Sentimentos à vista?


A vista ou a prazo... Tava com saudades! 

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Por Eliseu...

Ai Jesus, em que fui me meter? Tô amarrado e tô preso!!!

O boy chegou na minha vida há uma semana e "fincou" a estaca de propriedade privada! Que negócio apressado!

Mas a vida tem dessas coisas.

Passei o feriado de 1º de maio organizando coisas minhas e fui dar uma volta na casa do Carlinho, só pra descobrir que ele viajou pro interior com a linda família dele. Ah eu quero isso também...

Menos crianças e já vou deixar claro para o Marçal que falou que quer pelo menos um casalzinho, ele que não me pressione porque não vai rolar. Outra coisa é transar sem preservativo, não vai rolar mais. Vou dar um tempo pra fazer o exame, porque não se descobre nada da noite pro dia e depois começo a dar as ordens de como vai funcionar.

Adoro me iludir!

Terça e quarta é normal e quinta tenho minha folga durante o dia que acabou não coincidindo com a dele, mas dormi em sua casa como na semana anterior.

Sei que ficamos conversando sobre nossas vidas, compartilhamos algumas memórias da infância, comentamos sobre alguns rolos nossos que não deram certo e planos que temos, que é ter a sonhada casa própria e algum conforto para compartilhar com alguém bacana.

A casa onde ele mora de aluguel, de repente me parece tão gelada quando fico lá. Tenho vontade de chama-lo pra ficar comigo no apartamento em dias que queremos "dormir" juntinhos, que por ele seriam todas as noites.

Não que eu queira causar inveja, mas ele é muiiiito fogoso o tempo todo que tá comigo e versátil, algo que não é ruim, mas de momento não me interessa. Quero brincar de "biloquê" como diz o Fefê. Preciso daquela peça robusta e pesada, dentro do meu receptáculo... Ah ele me deixa sem a menor vergonha de me mostrar, me explora todo e me deixa fazer o mesmo com seu corpo poderoso.

O que mais me encanta não é quando ele me fode gostoso, me fazendo gemer feito puta, porque nessa hora é fácil jurar amor eterno, mas quando ocorre aquele momento depois... em que ele me ajuda no banho, me seca e me veste com todo carinho. Se me vir descalço dá bronca e se preocupa com coisas que eu nem me importava mais quando parei de criar ilusões com os caras.

Marçal chegou a me comprar um secador, sendo que em casa eu tenho um bom, só porque ele não queria que eu dormisse com o cabelo molhado. 

Combinamos de eu o ajudar a pintar a casa onde ele mora, no primeiro sábado de maio. Na sexta a noite ele comenta que comprou tinta branca...

— Marçal, branco? Já que comprou essa lata mete um corante e põe cor nessa parede de fora.

— Mas a dona não quer que muda.

— Manda essa chata tomar no cu. Olha o mofo que tem nessas paredes internas, daqui a pouco você vai achar que tem que por piso. Trocar telha.

— Só que se a gente mora aqui tem que fazer uma manutenção...

— Pequenos reparos, como trocar uma lâmpada, chuveiro, algo que você quebre, um cadeado a mais e manter limpo é sua obrigação, mas melhorias não!

— É que a tinta já foi comprada e eu passei horas lixando isso, enquanto esperava pra te buscar no supletivo. Mas eu pinto sozinho.

— Põe uma cor nessa tinta, menino. Eu escolho, bege, verde, camurça tá na moda...

— Não Liseu, é capaz...

— Já decidi e ponto final! Se ela encher o saco, manda vir falar comigo. Só o que falta, você querer pintar de graça e a "encrenca" falar alguma coisa. Vou comprar um daqueles corantes e a gente mistura.

— Mas deixa que eu pinto.

— Fico uma semana sem falar contigo se me proibir!

— Amanhã seis da manhã te quero de pé! — Ele me retruca.

— Gente, Lipe... estamos com signos trocados, era pro pisciano aqui ser o carinha maleável. Já reparou que não sou, né?

