Liseu com açúcar
Poxa, tô mal, esqueci que seu aniversário era 15 de junho, só lembrei hoje senhor :3 (euesse) Sinta-se abraçado, mordido e .... amassado (com devido respeito, claro) uhulll felicidades!!
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Por Eliseu...
Nahhh que saudade de todo mundo.
Acho que vocês me conhecem, Liseu, o professor. Sim, sou docente e na minha nobre profissão, humildemente reconheço que sou um mero transmissor do conhecimento básico, que no meu caso trata-se da disciplina de História. Melhor das disciplinas na minha opinião. Mas é isso, sou esse homem (tsc, tsc, tsc) transformado, centrado e que sabe conduzir seu conteúdo programático numa sala bastante ou nem tanto, na verdade nada cooperadora.
Mas tudo tranquilo. Nada como um dia após o outro e tudo fica bem.
Puta caralho!
Férias, vem ni mim, por favor.
Gente, professor de rede pública comemora com gosto e prolonga o que pode aqueles cinco minutos finais da aula onde os alunos que mais (ushh) te aporrinharam por dois bimestres, quase se ajoelham pedindo pra liberar uns minutos antes.
Sendo eu uma pessoa do bem e nada rancorosa, pensando nas duas semaninhas de descanso, o que será que eu faço???
Me vingo deles, é óbvio... Hoje durante o dia, estavam doces como melaço de cana. Falando baixo, colaborando para que houvesse silêncio, sendo a recompensa por esse silêncio: a saída cinco minutos antes. Não sei pra eles, mas cinco minutos na vida vida são milagrosos.
Agora deixa eu contar como foi ontem...
Mas antes pergunto, ser professor é:
A) Optar por uma profissão que colabora com a formação intelectual de um indivíduo?
B) Aceitar de boca fechada quando um borra-botas de dezessete anos te impede de dar aula?
Ontem um aluno que está no sétimo ano, "finada" sexta série, infernizou os quarenta minutos com direito a prorrogação, porque eu tinha duas aulas com sua turma. Ele é um entre muitos que perderam completamente o respeito e nem sei mais o que faço. Pedi silêncio por vinte e cinco minutos.
Porque mandar a gente não pode, mas implorar pode né?
— Sandro senta, por favor e pela quinta vez.
— Ah "prossor" eu gosto de te ver irritado, pede de novo.
Fui na orientação pedir socorro disfarçado de inspeção na minha aula e a dinossaura da orientadora me diz:
— Querido, tu tens que ter domínio de classe.
— Querida, tu sabe que só recorro quando não dá mais.
— Não quéxx que eu dê aula pra ti?
— Se tu fizer o teu servicinho, consigo dar minha aula.
— É mas...
— Vai de uma vez, mulher.
Aproveito pra tomar um copinho de café, esperando pra ver o sabão que ela vai passar na turma.
Não acredito!! Ela saiu chorando!!
Ai senhor, vou voltar lá e fazer tudo que já fiz antes:
· Implorar por cooperação;
· Enviar aluno pra direção;
· Berrar até ficar com dor na garganta;
· Recompensar quem coopera;
· Implorar para guardarem o celular, que já é proibido e não adianta;
· Tacar giz na cabeça quando não para de falar;
· Fazer uma aula diferente;
· Levar um filme sobre Alexandre o Grande e descobrir que tem putaria no meio da história (merda, nunca tinha assistido esse);
· Dar porrada na mesa.
Só isso!
— Gente... gente... posso...
Não surte efeito, nada funciona e na maior frustração que é minha e mais uns milhares de professores, poucos aprendem ou se interessam. Finalmente quando rola silêncio, acabou a primeira aula nessa turma que em minha opinião é a pior.
Um recreio que vinte minutos e voltar praquele inferno.
Ah não, cacete! O Cley veio cobrar as roupas que vendeu para eu e mais um monte de professores e eu esqueci de trazer grana.
— Vou te colocar no Serasa, mana.
— Eu passo na tua casa.
— Viado, tá triste? Olha que eu sinto daqui. O Marçal...
— Ótimo, maravilhoso como sempre. É aqui o babado. Mas amanhã é o último dia antes das férias e vou ficar de boas. Quando voltar daqui duas semanas se continuar assim, vou fazer o que minha amiga contadora Liz disse: "desisto disso e vou fazer miçanga pra vender".
— Capaz bee, qual é a sala?
— Aquela ali.
Me despeço do Cley que virou sacoleira e tá ganhando mais, se estressando menos e tá na cara dele a felicidade estampada.
Entro na sala e tem dois cabeças se enfrentando, parecem dois gatos em cima do telhado.
— PORRAAAA! VOCÊS QUEREM CALAR A BOCA? ISSO AQUI É SALA DE AULA DE GENTE, NÉ? CALA A BOCA GURI, QUE DOU-TE UNS TRÊS SOCOS. — Isso foi o Cley. A sala ficou em silêncio. Também... tomaram um susto. — Obrigado. Como que tu dá aula pra esse bando de...
