25. I want him back
– ...kook. Jungkook!
– O que?
– Você dormiu seriamente enquanto eu falava?
– Não.
– Sim, você fez! Eu estava falando sobre o futuro e você adormeceu. Obrigado por estar tão envolvido em nosso relacionamento.
– Desculpe, o que você estava dizendo?
– Eu estava dizendo que as chances são grandes de que, assim que terminar com a universidade, nós... Jungkook! Estou pedindo cinco minutos aqui!
– Mas estou exausto! Por que você não está cansado?
– Eu pensei que você era um coelho, os coelhos devem estar alertas e...
– Quer que eu mostre o quanto de coelho eu sou, hum? Talvez isso possa te cansar?
– J-Jungkookie
– Ingênuo.
Jimin piscou quando a palavra de Jin o trouxe de volta à realidade e os olhares compassivos do casal.
– Ingênuo. – Jimin sussurrou repetidamente, balançando a cabeça lentamente. – Sim. Eu fui. Eu sei disso agora. Eu confiei nele. Eu queria tanto uma amigo. Eu deveria ter ouvido Jungkook, mas pensei que era apenas ciúme assim como era com HoSeok.
– Mas Junseo não tinha o direito de fazer o que fez. Não está certo. Ele está doente e você precisa ficar longe dele. Olha o perigo você indo para casa dele.
Jimin olhou de Namjoon e para baixo, onde seus dedos estavam brincando com o cobertor no colo.
– Estou com medo de ir às aulas. Com medo de que ele tente fazer alguma coisa.
– Mas eu estarei lá, prometo. E se eu ficar doente, veremos se Namjoon pode segui-lo ou, na pior das hipóteses, você terá que pular aula.
– Obrigado. – Jimin sussurrou e olhou para seus melhores amigos antes de olhar para baixo novamente, suas lágrimas caindo de suas bochechas e pousando nas palmas das mãos e no cobertor que logo ficou úmido de tantas lágrimas que parecia que uma chuva fina caíra nele. – Eu pensei... pensei ser para sempre. Jungkook e eu. Eu pensei para sempre.
Jin agarrou a mão de Jimin e apertou-a com força enquanto lágrimas de compaixão começaram a escorrer por suas próprias bochechas.
– Eu sei, Jimin. Eu sei. Mas ainda não é tarde para isso. Você só precisa fazê-lo ouvir. É difícil pra ele também, ele foi jogado e traído por todos, e de repente isso. Como ele pegou sua peça íntima? Bem, não importa. Você so tem que entender que é difícil para uma pessoa normal acreditar que isso não é verdade, muito menos alguém inseguro e sem confiança como Jungkook. Voce precisa fazer ele te ouvir.
– Mesmo que ele ouça, não há muito o que dizer. Você sabe como isso soa. Parece uma grande mentira e não tenho provas contra isso. Eu não tenho nada. Literalmente nada.
– Oh Jimin. – Jin sussurrou e abriu os braços para Jimin subir em seu colo.
– Eu sinto falta dele. – Jimin choramingou entre seus soluços pesados, suas lágrimas caindo como pesadas pérolas no ombro largo de Jin. – Eu sinto falta do meu Jungkookie! Eu quero ele de volta!
– Ssh, vá com calma. Dê um tempo para ele. Ele vai voltar. Ele te ama. Mas ele precisa de tempo pra se acalmar e organizar os pensamentos bagunçados dele. – Jin sussurrou e começou a balançar Jimin lentamente de um lado para o outro.
– Eu o amo e quero ele de volta! Eu o quero de volta! Sinto falta do meu príncipe E QUERO ELE DE VOLTA! M-MEU JUNGKOOK!
– Ssh Jimin, não grite. – Disse Jin e abraçou um pouco mais o melhor amigo: – Você tem que respirar.
Jimin estava chorando, seus olhos, seu coração, sua alma, suas memórias e seus futuros sonhos e planos; todos corriam nos rios que corriam pelas bochechas e todos escapavam pelas respirações que ele exalava nos gritos de cortar o coração que pareciam tortura nos ouvidos do outro.
– Sinto muito, mas não posso ouvir isso. – Namjoon disse e se levantou do sofá para se esconder do coração partido de Jimin em outra sala.
