Laura

Em poucos dias meu trabalho no hospital voltaria com tudo como sempre e ainda teria mais coisas pesando em minha mente, eu estava em uma situação complicada e lotada por preocupações que não poderia dividir com meus pais, nem com mais ninguém, após tudo que aconteceu hoje. Alguém havia ido até mídia e exposto meu relacionamento com Kim Taehyung por pura maldade, não havia sido uma falha nossa ao sermos notados por ai, o que estava me deixando ainda mais brava. Não sabíamos quem havia feito isso conosco, mas poderíamos listar as pessoas que sabiam e assim chegar ao culpado, à empresa com certeza iria achar, isso deixou meu coração pesado e triste.

Diferente do que pensei ou temi, a empresa não se fez contra, ela expos tudo que precisaríamos passar, enfrentar e lutar para ter esse relacionamento. O gerente e o fundador foram mais sinceros do que imaginei, claro que houve muita pressão e dei o meu melhor, não falhei a voz ou pensei em desistir, eu definitivamente não iria desistir, porém iria ser que ser mais forte do que jamais fui antes. Visto ao site de fofoca já saber de quase tudo, tínhamos que fazer duas escolhas que mudaria nossa vida, ou esconder tudo que vivemos e viveremos, ou expor o namoro. Eu deixei isso para o Kim Taehyung escolher, por quê? É a carreira dele, são os fãs dele e tudo que o mesmo já construiu em toda sua vida, eu não poderia pensar apenas em mim.

O mesmo reuniu toda sua coragem e junto aos membros decidiram que irão contar a todos sobre o relacionamento e iriam conversar com suas fãs, sendo assim aguentar todas as reações negativas que sabíamos que iria ter.

A preocupação da empresa era eu, claro que eles sempre poderiam proteger o idol deles, mas não poderiam garantir minha proteção, não era segredo para ninguém que existiam fãs que não aceitariam isso de forma alguma e claro, os ataques irão ser direcionados a mim, uma pessoa comum que não sabe o que é a fama. A empresa deixou tudo as claras, foram honestos e eles deixaram a minha escolha, eu ser apresentada ou permanecer em anonimato para assim viver mais livremente, se fosse possível.

Sentada com os sete em uma área de descanso privada, com meus pensamentos longe, encarava um quadro. Tudo agora estava ainda mais rígido até encontrarem quem havia nos traído de uma forma tão baixa, e sim, poderia ser qualquer pessoa da empresa ou da minha vida. O que eu farei com toda a pressão? Como as fãs irão reagir ao namoro de um dos idols mais amados do mundo? Eu me sairia bem em anonimato ou seria melhor expor logo tudo e aceitar todo hate que me jogassem? Viveríamos a vida toda às escondidas? Eles me deram uma semana para trazer minha escolha, iria ser o prazo da coletiva de imprensa.

-Laura? –Jin tocou meu ombro. –Tudo bem?

Percebi todos me encarando como se estivessem me chamando a muito tempo, droga...

-Ah, oi... –Sorri fraco, e nenhum sorriu. –Estava imersa em pensamentos.

Kim Taehyung ao meu lado, pegou minha mão e senti olhares em nossa direção, eles estavam tristes por nos e não escondiam.

-Laura, quase todo grupo já passou por isso, existem idols casados, outros namoram e outros tem filhos. Claro que algumas fãs ficam com ciúmes, mas logo passa pois sabem que estamos felizes. –Namjoon falou calmamente e consenti.

-Ele em razão, uma hora todos nós aqui passaremos por isso e é a vida. Todos aqui irão namorar, noivar, casar... Teremos filhos e netos. Todos nós uma hora ou outra vamos encontrar da nossa felicidade com alguém ao lado, é perfeitamente normal, pois somos humanos. –Suga falou e consenti. –Vocês não estão errando ou pecando, acredite em mim.

Eles tinham razão, mas nunca poderiam se por no meu lugar de verdade, mesmo sendo as pessoas mais amorosas do mundo. Eu poderia ser o motivo de uma revolta completa no fandom...

-Vocês tem razão sim, mas daqui só eu sei a proporção real da fama de vocês porque estou fora da bolha. É gigante, nenhum de vocês é amado menos, todos são extremamente endeusados e merecem isso. Cada um tem uma legião de pessoas que sonham em casar com vocês. Eu, automaticamente serei a responsável por acabar com os sonhos das pessoas que sonham em casar com ele, mesmo que ninguém saiba quem sou eu, meu nome ou minha imagem. –Suspirei. –Meu medo não é de hate, xingamentos, fofocas e desejos ruins, mesmo que isso me deixe triste óbvio.

