Episódio 1 - Nos Bastidores
Estou nervosa quando eu estaciono o meu carro no alojamento em que a equipe iria ficar hospedada. Já tem muitos carros estacionados, e o movimento ali é bem intenso. A fazenda em que vamos fazer as filmagens é enorme, e por causa disso uma grande equipe é necessária para a manutenção do lugar.
Por isso que tem esse pequeno prédio de três andares, com diversos quartos, que serve para o pessoal da fazenda morar. Esse prédio fica no extremo da propriedade, e tivemos que realocar algumas pessoas para dar certo, mas a nossa equipe está toda aqui.
Olho na direção da fazenda e só consigo ver o verde. Já sabia que tínhamos que pegar carrinhos de golfe para nos locomover lá dentro, mas esperei ver pelo menos alguma coisa da fazenda.
Sem querer perder mais tempo, pego a minha bagagem que estava no porta-malas e entro no prédio. Mal dou dois passos para dentro e um rapaz com uma prancheta na mão vem me informar onde vai ficar o meu quarto. Ele me entrega um crachá e passo a corda com o slogan da emissora pelo pescoço.
O crachá nem tinha o meu nome, mas tem a melhor palavra que eu poderia querer: PRODUTORA. Tenho que lembrar de tirar uma foto e mandar pra minha mãe depois, ela vai ficar muito feliz.
Ele vai me mostrando rapidamente por onde passamos, onde era o elevador e a cozinha industrial que tinha no térreo do prédio. Uma sala de entretenimento, com jogos, televisões e janelas, tornando tudo bem arejado. Então subimos de elevador até o segundo andar e ele me mostra onde eu iria ficar.
Os quartos são individuais, simples, mas a cama é bem confortável. Cada quarto tinha seu pequeno banheiro, o que me deixa bem aliviada, nem quero pensar em dividir poucos banheiros com a quantidade de gente da equipe.
Coloco a mala dentro do quarto, fecho com a chave que ele me deu e desço novamente.
O vai e vem de gente continua e meu coração está acelerado. Mesmo aqui ainda não consigo acreditar que eu estou tendo essa chance. Eu vou trabalhar perto da banda! Sou uma produtora!
Como não queríamos ninguém perdido por aí, todos da equipe receberam uma planta baixa do terreno, que inclui a fazenda, o alojamento e algumas saídas de emergência caso fosse necessário.
Essa fazenda tem de tudo, passando os olhos pelo papel vejo a localização de duas piscinas, uma delas sendo olímpica, lago com ponte de passeio, haras, campo de golfe, campo de futebol, quadra coberta, enfim, tudo o que eu poderia imaginar e muito mais coisas que eu sequer imaginava.
Era tudo integrado por estradas de pedra e incrivelmente organizado.
Eu tinha visto bem por cima esse mapa, mas agora eu vou ter que prestar bem mais atenção nele já que vou rodar na fazenda.
Vi o acréscimo no mapa de pequenos armazéns montados pela nossa equipe para poder guardar alguns equipamentos e nos poupar tempo caso precisarmos montar alguma coisa. Pego então um dos carrinhos disponíveis para a nossa locomoção e vou em direção a fazenda.
Quero ver como estão alguns dos espaços que montamos. Além de colocar a prova esse mapa.
Passo pela estrutura que montamos em cima da piscina olímpica. Ali seria o nosso palco principal. Era grande, num espaço bem bonito, com um belo fundo e bem quieto. Placas transparentes foram postas em cima da água para dar um belo efeito à noite — ou pelo menos era o que esperávamos, ainda tínhamos que fazer testes. Um grande toldo cobria tudo e as hastes que o seguravam ajudavam a iluminação do local.
Ao passar perto do haras, vi a estrutura montada para que as meninas pudessem desabafas caso a competição esteja demais para elas. Nossa equipe já tinha muitos encontros em mente e situações pré-planejadas, e se tudo der certo, esse espaço vai ser bem utilizado.
Ao avistar a fazenda onde as meninas selecionadas e os rapazes da banda iam ficar arregalo os olhos quase intimidada com a opulência do lugar. Não sou muito entendida de arquitetura, mas acho que ela se encaixa quase nas casas imperiais que eu vejo nos filmes, mas depois de uma bela reforma. Tudo parecia brilhar como novo.
