e o fundador estavam lá.

Entrei na pequena sala e os membros já estavam vestidos para os solos, menos ele. O Jimin estava sentado ao seu lado e o mesmo tapava os olhos com as mãos e dizia não querer performar daquela forma, um rapaz ao seu lado parecia ser o psicólogo falava em vão. Passei pela porta e cumprimentei o fundador, o gerente e o rapaz, os membros pareciam aliviados ao me ver e me aproximei lentamente do sofá.

-Deem licença, por favor. –Namjoon pediu, Jimin levantou e o rapaz saiu de perto. O líder me encarou e agradeceu. –Temos dez minutos...

Apenas consenti e tentei não me importar com aquelas pessoas que jamais poderiam saber de nada, nos encarando. Me aproximei do sofá e o mesmo ainda tapando os olhos com as mãos, não me viu. -Sentei ao seu lado e bati no seu ombro, com o meu.

-Sabe, eu sei que crises são difíceis mas se continuar chorando assim seu rosto vai ficar inchado e terei que admitir para o Jin que de fato ele é o mundialmente bonito. -Falei e ele destapou os olhos, virando o rosto para me encarar, mais eu ainda não o encarava. Jin sorriu de longe e consentiu. –Mas tudo bem chorar, pode colocar para fora até os seis solos acabarem.

Ele ainda me encava e por fim o encarei, foi naquele momento que ignorei os patrões ali e esqueci-me dos motivos pelo qual não poderia ama-lo. Esqueci todos os obstáculos e a multa enorme, eu lembrei dele e do quão o amava. Percebi que vê-lo chorando era insuportável demais para mim.

-Não pode está aqui, não pode me ajudar. Não se importe... –Quase sem voz, ele falou e neguei fazendo uma careta.

Os membros me encaravam em completo silencio, sorri ainda o encarando e enxuguei suas lagrimas com minha mão.

-Não posso está aqui, mas fiquei tão feliz quando vi vocês naquela sala de reunião. E eu também acho que não posso te ajudar, mas deveria tentar? –Consenti o encarando e enxuguei suas lagrimas de novo. –Provavelmente hoje acumularei uma divida de milhões em multa e serei demitida. Nossa... relutei e lutei contra tudo em mim desde quando sai do dormitório, mas não sei se posso continuar... –Falei baixo e ele arregalou os olhos.

Arrumei seus cabelos,  passei meu polegar em baixo dos seus olhos com delicadeza e sentia os olhares em minha direção.

-Não pode me ajudar, não tenho voz. Não posso cantar assim e decepcionar as pessoas, os armys estão aqui para ver todos. –Ele sussurrou e estava relutante. –Vá, não precisa ter pena.. –Ele falou e neguei.

Jungkook saiu para seu solo e combinaram de conversar um pouco com o publico com auxilio do tradutor para nos dá mais tempo.

-As pessoas que estão lá fora amam sua voz sim, mas elas amam você como um todo com todas as qualidades e defeitos que sabem que você tem, afinal quem dorme de olho aberto? –Falei, prendendo minha lagrimas e ele sorriu fraco. –Todas as pessoas amam seu sorriso largo, seus cabelos coloridos e bagunçados, seu estilo, seu cachorro, sua risada e amam apenas poder ver você. –Falei e peguei sua mão, entrelaçando nossos dedos com força.

Naquele momento parecia que estávamos apenas nós ali, e nos entendíamos por o olhar. Sua mão estava gélida, seu corpo ainda estava tremulo e sabia que era uma crise de ansiedade. Encostei-me ao sofá e puxei seu corpo, o fazendo deitar a cabeça em meu ombro mesmo contra sua vontade.

O abraçando e segurando sua mão, sentia sua respiração pesada e ofegante, eu sabia que as pessoas estavam nos olhando com olhos arregalados e não me importei. Precisava o acalmar, o tirar da crise. Namjoon me entregou um remédio para o mesmo tomar, e uma pastilha.

