A turnê iria começar pelas Américas, e percorreria  um total de vinte países, não era nossa primeira turnê mundial, mas sentia como se fosse. Sentado em uma poltrona confortável com meus fones de ouvido no máximo, sorria ao encarar o céu. Após aquela noite na casa da Laura me senti mais leve ao vê-la mesmo que tudo ainda estivesse como sempre esteve, estava mais leve por declarar meu amor por ela mesmo com medo, nunca senti isso por outra pessoa, o amor romântico. -Tapei a boca sorrindo e J-Hope me olhou sem entender.

Não estávamos juntos, mas nos amávamos e mesmo sabendo que o tempo iria passar, eu acreditava em seus sentimentos por mim. Vê-la após meses reiniciou meu coração a ponto de me sentir empolgado outra vez, e ainda não sabia o que fazer por nós, mas não a deixaria escapar.

-Está no mundo da lua por que foi ver a Laura? -J-Hope sussurrou e o mandei falar baixo. -Também quero me apaixonar, mas como?

Sentado ao meu lado, meu amigo puxou assunto e tirei meus fones para o dá atenção. Todos ao nosso redor estavam dormindo em consequência da longa viagem até a América do norte, por onde começaríamos e encerraríamos na coreia, diferente da turnê passada.

-Acha que programei isso com a vida louca que temos? Só aconteceu e você nem imagina como é complicado. Despedimo-nos novamente, foi triste. -Suspirei e ele me encarou.

-Se foi triste por que está sorrindo? -Ele perguntou e me fez sorrir novamente.

-Por que eu a amo e sou amado, mesmo que ninguém saiba e que nunca possamos ficar juntos. -Expliquei e ele me encarou. -Meu coração fica feliz ao vê-la.

-Vocês trocaram aquelas palavras? -Ele empurrou meu braço e consenti o deixando em êxtase. -Estou feliz, você está bem melhor. Essa turnê vai ser boa demais, vamos nos divertir.

Jungkook levantou na cadeira da frente e se pendurou no banco curioso, seus olhos redondos e arregalados me perguntavam o que era, mesmo sem falar nada.

-Que palavras? Quem? -Ele sussurrou e Suga levantou também.

-Estão guardando segredos agora? -Suga resmungou e J-Hope o mandou falar baixo.

Bufei sorrindo e os mandei sentar e colocar o cinto.

-No hotel eu falo para todos, temos muitas horas de viagem ainda. -Falei e eles consentiram, voltando a sentar.

J-Hope sorriu e fechou os olhos para cochilar, peguei meu caderno e comecei a escrever algo simples que expressasse meus sentimentos de forma clara, mas que fosse cantada por nós sete para não deixar tudo tão obvio. Voltei a olhar por a janela e via o céu azul, iriamos ter longos meses de muita alegria por a frente.

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Chegamos ao aeroporto dos Estados Unidos faltando poucos minutos para o dia clarear e fomos recebidos por muitas pessoas felizes ao nos ver, percorremos todo o trajeto do aeroporto para o hotel em vans como sempre e foi rápido, hoje a noite teríamos nosso primeiro show em um estádio enorme que comportava milhares de pessoas, ainda estava amanhecendo o dia e descansaríamos um pouco até começarem os ensaios.

Descemos na porta do hotel já cercados por seguranças e funcionários, não havia fãs ali, era provável que não soubessem onde estávamos hospedados. Subimos para nosso andar onde ficaríamos cada um em um quarto, mas aquilo só aconteceria na hora de dormir, pois todos me seguiram para meu quarto após guardarem suas malas.

Assim que sai do banheiro já tomado banho J-Hope entrou no quarto com comida, ele parecia animado com fast foods e muitas bebidas.

-Isso aqui tem cheiro bom, estava com saudade desse país. -J-Hope falou e todos se animaram arrumando a mesa.

-Mal posso esperar para as folgas, vou às compras. -Jungkook falou e Suga afirmou ir junto.

Aproximei-me secando meu cabelo e sorri ao ver toda aquela bagunça, eles me faziam sentir em casa.

-Estou com fome. -Peguei um sanduiche e uma porção de batata frita. -Vocês irão voltar com milhares de roupas pretas, não tem mistério. -Falei, e todos concordaram.

Suga e Jungkook eram amantes da cor preta, se pudessem eles apenas usavam essa cor para tudo.

-Irei a algum parque, ou museu. -Namjoon falou e afirmei querer ir.

Sentamos todos juntos no chão, mesmo com cadeiras. Fizemos um circulo e com as comidas dentro, comíamos sem pausa para falar, por isso o silêncio reinou por alguns minutos.

-Umm, vimos que saiu há alguns dias atrás às escondidas para ver sua amada, nos conte. -Jin falou

J-Hope bateu palmas afirmando aquilo e cada um afirmou ver também, mas na verdade naquele dia não procurei esconder.

-Não sai escondido, apenas sai como sempre. -Sussurrei, mastigando. -Precisava arejar a cabeça.

Expliquei e Namjoon pediu licença para falar também.

