Capítulo 18 - Tormenta de emoções

Oásis - Ilha 5
23 do ano de XXXX
Horário:10:29

~~<○LUNION○>~~

— Então meu pai pode ter ido até Solaris, bem tem chance de conseguir proteção por lá durante um tempo, Oráculos são protegidos pelos templários — Emily falava enquanto andávamos entre as ruas.

        Olhava ela usando um vestido de um tom vermelho leve de mangas longas deixando seus ombros visíveis, um estilo que percebia que ela gostava enquanto tinha um chapéu de abas grandes de cor azul escura assim como suas luvas e tinha o cabelo preso em uma trança, parecia como uma lady muito delicada:

"Por que gosto tanto disso?"

        Apenas usava camisa branca e calças usando meu casaco como sempre e tinha as mãos nos bolsos ainda um pouco cansado ainda, com um capuz sobre a cabeça enquanto um manto cobria meus ombros tentando esconder minha expressão cansada:

— Sabe dessa ordem que trabalha em nome da igreja? — Pergunto enquanto olho adiante.

        Ana estava chegando perto da fonte da praça com James a acompanhando usando seu uniforme completo cobrindo seu rosto e Valery segurando uma cesta e bolsas de algumas coisas que compraram:

— Conheço por histórias, templários ou cavaleiros das asas de prata como outros conhecem, seguem as ordens para pedidos extremamente importantes da igreja, obedecem tanto o Papa, quanto a escolhida como santa com poder Elemental — Emily falava ajeitando um pouco a gola de seu vestido.

— Acredita mesmo que haja uma escolhida para ser uma Santa só por ter um poder Elemental acima do normal?

— Você não acredita? — Ela vira para mim.

— Querida, para um amaldiçoado como eu...É difícil ter alguma fé — Respondo enquanto vejo ela parar — Eu não me ajoelho para ninguém, muito menos para rezar esperando um milagre...E você?

— Sobre questão de religião prefiro me manter longe, eu respeito se me respeitarem, apenas isso — Ela fala.

— Nada mais justo — Dou de ombros

         Andávamos pelas ruas de pedras olhando lojas, restaurantes e algumas pousadas enquanto as pessoas andavam de um lado para o outro me cumprimentando com um aceno de cabeça, crianças também andavam por aí brincando com seus familiares entre vendedores ou anunciantes.

         A cidade era agitada já que a ilha 5 era a segunda maior das ilhas flutuantes de Oasis próxima ao castelo real, aqui onde mercadores e visitantes costumam a ficar, vinha pouco por aqui já que a maioria dos assuntos comerciais era discutido por Oliver que me passava boa parte em documentos onde tinha que ler e eles esperarem minha aprovação ou discussão entre melhoria de termos.

        Um vento forte passa por nós, membros da minha guarda de flutuantes passando depressa chamando atenção das crianças e logo um deles parou e desceu pousando perto de mim:

— Qual a situação? — Questiono.

— Familiar fora de controle senhor, já será resolvido.

— Evitem feridos — Falo acenando com a mão para partir e ele concorda logo indo.

— Seus guardas sempre estão de um lado para o outro, mas nunca perto de você — Emily olhava o rapaz partir.

— Não estou em perigo, então não vejo necessidade....E além disso, não é porque você não vê guardas ao meu redor que eles não estão atentos a mim — Falo vendo ela me olhar erguendo a sobrancelha.

— Aqueles que ficam nas sombras — Ele fala baixo perguntando e ri

— Meu pelotão especial é apenas em viagens onde pode ter certeza que vai ter riscos altos, quando não é esse o caso eles protegem o castelo ou qualquer lugar onde minha herdeira está — Olho Ana vendo ela sentada sobre os ombros de James.

— Rodenvill era um risco? Não acredito que alguém disposto a beber veneno consideraria — Ela fala e não aguentei rindo.

— Você percebeu?

— Tive uma ajuda para saber essa informação.

— Certo, certo, mas não....Não é para os riscos para mim e sim para eles Emily — Respondo vendo ela entender.

— Oh....É, tem mais sentido — Ela fala e solto um suspiro.

— Você se arrepende?

— O que? Sobre empurrar a taça de sua mão....Não, de um jeito ou de outro usar veneno é desrespeitoso — Ela fala me deixando curioso e deixo ela continuar — É um truque sujo e desagradável....Basicamente é uma trapaça.

— Realmente concordo com você nisso — Pude rir enquanto ela vira o rosto — Então, onde quer ir?