Em vez de falar ele me abraça, beija meu pescoço naquela "covardia" que me deixa arrepiado e me faz cócegas, rimos muito e no banho juntos demoramos tanto que queima a resistência. Faço um escândalo e ele me acalma.

— Nossa, Liseu... foi uns pingos de água fria...calma.

— Só??? E se eu morresse eletrocutado?

— Hahaha, exagero pisciano! Como que vai levar choque se queimou a resistência?

Imaginem nós dois pelados e discutindo sobre o chuveiro... não resisto em olhar o par de coxas com arrobas de carne nobre. Ele põe a cueca, dá aquela ajeitada no pau e põe uma calça dessas de moletom que é horrível pra usar fora de casa. E eu nem me mexi do lugar ainda.

— Ah meu Liseu, tá aí gelado...

Oh inocente... pobrezinho, veio terminar de me secar e me enfia a camisa de malha que eu trouxe. Compartilhamos um copo de um licor de Amarula, que comprou pra nós bebermos enquanto assistimos TV abraçadinhos. Ele sugere um DVD do Homem Formiga que a gente já viu junto outro dia, mas eu deixo ele se encantar com o filme do qual gostou. Eu mesmo nem termino de assistir pois o sono me pega antes.

No sábado, depois daquele "chamego" na cama pra acordar e fazer as coisas costumeiras de um início de dia, tomamos café e saímos para comprar o tubo de corante pra misturar na tinta.

Já saímos em público, mas ele me proporciona uma surpresa. Enquanto caminhamos pelos corredores de uma loja de material de construção, Marçal entrelaça seus dedos nos meus. Essa pequena demonstração de carinho faz meu coração bater com força e ele me olhar, dando-me uma piscadinha.

Vontade de gritar bem alto: Pode marcar território! Porque também marco, claro agora tô podendo! Gente que arrogância a minha, desculpem, mas estou feliz.

No som do carro ouço Zé Ramalho, cantando Canção Agalopada e Marçal me questiona sobre meu gosto musical.

— Com esse cabelão eu achava que você gostava de rock "pauleira"... Gosta de Zé Ramalho ou é porque eu gosto?

— Imagina que não! Amo o Grande Encontro, ah tem muita música brasileira que ainda é boa, mas gosto de rock sim. Até tomei um sermão do meu pai quando ele descobriu que eu tinha feito aquela tatuagem.

— Ah aquela caveira com cabelo?

— O Eddie?

— Não sei o nome. Sei lá, eu só gosto de músicas que eu consiga entender a letra.

Acho muito engraçado essa resposta.

— Certo! Ah Marçal, mas música é mais que letra... tem letra de músicas em português que é terrível. Vai dizer que pra namorar você não curte um A-ha...

Ele morde o lábio e me olha. Traduzindo Marçal: apaixonado.

Na casa dele, pego uma roupa velha sua, que me cabe justamente por ele ser grandão. Me enternece ver a gola gasta de uma camiseta que ele comenta que usava pra dormir. Mesmo limpa guarda o cheiro do seu corpo. E a bermuda eu não vou cheirar né!!!

Para eu não me estender, durante o dia demos umas três demãos de tinta na casa que ficou com um tom bonito de marfim. Não dá pra dizer assim: nossa que escândalo! Mas com certeza ficou muito melhor do que estava e ficamos tão cansados que sequer saímos a noite para um encontro com amigos. 

Domingo ele sai cedo pra trabalhar conforme a escala. E aquele vazio na cama ao meu lado, me causa uma solidão tão grande que abraço seu travesseiro, encontro uns fios de cabelo escuro e sinto o seu cheiro.

Bate saudade várias vezes por dia, entre as mensagens que ele me envia, percebo que queria ele do meu lado. Quero-o do meu lado.

"liseu, bom dia namorado, kkk vc deve achar eu idiota"

"ah, eu levo almoço não vai embora, p favor"

"tá dormindo?"

