Um rapaz "fino"

Nota: Podem brigar, mas não resisti... Era pra eu postar domingo, mas já é domingo , né...

***********************************************

Por Eliseu...

Caraaaaaaaaalho, que macho tesudooooooooooo.

Mas não me iludo mais com esse tipo de macho que tem pinta de ator pornô gay-for-pay, mesmo que esse seja a cara e o corpo do Jaxton Wheeler e tenha sido um amor comigo, não me balançam mais, juro!

Juro... que tive que me esforçar pra não agarrar e morder ele todo. Sentar no colo dele e brincar de cavalgar no modo selvagem.

Ai que calor nas partes íntimas! Preciso me recompor tomar uma ducha e um sorvete depois, porque isso refresca um pouco. Affs que calor que não passa. Ainda quero ver uns Pornhub e me masturbar antes de dormir. Porque faz tempo... Basta eu fechar o olho, meter meu dildo com vibro no cuzinho e pensar no boy pra quem dei carona. Gozo gostoso, sem promessa ou cobrança de ninguém.

Amanhã é domingo e tenho que lavar roupa e o melhor jeito da vida continuar é não se iludindo com esses caras.

No prédio onde moro tinha um babaca que ficava se exibindo e me dando cantadinha de brincadeira, típico curioso que tem na cabeça que nós gays somos tudo putaaas e é só mostrar uns músculos e um pau grande que a gente fica "loka".

A grande verdade é que sou homem e não mulher só porque gosto de outros homens. Quem gosta desses caras metidos a macho fucker, são homens e mulheres que não estão muito preocupados em ter uma relação mais intensa e profunda.

O cara se chamava Rafael, ratão de academia que teve a audácia de roçar o pau dele na minha bunda dentro do elevador. Eu esperei o elevador parar, desci muito calmamente sem abrir a boca e quando chegamos na recepção, eu toquei a fuzarca, fiz um escândalo e chamei ele de homofóbico, chorei e ameacei de processar. Resultado: ele se mudou do prédio pela vergonha que passou e a vizinhança ficou toda do meu lado.

Também sei ser terrível.

Mas nada se compara a escola do bairro do Carlinho. Tem uma quinta série que é terrível de verdade e me faz surtar.

Um aluno grita:

"Ai Cleiton, põe uma rolha no cu, seu porco."

Esse guri me irrita.

"Ô moleque dá pra parar de peidar na minha aula?"

Pior que isso vira gozação e demoro uns quinze minutos pra controlar esses "anjinhos" outra vez. Quando percebo, a aula passou e me frustro com o pouco aproveitamento que eles têm. Isso me preocupa muito.

Tenho uma aula vaga que preciso cumprir na escola e aproveito pra corrigir trabalho, prova e tomar um café sossegado. Apenas a Regina que é professora de inglês tá sentada quietinha e resolvo puxar uma conversa.

— Ô mãezinha mais linda!!! — Tenho paixão por barriga de grávida, as mulheres ficam divinas. A Rê adora quando afago sua bebê e paparico ela.

— Ela mexe muito, Eliseu... viu... chutou pra você.

— Ahhhh linda! Eu senti. Ai Duda, tio Eliseu te ama. Gente, como você tá linda, mulher, tá mais alegre. Essa anjinha veio pra dar aquela unida no casal né....

— É, tomara...

Ás vezes, eu noto que a Regina fica meio tristonha, mas acho que é a rotina de professora, casamento, a família muito desunida que ela tem e o marido que a sufoca com aquela paixonite. Vive mandando flores e marcando território, pobre coitada. Ela sequer aprendeu dirigir porque ele tem ciúmes. Mas eu não me meto, já tentei defender amigas minhas e quase apanhei dos machos delas. Fora que eles se entendem depois e a gente que passe por mau.

Cada dia passado em uma sala de aula, percebo o quão difícil é de manter a atenção dos alunos no conteúdo, como nos desgastamos na esperança de convencer estes de sua importância no futuro como pessoas bem informadas. Fico triste em perceber esse desânimo das crianças para aprenderem algo. O que posso fazer, eu faço, mas todo ano na parada Pedagógica percebo que essa involução da educação é algo que já vem pronto e proposto a nós docentes. Os livros não mudaram tanto, comparados com os quais eu mesmo aprendi no fundamental e nossas crianças também não são aquelas que estudavam comigo. Logo penso que tinham que haver formas mais interessantes de ensinar, novas didáticas.

"Professor, porque eu tenho que aprender sobre esse homem feudal?"

É porque, "homem feudal"? Fica difícil, não é?

Nos dias atuais, seria interessante termos uma aula onde poderíamos conversar com os alunos sobre o Brasil colonial, noutra sobre a escravatura, noutra sobre ditadura militar. Conversar mesmo, num molde diferente de dar aula. Mas aí me pergunto?