O choro alto de Jimin se transformou em soluços e fungos até que ele lentamente adormeceu no aperto de Jin, sussurrando o nome de Jungkook repetidas vezes. Houve soluços até que seu aperto no suéter azul de Jin relaxou e seu hálito quente começou a se espalhar contra o pescoço do amigo.
Jin suspirou e fechou os olhos enquanto inclinava a cabeça para trás.
– Por favor Deus, faça com que eles se encontrem e conversem.
[...]
– Crianças estúpidas. – Yoongi murmurou enquanto observava Jungkook pela janela em sua cozinha. O mais novo estava deitado de costas no pátio, enquanto olhava para o céu estrelado, a fumaça do cigarro subia no ar frio até desaparecer na escuridão.
– Eu sinto muito por ele. – Tae sussurrou e veio abraçar Yoongi por trás, colocando o queixo no ombro do mais velho.
– Bem, eu não. – Yoongi respondeu e colocou a mão sobre a mão de Tae em seu estômago. – Jimin não o traiu, tenho certeza de que ele não o fez. Então, eu tenho certeza que Jungkook não o ouviu e essa é a razão pela qual ele está aqui, todo deprimido e sombrio quando ele poderia estar em seu próprio lugar com Jimin, em vez de nos arrastar para baixo em seu coração partido. Ele sempre foi tão bagunçado e teimoso... e está sempre exagerando. Bom ou mau, não importa. Tudo é sempre zero ou cem.
– Tente ter alguma compaixão. – Tae riu baixinho e virou Yoongi para que ele pudesse beijar seus lábios. – Hoseok está esperando por você lá em cima. – Tae acrescentou em um sussurro enquanto deixava o beijo do mais velho cair em seu pescoço.
– Mmh?... Você não vai se juntar a nós?
– Ainda não... quero falar com Jungkook primeiro, ver se ele precisa de alguém para conversar, que não seja seus suspiros incomodados.
Yoongi soltou uma pequena risada antes de beijar suavemente os lábios do jovem novamente:
– Não demore muito. Quero que você esteja lá quando eu gozar.
– Mmh, você deveria ir e aquecê-lo para nós.
Tae riu com o gemido de Yoongi e observou o mais velho subir as escadas antes de abrir a porta de vidro do pátio e sair.
– Então é aqui que você está se escondendo. – Tae afirmou e sentou-se no pátio frio ao lado de Jungkook.
Jungkook ficou quieto com o olhar nas estrelas, tentando encontrar seu sinal na névoa de mil estrelas.
– Ele disse para sempre. – Jungkook murmurou e fechou os olhos, desistindo do céu e de tudo que estava embaixo dele.
– Algumas pessoas dizem as coisas facilmente, sabendo que sempre podem mudar de idéia mais tarde. – Disse Tae e estudou as árvores escuras que pareciam estátuas a alguns metros de onde o pátio terminava. – Essas pessoas não se importam em ferir outras pessoas. Elas simplesmente não têm, a capacidade de sentir empatia. Elas se viram com o vento e encolhem os ombros para não ninguém chorar neles. Você realmente acha que Jimin é um deles? – Tae acrescentou suavemente e pegou o cigarro nas pontas dos dedos de Jungkook para trazê-lo aos seus próprios lábios.
– Ele deixou alguém tocar sua pele nua. Talvez o beijar, entrar nele. Não ligo para que tipo de desculpa patética ele tenha. Você não pode fazer promessas de "ser para sempre" e depois, no próximo suspiro, trair.
Tae cantarolou e soprou a fumaça que ardeu em sua garganta:
– É difícil imaginar isso. Alguém tão pequeno e tímido. Com aquelas bochechas gordinhas que coram para você assim que você encontra o olhar dele. Que ele iria trair você. Parece tão... surreal.
– Eu sei. – Jungkook sussurrou lentamente com os olhos ainda fechados. – Eu sei.
Tae virou um pouco e se inclinou sobre o mais jovem para colocar o filtro contra os lábios do mais novo. Jungkook separou os lábios e os envolveu ao redor do cigarro e inalou antes de Tae retirar o cigarro e respirar a fumaça que o mais jovem exalou.
