Menina do bar? ♡ Capítulo 15
-Irei te esperar aqui com um café, tente não pensar em mais nada hoje. -Bo-mi soltou meu braço quando paramos na porta do enorme hospital de traumas de Seul. -Me deixa ver sua roupa, está linda. -Ela tirou pelos do meu blazer e sorriu.
Bo-mi me vestiu muito bem com seu ótimo senso de moda e me deu de presente um salto preto para me da boa sorte na entrevista de emprego, ela estava cuidando de mim como se eu fosse uma criança prestes a chorar a qualquer momento e isso sempre me deixava sem jeito às vezes mesmo sendo engraçado.
-Tudo bem vai dá tudo certo, é minha ultima etapa da entrevista com o chefe da ortopedia. -Respirei fundo e sorri para minha amiga.
A deixei na porta e percorri o longo caminho até a entrada do hospital, alguns dias se passaram após minha noite bebendo com Oh Sun, naquela noite consegui desabafar e ouvi muito sobre ele e seus dias, o que me confortou e me deixou com mais saudade. Conversamos muito sobre a vida e sobre não mandarmos em nosso coração, disso eu sabia muito mais do que gostaria. Fiquei sabendo que a cada dia que passa a carreira dos meninos decola mais entre premiações, musicas, mv's e entrevistas. Eu não poderia ter ficado mais feliz, e queria muito que eles soubessem disso.
Aproximei-me da enorme recepção e a moça sorriu com simpatia.
-Bom dia, eu tenho uma entrevista marcada para hoje. -Sussurrei.
-Bom dia, seu nome e um documento de identificação, por favor. -Ela pediu e a entreguei meu visto e meu passaporte.
Ela passou alguns minutos verificando, digitando e fez um telefonema.
-Ok, sua entrevista está agendada e com esse cartão você passa por aquela catraca. -Ela me entregou um cartão e apontou. -A sala do chefe da ortopedia é no corredor principal, na ultima sala do nono andar.
Agradeci e me senti um pouco mais nervosa, porém precisava me acalmar o quanto antes.
Passei por a catraca, andei até o elevador e percebi que da ultima vez que estive aqui foi como paciente e não foi uma experiência muito boa, mas por sorte hoje me sinto cem por cento bem. Minha cicatriz está perfeita e não sinto mais dores, há algumas semanas tive uma consulta extra e tudo está nos conformes. -Entrei no elevador junto a algumas pessoas caladas e apertei o botão para o nono andar.
Logo parei no meu andar e era como sempre via em sites, muito organizado e lindo, o hospital todo tinha uma administração incrível e sendo também um hospital escola, eu trabalharia e também iria aprender junto. Muitas pessoas iam e vinha, levavam pacientes em cadeira de rodas e bebiam seus cafés encarando a parede de vidro. -Encarei as placas e segui rumo ao fim do corredor.
Em uma porta de vidro larga havia uma identificação que ali era a sala do chefe da ortopedia daquele lugar enorme, parada na porta me sentia nervosa e minhas mãos suavam, eu fui avisava que precisaria me sair muito bem na entrevista, pois o local só contratava profissionais realmente bons. -Bati na porta e aguardei.
-Quem deseja? -Uma voz masculina me assustou.
-A fisioterapeuta para entrevista. -Falei, e continuei na porta.
-Pode entrar. -O homem falou e empurrei a porta.
Ao entrar na sala arregalei os olhos ao encarrar o medico de jaleco sentado a minha frente, ele pareceu tão surpreso quanto eu e fechou o notebook, se levantando em seguida.
-Menina do bar? -Ele sussurrou.
-Lee Jung Soo? -Falei e ele sorriu.
Meu queixo caiu quando dei de cara com o homem com quem conversei no bar de uma balada há pouco mais de dois meses, conversamos por cerca de meia hora e supomos que nunca mais nos encontraríamos, mas de fato sabíamos que a Coreia não era tão grande assim.
-Sim, sou eu. Uau, que mundo pequeno. -Ele apontou para a cadeira na sua mesa e me sentei sem jeito. -A brasileira da balada, não esperava vê-la novamente, sente-se por favor.
Então a Coreia poderia mesmo ser pequena como nos dramas?
-Eu também não esperava isso, estou surpresa que você seja um dos meus chefes. -Sorri falando formalmente, colocando minha pasta em cima da sua mesa. -Eu trouxe todos os documentos e me pediram para te entregar nessa entrevista.
