Destino maluco ♡ Capítulo 20
Laura
Dias antes da viagem para Dubai...
Como diz minha mãe, o tempo passa. Lembro-me com clareza da noite em que bebia na loja de frango com Jung Soo, ele que se tornou meu amigo logo após eu começar a trabalhar no hospital. Ele não me tratava como alguém que estava acima de mim em muitos níveis, assim como o conheci naquela boate, ele era ainda mais legal.
Nos primeiros dias Jung Soo me ensinou muitas coisas e por meio de burburinhos descobri que o mesmo era não só o chefe da ortopedia, mas também o filho do diretor desse hospital. Porém não parecia por seu jeito simples de ser tirando as coisas materiais, logo em meu primeiro plantão ele me chamou para comer um sanduiche na cafeteria, logo após isso conheceu Bo-mi quando a mesma me buscou na porta do hospital e afirmou ter ganhado duas amigas, visto que não tinha muitas amizades.
Naquela noite do frango já fazia meses e meses que não tinha noticias do Kim Taehyung, mas sempre sabia o que estavam fazendo em grupo por causa dos noticiários. Naquela noite após beber uma quantidade enorme de álcool e pegar um taxi para casa tive uma surpresa tão grande, que fiquei sóbria de imediato. Quando o taxi parou em minha casa, ainda tonta ouvi a porta do carro abrindo e ele completamente escondido de baixo de roupas e mascaras, me ajudando a sair do carro como se eu estivesse em perigo.
Vê-lo após tanto tempo fez meu coração aliviar de uma forma assustadora.
Naquele momento tremi a ponto de errar a senha da minha porta diversas vezes, e meu coração parou por alguns instantes. Foi naquela noite que vi seu rosto pela ultima vez, o beijei pela ultima vez, naquela noite surtei e me declarei como uma louca deixando claro que a saudade me matava aos poucos e eu o amava profundamente, foi ali que percebemos que nos amávamos e nem por isso poderíamos ficar juntos, e então nos despedimos outra vez e chorei durante toda a madrugada.
Desde aquela noite meu coração sabe que o ama ainda mais e sinto tê-lo partindo todas as vezes que vejo seu rosto na televisão e sei que é impossível o ter em meus braços. Bo-mi, Oh Sun e os membros são as únicas pessoas que sabem de tudo dessa forma e nós apoiam apesar de também saberem que é impossível.
Meses passaram rápido com minha agenda lotada, eles rodavam o mundo em uma turnê mundial e as criticas estavam maravilhosas, eles estavam alegrando pessoas por todo o mundo e quando passaram por o Brasil saiu até no jornal da Coreia o quão eles são amados em meu país. O sucesso deles estava cada vez maior, a popularidade estava ainda mais em alta e ver tudo aquilo me deixava morrendo de orgulho.
A saudade estava tanta que havia noites que mal conseguia suportar ao ver seu sorriso em nossas fotos, sempre me pegava ouvindo sua voz e sorrindo em plena luz do dia. –Sentada na cafeteria do hospital segurava meu colar com a chave pendurada, aproveitava meu descanso.
-Eu sempre estou muito curioso para saber que mania é essa de passar todo o tempo segurando essa chave. -Jung Soo sentou em minha mesa e sorriu.
Sorri ao vê-lo e sai do mundo da lua, apesar de muito ocupado ele estava sempre de bom humor e por todos esses meses foi minha companhia mais fiel, e sim, já falavam bastante sobre termos algum tipo de envolvimento, mas éramos apenas amigos.
-São três e meia da manhã, e estou descansando, sinto muito você vai permanecer curioso. –Sorri, e ele negou.
Estava em mais um dos nossos plantões noturnos e por coincidência tínhamos horários muito parecidos, tirando quando o mesmo tinha cirurgias longas. Ele tirou do bolso uma caixa de mochi de morango e colocou na mesa.
-Acabei uma cirurgia agora e ganhei isso da esposa do paciente, vamos comer. –Ele arrastou a cadeira para meu lado e recebemos olhares e cochichos.
Bufei ao ver, e o fiz sorrir, eu realmente odiava fofocas sobre mim com um chefe.
-Sabe que quando faz isso, me leva café e me espera na saída, cria fofocas não é? Olha isso, tem cinco pessoas nos encarando. –Apontei para as pessoas, as fazendo disfarçar.
Jung Soo ria como quem realmente achava engraçado e abria a caixa de mochi. Ele era simpático e já tinha ouvido que o mesmo nunca havia se relacionado com ninguém publicamente, ou seja, as pessoas estavam de olhos abertos desde quando o mesmo deixou claro me conhecer antes de ser meu chefe.
-Não me importo com fofocas, já existem boatos que sou casado, que meu pai me forçou a ser medico por que ele é, e que sou viúvo. –Ele sorriu e sorri também pegando um mochi. –Você fala que sou seu décimo melhor amigo na Coreia e não posso sentar ao seu lado?