– Não se perca. – Tae murmurou e levantou a mão para passar os dedos pelos cabelos negros de Jungkook, seus cabelos mais compridos caindo no chão de madeira. – Yoongi me disse que você faz isso facilmente. Você pode escorregar e, quando o faz, é difícil alcançá-lo. Não quero testemunhar isso.
Jungkook sorriu e inclinou a cabeça em direção a Tae antes de abrir os olhos.
– Vá até seus namorados antes que eles sintam sua falta.
Tae suspirou e deu um último golpe no cigarro antes de matá-lo no chão.
– Vejo que ele não brincou sobre você ser teimoso... Tente entrar logo, ok? Estou preocupado com sua saúde neste frio.
– Eu não preciso de saúde. – Jungkook murmurou e fechou os olhos novamente. – Eu não preciso de nada, nem de ninguém.
– Todos nós precisamos de alguém. – Tae respondeu e se levantou: – Qualquer outra coisa é mentira.
– Sim, você pode estar certo. – Jungkook concordou e acenou com a cabeça lentamente. – Eu preciso da belezura que Yoongi mantém no armário da cozinha.
– Beber não o trará de volta.
– Eu não o quero de volta. Fui eu quem disse para ele sair.
– Bem. Mas continue deitado aqui nesse frio e você também não encontrará mais nada.
– Apenas vá foder seus namorados ou algo assim.
– Sim, eu vou. Quer se juntar a nós?
Jungkook deu a Tae o dedo do meio, fazendo o último rir e se apressar para dentro.
Jungkook ficou completamente quieto enquanto a noite ficava mais velha. Ele ouviu o silêncio enquanto o frio batia forte em suas mãos e bochechas.
Algumas lágrimas repentinas deixaram seus olhos e rolaram por suas bochechas antes que ele as freneticamente as limpasse, forte e determinado com a manga de seu capuz preto. O tecido esfregando suas bochechas e olhos até começar a doer.
Ele não ia chorar por um simples passarinho. Um passarinho que quebrou suas promessas, que mentiu, trapaceou e despedaçou seu coração.
Ele não ia chorar por um simples passarinho.
[...]
– Eu não…
– Jimin, por favor.
Jimin deu um passo para trás e encostou-se na parede antes de afundar lentamente no chão, os olhos fechados e as mãos cobrindo o rosto.
– Sinto muito, mas não posso.
Jin suspirou e sentou-se ao lado de Jimin no chão no corredor. Ele levou dias para tirar Jimin da cama e levou vários dias para fazê-lo tomar café da manhã e dar os primeiros passos para a porta da frente.
– Jimin. – Jin sussurrou e colocou o braço em volta de seu melhor amigo, que imediatamente se aproximou. – Estarei com você o tempo todo. O tempo todo. Não vou sair do seu lado nem por um segundo, prometo. Nós não vamos deixá-lo vencer, certo? Foi o que dissemos.
Jimin acenou com a cabeça e encontrou o olhar de Jin:
– Ele tirou tudo o que eu tinha de mim.
– Eu sei. – Jin assentiu e enxugou algumas lágrimas nas bochechas de Jimin.
– Ele levou meu príncipe, meu tudo.
– É por isso que você precisa ser forte, ok?
– Eu sei. – Jimin sussurrou e olhou para suas mãos trêmulas. – Mas não hoje.
– OK. Vamos tentar amanhã de novo. – Jin sussurrou de volta e esfregou o ombro de Jimin. – Mas eu tenho que ir. Você vai ficar bem?
Jimin cantarolou e levantou-se para encolher a mochila nos ombros:
– Vou tentar encontrar uma nova casa, ver se consigo encontrar algum número para ligar.
– Lembra que não precisa ter pressa por nossa causa, ok? Você pode ficar o tempo que quiser.
Jimin fingiu um pequeno sorriso que ele imediatamente soltou no momento em que Jin saiu pela porta da frente. Ele sabia que Jin não estava dizendo toda a verdade sobre isso. Ele ouvira ele e Namjoon sussurrar na cozinha, perguntando um ao outro quanto tempo eles achavam que ele teria que ficar, se precisariam ajudá-lo a encontrar um apartamento. Eles não estavam estressados ou incomodados. Apenas se perguntando. Mas isso foi o suficiente para ele se sentir culpado e envergonhado por ocupar um lugar tão grande em suas vidas. Por sempre vir para a casa deles quando estava triste, ou, neste caso, totalmente destruído.