Subo os degraus da casa e vejo duas pessoas, que parecem ser da equipe de manutenção varrendo a entrada, retirando o mais absoluto nada dali. Sorrio para os dois e entro na fazenda.
Vou vendo que os quartos das participantes já estão prontos, mesmo elas só chegando mais tarde. Já tínhamos pessoas de prontidão para identificar as meninas e levá-las para os seus respectivos quartos.
Nossa equipe já está as acompanhando, mostrando as expectativas e desejos delas para o programa. Quando chegarem, vamos ter uma entrevista rápida com cada uma, vamos relembrar alguns pontos importantes que elas vão ter que ter em mente e logo depois, elas vão conhecer a banda.
E por falar em banda, os meninos já estão aqui. Deve ter sido uma verdadeira comoção quando eles chegaram ontem a noite, logo depois da gravação do anúncio, mas eu não estava aqui para ver isso.
Por mais que eu esteja morrendo de vontade de conhecer a banda, eu agora tenho trabalho a fazer, pois eu vejo uma das equipes de iluminação se enrolando com uns testes em uma das salas de jantar que vamos usar e eu vou logo ajudar.
Boris ainda não tinha dito com todas as letras o que eu ia fazer aqui, mas acredito que vou ficar responsável por algumas filmagens sem muita importância, observando o pessoal de mais experiência, absorvendo dicas e macetes. Talvez até mesmo algo mais administrativo, mas se eu tiver a oportunidade de estar perto dos meninos, nem me importo.
Depois do pessoal me agradecer, volto a explorar a casa. A movimentação é intensa, mas impressionante como todos trabalham silenciosamente.
Então que eu escuto um assobio alto, vindo de algum lugar não muito distante e atrás de mim.
— Nossa, isso aqui realmente é um mundo, não é? — uma voz grossa e que eu conhecia muito bem parece ser o dono do assobio.
Tenho que controlar o faniquito quase descontrolado que se apodera de mim nesse momento.
Coloco uma cara profissional e me viro. Bartolomeu está a poucos metros de mim e ele é bem mais alto do que eu imaginava, vendo assim, tão de tão perto. Lindo com seus cabelos levemente escuros e sorriso travesso ele analisava a casa e nem pareceu perceber qualquer outra pessoa ao redor dele.
Minha visão turvou por alguns segundos e eu só conseguia enxergar aquele homem, mas quando me acalmei, vi que ele estava caminhando ao lado do Boris.
— Claro que sim, queremos que a banda tenha o melhor tratamento. Estamos oferecendo o melhor... E falando em melhor... — Boris fala e eu percebo que ele olha na minha direção. — Deixe-me lhe apresentar uma das produtoras do show senhor Keller, essa daqui é a talentosa Catarina Muniz. Precisando de qualquer coisa, sei que ela vai ser bem mais do que capaz de resolver para vocês...
Meus pés congelaram no chão tive que serrar os dentes para que a minha boca não caísse aberta ao chão. Meu olhar cai nas duas pessoas que vem andando na minha direção, Bart parecendo flutuar em câmera lenta, os cabelos voando discretos, mas a cena lembra os videoclipes da banda.
Tinha um ventilador escondido por aqui? Isso era possível?
Bart tem um cabelo loiro lindo e sempre bem tratado. Mechas de seu cabelo se espalhavam para todos os lados e quase tiravam a atenção do seu rosto. Quase. Se não fosse aqueles olhos verdes incríveis emoldurando um rosto bonito e sorridente. E aquele sinal em sua boca bonita, pequena e perfeita. Lindo. Pra dizer o mínimo.
Mas o Bart e Boris não estavam sozinhos, quando a minha mente está em toda a sua capacidade, vejo que o restante da banda está acompanhando, só estavam um pouco longe, mas estavam juntos. Vamos lá Catarina, você consegue passar por isso...
Uso todas as minhas células cerebrais para me manter focada nesse momento e não gritar com toda a força que eu tenho em meus pulmões. Tenho que manter o foco e manter a minha pose como profissional, afinal Boris acabou de dizer que sou talentosa, e com certeza quebraria a imagem se eu me comportasse qualquer coisa diferente que normal.
Tenho que manter a palavra do meu chefe. Então sorrio da melhor forma que dá sem surtar e espero que eles se aproximem de mim. Boris chega do meu lado e fala.