Pausei minha fala com a voz embargada, se eu falasse mais, choraria ali mesmo e não queria isso.

-Qual seu medo? –Kim Taehyung perguntou segurando minha mão e o encarei. –Pode dividir tudo com todos, não só comigo.

Os membros que não falavam, me encaravam. Os que falavam, procuravam palavras de consolo, mas eu sabia que era algo muito complicado de se dá. Eu tinha muitos medos, qualquer ser humano por mais forte que fosse também teria.

-Meu medo... –Degluti. -Meu medo é te ver machucado por me ver sendo machucada, eu sei que as pessoas não machucarão você, mas ficarão com raiva de mim e isso te afetará. Tenho medo que isso te abale, te prejudique e acabe prejudicando todos vocês como um grupo, eu nunca me perdoarei. –Deixei uma lagrima cair, Kim Taehyung me abraçou forte como se estivesse desesperado.

J-Hope levantou as pressas me assustando, puxou Jin com euforia e sentou ao meu lado. O menino de cabelos escuros com um cheio floral sentou ao meu lado sem cerimonia ou vergonha como a maioria dos coreanos, J-Hope segurou minha mão o mais forte que pode e sorriu. Ele estava certo quando afirmava que era a esperança das pessoas, seu olhar passava confiança e sem dizer nada, me fez respirar fundo.

-Certo, irei falar primeiro com você Laura, como tem plena consciência somos idols famosos, até hoje toda nossa fama ainda choca. Tudo que tocamos ou usamos vira ouro, nossa voz ilumina pessoas de todo lugar do mundo, temos muito poder e uma carreira gigante. Seu namorado é da mesma forma e sei que ele está muito nervoso assim como você nesse momento, por isso nós seis daremos força aos dois. Sei que você caiu de paraquedas em nosso mundo, obvio que ninguém aqui vai te julgar se falar que tudo isso é difícil... –Ele falou seriamente e todos balançaram a cabeça concordando.

-É difícil... –Falei.

-É tão difícil, tudo está preso, é difícil  até falar. –Kim Taehyung falou apertei sua mão.

-Tudo, falem. Não deixem nada preso, somos irmãos. –J-Hope falou e Suga concordou.

O Jin levantou e colocou as mãos nos bolsos de sua calça jeans, ele não falava muito e estava sério. Todos nos calamos, e encaramos o mais velho andando na sala.

-Eu sou o mais velho e vivi mais tempo no anonimato do que o Jungkook por exemplo, que chegou aqui ainda criança. -Jungkook consentiu. -Não se enganem ao pensar que viver um amor é mais fácil quando se é anônimo, amar não é fácil. Encontrar uma pessoa que goste de nós como um todo, ame cada detalhe mais sórdido e estranho não é fácil. Mas amar é pecado? Ser famoso não te impede de amar, se encontrou o amor. –Ele gesticulou para mim e Kim Taehyung aumentando a voz, isso fez J-Hope arregalar os olhos e Jungkook se assustou.

Jimin se aproximou do Jin, buscando acalma-lo, ele estava estressado e não deixava J-Hope terminar sua reflexão.

-Fica calmo irmão. –Jimin tocou Jin e o mais velho buscou de acalmar.

Jin sentou no sofá de volta e respirou fundo, percebi que estávamos todos á flor da pele, cada um colocava para fora de uma forma. O meu namorado já era calado por si só, o jeito dele já era assim e nervoso ficava ainda mais quieto.

-O army sempre nos dão palavras de amor, expressam o amor e tudo que temos devemos a pessoas que nos amam todos os dias. Essas pessoas por todo o mundo não deixaram de nós amar por que encontramos alguém. Nosso exército de verdade sempre irá querer nós ver felizes, eu tenho plena certeza, e sei que nós sete temos essa certeza. –Jin falou e todos concordaram de imediato.

As palavras deles nós deixavam mais tranquilos, o olhar do meu namorado ficava um pouco mais leve com o passar do tempo.

-E se o medo de vocês forem os haters, nós sempre tivemos milhares. Nossa... –Suga sorriu e balançou a cabeça. –Laura, sempre existiram pessoas que não gostam do nosso trabalho, não gostam da gente e já ouvimos muita coisa pesada. E preciso te falar que sempre iremos ter pessoas assim, isso mostra que nosso trabalho está sendo bem feito, pois só crescemos. Ele não irá ouvir coisas ruins das fãs, irá ouvir coisas ruins de pessoas que já podem não gostar dele e você ouvirá dessas pessoas também. –Ele falou, me fazendo consenti.