Os dias do casal foram muito focados nele. Eles lutaram para tirá-lo da cama, lutaram para fazê-lo comer ou até sentar com eles sem irromper em lágrimas. E a vida sexual deles era inexistente, exceto banhos rápidos juntos, onde gemidos suaves chegavam aos seus ouvidos e o tornavam extremamente consciente do fato de que ele estava interrompendo o fluxo da vida deles.
Jimin mordeu o lábio inferior enquanto pressionava o botão de chamada ao lado das informações sobre o apartamento de um quarto.
Pela primeira vez em sua vida, ele iria morar sozinho.
[...]
– Ele estava lá? – Jimin perguntou enquanto mordia nervosamente o lábio.
– Sim, ele estava. – Jin respondeu e sentou-se ao lado de Namjoon no sofá.
– Ele disse alguma coisa? Ele se aproximou de você?
– Não, ele agiu como se nada tivesse acontecido. Eu olhei para ele algumas vezes, mas ele nunca olhou para mim e quando a aula acabou, ele simplesmente saiu como qualquer outro aluno.
– Eu não gosto de você por conta própria. – Namjoon suspirou e se inclinou contra o lado de Jin enquanto entrelaçavam as mãos. – Estou preocupado que ele tente alguma coisa.
– Eu vou acertá-lo com meus óculos pesados. – Jin sussurrou e deixou o namorado abraçá-lo.
– Não é engraçado. Sem eles, você é praticamente cego e não quero que você vá para casa e tropeçe em algo, apenas para quebrar sua clavícula.
– Você sabia que eu quebrei minha clavícula quatro vezes?
– Você fez? – Namjoon sorriu e riu: – É por isso que seus ombros são tão largos?
– Não. – Jin riu e se inclinou para beijar a bochecha de Namjoon. – Já ouviu falar em ácido desoxirribonucléico?
– Mmh, eu ouvi, mas parece tão sexy quando você diz isso. – Namjoon sussurrou e se inclinou para mais perto de seu namorado.
Jin engoliu em seco e olhou profundamente nos olhos de Namjoon enquanto ele sussurrava.
– Ácido desoxirribonucleico.
Namjoon capturou os lábios de Jin um pouco desajeitadamente, mas Jin adorou e respondeu aos beijos igualmente apressadamente.
Jimin se sentiu tão mal porque sabia o quanto eles precisavam um do outro e não havia para onde ir no apartamento que pudesse tirá-los da vista e da audição dele. Então Jimin se levantou e foi vestir um par de jeans branco e um capuz rosa antes de pegar as chaves e o telefone, sentindo-se corajoso o suficiente para deixar o apartamento pela primeira vez em duas semanas. Ele não pisava do lado de fora desde o dia em que Jin e Namjoon haviam chegado e o ajudado a arrumar suas coisas e mais ou menos carregado para casa deles.
Jimin desceu as escadas e saiu do prédio, o ar frio da noite imediatamente o fez se arrepender da escolha de não ter trazido uma jaqueta. Ele puxou o capuz e escondeu as mãos dentro das mangas compridas enquanto começava a caminhar ao som da noite movimentada de sexta-feira.
Jimin caminhou sem ter idéia de para onde estava indo, mas logo se viu passando pelo antigo prédio de Jin e por ele. Ele continuou andando por alguns minutos até a casa de Yoongi aparecer. As luzes estavam acesas, então talvez Yoongi estivesse em casa.
Ele reuniu bastante coragem social e emocional para poder tocar a campainha, dizendo a si mesmo que isso era bom. Que era saudável não deixar a dor que lentamente o comia vivo, afastá-lo de conversar com pessoas que não eram Jin ou Namjoon.
– Jimin! – Hoseok exclamou com um sorriso brilhante e um olhar bêbado: – Entre! Participe da nossa festinha!
– Eu... eu não. – Jimin começou e deu um passo para trás. – Eu não estou realmente...
– Venha. – Hoseok riu e estendeu a mão para agarrar o pulso de Jimin e puxá-lo para dentro.
– Tão fofo. – Hoseok deu um tom agudo e colocou a mão na cabeça de Jimin e deixou-a deslizar sobre sua testa, nariz e queixo, depois riu alto e balançou um pouco antes de se virar e voltar para a sala de estar.