— Mesmo achando que ele não precisa de apresentações, esse aqui é Bartolomeu Keller, vocalista — Boris nos apresenta propriamente e Bart abre um sorriso tão brilhante que tenho certeza que derreteu alguma coisa na minha cabeça.
— Prazer em te conhecer. Desculpa falar assim, mas você é bem nova para estar aqui, não é? Mas sei que o Boris não colocaria você aqui se não tivesse fé nas suas habilidades. É bom trabalhar com jovens ambiciosos, assim como nós — Bart diz, me cumprimentando, balançando a minha mão com uma firmeza que sempre esperei dele.
Quando desvio o olhar do dele percebo que o resto da banda já está no alcance das minhas mãos. Vamos lá cérebro, sem entrar em curto agora. Eles não esperam o Boris fazer as apresentações, vão logo estendendo as mãos e falando comigo. E o primeiro é o percursionista.
— É um prazer conhecer uma moça tão bonita assim que não está aqui nessa casa somente para tentar entrar nas calças do Chuck — Frederico fala divertido e estende sua mão para mim. Algo no seu tom foi extremamente protetor e aquilo me fez sorrir.
Seus olhos de um castanho claro eram bem mais bonitos ao vivo do que as fotos que eu tinha visto. Ele era um pouco mais baixo do que eu imaginava, mas era muito bonito. Seus cabelos ruivos meios encobertos por um capuz de sua camisa verde estavam bagunçados de uma maneira perfeita. Frederico era um cara muito bonito.
— Muito prazer em te conhecer Catarina — Fred volta a falar e sorri quando eu finalmente percebo que ainda não o cumprimentei e estendo a mão para ele. — Frederico, mas pode me chamar de Fred.
— Prazer Fred - falo, feliz por não gaguejar. — Pode me chamar de Kat.
— Kat será então — logo que ele solta a minha mão, uma figura masculina muito grande fica na minha frente.
Grandes braços cobertos de tatuagens incríveis se personificam dois palmos na minha fronte. Estranhamente eu pensei que ele fosse ser bem menor ao vivo, mas Fontanza era um cara enorme e se ele não tivesse escolhido esse momento para sorrir eu também diria que é um cara bem assustador. Mas ele não era assustador, de algum modo ele é cativante e acolhedor.
E incrivelmente bonito também. Os olhos eram de um tom castanho bem escuro, quase preto, conferindo ao seu olhar uma característica quase sobrenatural. Os cabelos eram cortados bem curtos, com uma aparência militar. O rosto tinha traços fortes e eu só queria sentir se o queixo dele era tão firme quanto aparentava. Mas eu não faria isso.
— Olá KitKat, sou o Taz, prazer em te conhecer... — Fontanza estende sua grande mão para mim e eu aperto também, ainda meio abobada. — Posso te chamar de KitKat, não posso?
— Ah, claro sem problemas — falo, rindo, sem nem raciocinar direito. — Prazer em te conhecer Taz eu tinha o chamado pelo apelido? Ai minha nossa! Eu estou sonhando e nem quero acordar.
— Ótimo, espero que a gente possa se cruzar pelos corredores e quartos daqui KitKat. E espero que você me chame de Taz.
Oi? Escutei direito isso? Cruzar com esse Deus grego aqui pelos corredores! E quartos? Ah, mas sim com toda a certeza. E continuar chamando-o por esse apelido como se fôssemos íntimos? Onde eu assino?
Agora que eu tinha apertado a mão de todos que estavam ao meu redor, só conseguia sorrir. Quer dizer, ainda faltava o Charles, mas não conseguia vê-lo agora que estava rodeada pela melhor banda. E cada membro tem a beleza escolhida à dedo. BenzaDeus!
— Não é comum vermos um rosto tão jovem trabalhando por aqui nesse meio, sem ofensas Boris — Bart fala sorrindo. — Mas um rosto bem-vindo o seu.
Bartholomeu Keller acabou de dizer que o meu rosto é bom?! Melhor dia da minha vida!
— Muito obrigada senhor Keller — falo apressadamente, tentando manter tudo dentro de mim.
— Me chame de Bart, por favor, não é preciso dessas formalidades todas. E nem por meio segundo pense em me chamar de Bartholomeu, certo?