-Dá medo mesmo Laura, no começo eu chorava comendo macarrão... No começo é difícil, mas o amor nós faz ver além, você tem sete pessoas ao seu lado. A empresa gosta de você, os funcionários também, nossos pais sabem de você, tem seus amigos na Coreia e a ultima coisa que está é sozinha. –Jungkook falou e sorri.

Eles estavam fazendo tudo que poderiam para nós acalmar, meu coração estava mais calmo e meu corpo menos tenso. Eles estavam me dando coragem de enfrenar tudo, por mais difícil que fosse.

-O destino fez vocês se encontrarem, foi bem louco confesso, mas não foi um erro. Ninguém vai prejudicar ninguém aqui, todos vamos nos ajudar e faremos da certo mesmo que nossa agenda seja cheia sempre. –Jimin falou e levantou o polegar em minha direção.

-Meus irmãos, eu realmente não posso viver sem vocês. –Kim Taehyung falou e sorriu, deixando uma lagrima cair. –Eu amo ela, não quero desistir, não quero ficar longe dela ou de vocês. Tudo em mim está com medo e nervoso, mas agora sinto que dará certo e Laura... –Ele me encarou e com sua voz mansa me fez sorrir. –Eu te protegerei seja qual for sua escolha e farei de tudo para está sempre perto. Irei abrir meu coração na coletiva e contar que encontrei o amor em uma pessoa incrível. –Ele falou e o beijei fazendo os seis gritar.

O dei um selinho e o abracei, fazendo todos nos abraçarem juntos como um bolinho de arroz. Eles riam juntos como um coral e deixei mais lagrima cair com uma risada ao ver Jimin quase caindo e levando o Jungkook junto. Eles tinham razão sobre tudo e estava me sentindo um pouco mais confiante.

-Laura, sem a chuva não temos o arco-íris. Não temos as flores mais lindas, não temos dos rios e mares, sem a chuva não temos vida. Nem sempre as chuvas são fracas, existem tempestades sinistras, mas sabemos que o sol irá voltar. Eu estou orgulhoso de ser líder de um grupo tão unido desde sempre, eles falaram coisas lindas e só pude falar agora. A coletiva irá parar o país, irá ver pessoas procurando por você, querendo saber sobre você e como conquistou um idol. Irá ver pessoas querendo ver seu rosto e vai ter pessoas te idolatrando. Irá ver pessoas felizes por vê-lo feliz, irá ver pessoas imaginando como é você e como será ele quando for pai ou casar. Pessoas vão ficar felizes, vão torcer, vão notar a felicidade dele e agradecer a você por isso. –Namjoon me falou as coisas boas e sorri. –Se quiser continuar sendo anônima, sua vida seguirá normalmente porem os encontros serão com bem mais cuidado.

Ele me encarava como se lesse meu coração, ele sabia que tudo aquilo era complicado demais para eu falar.

-Namjoon, eu poderia ficar no anonimato e com o passar os meses assim que a gente visse a repercussão de tudo, eu ser apresentada? Eu tenho meu trabalho onde lido com o publico,  viajo para ver meus pais onde tem milhares de fãs... Eu queria que tudo acontecesse por partes, o fato de eu ser estrangeira vai fazer as fãs coreanas pirarem. Dessa forma vocês ficariam mais tranquilos que eu estarei segura. –Fui sincera e Kim Taehyung concordou.

Namjoon consentiu varias vezes e todos fizeram igual.

-Sim, eu concordo plenamente. Você não precisa está na mídia por que eu estou. Precisa viver sua vida, ter sua liberdade como ama e trabalhar plenamente, líder acha que isso será possível? –Meu namorado perguntou. –Já em uma pessoa que sabe aparentemente de tudo e está indo para a mídia, precisamos encontrar essa pessoa antes da coletiva.

-Sim, isso é um absurdo. Claramente essa pessoa teve nossa confiança e nos apunhalou, ou apunhalou ela. Irei passar tudo para a empresa Laura, até lá viva sua vida normalmente sem medo e, por favor, evitem encontro em publico mesmo que de madrugada. –Namjoon pediu.

Na minha cabeça vinha as duas pessoas do meu meio que sabiam e era impossível. Não era nada possível que meus amigos tivessem feito isso, não fizeram. A conversa começou sobre quem me viu e quem poderia ter notado nosso romance, nenhum deles queria pensar que alguém da empresa havia feito isso, e eu também não conseguia pensar em ninguém.