Ele me fez sorrir ao lembrar-me do dia em que contei quantos amigos eu tinha na Coreia e contei com os sete membros do bts, Oh Sun e Bo-mi. Jung Soo ficou com o decimo lugar e não sabia todas as pessoas que estavam atrás dele, porém estava feliz assim mesmo. Ele sabia o que havia acontecido comigo, e o sigilo era absoluto, não falávamos sobre isso.
-Ok, vamos comer. –Mordi um mochi e fechei os olhos expressando o quão amava aquele doce. –Isso é ótimo, os de morango são os meus preferidos. –Falei e ele sorriu mastigando um também.
-Que sorte, os meus também. Podemos dividir esse sabor sempre, são muitos para uma pessoa só. - Jung Soo falou e consenti encarando provavelmente mais um famoso comprando um café.
Jung Soo tirou um frasco de remédio do jaleco, e deglutiu um comprimido em agua. Ele afirmava ter dores de cabeça quando fazia cirurgia, então sempre estava com remédios.
Sim, sobre ver famosos por aqui era normal, esse hospital era chique o suficiente para a maioria dos seus pacientes serem famosos e pessoas extremamente ricas. Ao pegar a vaga de emprego nos assinamos um termo de confidencialidade para nada contar sobre quem atendemos e o diagnostico.
-Mais cedo disse que precisava conversar comigo sobre algo sério o que ouve? Seu pai arrumou outro encontro às cegas e precisa de uma desculpa para não ir? –Falei e ele negou.
Jung Soo explicou algumas coisas que foram conversadas em uma reunião que o mesmo foi, e por fim disse que havíamos recebido uma missão.
-Sabe que constantemente atendemos idols, e alguns profissionais trabalham em turnê como eu trabalhei por alguns anos não é mesmo? –Ele perguntou e consenti.
Eu ouvia atenta, ele explicava como funcionava alguns atendimentos e queria saber onde o mesmo estava querendo chegar.
-Então, recebemos uma missão de ultima hora, algum grupo que ainda não nos foi informado precisa de um medico e um fisioterapeuta para viajar em dois dias, eles pagam por fora e é tudo incluso desde hospedagem a alimentação. –Arregalei os olhos. –E provavelmente será um mês ou dois de viagem, não sabemos ao certo.
Eu sempre me surpreendia com a Coreia...
-Uau, esse hospital é mesmo conceituado. Então você irá trabalhar novamente com algum grupo?
Jung Soo consentiu e arregalou os olhos comendo mais um mochi.
-Então, eu iria entrar de férias em alguns dias e então aceitei esse trabalho, gostaria de saber se você quer ser a fisioterapeuta responsável do hospital junto aos que sempre tem na empresa... –Ele concluiu a frase e abri a boca em choque.
Eu? Ser responsável por a fisioterapia em nome de um hospital? Como assim? Eu daria conta?
-Jung Soo, eu ainda nem fiz seis meses aqui, acha que sou realmente qualificada? E se eu fizer algo de errado? Tem pessoas com mais tempo de profissão, pensa bem. Que grupo é esse? –Gesticulei cochichando em sua direção.
Ele riu, cruzou os braços e aproximou mais sua cadeira.
-Tempo não significa tudo, você é uma das melhores por isso está aqui e se fizer algo de errado estarei lá. Eu já pensei, me mandaram escolher alguém. Não sabemos que grupo é, pois um dos integrantes está machucado e se isso vazar será péssimo. –Ele falou baixo e piscou os olhos repetidas vezes.
Ele tinha bons argumentos, e eu sabia que era uma boa oportunidade em meu currículo, e dessa forma eu não passaria tanto tempo pensando em Kim Taehyung. –Encarei Jung Soo e ele arqueou as sobrancelhas esperando uma resposta.
-Sabe que a Bo-mi irá surtar, não é? –Sorri e ele consentiu. –Pode ser, me fala o que levar e documentos.
Ele vibrou e levantou após seu bipe tocar.
-Traremos presentes para a Bo-mi e mesmo à trabalho vai ser muito legal, o dever me chama agora. –Ele arrumou a cadeira e deu tchau.
-Ok. –Dei tchau e ele correu, encarei uma mulher me encarando e revirei os olhos.
S2
Embaixo da torre Namsan encarava a grade dos cadeados bem longe de mim, as ruas ainda estavam movimentadas e muitas pessoas visitaram o local, eu aguardava Bo-mi chegar sentada em um banco. Esse lugar me trazia muitas lembranças, todas felizes me fazendo sorrir, ao fechar os olhos recordava claramente dele correndo em minha direção como se estivesse em câmera lenta, hoje sem dor, estava sentada onde sentamos naquela noite, mas sem ele.
-Sério, ainda não acredito que irá passar meses fora de novo. –Bo-mi me assustou ao sentar ao meu lado. –Aquele traste do Jung Soo apesar de muito bonito, é um traíra.
Bo-mi ainda estava brava por ter tão pouco tempo para se despedir, afinal já iria amanhã bem cedo. A abracei repentinamente e ela fingiu choro.
-É trabalho, sabe que como estrangeira preciso muito ganhar a confiança dos chefes e pessoas do hospital. –Falei e ela levantou me puxando para subir de teleférico até o alto da torre.