– Tem um cupcake rosa no nosso corredor! – Hoseok gritou enquanto Jimin tirava os sapatos e decidiu que era uma má idéia, mas que era tarde demais para dar meia-volta e sair.
– Um o quê? – Tae riu e passou os braços em volta do pescoço de Hoseok: – O que, você está bêbado?!
Jimin caminhou em pé quieto até a sala, tentando não ser visto ou ouvido, mas no momento seguinte tinha três pares de olhos nele. Ele engoliu em seco e trouxe a pata do suéter para cumprimentar um pouco de olá.
– Ah, então é isso que você quis dizer. – Tae riu e olhou para Jimin. – Ei, você quer algo para beber? Espere aqui e que vou buscar uma coisa para você.
– Jimin. – Yoongi disse e piscou seu olhar nervosamente enquanto caminhava até o mais novo. – Ele sabe que você está vindo para cá? Você falou com ele?
Jimin franziu as sobrancelhas e olhou confuso para Yoongi.
– V-você quer dizer Jungkook? Não, eu estava passando por sua casa e eu ...
– O que diabos ele está fazendo aqui?
Jimin congelou.
A sala ficou completamente silenciosa e Jimin pôde sentir a tensão, a raiva e a amargura preencher o ar ao seu redor. Ele respirou fundo e virou a cabeça para olhar para Jungkook.
Seu cabelo estava para trás e ele estava vestido de preto, exceto pelo forro vermelho em sua jaqueta de couro, a cor destacando-se como uma ferida nova.
Jimin percebeu como Jungkook engoliu quando seus olhares se encontraram, os olhos deste último ficando macios por um milissegundo, apenas para ficarem escuros e furiosos no próximo.
Jungkook apertou seu aperto ao redor da garrafa na mão enquanto desviava os olhos de Jimin.
– Quem de vocês o convidou? Hum?
Yoongi revirou os olhos e balançou a cabeça em aborrecimento.
– Ninguém fez, ok? E, a propósito, esta é minha casa e eu posso convidar quem eu quero e se você quiser ficar, é melhor tratar Jimin com algum respeito, entendeu?
– Respeito. – Jungkook repetiu e zombou. – Jimin, você sabe tudo sobre isso, não é? Como trair respeitosamente o seu namorado? Como partir respeitosamente o coração de alguém.
Jimin abaixou a cabeça e fechou os olhos, tentando se proteger das palavras de Jungkook, tentando acalmar sua alma que estava tentando arrancar seu caminho para se unir à alma do mais novo.
– Não diga coisas assim. – Tae afirmou com um suspiro e caminhou para puxar a garrafa das garras de Jungkook, que surpreendentemente o deixou tomar o álcool sem lutar.
– Vocês dois precisam conversar. – Disse Hoseok enquanto segurava o braço de Yoongi para ter algo em que se segurar.
– Agora não. – Yoongi corrigiu e balançou a cabeça. – Ele está muito bêbado.
– Eu... eu provavelmente deveria ir... Jimin começou e olhou para Yoongi.
– Você provavelmente deveria ficar e assistir a um filme conosco! – Hoseok sorriu e se aproximou de Jimin para puxá-lo com ele para o sofá.
– Hoseok, eu não...
– Ssh. – Hoseok disse e colocou o dedo nos lábios de Jimin, que imediatamente ficou quieto. – Bom cupcake. – Hoseok riu em um sussurro e bateu na cabeça de Jimin.
Jimin podia sentir os olhares dos outros nele, mas ele estava nervoso demais para virar a cabeça, então manteve o olhar na tela da TV, com o coração quase batendo no peito pelo mero conhecimento de que Jungkook estava parado a apenas dois metros de distância.
– Quem deixou ele provar meu uísque? – Yoongi se perguntou e sentou-se do outro lado de Hoseok.
– Ninguém, então você provavelmente deve encontrar um esconderijo melhor. – Tae respondeu e foi se sentar no chão em frente ao sofá, batendo no lugar ao lado dele para fazer Jungkook se sentar ao lado dele.
– Eu te amo. – Hoseok de repente expressou e abraçou Yoongi, que apenas riu com um rubor nas bochechas enquanto deixava o mais novo se aconchegar ao seu lado.