-Laura, sua amiga é Army não é? Quando estávamos jogando, ela falou que seu preferido era o tae no inicio... –Jimin sussurrou e neguei de imediato. –Desculpa, só pensei.

Eu sabia que minha amiga era Army, sempre vi que ela amava a voz do meu namorado, ela de fato sabia de tudo, mas não, ela não.

-Definitivamente não foi a Bo-mi. –Suga falou e o encaramos. –Quer dizer... claro que não foi ela, são amigas há anos, lembram que ela também assinou um termo com uma multa milionária...

Jimin concordou com o Suga e me tranquilizei.

-Não se desculpe mochi todos nós estamos nos perguntando a mesma coisa, mas meus amigos não foram. Todos a nossa volta assinaram termos... –Falei e encarei o relógio. –Preciso ir meninos, está ficando escuro. –Levantei ao olhar a janela.

-Não vá agora... –Jin falou e fiz sorri fraco.

-Eu preciso processar muita coisa, está tudo bagunçado e de toda forma não posso sair daqui muito arde, vai saber desses paparazzi. –Falei, procurando minha bolsa e J-Hope me entregou.

Namjoon se aproximou parecendo impaciente e tocou meu ombro. Ele era muito mais alto e eu sempre ria por isso, o que o fazia sorri também.

-Tem razão e esfrie sua cabeça. Não queremos colocar mais pressão em você. –Ele encarou os membros e todos confirmaram.

Todos levantaram comigo após o líder deixar claro que era o melhor a se fazer diante da situação e Kim Taehyung pegou minha mão. Ele estava gelado, parecia ainda muito nervoso e não queria me deixar ir...

-Eu te levo... –Ele sussurrou e neguei.

-Eu vou sozinha, querido. Agora mais do que nunca precisamos ser cuidadosos, ouça seu líder. Vamos marcar nossos pontos de encontro e fazer tudo com cuidado para da certo. –Falei e ele concordou. –Farei o que for para ir ao seu encontro, vamos juntos pelo menos até o andar de baixo e você sobe no mesmo elevador. –Sorri e ele sorriu consentindo.

Abracei um por um de forma carinhosa, Jungkook me deu seu chapéu estilo pescador para que eu ficasse mais escondida. J-Hope fez outro grupo de mensagens rapidamente onde tinham os sete e o gerente, assim nunca ficaríamos bem conversar. Namjoon me passou dicas, caminhos e formas de perceber paparazzi e compreendi tudo. Agindo como irmãos mais velhos, me fizeram mandar minha localização em tempo real para o grupo e afirmaram que tudo ficaria bem, pois eles tinham lutado muito para aquele poder, isso eu precisava concordar. –Entrei no elevador com meu namorado ao meu lado e me despedi dos meninos.

O prédio era muito alto e estávamos no topo dele, assim descemos  em silencio, até que ele se aproximou dos botões e parou o elevador. Ele estava tão bonito naquela noite, havia cortado mais o cabelo e suas roupas largas eram elegantes. Seu cheiro era único, não era possível descrever em uma fragrância única, apenas seu cheiro. –Ele puxou meu chapéu e colocou em cima da câmera, me assustando.

-Até descobrirmos quem foi não podemos arriscar. –Sua voz rouca me fez sorrir, ainda ficava nervosa. –Falei pouco lá em cima por que queria falar a sós. –Ele se aproximou, me fazendo encostar-se ao espelho.

-O que está fazendo, está usando seu olhar penetrante para me hipnotizar? –Sorri e ele me beijou de supetão.

Seus braços abraçaram meu corpo com força e passei a mão em suas costas, nosso beijo era calmo e quente, ele sabia o que fazia e me deixava sem ar. Em seus braços sentia vontade de sorrir e medo de perdê-lo, era louco. –Nos soltamos, sem ar e ele tocou meu rosto.

-Laura, não me deixe de novo. –Ele falou, olhando nos meus olhos e arquei as sobrancelhas. –Eu farei de tudo, moverei montanhas para que não se machuque. Apagarei todos os comentários maldosos pessoalmente, mostrarei as pessoas que você me mostra o melhor lado da vida. Posso te dá mil razoes para não desistir. –Ele falou, me deixando imóvel.

Ele realmente achava que eu iria deixa-lo?

Toquei seu rosto, passei meu polegar por sua boca desenhada e toquei o sinal em seu nariz e puxei sua orelha o fazendo choramingar. Como ele poderia pensar isso? Será que ainda não deixei claro que não desistirei dele?