— Eu não sei, receber tantos olhares me deixa nervosa — Emily ajeitava o chapéu sobre sua cabeça.

— Estão curiosos só isso — Falo enquanto bocejava levando a mão à minha boca.

        Ela segurou minha manga a ajeitando escondendo as marcas antes dela sair do lugar e paro um pouco olhando ela:

— Correntes? Isso....Não dói? — Ela perguntou baixo.

— É dolorido, mas agora a dor passou...Só está vermelho — Olhava ela segurando minha mão e ergui a outra mão devagar.

        Ela não se encolheu quando segurei seu chapéu ajeitando um pouco a aba olhando seu rosto sorrindo:

— Mas sabe, ser amarrado não é tão ruim assim...Às vezes, pode ser divertido — Brinco com ela vendo ela ficar vermelha entendendo.

— Você realmente está falando disso...

— Você entendeu então? — Questiono e ela dá um tapa leve em meu peito me empurrando.

        Vento passou por nós novamente e seu chapéu saiu de seu cabelo indo embora enquanto ela se encolheu fechando os olhos um pouco e olho para cima vendo nuvens se juntando com o vento gelado:

"Chuva..."

— Deixa eu pego — Vou atrás de seu chapéu sentindo o ar mudando.

        Pego ele depressa quando um arrepio passou por minha espinha enquanto ouvi um som alto como um chiado e passos vendo pessoas correndo depressa quando ergui o olhar vendo um grifo com alguns ferimentos derrubando uma das cabanas de venda parecendo em fuga agitado e pessoas correndo desesperadas:

"Um grifo aqui..."

— Lunion — James me chama.

        Suspiro enquanto olho aquela coisa agitar as asas arranhando o chão de pedra com as garras batendo o bico violentamente com as penas eriçadas de forma raivosa:

— Não faz isso, estou te avisando — Olhava o grifo e ele avança correndo na minha direção.

          James já estava do meu lado movendo seu martelo acertando o animal o segurando contra o chão mantendo seu bico fechado com o animal se debatendo e os outros guardas chegam depressa:

— Não disseram que estava sob controle? — Pergunto para o guarda.

— Ele cortou as cordas, senhor, assumo minha responsabilidade — O líder se chegou enquanto os outros seguravam o animal.

— Descubra de onde ele veio e porque está agitado, se está assim tem um motivo — Falo enquanto o animal soltava sons baixos.

— Parece que tem uma coleira — James puxou arrebentando mostrando uma placa pequena entregando para outro guarda.

— Já vamos investigar — Um deles fala.

"Estranho...Mas oque..."

— Papai....Papai — Ana puxava meu casaco depressa.

—Sim?

— Emily não está aqui — Ela fala me fazendo perceber.

       Olhava ao redor vendo que Emily realmente tinha sumido e senti um leve arrepio rosnando imaginando o pior por um instante e Ana continua insistindo com os puxões e aponta na direção da floresta quando olho para ela confuso até ela explicar:

— Ela foi por ali, esbarraram nela — Ana falou.

"Droga..."

(....)

~~<○EMILY○>~~

— Emily! — Ouvia com pingos de chuva caindo e enquanto me abraçava nervosa — Vamos lá, você deve estar perto...

       Eu fechava meus olhos sentindo minha cabeça doer enquanto ainda tinha alguns tremores, aquela confusão foi tensa quando tive três tipos de visões diferentes passando entre aquelas pessoas, acalmava minha respiração aos poucos com o pânico em alguns segundos se dissipando lentamente:

— Achei você....Caramba... — Ouvi Lunion chegar perto — Emily.....Está chovendo, levanta....Vai se resfriar assim... — Ele fala comigo e eu desvio o olhar.

— Eu entrei em pânico — Respondi.

— Eu sei, sério, seu familiar seria um beija flor..

— Beija flor? — Pergunto confusa vendo ele tirar o manto dos seus ombros.

— Sim, sabe, pessoas que simbolizam liberdade, que afasta aquilo que a torna triste, infeliz e magoada, você pode iluminar vidas e com sua leveza e agilidade, não tem dúvidas do que quer apesar de medos e preocupações...Parece muito você — Ele deixa o manto sobre minha cabeça — Fugir com medo não é algo ruim, só cuidado entrando por aqui, poderia ser difícil eu te encontrar e a noite Oasis é bem fria....Com chuva então...