Jimin assistiu Jungkook se sentar ao lado de Tae, rapidamente olhando para Jimin antes de pegar a garrafa na mão dele, fazendo Taehyung suspirar, mas não discutir.
Jimin não conseguia desviar o olhar, não se importava menos com o filme quando Jungkook estava tão perto. Tão perto, mas a quilômetros de distância. E quando Tae de repente riu e caiu contra Jungkook, começou a doer novamente. A cabeça dele, o peito. E quando Tae se comportou bobo enquanto brincava com os cabelos negros de Jungkook e o mais novo não o deteve, isso também doeu.
E doeu quando Jungkook depois de um tempo ficou com raiva falsa e se levantou para levantar Tae do chão e jogá-lo por cima do ombro para ir embora com ele em direção ao banheiro. As risadas e os gritos de Tae ecoaram pelas paredes e quando Jimin ouviu o chuveiro fazer barulho, era quase impossível ficar. Ele não se importava se era apenas por diversão, se era amigavel, se fazia parte de uma vingança, se era para deixá-lo com raiva ou triste. Ele simplesmente não aguentou.
Jimin estava prestes a se levantar e sair quando Jungkook voltou com um Tae encharcado por cima do ombro, jogando-o sobre Hoseok e Yoongi no sofá. O cabelo e as roupas de Tae estavam encharcados do chuveiro e Jimin percebeu que o cabelo de Jungkook mais próximo de seu rosto estava pingando. O mais novo o observava atentamente, como se estivesse esperando alguma coisa, provavelmente uma reação de algum tipo. Mas Jimin não mostraria ciúmes ou lágrimas. Ele não daria isso a Jungkook.
Gemidos baixos e sons de beijos molhados chegaram aos seus ouvidos, então ele desviou o olhar de Jungkook para olhar o casal ao seu lado. Tae estava montando em Hoseok e beijando-o com fome, seu cabelo ruivo quase preto da água.
– Foda-se. – Yoongi murmurou e agarrou o braço de Tae para puxá-lo para o chão antes de agarrar o braço de Hoseok também, levando os dois para as escadas e até o quarto.
(Eita porra, me levem também)
Ele olhou para Jungkook, que ainda estava olhando para ele, com os olhos um pouco bêbados, mas não muito longe. Jimin não pôde deixar de se perguntar se havia agido com um plano para fazer com que os três os deixassem em paz, ou se ele só queria obter uma reação dele.
O olhar de Jungkook e os arredores da casa lhe troxeram muitas lembranças, fazendo com que ele se levantasse de repente e ele se viu caminhando para a porta da frente, mesmo que não tivesse certeza se era isso que queria.
– Por que tanta pressa? – Jungkook perguntou em um tom semi-zombeteiro: – Tem que manter a cama quente?
Jimin fechou os olhos e abaixou a cabeça, concentrando-se na respiração, tentando não chorar.
Ele não ia chorar por um simples príncipe.
Sua mão então se moveu por instinto, sem seu cérebro consultar seu coração, ou foi o contrário? No entanto, sua mão se moveu para pegar o que estava no bolso da calça jeans branca.
– Aqui. – Jimin disse enquanto se virava e jogava a chave em Jungkook, que não teve tempo de reagir, fazendo com que a chave atingisse seu peito antes que caísse no chão. – Agora é como antes de nos conhecermos. Antes de mim. Antes de nós. – Jimin disse com sua voz tão fina que poderia romper a forte tensão sozinha. – Por favor, apague meu número.
Jungkook apertou sua mandíbula e caminhou até Jimin com passos determinados e, num piscar de olhos, ele colocou o mais velho preso na parede.
Jimin ofegou com o impacto e agarrou os braços de Jungkook por mero reflexo.
– Por que você fez isso? – Jungkook ofegou depois de prender os braços de Jimin acima da cabeça: – Por que diabos você fez isso?!
– Jungkook, você está me assustando. – Jimin fungou e procurou os olhos do jovem. – Por favor, me deixe ir.
– Primeiro responda minha pergunta.
– Eu não te traí! – Jimin soluçou e tentou se libertar do aperto em seus pulsos: – Quantas vezes eu preciso te dizer isso?!