-Tenha cuidado com essas saídas, você sabe que os paparazzi querem apenas uma mecha de cabelo para espalhar algo sem sentido. -Nosso líder falou seriamente e concordamos. -Mas compreendemos que está sendo difícil para você.

Consenti e terminei meu lanche, respirando para falar.

-Fui vê-la de longe aquela noite, desde quando ela saiu não tenho muita paz. Então entre idas e vindas passaremos meses longe da Coreia de fato, queria vê-la. -Falei e todos consentiram.

-Você a viu? -Jimin arregalou os olhos e consenti.

-Ela está bem? -Suga perguntou e balancei a cabeça de forma confusa.

Expliquei o percurso que fiz de carro até seu bairro e que a encontrei em uma loja de frango bebendo, mas acompanhada.

-Ela já tem outra pessoa? -J-Hope falou alto. -Ela é legal, não ficaria sozinha...

Mandei uma careta para J-Hope e o mesmo prendeu a risada.

-Então, fiquei observando. A pessoa foi embora, e ela bebeu muito sozinha. Saiu do bar, e pegou um taxi para casa, dormiu no taxi e tive que pagar e ajuda-la a descer quando o carro parou em sua porta. -Falei e eles me ouviam atentos.

-Uau, tudo isso em uma noite. -Namjoon se espantou e neguei. -Tem mais? -Ele perguntou e consenti.

J-Hope foi arrumando as coisas do chão enquanto conversávamos juntos, ele não suportava nada bagunçado e não se importava em arrumar sozinho.

-Eu pensei que ela não tinha me reconhecido por estar bêbada, mas a mesma estava lucida. -Expliquei. -A ajudei a entrar e foi tudo muito louco, ela estava brava e gritou, após isso começou a falar que estava com saudade e acabei falando muita coisa também. -Cocei a cabeça. -A bebida a fez falar muito e choramos juntos...

Falando, me via naquela noite e sentia sua falta.

-Vocês estão juntos? -Jungkook bateu palmas e neguei.

-Não? -J-Hope falou e neguei.

-Como assim não? -Jimin pareceu triste.

-Assinamos um contrato, vocês sabem que namoro não é tão simples para nós, pois envolve muitas coisas, incluindo a empresa. -Falei e Namjoon concordou. -Ela disse que não podemos ser egoístas e pensar apenas em nós, e sabemos que não é todo mundo que deseja uma exposição como a nossa, lembram do desespero dela ao pensar que seu rosto estava na mídia?

Todos consentiram em silêncio e suspirei.

-É verdade, ela obviamente não gosta de exposição. -Suga concordou. -Não é todo mundo que suporta a fama, os boatos e as pessoas que de alguma forma não gostam de você mesmo sem te conhecer. -Ele explicou e concordamos.

-A fama não é fácil. -Jin sussurrou.

-Mas os armys são incríveis e sei que querem nossa felicidade. -Namjoon falou e consentimos.

-Sim e tem outra coisa, não sabemos a opinião da empresa sobre , nunca passamos por isso. -Jimin falou. -Nós também cumprimos regras.

Todos concordaram, meus amigos eram sinceros falavam sobre suas opiniões e me sentia grato por aquilo.

-E trocaram aquelas palavras? -Jin sorriu e consenti.

Um longo uau ecoou no quarto e me escondi no ombro no Namjoon por ficar com vergonha, eles como meus irmãos sabiam que eu nunca tinha falado aquilo para ninguém.

-Ela falou primeiro e falei que a amava também. -Sussurrei e Jimin se jogou no chão sorrindo.

-E você a ama? -Namjoon perguntou com os olhos esbugalhados.

-Claro que amo, eu a amo. -Consenti com firmeza.

-Se amam e não estão juntos, isso é lamentável. -Suga sussurrou e consenti.

Suspirei e Jungkook me abraçou, ele dizia sentir muito por tudo e eu sabia que sentia mesmo, todos ali querem a felicidade dos amigos, mas quando começamos sabíamos que as coisas seriam complicadas.

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Os shows nos deixavam no ápice da felicidade, amávamos performar e sentir a vibração as pessoas que mesmo que não falassem nossa língua, cantavam tudo sempre. Performamos em muitos locais da América do Norte e alguns países da América central, mas foi no Brasil que sentimos a maior vibração, como sempre. Nós fizemos três shows naquele lindo país, aquela terra linda estava ainda mais fixa em meu coração, eu estava percebendo de onde sua alegria vinha, os armys do Brasil eram calorosos e apaixonados, cantaram todas as musicas não importa de que era fosse e claro descansamos e passeamos por muitos locais lindos do país.

Passamos por boa parte da Europa onde também tivemos uma semana de descanso, lá conhecemos muitos museus, parques, cafés temáticos e corremos na neve. Os meses foram passando lentamente entre idas e vindas, nossa mente foi sentindo o cansaço e nosso corpo mais ainda, uma turnê mundial não era fácil, dentro de alguns dias encerraremos nossa turnê na Ásia e meu coração está completamente feliz. -Deitado, ouvia a minha nova musica enquanto mexia nas redes sociais.

