Capítulo 13
Jair estava totalmente hipnotizado com o que tinha diante dele. Se lhe perguntassem sobre o seu trajeto da fogueira até a sua tenda tinha total certeza não saberia responder, pois não se lembraria de nada. Sua mente se concentrava unicamente no belo homem que segurava a sua mão e o guiava por dentro da penumbra da noite fria. Ao alcançarem a tenda, Haru soltou sua mão e adentrou, porém antes se virou e sorriu.
– A noites no deserto podem ser bastante frias, que eu me lembro um certo príncipe me falou isso... Temos que nós esquentar de alguma forma, não é mesmo?
–S-sim. –Gaguejou o príncipe regente.
O príncipe de Harunamie então se desfez do casaco de Jair, deixando que este caísse ao chão, suas mãos já decaiam sobre as suas vestes, desatando os nós do obi, abrindo a seu kimono, revelando sua pele branca como o leite ali escondida.
–Poderia me esquentar? –Perguntou isso e por fim entrou na tenda deixando um abismado príncipe.
–Provocador...-Rosnou Jair sentindo como toda aquele "show" tinha o afetado, mais precisamente em um local íntimo entre as suas pernas. Com as mãos afastou o pano que cobria a entrada da tenda e adentou.
–Vem logo... Está realmente fazendo frio. –Resmungou Haru, já coberto pela a manta, estava deitado sobre a cama e sua nudez novamente oculta, o kimono fora descartado em algum canto, totalmente esquecido.
–Espere, se você pode provocar...Eu também posso, não é? Trata-se de uma relação igualitária. –Falava enquanto retirava suas próprias roupas, de forma lenta, pode sentir o olhar de Haru, sabia que o menor observava sua pele morena e seus músculos. Nunca se preocupou com sua aparência antes, apenas tinha a necessidade de deixar seus cabelos azulados curtos devido ao trauma do passado em que seu irmão mais novo fora sequestrado por o terem confundido. Todavia, agora podia ver que era atraente ou pelo menos despertava interesse no príncipe do país exótico. Haru mordia o lábio inferior, a vermelhidão que se alastrava por seu corpo parecia aumentar conforme as peças de roupa eram descartadas.
–Não é a primeira vez que me viste nu. –Disse se livrando da última vestimenta, Haru observava fixamente o seu baixo ventre, Jair conteve uma risada, os olhos do mais novo quase pareciam saltar das órbitas –Esqueceu de nossa luta, antes?
–E-eu me lembro...M-mas ainda usávamos r-roupas de baixo e...- Gaguejou, virando o rosto para o lado, embaraçado por estar encarando tanto o corpo do outro.
Jair se aproximou e sentou na beirada da cama.
– Roupas de baixo? Elas não duraram muito tempo...Que eu me lembre, isso não impediu que nos masturbássemos, não é mesmo?
Parece que aquele comentário foi o suficiente para romper o embaraço do príncipe mais jovem.
–Ohh... Agora me lembrei! Seria a luta que eu ganhei? –Disse em um tom brincalhão.
–Que eu saiba, foi empate.
–Parece que você não aceita muito bem uma derrota, não é? –Piscou, as cobertas foram levantadas parcialmente, claramente um convite para compartilharem a cama, algo que Jair não iria negar.
–Digo o mesmo de você.
–Talvez, o que precisamos, seja uma revanche. O que me diz?
Jair, por fim, debaixo das cobertas puxou o menor para junto de si, colidindo os corpos nus.
–Creio que o resultado sempre será o mesmo: empate. Quem saber o porquê? – Sussurrou, seus rostos estavam próximos, lábios apenas centímetros de se tocarem. Praticamente se podia ouvir as batidas fortes dos corações de ambos.
Haru não o respondeu, soltou um ínfimo suspiro, que quase soou como um gemido. Jair interpretou que aquele fosse o sinal para que continuasse.
–Não adianta competirmos, eu te amo e você me ama... No final somos ambos ganhadores, por isso digo...Empatamos.
Jair já estava pronto para beija-lo quando o pequeno príncipe fez um rápido movimento com o corpo. Subitamente, Jair se viu deitado na cama com um alegre Haru, sentando, perigosamente, sob seu baixo ventre.
–Assim você tira toda a diversão...-O príncipe do deserto tentou não pensar em como a bunda de Haru parecia se encaixar perfeitamente no local aonde estava e para completar, o garoto ainda rebolou, descendo cada vez mais... Sem dúvida, todo aquele estimulo afetava diretamente o pênis já incrivelmente ereto de Jair.