— Combinado Bart — acho que meu rosto vai entrar em pane se eu alargar mais um pouco o meu sorriso. Não consigo desviar o olhar do dele.
Tão verde, tão...
— Ah, mas que maravilha, mais uma hipnotizada pelos olhos verdes desse Keller safado! — escuto o Fontanza bufando e me viro pra ele a tempo de vê-lo jogar suas mãos para o alto.
— Não diga essas coisas Taz, o que a Catarina pensará de mim com você falando desse jeito... — Bart fala dando um soco de brincadeira no braço do amigo.
— Que eu falo a mais pura das verdades... — Fontanza fala sorrindo. — Me prometa KitKat que você não passará muito tempo encarando esses grandes olhos verdes... — ele pega minhas mãos e faz um gesto de súplica engraçada.
Ele engoliu as minhas mãos com as dele e ficou com uma carinha de cachorro que caiu da mudança, tentando engolir uma risada.
— Prometo Fontanza... — não consigo controlar a pequena gargalhada que saiu de mim.
— Maravilha KitKat — ele pisca um olho para mim. — Mas pra você, é Taz — ele sorri e planta um beijo em cima da minha mão.
— Depois eu que sou o safado dessa banda... — Bart fala, revirando os olhos teatralmente, para implicar com o amigo. — Não se importe muito Kat, o Taz é só um cão que ladra muito, mas é inofensivo... Não morde.
— Só se você pedir... — Fontanza fala divertido.
— Vocês vão assustar a nossa produtora... — Frederico se intromete na conversa. — E onde está o Chuck? — ele começa a olhar ao redor, procurando o baixista. Eu também o procuro.
Charles está longe, quase saindo do ambiente que estávamos, parecendo ocupado demais olhando para os detalhes da arquitetura do local. Nem quando todos os meninos o chamam ele parece perceber que tem outras pessoas ali.
— Catarina, desculpe o meu irmão, ele costuma ser bem mais simpático, mas acho que essa coisa toda de reality finalmente pegou ele...
— Ah, tudo bem Bart, ele deve ter os motivos dele...
— Acho que é a expectativa do show, das gravações e tudo mais... Nunca fizemos nada disso e o peso maior vai estar nele.
— É, deve ser isso mesmo... — ao olhar para onde Charles deveria estar, não havia mais ninguém lá. Ele já tinha ido embora.
— Temos que ir, acompanhar o cabeça de vento ali, senão ele vai se perder nessa mansão enorme e não vamos conseguir encontrá-lo tão cedo... — Bart fala e se despede de mim.
— A gente se vê por aí Catarina — Fred fala e me dá um aceno.
— Até mais ver KitKat — Fontanza fala e pisca mais uma vez para mim antes de sair atrás dos meninos e do Boris.
Se eu morresse agora, eu morreria feliz, mas nesse exato não posso morrer, pois tenho que organizar um monte de coisas no palco principal. Boris antes de se despedir me entregou um papel com um cronograma. Temos que esquematizar tudo e fazer alguns ensaios para que tudo saia do jeito que nós imaginamos.
Então eu saio da grande mansão com um grande sorriso em meus lábios e vou direto para as piscinas, onde eu vou ajudar nos toques finais para que tudo saia perfeito nas filmagens. Filmaremos ali com as candidatas assim que elas se instalarem. Pequenos detalhes fazem uma grande diferença.
Um por uma as meninas foram chegando e se acomodando em seus quartos e algumas já começaram a se aprontar para a nossa gravação mais tarde. Todas estavam empolgadas e percebi que não prestaram muita atenção em algumas das nossas orientações, mas isso não importava agora. Tudo o que importava agora nesse momento inicial era que elas parecessem empolgadas e bonitas nas filmagens, e isso elas fizeram sem o menor problema.
Olá olá pessoal maravilhoso! Como estamos? Ah finalmente Catarina conheceu a banda, e aí, quais são as suas primeiras impressões dos meninos - pelo menos os que interagiram aqui - hm, já tem um favorito?
Ainda vamos ter o nosso gostinho do Charles :) Não se esqueçam que se estiverem gostando, deixem aqui o voto e quem sabe até um comentário pra fazer o meu dia feliz. Até o próximo sábado pessoal!
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