Durante meses viajando usei parte do meu tempo livre para escrever e os meninos me ajudaram com a melodia, eu nunca tinha feito uma musica tão rápido e agradeci por os produtores aprova-la tão rápido mesmo sem ensaia-la muito para canta-la nessa turnê, de fato ia ser incrível. Abri em sua rede social e comecei a ver suas fotos mais uma vez, muitos meses se passaram longe da Laura e sem contato algum.

Mesmo sem poder segui-la, sempre via suas coisas e a mesma amava tirar fotos suas e de paisagens. Os meses pareciam não ter a mudado tanto, ela sorria mais e estava sempre em mesas cheias com amigos do trabalho. Havia muitas fotos com Bo-mi, elas viajaram para praia e para as montanhas, eram melhores amigas e pareciam ainda mais grudadas. -Cliquei em uma foto que a mesma postou ias atrás parabenizando um homem.

"Parabéns chefe e amigo. Conhecemo-nos despretensiosamente e a vida sabe o que faz não é mesmo? Muitos anos de vida para o melhor ortopedista de Seul e o mais legal também, agradeço por sua amizade e por sua companhia em noites longas na emergência."

Li em voz alta a foto que a mesma postou, e percebi que era o mesmo homem que estava com ela na loja de frangos, na foto eles estavam em um bar com muitos amigos e o homem sorridente segurava um bolo ao lado dela.

-Chefe e amigo, coisa nenhuma. -Bufei e encarei seu rosto sorridente. -Por que tem um sorriso tão lindo menina?

Ciúme, esse era um sentimento no qual eu não gostava e me deixava de mau humor por horas. Lembro-me de quando os vi, ele não olhava para ela como se quisesse apenas amizade, mas o que posso fazer se nem ao menos posso tê-la comigo. -Bloqueei a tela do celular e toquei na chave em meu pescoço. 

-Será que me esqueceu? Já passaram muitos meses, sua vida está caminhando rápido não é mesmo? Tudo bem, você merece viver bem. -Falei, tocando na chave.

Encarei aquele quarto de hotel onde ficaríamos a ultima noite, amanhã voaríamos para a Ásia onde terminaríamos uma linda etapa do nosso trabalho árduo depois de viajar por quase todo o mundo. Sempre nos divertíamos muito em turnês, tirávamos muitas fotos e fazíamos compras, essas lembranças me faziam sorrir. -Sorri e fechei os olhos.

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Sentados em uma mesa de reunião prestes a sair do hotel, estamos os sete, produtores e diretores, e claro o fundador. Sempre nos reuníamos, conversávamos sobre a cidade para onde iriamos, sobre a cultura, o idioma e afins. Como iriamos de volta para a Ásia já estávamos mais familiarizados, então já sabíamos muitas coisas.

-Bom essa reunião assim como as outras tem alguns motivos. -Um dos nossos produtores falou, e sorriu. -Primeiro mais uma vez parabenizar o trabalho duro de vocês em uma turnê longa e cansativa, já passaram meses desde que começou e tudo está magnifico. Em algumas horas voaremos para Ásia e houve um imprevisto com um dos nossos profissionais da saúde. -O produtor suspirou lamentando.

Nós sete nos olhamos sem saber de nada e senti a preocupação no ar.

-O que houve? Algo grave acontece? -Namjoon perguntou e encarou o fundador.

-Então como sabem nossa equipe de saúde é de grande importância para nós e jamais poderemos permanecer sem ela, nosso ortopedista perdeu alguém da família e precisou voltar para Coreia antes, então outro profissional virá nos encontrar no próximo país. -O fundador falou e consentimos.

-Tudo bem, sentimos por a perda do senhor Kyu e nos informe tudo sobre. -Jin falou e concordamos.

Nossa equipe sempre foi muito preparada para qualquer intercorrência como o ombro do Suga que algumas vezes o fazia sofrer com muita dor. Nosso corpo muitas vezes sente a rotina de danças e shows longos, e temos um apoio muito grande quanto a isso.

-Rumo a Ásia. -O produtor começou a bater palmas e todos fizeram o mesmo.

-Vocês são incríveis. -O fundador sorriu e nos fez sorrir também. -Vamos com tudo, queridos armys lá vamos nós. -Ele levantou e só assim levantamos também.

-Ásia, estamos chegando de volta. -J-Hope dançou e sorrimos. -Não me sinto cansado.

-Me passe um pouco da sua energia. -Suga tocou o ombro do J-Hope e ele fingiu passar energia para o Suga.

Saímos da sala de reunião conversando relembrando o qual a Europa foi acolhedora e sensacional conosco. Jimin tinha muitas lembranças e de fato passeamos muito juntos, principalmente por Paris. Meu corpo precisava descansar, mas minha alma se sentia livre no palco, é um sentimento que não se pode ser explicado.

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Só eu que sinto a energia do J-Hope? Ai meu coração...