–Oh...Até aí seus pelos são azuis? –Ao falar isso o garoto acariciou os ditos pelos pubianos do príncipe regente –Omoshiroidesu...
–Haru... –Jair gemeu, suas mãos segurar, firmemente as coxas do príncipe de Harunamie – Não me provoque tanto...
Em resposta, Haru apenas riu. Se abaixou, de modo que o nariz de ambos se tocaram. Só então notaram o quanto estavam ofegantes. Os rostos corados. Pupilas dilatadas.
–Pense nisso como um castigo...
–Castigo?
–Sim, você não me tratou como os outros...- Haru fez biquinho, Jair emitiu algo semelhante a um rosnado. Estavam tão próximo de se beijar, definitivamente não devia ser feito um biquinho!
–C-como assim?
–Como o Saied e Theris...Eu também quero ser tratado assim!
Jair ficou surpreso com a revelação, não pode deixar de sorrir, seu amante parecia uma criança mimada pedindo por atenção. De fato, não podia esquecer que Haru era mais novo, deste modo ele tinha total direito de agir assim.
–Eu não queria te forçar...Digo...
–Como disse antes. Não está me forçando a nada! Eu sou seu amante e quero ser tratado como tal, entendeu? –Dizia isso com o dedo indicador cutucando o esterno do outro, dava para ver que aquilo não era uma sugestão e sim uma ordem.
"Autoritário...Não é mesmo?".
–Sim, majestade. –Provocou.
–Jair! Estou falando seri...-O príncipe do deserto, subitamente, puxou o garoto para si, lábios finalmente se tocaram e o beijo foi iniciado. Logo toda a ideia de provocação e castigo fora esquecido, perdida em meio a sensação sublime a qual compartilhavam. Com relutância, Jair interrompeu o momento, Haru tinha fechado os olhos e agora os reabria, dava para ver a fúria já dominava aqueles olhos escuros, provavelmente irritado por ter aquele momento ter sido interrompido.
–Vou te tratar como você desejar... Meu amante, meu companheiro, meu amigo... Para que assim, nunca mais duvides do que eu sinto por você. –Sussurrou.
Haru sorriu.
–Meu...Gostei disso... Você também me pertence. –Disse em um tom satisfeito, arrancando uma risada do príncipe do deserto.
–Sim. –Assentiu com um sorriso– Sou todo seu, assim como você é meu.
O príncipe de Harunamie puxou o rosto de Jair , forçando o reinício de um novo beijo, mais quente e transbordando a necessidade de ambos. As mãos do rapaz de cabelos azulados se aventuraram pelo o corpo esguio do menor, descendo por suas costas e escorregando até suas coxas, lá as apertou, possessivamente. Finalmente estavam juntos, nada iria interrompê-los, ninguém iria ser um obstáculo a aquele romance. Agora, Jair podia ver um futuro...
–Ah...-Gemeu baixo, Haru, ainda em meio ao beijo – Quero sentir você dentro de mim...
Jair o afastou, relutante.
–Tem certeza? Essa é sua primeira vez e...
–Por isso mesmo, a minha primeira vez só quero que seja com você! –Completou o garoto fazendo biquinho –A não ser que estava planejando outra coisa... Bem, não ficamos nus atoa, não é mesmo? Posso sentir como você está interessado na minha proposta. –Falou isso rebolando sua bunda de encontro com a pulsante ereção do príncipe mais velho. Jair tentou, inutilmente conter um gemido rouco de satisfação. Aquele garoto iria mata-lo algum dia desses...
–Eu pretendo fazer amor com você, sim. Mas só quero que saiba que não pretendo te machucar e...-Falou, meio arfando. Era difícil de se concentrar com as ações nada castas de Haru.
–Eu não sou de porcelana, sou um guerreiro. Ou você esqueceu? –Um sorriso orgulho se fez nos lábios de Haru –E ainda mais, confio em você...Não irá me machucar.
Jair engoliu em seco.
–Tenho algo a confessar...
–O que é?
–Eu posso ter me deitado com outras mulheres, mas essa é a minha primeira vez com um homem, então...
–Oh! Pelos deuses! Você é virgem! – Haru soltou uma risada, tapando a boca logo em seguida.
–Você também é virgem! –Rosnou, não gostando da reação do seu suposto amante.
–Gomen... Eu não esperava isso! –Risos ainda podiam ser ouvidos por trás das mãos.