        Ele segura minha mão me levantando com facilidade andando até uma árvore maior tirando nós dois de debaixo da chuva e ficamos quietos, olho ele de canto enquanto sabia que estávamos sozinhos nesse momento, podia ver uma aura pesada ao seu redor, mas não estava com medo dele:

— Eu sempre gostei da chuva sabia — Ele começa.

— Algum motivo especial? — Pergunto enquanto ajeitava o manto sobre meus ombros.

— Meu irmão e eu costumávamos nos reunir perto de uma lareira e contar a nossa irmã sobre nossa mãe, ela nunca a conheceu então tentávamos fazer ela ao menos perceber como ela era uma mulher maravilhosa...Que tentou mesmo mudar muita coisa.

— Mudar?

— Ela não queria que eu sumisse, quando nasci eu só não sumi graças a ela....Ela queria mudar tudo, fazer as pessoas verem que não tínhamos limites por superstições ou crenças velhas, ela me deu esse plano, então...Quando fico na chuva sempre penso nela — Ele fala me deixando surpresa por compartilhar algo assim — Não ando na chuva tem meses....Até hoje.

— Ela, sem dúvida, está feliz que você está tentando fazer isso, é seu plano agora, não é? — Falo enquanto olhava a chuva aumentar.

— É, mas acho que está mais chateada.

— Chateada?

— Eu esqueci dela....Parei de pensar nela com tanta frequência até que quase parei, mas quando você mencionou ela em Erakuna eu só...Estourei — Ele deu de ombros.

— Não, literalmente estourou as lâmpadas perto de nós — Comento fazendo ele rir um pouco — Não acho que ela estaria chateada com você, sabe, ela sem dúvida te amava muito e onde estiver sabe que está lidando com muita pressão no momento....Ser um Rei não é uma tarefa que qualquer um consegue fazer...Lidando com essa maldição ainda...

— Como era com sua mãe? — Ele pergunta.

— Ela era uma boa moça, uma costureira de mão cheia que se perguntava oque meu pai havia visto nela — Ri um pouco me sentando em uma raiz dessa grande árvore — Ela cuidou bem de mim até o meu pai sumir, ou melhor, partir...

— Ela está....? — Ele parece querer completar a pergunta, mas se calou.

— Ela adoeceu antes de eu ser mandada para o castelo, disseram que se eu aceitasse ser o oráculo do reino iriam trazer os melhores médicos, mas o fluxo de magia dela estava fraco demais, no meu segundo mês de trabalho ela não resistiu, eu visitava o túmulo dela sempre que podia — Respondi e ele se sentou do meu lado — Acho que ela gostaria de você..

— Mesmo com.. — Ele moveu a mão na frente do rosto.

— Ela não ligaria, mas ficaria um pouco surpresa — Falo sorrindo.

— Hm, minha mãe também gostaria de você — Ele sorri me olhando e logo esfrega o rosto com uma das mãos — Emily..

— Sim?

— Você acha que pode amar? — Ele pergunta e fico surpresa.

        Ele parecia calmo como sempre fazendo essa pergunta e sentia meu coração errar uma batida pelo susto, estava sem reação exatamente apenas parada, essa era uma pergunta séria e a resposta teria que ser igualmente sincera, pensava na nossa estranha relação até agora, de um acordo a uma amizade e de uma amizade a um interesse, sexual ou sentimental, era complicado, difícil dizer que não estava sendo conquistada por ele.

         Ele parecia calmo, mas olhava suas mãos e percebi, ele estava arranhando seu pulso com a outra mão nervoso, considerando ansioso por minha resposta e seguro sua mão antes que suas unhas o ferissem preocupada olhando as marcas em seu pulso, me preocupava demais com ele:

— Muito cedo para...?

— Sim — Respondi sorrindo o interrompendo — Como não sentir algo por você quando me trata dessa forma tão gentil, mesmo que tenha começado como um acordo, agora estamos assim...Como evitar sentir algo quando eu não quero evitar sentir isso...Eu sei dos riscos antes que fale, droga Lunion, você podia não ser tão legal comigo.

— Poderia dizer o mesmo de você, você me deixa maluco, sabia disso, como pode ser alguém tão...Maravilhosa? — Ele rosna baixo e logo segura minhas mãos beijando as mesmas.

— Lunion...Temos que voltar — Sentia arrepios vendo ele fazer isso com meu rosto queimando.

— Eu sei, mas é difícil ficar sozinho com você e conversar sobre isso e eu gosto disso — Ele fala parando por um momento — Posso te abraçar?

— O que? — Pergunto enquanto ele ri — Por que pedir agora?