Sentei-me de frente para o homem sorridente e o entreguei alguns papeis, ele era um pouco mais bonito a luz do dia e não parecia ser um chefe difícil. Lee Jung Soo tinha um belo sorriso, covinhas e falou comigo sem formalidades, o que me deixou um pouco mais tranquila.
-Obrigado Laura, então você é a menina que está na ultima fase das entrevistas para uma vaga de fisioterapeuta e que passou cerca de dois meses de repouso após um acidente? -Ele perguntou, com uma voz mansa.
Consenti, e respirei fundo.
-Sim sou eu, após aquela noite me envolvi em um acidente em uma tarde chuvosa e fui atendida aqui e passei uma semana internada. Mas hoje estou muito bem e sim, estou sonhando com essa vaga há anos. -Falei e ele sorriu novamente ao abrir seu notebook.
-Então foi você a menina corajosa que salvou um idol, fico feliz com sua melhora e que esteja bem. A menina da balada é uma heroína e eu não sabia? Sinto-me honrado em reconhece-la. -Ele brincou e respirou fundo. -Como sabe nosso hospital é referencia no país, cuidamos e tratamos de pessoas importantes muitas vezes. Isso é um ponto crucial ao trabalhar aqui, discrição sempre, assim como você foi tratada. -Ele me explicou.
Lee Jung Soo falou muito sobre os procedimentos, sobre a carga horaria e que muitas vezes para pessoas importantes aconteciam atendimentos domiciliares, que eu teria que ir caso fosse escalada.
-Eu buscarei atender as necessidades dos pacientes com discrição, sou fisioterapeuta e irei ajudar ao máximos a todos. Tenho disponibilidade de horários e todos os documentos. -Expliquei e ele sorriu consentindo.
Conversamos sobre minha vida acadêmica, algumas coisas que eu sentia dificuldade na profissão e de como o fato de nos conhecermos fora daqui não atrapalharia em nada de fato, ele digitava muito e passamos alguns minutos em silencio.
-Eu não serei seu chefe propriamente dito, sou o chefe do seu chefe. Sou chefe da ortopedia e cirurgião, qualquer coisa venha até a mim que ajudarei. Aqui existe a hierarquia como em todo hospital, mas somos unidos para o bem geral, a fisioterapia é complementar a qualquer cirurgia do trauma, então trabalharemos juntos mais do que imagina. -Ele estendeu sua mão em minha direção e arregalei os olhos.
Então ele estava me aceitando?
-Isso quer dizer que... -Apertei sua mão e sorri.
-Bem vinda ao hospital de traumas de Seul, Laura. -Ele falou e trocamos aperto de mãos. -O setor de gerenciamento de pessoal irá te ligar em breve para te passar o dia do inicio, o contrato e a parte burocrática chata. -Ele sorriu e levantou.
Meu corpo estava tremulo e pela primeira vez em muitos dias, me senti verdadeiramente feliz. Levantei-me junto a ele e ainda não sabia o que falar.
-Nossa muito obrigada por essa chance, darei o meu melhor. -Falei, e ele consentiu parando a minha frente.
-Não agradeça só a mim, os outros setores já tinham te aprovado, eu só precisava concordar com eles. Vamos conhecer tudo? -Ele apontou para a porta e me deu passagem, me fazendo andar. -Eu vou te mostrar onde tem o melhor café e essa chave no seu colar é de algum cofre? -Ele apontou e toquei no meu pescoço negando.
-Essa chave é do melhor lugar que já estive. -Sorri voltando a tocar no colar que jamais sairia do meu pescoço.
Sorrindo, sai da sala ao lado do medico que por onde passava era cumprimentado, o que mostrava o quão era querido por as pessoas que trabalhavam com ele. Lee Jung Soo era falante e demonstrava paixão por sua área, aos passar por os corredores recordava de quando acordei aqui, do susto e lembrei-me do seu sorriso, maldito sorriso.
S2
-Um brinde a minha amiga linda e maravilhosa. -Bo-mi colocou soju no meu copo e bebi tudo, me fazendo arrepiar. -A mais nova contratada e futura rica. -Ela sorriu e bati palmas.
Fingi uma dança maluca e a mesma sorriu já com soju no sangue, assim como eu. A mesa estava enfeitada com muitas garrafas verdes e nos sentíamos felizes.