–E tecnicamente, não sou virgem! Eu me deitei com outras mulheres!
–Sinceramente, essa informação, especificamente, eu não queria saber. Logo, vou classifica-lo como virgem. Perfeito! Nós dois vamos aprender juntos como isso tudo funciona! –Ao falar isso, o príncipe de Harunamie se levantou um pouco, deixando a sua bunda empinada – A lógica é simples, só temos que enfiar...Oh! Céus... Você é muito grande, quem sabe não podemos inverter!
Jair interrompeu aquele tagarelado levando suas mãos para a bunda do garoto, lhe dando um leve tapa, arrancando um gemido contrariado de Haru.
–Não se preocupe, vai caber...-Sussurrou, sua mão outra mão tateia algo na escuridão até encontrar o frasco que lhe foi dado por Arkan a algumas noites passadas.
–O que isso? –Perguntou, Haru, curioso.
Jair não o respondeu de imediato, destampou o frasco e derramou o liquido sobre as nádegas do seu amante.
–F-frio... Mas... –Pode sentir como o jovem príncipe tremeu sob o contato da substancia viscosa que decaia sobre sua pele branca.
–Confie em mim, isso é necessário... –Jair segurou, cada uma das nádegas, com força, as abrindo, revelando a entrada rosada de Haru, este soltou um gritinho, misto de surpresa e embraçado. O líquido, lentamente, escorreu para aquele espaço íntimo.
–Necessário? –A pergunta proferida pelo o menor quase não fora audível, sua voz estava ofegante e trêmula. Pelo o que parecia, o líquido não só provocara desconforto devido ao frio... Quem sabe haveria afrodisíaco misturado em aquela solução.
"Não duvido muito... Tendo em vista que Arkan também faz alguns experimentos químicos..." Pensou, agora meio preocupado como efeito que teria sob o seu jovem amante.
–E agora? –Novamente outro questionamento, Haru parecia um estudante ansioso.
–Agora te preparamos. –Disse isso enquanto deixava que um de seus dedos escorregasse pelo o espaço entre as nádegas. Buscando a entrada virgem de Haru. Não foi difícil encontra-la, massageou o local, com cuidado e carinho. De certa forma, o príncipe de Harunamie estava correto quando frisou que Jair era virgem, apesar de ele já ter tido experiência com outras mulheres, não havia nenhum vínculo afetivo, logo, aquela era a primeira vez que realmente fazia amor. Estava nervoso e apreensivo, tal como um adolescente. Queria que tudo fosse perfeito, pois, afinal, aquele evento seria apenas o primeiro de muitos...
–Waga kamiyo (meu deus)... –Murmurou Haru, seus olhos tinham se fechado, se deixando mergulhar totalmente nas sensações únicas que estava tendo.
Jair deixou que a ponta do seu dedo penetrasse, levemente. Desta vez, Haru, soltou um gritinho de surpresa.
–Te machuquei? –Perguntou, receoso.
–Iie (não). –Negou com a cabeça. O outro príncipe resolveu continuar as suas investidas, permitindo que o dedo adentrasse mais dento do outro. Quente...O interior de Haru era tão quente e apertado. Como seria a sensação de ter o seu pênis ali dentro? Emitiu um som grutal, tal como um rosnado animalesco. Estava perdendo o controle de suas emoções, deveria pensar primeiro em Haru e depois em sanar suas próprias necessidades.
–Ah...J-Jair...-Os gemidos do príncipe mais novo surtiam um efeito direto no membro pulsante do nobre de cabelos azulados. Começou a movimentar o dedo, explorando aquele espaço que tendo em breve iria preencher com o seu falo. Não demorou muito e já adicionou o segundo dígito, arrancando um gemido mais agudo de Haru.
–Hum...-Choramingou, rebolando sobre os dedos – Estranho... Mas...Ah...Bom...
Jair sorriu, seu amante não parecia desconfortável, pelo o contrário...
–Mais... –Pediu, Haru –Sei que está se contendo...Eu quero sentir mais.
Aquele pedido o surpreendeu, sim, estava se controlando ao máximo. Não queria perder a razão se deixando levar pelo o instinto. Por mais que Haru enfatizasse sua força e resistência, Jair ainda sentia que deveria protege-lo.
–Por favor...-As mãos trêmulas do menor acariciaram a face morena do príncipe do deserto –Me dê todo o seu amor...Sem restrições.