– Sua roupa de baixo, seu telefone em silêncio, o desejo de conhecê-lo, o seu café junto com ele e alguém sabe o quê mais. Tudo isso não aconteceu? Tudo isso está dentro da minha cabeça?
Jungkook esperou uma resposta e engoliu em seco enquanto estudava a expressão devastada de Jimin, o som de seu choro era tão doloroso que causou dor no peito e na cabeça. Ele fungou e soltou os braços de Jimin enquanto se inclinava para descansar a testa contra a do mais velho. Algumas gotas de água caíram de seu cabelo no pescoço de Jimin.
– Por que você não acredita em mim? – Jimin conseguiu perguntar entre seus soluços. – P-por quê?
– Porque tudo isso é demais. – Jungkook sussurrou: – E todo mundo mente e todo mundo sai. É por isso que tenho que deixar você ir. Antes que tenha a chance de doer ainda mais. Mas é como o inferno de qualquer maneira. Isso dói. Meu coração e meu corpo inteiro. É assim que se sente quando você termina com alguém que ama? É isso que eles chamam de coração partido?
– Eu acho que sim. – Jimin assentiu, suas lágrimas se acumulando nos cantos da boca. – Eu acho que nossos corações estão partidos.
– O que você recebeu dele que eu não poderia lhe dar? – Jungkook sussurrou, surpreendentemente suavemente.
Jimin engoliu e fechou os olhos que estavam inchados de tanto chorar, sua garganta seca e sua voz cansada.
– Eu não vou mais repetir. Por favor... eu quero ir para casa.
Jungkook levantou a mão e colocou a palma quente sobre a bochecha de Jimin, fazendo com que este fechasse imediatamente os olhos ao sentir como seu coração começava a bater mais rápido.
– Você disse para sempre. – Jungkook sussurrou com lágrimas rolando no pequeno espaço entre seus rostos.
– Sim. Mas eu não acabei com a gente. Foi você quem se afastou para sempre de nós.
Jungkook fechou os olhos e enterrou o rosto no ombro do mais velho, seus soluços tremendo pelo corpo, fazendo com que suas costas subissem e caíssem em movimentos irregulares.
Jimin olhou para o teto enquanto deixava Jungkook chorar contra ele, tentando não desejar o que sabia ser uma má idéia.
– Eu quero sair.
Jungkook engoliu suas lágrimas e se afastou para trancar os olhos, tentando ignorar como sua alma estava chorando e tentando arrancar seu caminho para encontrar a alma de Jimin.
O beijo de Jungkook foi repentino e duro contra os lábios de Jimin. Tão forte que quase doeu, os lábios do mais novo pressionando firmemente os dele. O beijo não durou muito, foi exatamente assim, duro e sem delicadeza ou calor e então Jungkook se afastou para procurar seus olhos em uma pergunta silenciosa.
Jimin balançou a cabeça e foi até a porta da frente, colocando a mão na maçaneta enquanto fixava o olhar na madeira preta.
– Você diz que eu te machuquei. Sim, eu fiz por ter sido ingênuo e bobo. Mais ouvir que te trair embora eu seja inocente é difícil. Ser deixado sabendo que sou inocente está além deste mundo. Você escolheu acreditar nele, um doente e louco, em vez de em seu namorado. Espero que sua escolha possa lhe trazer felicidade. Adeus Jungkook. – Jimin acrescentou e olhou para o mais novo antes de sair.
Jungkook caiu no chão no corredor. Ficar de pé era muito difícil quando perdia a capacidade de respirar.
[...]
O fim de semana e o início da semana seguinte foram uma bagunça embaçada e bêbada. Com Jungkook gritando com Tae, que estava furioso por ele não estar aparecendo no trabalho, gritando com Hoseok, que tentou fazê-lo entender que Jimin era inocente, e gritando com Yoongi, que lhe disse que ele deveria parar de sentir pena de si mesmo e crescer
Foi na quinta-feira que Jungkook percebeu que não podia continuar.
Ele havia perdido duas consultas com o psicólogo e o pequeno recipiente na prateleira do banheiro estava vazio. Ele amaldiçoou e jogou-o na parede de azulejos, se perguntando por que diabos as pílulas não funcionavam desde que Jimin o havia deixado.
Mas não. Isso não era verdade.