Quem quer aprender?

São poucos...

Na noite de segunda-feira, depois do feriadão de Tiradentes e de conhecer o Marçal, volto pra casa me sentindo tão apático, que apenas tomo um banho, um cafezinho com pão e caio duro na cama. Estou esgotado depois de dar aula nos três períodos e ter uma vida pessoal chata, como está ultimamente. Afinal Carlinho casou, Ivana tá de rolo, a Miriam é uma senhora casada e da Igreja, o Túlio nem adianta eu pensar...

Sinto um pouco de solidão, falta daquele carinho gostoso do Alejandro meu ex, um chileno muy amable e penso em ligar pra ele, só pra ouvir algo doce de uma pessoa que sempre me pôs pra cima.

De repente me pego triste, algo que ninguém tá acostumado a ver. Sou durão e não vou chorar. Vou ver um pouco de TV que só tem merda passando... Desisto, preciso dormir, amanhã "pulo" cedo.

Ai que delícia isso que vibrou, uiii... Ai, é o celular. Affs...Ué, que número estranho, ah foda-se, atendo:

— Oi. — Falo com desânimo.

— Eliseu, te acordei?

Aiiii caralho, é o macho, o Marçal...

— Não, eu cheguei do trabalho faz pouco, tudo bem contigo?

— Tudo. Na verdade eu queria escutar um pouco a sua voz...

Eu quase que desligo na cara do homem, já penso que é só mais um parrudo que curte tirar onda comigo, mas mudo de ideia. Resolvo que vou jogar um pouco...

— Só você, Marçal. Imagina que uma aluna hoje me chamou de chato.

— O quê? Mas isso é uma falta de respeito... Mas você expulsou ela da sala, né?

— Hahaha, não né, querido. — Me viro de bruços na cama enquanto falo com ele. — Porquê eu faria isso? Você é de outra época, hoje a gurizada é malcriada mesmo...

— Mas você com todo esse estudo, merecia mais respeito, cara, você é uma pessoa tão educada. Eu admiro isso.

Quase dou uma gargalhada, HAHAHAHA, eu educado??? Vai tomar no olho do cu, o Eliseu educado...

— Nem tanto, Marçal. Tá sendo gentil, né.

— Não, eu já disse que admiro gente estudada, isso é legal.

De repente percebo que Marçal é um cara humilde e um tanto puro. Mesmo sendo policial, parece não reconhecer quando uma pessoa está tirando ele. Afinal eu já aturei tanto gay (for-pay) tirando onda e me fazendo cair de amor, que resolvi dar o troco em alguém, que sinceramente me é muito enigmático ainda.

Acho melhor eu segurar a bicha má aqui dentro e ver as intenções desse cara.

— Marçal, você parece um cara romântico sabia?

— Eu sou romântico!

UAU, ele responde de forma grosseira, ahhh, não quero me apaixonar.

— Não sei se isso é bom hoje em dia, porque ninguém mais quer se apegar em ninguém. Já sofri e hoje não crio expectativas.

Mentiraaaaaa! Euzinho me apaixono muito facilmente e já tô me detestando por ser "malévola" com ele.

— Ah, daí como eu tava te dizendo... — Ele conta como conseguiu meu telefone e brinca comigo. — Pensa que não percebi que você não quis me dar...

— Dar?

— Seu telefone. Eu pedi mais que uma vez lá na casa no Tonello.

— Mas se eu desse o meu, ficaria sem...

— Ahahaha... Quer dar uma voltinha?

Ele riu da minha piada ridícula e me chamou pra sair.

— Marçal, não é que eu não queira, mas tá bem tarde e de manhã dou aula no bairro onde mora o Carlinho, a tarde dou aula no projeto PETI e a noite no supletivo lá perto da sua casa.

— Amanhã te pego lá então.

Quando ele fala assim, juro que sinto uma corrente de eletricidade pelo corpo. Gente, senti um homem que demonstra posse sobre mim. Cheguei ficar molhadinho...

— Claro senhor policial...— Dou uma sensualizada só pra tirar uma onda.

— Ahh, professor não faz isso comigo...Descubro onde você mora e te roubo pra mim.

Agora meus mamilos arrepiaram!!!

— Você é policial ou bandido? — Falo sedutor, sabendo que ele pode estar só se divertindo. Vou tirar um proveito, afinal tem uma distância segura entre nós...

— Posso ser muito bandido, mocinho...

Puta merda, não paro de me arrepiar.

— Fala mais...

— Preciso te ver de cabelo solto.

— Hummm? — Dou uma risada, afinal brigo comigo e mesmo assim me amo gordinho e adoro meu cabelo comprido e liso. — Soltar meu cabelo pra você? Meu cabelo tá solto, PM.