Após conhecer todo o hospital com Lee Jung Soo, tomamos um café da luxuosa cafeteria do hospital, o mesmo estava sendo receptivo e ainda não acreditava em como a vida se mexe de uma forma estranha comigo, acabou que eu tinha mais uma pessoa conhecida em Seul, porém era o chefe do meu chefe.
-Com toda certeza hoje é um dos melhores dias, em poucas horas ligarei para os meus pais e falar que consegui. -Levantei o pequeno copo do vidro e Bo-mi riu. -REALMENTE CONSEGUI. -Gritei.
Eu estava feliz, havia conseguido o emprego que tanto sonhei e estava comendo um grande churrasco coreano com minha amiga, a bebida estava subindo a minha cabeça e sabia disso, pois meus pensamentos estavam mudando de rumo a cada minuto.
-Sei que em pouco tempo estará estabilizada e tudo dará certo, o próximo evento é minha formatura. -Bo-mi falou, e bebeu seu soju após eu encher seu copo.
-Simmmm. -Falei sorrindo.
Bati palmas e dancei em musica alguma, sentia meu corpo feliz e ao mesmo tempo meu peito ardia a ponto de me deixar séria, maldito soju. -Comi um grande pedaço de carne com Kimchi e Bo-mi repetiu minha ação.
-Está pensando ou bêbada? -Bo-mi falou e sorri a encarando.
Encarei minha amiga e enchi meu copo, não sabia o porquê precisava beber assim, mas precisava.
-Parte minha está feliz e parte sente falta dele. Em todo lugar o vejo, ouço sua voz e o sinto em mim quando fecho os olhos. -Falei, sorrindo.
Bo-mi me encarou e não sorriu, talvez já estivesse cansada de me ouvi lamentar, até eu estava cansada de lamentar.
-Desabafe, coloque a culpa no soju. -Ela sussurrou e levantou a garrafa verde, para colocar mais no meu copo. -Vamos Laura, está a dias falando que tudo está bem e sabemos que ainda não está.
Bebi mais um pequeno copo de soju e ela fez o mesmo, respirei fundo e por mim segundo pensei não ter o que falar.
-Tudo está dando certo, eu estou bem e estou apaixonada. -Falei, séria e ela consentiu.
Bo-mi deglutiu mais soju e me mostrou seu celular com seu primo perguntando por mim, e até que ele era uma pessoa muito boa e gentil. Ela foi passando as mensagens e fui lendo tudo, ele queria ir a um encontro comigo caso eu quisesse.
-Tudo bem, não se preocupe com ele. Eu respeito seus sentimentos e darei uma resposta qualquer, e não se preocupe que a vida se encarrega de... -Bo-mi pausou sua fala quando encarou a televisão apontando para ela.
Virei-me um pouco para ver a televisão e bts estava em um programa, dando uma entrevista.
-O que? -Perguntei e ela me mandou ouvir.
Virei-me por completo para a televisão e eles estavam sendo perguntados sobre seus acessórios e que muitos deles viravam moda por todo o mundo. Jimin falava sobre seus anéis, J-Hope sobre seu colar da Channel e Namjoon sobre um anel que as pessoas achavam que fosse uma aliança, mas foi negado pelo mesmo. Quando chegou a vez de Kim Taehyung falar sobre os seus, o mesmo falou sobre suas pulseiras e seu colar chamou a atenção do apresentador.
Era uma corrente no qual havia uma chave endurada nela. -Toquei a pequena chave em meu pescoço e a semelhança era clara, foi a que deixei do meu cadeado.
-Essa não é uma chave igual a sua? Foi a que deixou com ele na carta? -Bo-mi sussurrou e consenti ouvindo sua explicação.
"Essa pulseira é simples, essa chave é da porta de um dos melhores lugares onde já estive e sei que estou. É a porta magica para meus dias nublados, e a fonte de muitos sorrisos, os mais sinceros. É um bom lugar, apenas meu."
A explicação do garoto na televisão fez meu coração acelerar e Bo-mi sorri como uma boba. Então foi assim que me senti em paz por aquele instante, mesmo que sua explicação tivesse sido baseada em uma metáfora poética. Aquele era ele afinal de contas, o dono das mais lindas e doces palavras que já ouvi, a pessoa que tinha meu coração.
S2
A vida é cheia de surpresas não é mesmo?
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