Jimin não o deixou. Jimin nunca o deixou. Foi ele quem afastou o mais velho, ordenou, implorou e forçou.
– Jimin. – Jungkook sussurrou e deslizou com as costas contra a parede, as mãos cobrindo o rosto. – Sinto muito.
[...]
– Oh meu Deus! – Jin exclamou e pulou de surpresa com o som da campainha da porta. – Por que as pessoas usam campainhas?! Joonie, temos que colocar na porta uma nota de que a campainha é para ser notada por pessoas nascidas nos anos trinta com a mesma capacidade auditiva que 101955! E que eu sofro de coração fraco!
– Eu acho que é a senhora ao lado novamente. É perfeito que ela seja surda como um asteróide, não acha?
Jin riu diante da piscadela de Namjoon antes de se levantar e se preparar para levar a velha senhora de volta ao seu apartamento. Jin abriu a porta e ficou muito surpreso ao ver Jungkook parado ali, mordendo nervosamente o lábio com olhos arregalados, mas cansados.
– Jungkook? O que você...
– Jimin está em casa? Eu tenho que falar com ele.
– Jimin não mora mais aqui, ele se mudou ontem. – Jin respondeu e balançou a cabeça lentamente, observando como o rosto de Jungkook se esvaía.
– O que? Mas... ele se mudou? Onde? Onde ele mora? EU...
– Eu não posso te dizer. – Jin disse e deu uma olhada suave ao jovem. – Me desculpe, mas não tenho o direito de dizer a menos que eu pergunte primeiro. Tenho certeza que você entende, certo?
Os ombros de Jungkook cairam e ele olhou suplicante para o mais velho na porta:
– Então ele está apenas... então ele se foi? É isso? Ele não pode simplesmente desaparecer sem me informar se está bem e onde fica, eu... eu não posso... sem ele. Ele está... vendo outra pessoa? Ele está morando com outro cara, é isso?
– Não. Não, ele está vivendo sozinho. Jungkook, eu também entendo seu lado, mais você foi quem o mandou embora. Você foi quem acabou com o que vocês dois tiveram. Ele pode ter sido ingênuo e talvez um pouco amistoso com Junseo. Mas ele não te traiu. Nunca. Ele te amou, Jungkook. Às vezes acho que ele te amou mais do que é humanamente possível. Você era o universo dele. O universo dele, Jungkook.
Os olhos inocentes de Jungkook estavam arregalados enquanto as lágrimas se acumulavam até que as esferas marrons inundaram e um pesado rio se formou em suas bochechas.
– Sinto falta dele.
As palavras mal eram altas o suficiente para Jin se registrar, mas ele ouviu, e ele não pôde deixar de não sentir pena de Jungkook também.
– Ele tentou beijar Jimin com força do lado de fora da universidade, no estacionamento. Ele te disse isso?
– O quê?! Não, não, ele não disse. – Jungkook disse e balançou a cabeça com a expressão mudando para algo próximo de uma raiva ardente.
– Ele fez. Mas Jimin conseguiu fugir e, quando chegou em casa, você tinha recebido o texto de Junseo. Fazia parte de algum plano doentio dele fazer vocês se separarem. Acho que ele quer que você odeie Jimin, como uma vingança por Jimin não querendo estar com ele.
Jungkook olhou para Jin com as sobrancelhas franzidas e a raiva subindo nos olhos.
– Ele tentou beijar Jimin sem o seu consentimento? Antes de receber o texto com a foto?
– Sim. Ele... ele até teve contusões na parte de trás do pescoço por causa do aperto forte de Junseo. Estou lhe dizendo que ele é totalmente diferente.
– Você sabe onde o cara mora? – Jungkook perguntou entre dentes, apertando as mãos até que suas unhas cravaram em sua pele.
– Não, eu não. Mas ele provavelmente virá para a aula amanhã. E Jimin provavelmente estará lá também, eu vou buscá-lo em sua casa. Bem, vou tentar pelo menos.
– Que horas?
– Esteja fora da sala de aula habitual às 2h30. Não se atrase.
Jungkook assentiu e se virou para descer as escadas.
“Junseo machucara os dois”, pensou Jin, “então é justo fazer Jungkook machucar ele também”.
🐦
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
E
ita, quebra a cara dele Jungkook. Arrasta a fuça dele na calçada. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
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