— Não diz uma coisa dessas... deixa eu te ver. Cinco minutos, hum?

Ai que dilema, ai nossa Senhora! Queria dar uma de difícil pra dar uma valorizada, mas preciso lutar comigo e sempre perco nessa briga. Esse macho é aquele que me faz ovular, menstruar e ter um parto normal...

— Tá, te passo meu endereço. — Não creio que a boca falou antes do cérebro terminar de pensar. — Mas... Cinco minutos e não vou te chamar pra subir. A gente conversa na rua mesmo.

— Você manda.

Ai caralhooo, putaquepariu, macho gostoso da porra, tesudo, ai meu cu tá piscando e ardendo e o leite do meu Nescau acabou...

Coloco moletom de touca e uma calça jeans, meu número que não interessa, tamanho nobre como sou, um GG, gordo gostoso. Escovo o dente outra vez, prendo o cabelo, lógico, ele quer ver solto e vai continuar querendo. Não passo perfume pra não parecer que queria ver ele.

Ai porque esse cara foi me aparecer, quando eu tava tão sossegadinho?

Só desço quando ele interfona e então passo pela porta do prédio e vejo um machoooo escorado numa moto que parece uma Harley Davidson, cabelo curto, cara barbuda, olhos sedutores, calça jeans preta, jaqueta de couro preto e um sorriso bobo no rosto.

— Te venci! — Ele brinca e eu me seguro pra não pular no colo dele.

— Ah é... Tava cansado, pode falar, tem cinco minutos, lembra. — Adoooro ser mau. — Caramba que linda moto, é uma Harley, né?

— Quem me dera, é uma Custom que comprei seminova. Mas é meu bebê.

— Então, seu polícia, qual assunto era tão urgente que não podia ficar pra amanhã?

Ele não responde, me mostra.

Sou puxado com violência contra o corpo firme e gostoso dele, que me "tasca" um beijo ardente e molhado, com tanto tesão e desespero que a gente se morde... Chupo a língua dele, ele mordisca meu lábio inferior... Sua mão quente segura firme meu rosto pra que eu não fuja daquele beijo indecente e gostoso...

Como se eu fosse.

Não consigo parar de beijar aquela boca quente, adoro a sensação da barba grande me arranhando e o gosto dele, a respiração pesada, os pequenos gemidos excitados, nossos corpos colados, ali na frente do meu prédio onde meus vizinho podem me ver...Sinto ele abrir o zíper da jaqueta e acordo daquela magia...

— Só ia dizer pra você por a mão por dentro da minha jaqueta, pra esquentar, tá gelada.

Ele pega na minha mão e beija meus dedos me olhando nos olhos. Depois pega a outra e espalma as duas em seu rosto quente...

— Marçal, você é bem louco!

— Eu sei. Gostei de você, Eliseu.

Ai que surpresa é essa na minha vida. Não, não... Não vou me iludir, já rolou coisa parecida e eu fiquei chorando deprimido. Não posso deixar outro macho desse tipo me fazer de besta... Mas ao mesmo tempo, nenhum dos caras que fiquei até hoje, fez uma loucura dessa, de me beijar na rua...

— Acabou de pensar?

Ele interrompe meus pensamentos e eu puxo as mãos.

— É que tenho um pouco de receio, Marçal. Não te conheço. Tá... — Impeço ele de falar. — Você é amigo do Chico, mas vamos com calma, ok?

— Você manda. Me dá mais um beijo que vou embora.

Eu me entristeço um pouco, porque acho que ele ficou meio chateado. Chego mais perto e ele aperta minha cintura, que não é nenhum violão. Gruda a boca na minha, num selo demorado cheio de promessa e quando me solta diz:

— Amanhã vou te esperar na saída da escola, é lá perto de casa né? Aí fica lá em casa... Sobe que fico de olho.

Uia que macho mandão! Eu subo, mas é só pra manter o que eu disse: cinco minutos. Passo pela recepção da portaria e o porteiro da madrugada, que eu não suporto fala:

— Que putaria era aquela?

Eu respondo na classe:

­­— Vai tomar no cu e cuida da sua vida!

********************************************************

Você viram que Eliseu nunca disse que era educadinho pro Marçal, é o PM que tá se iludindo.

Será que a química deles ficou legal? 

Espero que vocês estejam gostando... Eu to amando esse danado, termino um capítulo e já emendo outro. O Marçal é secão, mas um cara legal e apaixonado. 

Vamos torcer que Eliseu não assuste ele com seu jeito "delicado" de ser...

Obrigado pessoal, pelo apoio e carinho. reginaqq , olha a Regina no conto, viu só.  Ah LuizVieira7 , tão logo achar uma imagem que represente Eliseu fisicamente, coloco aqui. 

Abraços e carinho em todo mundo, bom domingo e bom feriado!



Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top