–Tsc... –Algo tinha se rompido no interior de Jair, deveria ser seu autocontrole. Retirou os dedos, subitamente. Pegou o frasco e derramou o líquido sobre o seu próprio pênis, sem dúvida era frio, mas tal sensação não serviu para amenizar o calor que já emanava de todo o seu corpo.
–Eu te amo tanto...Haru...-Sussurrou enquanto posicionava o seu membro sobre a entrada do príncipe de Harunamie. Seu coração estava acelerado, tal como sua respiração... Por instantes hesitou.
–Também te amo...-Respondeu Haru com um imenso sorriso. Suas incertezas se esvaíram com aquele sorriso sincero. Finalmente, o penetrou lentamente. O que tinha imaginado anteriormente não teria nenhuma comparação a realidade. Era o paraíso, literalmente.
Haru emitia gemidos mudos, uma lágrima solitária rolou de sua face corada. Jair a interceptou com um dos seus dedos.
–Está doendo? Quer que eu pare?
O menor negou com a cabeça.
–Isso é perfeito... –Balbuciou, meio rouco.
Jair beijou a sua testa suada.
–Sim... Isso tudo é perfeito. –Nisso, começou a retirar o seu membro para, em seguida, penetrar novamente. Haru gemeu, começando a sussurrar coisas em sua língua mãe, de modo que Jair nada entendia, todavia , não se importava. Não eram blasfêmias e tão pouco pedidos para que parasse... Haru repetia o seu nome sempre, em cada frase proferida. Havia ternura em cada palavra, de modo que o coração de Jair derretida a cada som emitido por seu amante.
Os movimentos de entrada e saída se perpetuou. Gemidos, caricias e beijos eram trocados. A verdade era que ambos não queriam que aquilo terminasse. Permaneceriam unidos para sempre...
–Algo...Algo vai acontecer...- Começou a gaguejar, Haru. Jair viu o membro, ainda intocado do príncipe de Harunamie, totalmente melado de gozo. Aquela imagem era estonteante...
–Vais gozar só com o meu membro dentro de você? –Perguntou –Gostou tanto assim?
O rubor que já dominava o rosto de Haru se alastrou por todo o seu corpo, era interessante observar a mudança de cor, a pele cor de porcelana adquirindo a tonalidade vermelho. Parecia magia.
–Sim...Eu adorei...-Admitiu o menor com um meio sorriso – Mas...Pelo o visto...O quanto você endureceu ao me ouvir falar isso...-Agora seu sorriso era mais amplo, vitorioso –Não sou o único...Que se excitou...
"Maldito..." Resmungo em pensamento Jair. Aquela provocação teria uma consequência imediatas... Estava quase gozando.
A velocidade das penetrações se tornaram mais erráticas e intensas. Os gemidos também se tornaram mais altos e roucos.
Tinham chegado no ápice.
–J-Jair...-Choramingou Haru, o ar arrogante de momentos atrás fora perdido.
–Tsc... –O príncipe do deserto nem produzia sons inteligíveis. Puxou o rosto do seu amado para perto de si e o beijou. Ao mesmo tempo, ambos, chegaram ao seu limite, gozando.
Passaram minutos...Ou mesmo horas... A verdade era que nenhum dos dois sabia ao certo, pois suas mentes estavam literalmente derretidas para se preocuparem com coisas fúteis como passagem do tempo.
Haru estava deitado, ou melhor esparramado, sob Jair. Nenhum dos dois parecia querer sair daquela posição. Ofegantes e ainda retendo um sorriso bobo no rosto.
–Aishiteru... –Por fim, um deles ousou a falar, apesar da voz estar tão baixa que Jair mal conseguiu decernir os fonemas.
–Hã? O que você disse? Ai...Alguma coisa...
Haru soltou uma risada seca.
–Aishiteru. –Falou mais alto e claro –Significa: Eu te amo...Em minha língua.
–Aishiteru...Gostei da pronuncia. –Sorriu, abraçando o menor, mas logo se alarmou –Espera! E-eu go-gozei dentro...Di-digo...V-você poderei engravidar? -Lambeu os lábios agora secos, era estranho dizer que um homem poderia engravidar, mas aquela era a realidade, apesar de não saber como biologicamente aquilo funcionária. Haru, novamente, parecia embaraçado, contudo levantou o rosto para encarar o seu companheiro.
–Minha irmã, antes de partirmos, me deu um frasco contendo umas pílulas que previnem que eu engravide. – Disse, baixinho –Eu estou tomando... Então... Bem, desculpe.
