DOIS ANOS DEPOIS

Era a noite do vigésimo primeiro aniversário de Tiara, o vestido branco que usava acentuava bem a silhueta de sua cintura e, ao chegar ao quadril, a saia se expandia abrindo-se em cascatas de anáguas finas e brilhantes. Nos pés, um sapato quase transparente e cintilante era o motivo de seu desespero e sofrimento.

 
De frente para duas portas de madeira trabalhadas com ouro e pérolas, ela sentia seus olhos quase úmidos. O som do violino alcançou seus ouvidos e seu pai parou ao seu lado estendendo-lhe o braço para ser entrelaçado ao seu. As portas se abriram e ela correu os olhos pelo enorme tapete de camurça estendido pelo chão.

No altar, Eden vestia-se com um uniforme escuro de ombreiras douradas e botões bem trabalhados. Os cabelos contidos em uma bagunça de cachos amendoados e os olhos verdes abertos e fixos nela. No rosto, uma lua nova tomava o lugar de seu sorriso de tão largo que estava.

Se Tiara tivesse velas para apagar e fazer um desejo, desejaria estar exatamente ali, no lugar onde estava, percorrendo o mesmo caminho que percorria para os braços de seu amado príncipe sapo. Dali em diante ela seria eternamente dele, e ele eternamente seu.

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