— Cley, eu te ligo. Tá fazendo o que?
— Vim buscar o boletim da Djéssica Carolaine, a mãe dela é minha cunhada, mas tomei um susto com essa gritaria.
Meu Deus, o que foi isso? Consegui dar minha aula, o resto né. Tá certo que foi meio assim e meio assado, porque na contrapartida do silêncio, os encrenqueiros não fizeram nada.
.
— Meu Liseu gostoso... — Sente meu drama quando o mozão, MEU Marçal chega no finalzinho da tarde e me abraça. — Tu é quentinho.
— Isso judia com teu nariz gelado no meu pescoço.
— Não gosta? — Ele me embala ao som de alguma música imaginária e canta (inglês embromation) Love Hurts do Nazareth. Fofo.
— Que dengo você. É que me arrepio inteiro.
— Tá sem voz, tomou alguma coisa gelada?
— É de berrar na sala mesmo. Mas vai tomar teu banho que depois eu vou.
— Tá.
E não é que ele foi na minha frente. Ele que nunca faz nada antes. Agora sim tô deprê. Mas passa rapidinho quando aquele monumento sai de bermuda e uma caminha de malha de manga comprida quando na cidade faz dez graus.
Eu ensaio pra entrar no chuveiro, mas quando entro esqueço de sair. Queria dizer que deixei a água bem quente cair nos meus ombros, mas a água não esquenta mexxxmo.
— Cacete. — esqueci da roupa e vou ter que atravessar a sala até o quarto só de toalha, porque nesse frio a gente sai vestido do banheiro.
Ao sair do banho, tremendo feito vara verde, sinto cheiro de algo doce misturado com laranja pela casa e sorrio na hora.
Marçal!
Ele me espera no nosso quarto com o ar quente ligado, chazinho de laranja com açúcar queimado, sei lá como chama quando cozinha açúcar que fica cor de caramelo, minha roupa de dormir arrumadinha e aqueles olhos lindos me secando como se eu fosse a coisa mais gostosa do mundo.
— Você é lindo cara. Essa boca...
— Que foi? Marçal tá me deixando sem graça.
— Eu te acho sexy. Você é inseguro Liseu, sempre foi.
— Claro, estou com noventa e cinco quilos, quer o que?
— Quero que seja feliz com sessenta ou cem quilos. Eu gosto de olhar você sorrindo, seu sorriso é lindo. A sua personalidade é demais. Eu não sei expressar direito, entendeu né?
— Você é um maravilhoso.
— Te amo de verdade.
Ops, tem um "olho na minha lágrima", haha. Mas ele é desse jeito o tempo todo.
Ele puxa sobre nós o cobertor e me afofa, enche minha boca daqueles beijos que adoro, meu tipo de beijo. Beijos comportados e estalados, uns com leves mordidas e outros apaixonados mesmo que a gente cansa de beijar, mas nunca cansa de verdade. Meus olhos perdidos nos dele e uns risos de dois bobos.
— Ei, senta. Fiz aquele chá de casca de laranja.
— Hum que fofo isso. Marido perfeito.
— Você né?
— A gente vai cagar arco-íris
— Amor... — ele ri da minha cara — é vomitar.
— Credo que nojo.
— Cagar é mais nojento.
— Nunca. Eu vomito junto se alguém passar mal na minha frente. — falando esse monte de asneira, acabamos rindo mais um monte e o sono que devíamos ter, vai pra casa do caralho. Assim ficamos só no dengo e com beijos sem sabor de creme dental, mas de laranja com açúcar.
Voltando ao assunto férias, lembram? Uhull, férias! Acordei animado que só vendo, não sei por que, mas certa pessoa acorda de pau duro e na maior safadeza, se esfrega em mim. E na animação quase que perdemos a hora. E foi hoje mesmo que dei a castigadinha básica nos alunos (não todos) e fiz ficar até o sinal bater.
.
— Que vingancinha mequetrefe.
— Porque você não arranja um trabalho que não precisa aturar essas coisas?
— Ah Marçal, reclamar faz parte do ser humano. Com essa crise, a gente tem que agradecer por ter emprego.
— Sim, eu concordo, só que não acho certo isso, tipo... é... você fica assim ó. Eu queria ganhar bem, aí tu ficaria em casa.
— Quê??? Mas nem que eu vendesse Jequiti eu ficava em casa. É que tá mais difícil a cada ano. Minha preocupação é com esse pessoal jovem que não quer aprender, são empurrados para novos níveis, sem haver concluído as outras fases do jogo.
— Falar em jogo, hoje eu quero brincar de polícia e bandido com você.
— Só curto se rolar a farda. — falo enquanto esfrego o doce no pão.
— Vai rolar tudo o que você tiver de direito.
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Oi Pessoal... capítulo leve e pequeno só pra relembrar mesmo. E abaixo, em homenagem àquela irmã que amo lizmaia e o AlexsandroAfonso18 que ama ursos, o sr Jaxton devidamente "tarjado" pra você permanecerem inocentes... hehe.
Deixo um forte abraço e muito carinho. =^.^=
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