Aiii como que vou responder: sim tô dormindo!! Isso é fofo demais e o melhor de tudo isso, o macho tem trinta e cinco anos completos.

No almoço faço ele rir quando conto fases da minha infância na qual eu brincava com as loucinhas de plástico junto com minha irmã mais nova com quem sou muito apegado até hoje, sendo eu até padrinho de seu filho.

— E como sou o único menino ainda sou o "dodói" da minha mãe.

Conto sobre a relação que tenho com meus pais e ele se admira.

— Ele não ficou cabreiro quando você assumiu?

— Cabreiro, hahaha, gente! Marçal, eu preciso assumir algo? Meu pai preferia ignorar comentários, mas acho que ele notava e me dava aqueles toques: Eliseu não rebola pra caminhar, guri! Mas eu nunca precisei fazer uma "declaração" sobre o assunto. Até uns vinte anos eu era muito quietão e essa "discrição", digamos assim, me mantinha próximo a eles. Depois eu estudava, trabalhava e me tornei independente, depois caí fora e fui morar sozinho. Então não temos problemas de relacionamento. Só a parentada, tem uns e outros que comentam pelas costas...

— Igual na minha, quando a Regina contou pra algumas primas, primos e quem mais pudesse. O pai até conversa comigo, mas falou pra mãe que tem vergonha disso porque o resto da família me critica...

— A frase mais próxima desse assunto que meu pai me disse sabe qual foi? "Liseu, se algum parente falar de você, eu mando ir cagar no mato".

Essa frase é terrível, mas fez o Marçal gargalhar um monte e o assunto família torna-se leve e alegre como deve ser, pois nossas famílias pelo que ambos comentamos são boas famílias.

No finalzinho do domingo ele me pede:

— Vai dormir aqui né?

— Amanhã é segunda, Lipe...

— Gosto tanto quando me chama assim... me sinto seu.

— Como assim? Você é meu! Isso tudinho...

Aponto pra ele todo e sou agarrado com aquela violência... só pra ganhar aqueles beijos de ficar com a cara e pescoço arranhados pela barba por fazer. Cada beijo eu me retraio pra ir embora, mesmo quando estou na porta, ali ele me prensa contra a porta e eu o seguro pelo pescoço puxando-o pra mim.

— Lipe... deixa eu ir...

Ele não facilita e me beija gostoso.

— Não! Você é meu... fica Liseu...

Impossível resistir, mas preciso ir pra casa, tenho que lavar o cabelo e acordar cedo.

— Você não facilita... — Digo isso quando ele morde meu pescoço com um pouco de força e é delicioso.

— Nunca! Amanhã te chamo bem cedinho e te acompanho até seu prédio... Fica...

— Mas eu preciso dormir cedo...

— Enquanto você tá me "maltratando", a gente podia tá dormindo.

— Verdade.

— Liseu? Namora comigo?

Hoje ele me pede, não me impõe e não sei se aceito...

— É claro que namoro, como que poderia dizer que não? Mas fique sabendo que sou fiasquento!

— Adoooooro barraco, bicha!!!

Marçal acaba comigo quando faz isso e quase morro de rir, porque ele quase se esquece de voltar no modo discreto.

Não sei de mais nada. Mas tenho certeza disso: Esse homem que chegou em minha vida há poucos dias, já causa um "vale" entre montanhas de tanta saudade, quando parte pra sua jornada e eu para a minha na segunda-feira dia oito de maio.

Cada momento em que passolonge, faz-me valorizar aqueles que com ele compartilhei e hoje sinto a mesmaurgência que ele tem de estar junto, cada vez mais colados um no outro.
 

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Oh pessoal querido, hoje me esforcei pra não deixar de postar. 

Obrigado pelo carinho e as leituras, votos e comentários. Vou postar e já respondo tudo bem lindamente. 

Amo vocês!!!!

Pra não perder o costume, segue a foto do Jaxton pelado dessa vez:

Mas a gente edita e corta o "principal", né...


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