Inseminação artificial!

Havia conseguido trocar de carro, de um Onix prata, eu estou dirigindo agora um Ford Ecosport 1.0 preto.
Foi quase um rim, mas consegui talvez tendo que dar um beijo no dono da concessionária como pagamento final. O carro da Marieta era bem mais barato que o novo. Então troquei, meu dinheiro restante não daria e o dono já estava me cantando há meia hora.
Joguei meu orgulho no lixo e joguei um charme e sua frase foi; um beijo, um encontro e negócio fechado.

Beijei o dono e foi o pior beijo da minha vida e tenho um encontro com um desconhecido no restaurante perto do bar onde minha vida virou do avesso.

Errado? Totalmente, mas era isso ou ser pega por andar com o carro visto na delegacia.

Se eu sobreviver, precisarei de terapia intessiva.

Eu havia colocado a peruca antes de chegar na concessionária e talvez isso seja a meia segurança que tenho.

Quando o dono viu o Erick dormindo, disse que era meu irmão e que ele bebeu mais do que devia.

Ele me ajudou a colocar o Erick no outro carro e tudo que estava no carro da Marieta eu peguei.

Agora estou na garagem do hotel mequetrefe que estamos. Comprei um café forte e estava sentada de lado com a porta aberta tomando o meu café e fumando meu cigarro.
Eu não vou carregar o Erick pra dentro e espero que ele acorde logo.

São 17:00, o encontro é as 20:00 e até agora não temos uma pista se quer.

Foi quando me lembrei da capela onde casei com o Erick, levei o tempo todo de fumar meu cigarro e matar meu café pra pensar se iria ou não.
Eu tenho o nome da capela, posso ir e quem sabe não deixamos os diamantes no banheiro.

Eu acredito em qualquer coisa a essa altura. Fora que tem o Dionísio e como falo pra Lorelai que Marieta tá morta e sem chance de ir, claro sem contar que o assassino dela é o delegado.

Quando decidi ir na capela, joguei meu copo de café fora e sai em direção a mesma, agradeci os vidros serem escuros e talvez aqui seja seguro. Me pergunto se posso morar dentro desse carro pro resto da vida, mudar de nome e fugir pra longe e nunca mais dar as caras. É, quem sabe assim eu sobreviva.

Aeroporto? Fora de cogitação, não depois de dar nossos nomes pro policial que talvez seja bom, mas se ele falou com o delgado, o mesmo tem nossos nomes e como Erick é uma anta, tem o local onde ele mora.
Pra um delegado puxar uma ficha só com o nome completo, não deve ser nada.
Acho que nem chance de ir pra Montreal segura, eu tenho.
A essa altura devo estar sendo procurada como uma criminosa altamente perigosa. Eu não duvido de mais nada.

Ao chegar na capela, estacionei o carro e sai deixando Erick no banco do passageiro dormindo.
Adentrei o local e me pergunto por que não fui no hospital ver meu braço, porém me lembrei que posso cruzar com o policial que apaguei com uma jarra, matar sei que não matei, mas sla né.

Vi uma senhora corcunda no balcão e me aproximei.

__boa tarde senhora.__ela me olha com um sorriso lindo no rosto enrugado.

__olá criança, veio buscar as coisas? Estão prontas.__que coisas?!

__desculpe, do que está falando?

__vem cá.__ela deu a volta e andou até uma mesa no canto e tinha 3 caixas.

Ela abriu a primeira e de lá tirou uma camiseta, ela era branca e no centro era um coração com meu rosto e do Erick.

Dá onde tirei dinheiro pra isso?!

__as canecas, porta retratos, Banners e as 10 camisetas estão prontas.__ela sorri e eu só devo estar igual papel sulfite.

__ah claro, mas eu não tenho dinheiro agora.__ela negou sorrindo.

__seu irmão pagou tudo, ele disse que a irmã merecia lembranças do casamento.

Ah claro! Lembranças de um casamento que não faço idéia de como ocorreu, com um irmão fajuto e com um noivo desconhecido.

O casamento dos sonhos.

__entendi. Sabe dizer se deixei alguma coisa aqui, tipo uma bolsa, ou sacola?__se falar que é diamante tenho medo do que ocorre.

__não, lamento. Mas quer ajuda pra levar as coisas?

__não, eu levo obrigada.__ajeitei as caixas uma encima da outra e era pesada, crêem Deus pai.

Ao chegar no carro abri o porta malas e deixei tudo lá dentro ao lado do carrinho desmontado.

__Ariel.__me virei assustada.

Era uma jovem de cabelo ruivo e olhos verdes, pele clara e sardas no rosto.

__oi.__quem é você?

__você não deve se lembrar de mim.__exatamente.__eu sou Júlia.

__lamento eu não lembro muito do que houve ontem.__não lembro de nada.

__eu imagino, vocês pareciam drogados, mas felizes. Um homem veio mais cedo e deixou esse bilhete comigo, ele disse pra entregar pra vocês dois.__peguei o papel com o nervosismo em mim, tentei não demostrar a mão trêmula mas era impossível.

__eu queria saber se está com dor?__a olhei confusa.__desconforto no pé da barriga, ou outros sintomas.

__eu tô sim com uma cólica no pé da barriga, sabe dizer o que é isso?

__talvez seja normal. Eu tô treinando pra ser médica e você e seu noivo aceitaram ser meus pacientes.__de que meu Deus?!

__pacientes?

__vocês queriam ter filhos e você disse que não poderia. Eu dei algumas ideias e vocês aceitaram e pediram pra que eu fizesse, estava esperando pra ver você e saber se está com dor.

__pode ser mais específica?

__claro, eu fiz uma inseminação artificial em você. Claro, com os espermatozóides do seu noivo.

EU FIZ O QUÊ?!

Eu não pergunto se pode piorar mais, eu fiz uma inseminação artificial com os espermatozóides do Erick, eu não posso ter filhos e não vou, mas se o médico formado em medicina não disse nada e uma estudante pro ramo disse, eu tenho medo de saber onde isso ocorreu.

__é, onde foi isso?

__no porão daqui, minha vó é a dona e permitiu.

Porão? Eu fiz algo delicado em um PORÃO?!

__Ah claro, mas não vai dar certo. Não que você não seja boa.__o que com certeza não é.__mas eu não posso ter filho, o meu médico confirmou isso, as chances são de 1 em 100.

__quem sabe você tenha sorte.

Eu dúvido.

__sorte é tudo que eu não tô tendo. Mas obrigada pela tentativa.__ela agradeceu e entrou na capela e fechei os olhos pedindo em preces silenciosa forças pra prosseguir.

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