-Eu menti. –Sussurrei ao máximo, pedi para o mesmo abrir a boca e o Namjoon o entregou um copo com agua.

Ele deglutiu o remédio fazendo Namjoon respirar aliviado e gesticular algo para o psicólogo, eles estavam ao lado do fundador e do gerente.

-Sobre o que mentiu? –Ele perguntou, voltando a deixar em meu ombro.

-Sabe, o tempo passou sim... Mas nada mudou, nada mesmo. –Sorri e o mesmo deglutiu com força. –Eu ainda o amo intensamente, eu fui covarde e medrosa mas quero lutar se ainda tiver disposto. Eu te magoei, te deixei triste e fui dura. Me perdoe, sou humana e senti medo... –Falei e o mesmo me encarou.

-Laura... –Ele levantou do meu ombro.

Passei a mão por seus cabelos e arrumei sua roupa. Estava feliz mesmo em apuros por me confessar ali, mas queria ele bem.

-Se tudo se complicar direi que a culpa foi toda minha, direi que te seduzi e prometo não deixar ninguém brigar com você. –Sorri o fazendo arregalar os olhos. –Eu te amo, quero você bem e alegrando as pessoas assim como me alegra apenas por existir e eu também farei qualquer coisa por você. –Sussurrei e o puxei para ficar em pé.

-É verdade ou só quer me acalmar? Não precisa mentir assim. Tudo isso é verdade? –Consenti e ele puxou sua corrente de dentro da blusa. –Não joguei. –Ele sussurrou e toquei na chave em seu pescoço.

-Conversaremos sobre isso mais tarde, não acredito que é tão bom ator assim por me fazer pensar que havia jogado, mas ainda faltam quatros solos e um discurso do Namjoon sobre o amor. Tenha fé, tente, a produção deve ter algum apoio vocal? –Encarei o gerente e o mesmo consentiu. –Isso acontece, é normal. Respire fundo e se não conseguir peça para essas pessoas que te amam cantarem com você. –Falei e ele consentiu.

Respirei fundo e ele fez o mesmo, apertei sua mão e o abracei.

-Você louca, me sinto um pouco melhor e preciso digerir tudo.. –Ele sussurrou no meu ouvido e deixei uma lagrima cair. –Obrigado, só esteja aqui quando eu voltar e enfrentaremos tudo.

Consenti o soltando e vi o psicólogo nos encarando boquiaberto, Namjoon e os outros respirarem aliviados, Kim Taehyung respirava fundo com calma e meu coração tranquilizou.

-Faça exercício e cante o quanto aguentar. Dê o seu melhor e se não aguentar abra seu coração para o imenso exercito. Quando voltar, enfrentaremos muita coisa por esse ato de rebeldia entre um idol e uma não celebridade. –Sorri e o mesmo consentiu. –Agora vá, falta pouco.

Por um fone, o gerente chamou um medico que veio as pressas para leva-lo. Fiquei sozinha na sala com alguns membros, o gerente e o fundador que não esboçavam nenhuma emoção. Era assustador não saber o que iria acontecer, mas não estava arrependida. –Namjoon correu a minha direção e sorriu.

-Obrigado mesmo, achamos que essa crise não iria passar a tempo. É difícil sabe? Queremos dá o nosso melhor sempre, mas as vezes o corpo falha. -O líder falou.

-Eu sei, tudo bem líder. –Sorri e gelei quando o fundador se aproximou.

O cumprimentei e o mesmo também me cumprimentou.

-Agradecemos ajuda, permaneçam em sigilo sobre o que aconteceu aqui e conversaremos em breve. –Ele falou e consenti.

Quando o mesmo saiu, senti vontade de chorar e resisti. Alguns membros me olhavam pasmos e percebi que com a seriedade do fundador não vinha coisa boa por ai, eu estava acabada. –Gargalhei, e achei ter realmente enlouquecido. 

S2

Seguir o coração realmente irá ser o melhor? 

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