-Nunca mais na sua vida pense isso. –Soltei sua orelha e o abracei. –Eu nunca te deixarei de novo, mesmo que isso tudo me assuste. Não precisa me dá mil razões, a razão mais preciosa é meu amor por você. Vai ser difícil, vai doer em alguns momentos... Mas sempre voltarei para você, não importará onde esteja. –O encarei e ele consentiu respirando fundo.

Ficamos ali abraçados por um tempo, tiramos uma foto no espelho e nos assustamos com um barulho estridente. Uma voz ecoou no elevador e me assustei.

-Quem se encontra no elevador privado e por que tampou a câmera? Problemas técnicos? –Um homem falou e Kim Taehyung bufou.

Meu namorado se aproximou dos botões e aperou um botão amarelo ao falar.

-Aqui é o Kim Taehyung, está tudo bem por aqui. Obrigado... –O menino sem paciência falou e obteve a resposta de imediato.

-Oh, desculpa senhor Kim. Fique a vontade, qualquer coisa pode nos chamar. –O homem de desculpou por nada e percebi mais uma vez o poder da sua simples voz.

Ele voltou a me abraçar como uma criança implorando carinho e o balancei, ele era dengoso e calado. Com o passar dos meses, já conseguia decifrar suas expressões e olhares.

-Preciso ir, mas quero te pedir uma coisa antes. –Falei e ele consentiu. –Eu darei o meu melhor em tudo mesmo preocupada, faça o mesmo. Pense positivo, já tomei minha decisão com todo meu coração e não é por que tenho medo de ser vista ao seu lado, é por que não quero te preocupar e preocupar meus pais lá fora. Aos poucos faremos tudo, até lá de seu melhor em tudo, sem tristeza. –Pedi e ele consentiu.

-Eu farei isso, prometo. –Ele sussurrou e sorri. –Amanha tenho fotos, e mais fotos, após isso um programa de tv. Meu dia será cheio, mas trocaremos mensagens sempre que podermos. Sua decisão irá para a empresa e prepararei meu discurso. –Ele consentiu sem pedir minha opinião e prendi o riso.

Apertei o botão para a garagem e de mãos dadas, esperando descer. Assim que o elevador parou ele colocou o chapéu em mim, nos despedimos e eu sai quase correndo rumo a uma saída. A rua estava vazia e havia seguranças ali que estavam cientes da minha saída.

S2

Ao sair da rua retirei meu disfarce e respirei fundo, o céu estava quase escuro e apenas peguei o primeiro ônibus que passou na avenida. Sentei ao lado de uma senhora e comecei a viajar em pensamentos. Minha cabeça estava cheia, estava cansada e preocupada. Da noite para o dia, tudo havia explodido e nem ao menos havia suspeitos certos. Recusava-me a pensar nos meus amigos, era impossível de um deles tentar me fazer mal. Em minha cabeça vinha a casa da minha amiga sem nada dos meninos repentinamente. –Bati na minha cabeça por pensar isso e a senhora me encarou.

-Você é uma péssima amiga Laura. –Sussurrei sozinha.

"Quando vier para coreia te farei amar o bts, o V tem a voz mais bonita do mundo,  aquece minha alma."

"Quando nos conhecemos você mal sabia sobre musica da Coreia, eu tinha que mostrar meu cantor preferido do mundo todo, e hoje ele é meu cunhado."

Em um curto trajeto de ônibus viajei em pensamentos, em minha cabeça veio coisas que ela sempre falava quando eu estava no Brasil, eu jamais me perdoaria por pensar isso dela apenas por uma suposição do Jimin. Existem mais pessoas que sabem, eles irão descobrir.

-É impossível, é completamente impossível. –Falei, ao descer do ônibus quase vazio. –Meus melhores amigos jamais fariam isso comigo, que merda está pensando Laura. –Bati em minha cabeça novamente.

Caminhei mais um pouco após descer do ônibus e dei de cara com meu prédio, na Coreia em pouco Tempo poderia ser feito alguns trajetos, e em segurança. Corri em por as escadas subindo ao meu andar, e pausei meus passos quando entrei no corredor e encarei minha amiga agachada na porta do meu apartamento, com a cabeça entre os joelhos. –Corri em sua direção e me agachei em sua frente.

-Bo-mi, o que ouve? –Falei a balançando e a mesma me encarou com os olhos inchados e vermelhos. –O que houve? Alguém te machucou? –Perguntei e fui abraçada.

Vê-la assim partia meu coração, a mesma ainda não sabia de nada, nem que ao menos haviam nos chamado, por que ela estaria assim? 

S2

Cadê os dias de paz meu povo?