— Sua reação antes foi de susto...Não gostaria de te assustar de novo — Ele coçava a nuca rindo.

— Claro.

       Ele me abraçou me puxando para perto dele, sentia que ele estava quente como sempre e apenas encosto meu rosto contra seu peito relaxada achando fofo que ele pensou em perguntar primeiro dessa vez:

— Eu acho que...Vamos ter que rever nossa relação agora? — Pergunto.

— Sem dúvida, hoje quase contou como um encontro se não fosse aquele grifo — Ele fala e fecho os olhos ouvindo seus batimentos — Podemos dizer que agora somos meio que comprometidos, amigos para amantes?

— Acho que amante é um termo um pouco errado, diria namorados...escondidos, francamente estamos nos escondendo para falar sobre o quanto gostamos um dos outro, parece a situação de um conto de fadas — Ri um pouco.

— Com final feliz espero — Lunion fala olhando a chuva.

— Também espero. — Abraçava ele com olhos fechados ouvindo seu coração batendo — Hey, ainda sente o cheiro de avelã?

— Sempre — Ele fala baixo.

— Estranho sabe, quando te conheci eu senti que teria na verdade muito medo de você, sua reputação não facilitava muito — Falo olhando.

— Eu sei separar minhas personalidades muito bem, sei ser assustador quando preciso ser — Ele responde enquanto ri um pouco — Aqui ao menos não tenho que ser tão sério...

— Fico feliz que estava meio errada então — Falo e logo olho a chuva — Acho melhor a gente voltar...

— Precisamos mesmo? — Ele tinha o queixo apoiado sobre minha cabeça resmungando baixo.

— Quer os guardas vindo atrás de nós?

— Justo — Ele reclama e tento me levantar, mas ele me puxa.

— Lunion, temos que voltar — Falo com meu rosto quente sentindo o calor dele contra meu corpo.

— Não consigo evitar — Ele fala respirando fundo.

"Que coisa..."

— Okay, mas um minuto — Suspiro sentindo que ele estava relaxando um pouco da tensão anterior.

      Olhava suas mãos ao redor da minha cintura e olhava seus pulsos um pouco vendo eles vermelhos:

— Isso dói muito? — Pergunto olhando sobre meu ombro.

— Não, eu me acostumei — Ele fala olhando sobre meu ombro — Passo remédios toda manhã durante essa época...

— Quanto tempo isso dura?

— Entre sete a oito dias...Doze vezes ao ano — Ele responde e logo afrouxou o abraço.

— Lua cheia — Respondi entendendo — Uma maldição, durante a lua cheia....Você é...

— Meu familiar realmente combina comigo — Ele fala me soltando.

— Sim, combina mesmo — Falo enquanto me viro para ele sorrindo levemente vendo ele erguer a sobrancelha — Bem, vamos voltar.

      Estendi uma mão para ele, meio hesitante ele segurou minha mão levantando e logo ele penteou o cabelo para trás:

— Não tem medo?

— Acho que sabe minha resposta — Falo enquanto ele ri.

— Você não pode ser real, sério — Ele segurou meu rosto rindo, chegando perto — Estou realmente ficando mais atraído por você assim...

         Tinha arrepios por meu corpo vendo ele chegar perto e fecho meus olhos sentindo a palma quente de sua mão em minha bochecha e logo fecho meus olhos sentindo nossos lábios se juntarem em um beijo, abraço ele cedendo durante o beijo e sentia suas mãos em minhas costas descendo até minha cintura.

           Ele me puxou colando nossos corpos mais ainda parecendo aos poucos mais intenso me fazendo soltar um som no fundo de minha garganta, oque pareceu o empolgar e dou tapas em seus ombros perdendo um pouco o fôlego quando nossos lábios se separam e pude sentir ele morder meu lábio um pouco, fechava os olhos quando ele arriscou me beijar novamente seguro o cabelo dele o puxando sabendo que era seu ponto fraco:

— Vamos voltar, agora.

— Porra Emily — Ele xingou baixo com sua voz saindo de forma sussurrada de forma rouca sensual

       Suspiro não querendo admitir que essa voz me deu arrepios por todo meu corpo me afastando enquanto me ajeito colocando o manto sobre a cabeça dele para nos proteger da chuva.

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Amo o desenvolvimento desse casal com seus medos e inseguranças,.

Que fofos!!!!

Sem dúvida ambos tem duas cicatrizes difíceis de lidar, mas dão um jeito.

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