-Eu sei, mas é ruim sem você. E agora que ganhei mais um amigo, me acostumei. –Ela resmungou e subimos brincando.
S2
Do alto da torre via aquela cidade linda, Bo-mi encarava o céu e contava sobre sua infância. Minha cabeça não estava ali, mesmo que quisesse, vezes ou outra me pegava procurando nossos cadeados, mas não fui atrás. Lembrava-me do nosso beijo e do quão fiquei nervosa por sentir seus lábios macios. Lembrei também da conversa entre duas supostas fãs no metrô meses atrás...
"Eles não deveriam namorar agora, isso poderia atrapalhar toda a carreira deles. Imagina só algum deles namorando ou casando, se a pessoa não quiser que ele cante mais, ele pararia? Bem melhor todos solteiros..."
Bati em minha própria com revolta cabeça fazendo Bo-mi me olhar, pensar que as fãs não aceitariam a felicidade deles me deixa nervosa.
-O que foi? –A menina dos cabelos ao vento me encarou e neguei. –Você é louca Laura, onde eu estava? Ah sim, minha mãe sempre me fazia vestir roupas tradicionais quando subíamos aqui...
Sorri ao vê-la falar e me atentei a sua historia ou piraria, agarrei seu braço e ela sorriu. Bo-mi era minha melhor amiga, parceira de todas as horas e me sentia muito sortuda por tudo que estava conquistando aqui.
S2
De dentro do ônibus do aeroporto encarava empolgada com todos os arranha céu enormes, desembarcamos em Dubai e não poderia está mais feliz. Era um sonho está nessa cidade rica, bonita e ter meu passaporte carimbado mais uma vez, só soubemos do destino no aeroporto e quase morri de felicidade. Estávamos a trabalho, vestidos de branco e mesmo assim estava vibrando.
-Jung Soo olha onde estamos... -Cutuquei seu ombro. -Eu vou morrer de feliz, será que teremos folga? Passaremos por outros países? Ainda bem que aceitei. –Falei rápido e o rapaz ao meu lado sorria.
-Bem vinda a Dubai e não morra, aqui é incrível e caro. Vamos ter folgas sim, dependendo da empresa eles sempre deixam um dia de folga para os Idols e funcionários. –Jung Soo olhava tudo por a janela e me explicava.
O trajeto foi rápido, paramos na porta de um hotel extremante luxuoso e percebi que tudo por aqui era dourado, desde as maçanetas, ao carrinho de malas do Hotel. Eu estava encantada e tirei fotos até na porta do hotel, passou disso era melhor parar se eu conseguisse. Fizemos o check-in, etiquetamos as malas e por fim subimos á cobertura pois a empresa estava com os cartões de quartos e das demais áreas comuns.
-Laura, iremos de imediato para sala de reuniões, coloque seu crachá, sempre use meu nome se precisar de algo e use o inglês. –Jung Soo falou baixo no elevador e consenti.
-Pode ir andando lentamente enquanto vou ao banheiro? Eu irei correndo. –Falei e ele consentiu quando a porta do elevador abriu.
Eu via pessoas de preto e algumas de rosa, o que me levava a crer ser um grupo feminino, mas não prestei atenção quando a vontade de fazer xixi me consumia.
Antei por um longo trajeto e o inglês me salvou quando não achei o banheiro, e que banheiro... Era tudo puro luxo, tirei fotos para mostrar tudo a Bo-mi e após fazer xixi me sentia aliviada, retoquei meu batom, penteei o cabelo e estava nervosa. –Me encarando no espelho falei em português para tentar me convencer melhor.
-Vai conseguir, vai sim. É só fazer tudo com calma. –Falei para mim mesmo e suspirei.
Sai do banheiro quase correndo rumo ao longo corredor e cumprimentei pessoas coreanas que já pareciam me conhecer ao me cumprimentar com sorrisos também.
Em um determinado percurso corri bastante para não demorar mais e para meu azar a sala era ultima, com toda certeza não era atlética o suficiente para Dubai e seus longos percursos. –Parei na porta buscando ar e bati delicadamente.
Quando a porta abriu, me curvei cumprimentando um funcionário e temendo ser repreendida pelo atraso.
-Com licença... –Falei, fazendo minha voz ecoar na sala e a porta abrir por completo.
Naquele momento percebi que a vida estava mesmo testando toda a minha sanidade mental quando encarei uma sala luxuosa e todos os membros, produtor, gerente e o fundador do bts me encararam. Em poucos segundos meu olhar cruzou com o do Kim Taehyung e o mundo parou por algum tempo.
Vê-lo ali fez tudo ao meu redor desaparecer, seus olhos escuros e profundos encararam os meus e senti sua surpresa. O destino tinha nos juntado outra vez, parte de mim havia sido preenchida ao vê-lo e outra parte ardeu por saber que o meu primeiro amor era impossível acontecer, eu não poderia ser egoísta e arriscar destruir sua carreia que o mesmo já lutava por ela a anos, e eu sabia que o bts era sua felicidade genuína.
S2
O que fazer quando cerro a ser fazer não condiz com seus sentimentos mais profundos?
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