–Por que que está se desculpando? –Acariciou os cabelos negros do outro, reconfortando-o –Não tem que se desculpar, você está fazendo algo correto...Digo... Teremos muito tempo pela frente para pensarmos em filhos. Quero dizer, nem nos casamos e nem nada... Não quero apressar as coisas! –Jair temeu está entrando um terreno perigoso, sabia quanto Haru tinha sofrido por ter aquela habilidade especial, ao ponto que seu pai o conferira a condição de mulher, usurpando sua masculinidade.
Haru sorriu mas havia uma certa tensão em seu olhar.
–Não nos casamos ainda. Em um futuro, muito próximo eu pretendo mudar essa condição e além disso... Sobre os filhos. –O jovem príncipe mordeu o lábio inferior –Eu confesso que nunca pensei sobre isso... Antes eu achava que nunca iria tê-los, não gostava de pensar na minha habilidade como uma vantagem e sim como uma maldição. Passei anos odiando essa capacidade de albergar a vida, mas agora...Sinceramente... Estou começando a mudar a minha visão. Ter um filho seu e começar uma família nossa. Não me parece algo tão ruim assim...
Agora era a vez de Jair sorrir, dando um beijo terno na cabeça do seu amado.
–Também adoraria ter um filho, fruto do nosso amor... Mais, como disse antes, teremos tempo. Vamos aproveitar cada momento
Haru assentiu, parecia mais relaxado.
–Então...O que faremos agora?
–Acho que dormir seria uma boa opção...
–Ah...-Havia uma evidente decepção em sua voz –Ou poderíamos repetir! –Disse com animação, falava isso enquanto começava a se remexer, afoito, o membro flácido de Jair ainda residia em seu interior, toda aquela movimentação estava servindo de um bom estimulo, aos poucos o falo começava a enrijecer novamente.
–Tsc... H-Haru...
–O que? Ainda tenho energia para mais...Muito mais.
Jair engoliu em seco.
Aquele garoto realmente iria acabar com ele.
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Depois de dias no deserto, finalmente tinham chegado ao palácio, Haru estava sem palavras para descrever o quão diferente a cidade-capital do reino do deserto era, em comparação ao seu próprio reino. O palácio com suas torres com telhados em forma de cúpula, se erguiam sob a cidade a qual a vida urbana fervia. Comércio com pessoas gritando suas promoções e fazendo propaganda de seus produtos exóticos, alguns fregueses discutiam por preços mais baratos. Além disso, tinha indivíduos fazendo apresentações, malabarismos com espadas, engolindo fogo e o pior...Engolindo espadas! Haru quase desmaiou ao ver o homem magro colocando a lâmina no interior de sua boca e a enfiando até sua garganta. Tudo ali era distinto... Algumas mulheres usavam véus que ocultavam parte de seus rostos e cabelos. Camelos e dromedários competiam por espaço junto com as habitantes. O ar quente do deserto era amenizado por diversos jardins com lagos artificiais que se distribuíam por toda a cidade... Tentava observar e observar tudo aquilo com avidez. Sua cabeça rodava para os lados, querendo ver tudo e a todos.
A risada de Jair o fez sobressaltar, tinha se perdido totalmente em suas observações que praticamente tinha esquecido de seu amante.
–Mais tarde, te levarei para fazer mostrar toda a cidade. –Prometeu. Haru sorriu, animado com a ideia –Mas antes... Irás conhecer o resto da minha família...-Havia um tom de certa apreensão em sua voz. Será que ele temia que seriam mal recepcionados?
Conforme se aproximavam, mais tenso Jair ficava. As grandes portas de madeira, da entrada do palácio, foram abertas. Para a surpresa de todos, um grupo de pessoas já os esperava.
Jair desmontou de seu cavalo e ajudou a Haru a descer, os dois compartilhavam a mesma montaria, por insistência do jovem príncipe de Harunamie.
Um grande homem de barba grisalha se aproximou.
–Pai...-Jair fez uma pequena reverência, algo que Haru logo imitou. Aquele era o sultão Aamir? Realmente havia um ar autoritário em sua volta...
–Meu filho. –O sultão, subitamente, abraçou o príncipe regente, praticamente o levantando do chão. Haru conteve a risada, pois pode ver o quão embaraçado estava Jair com aquele ato –Estou muito feliz em vê-lo...
–Aham...- Uma mulher, cabelos longos e azulados. Em suas costas podia-se ver um arco feito de ouro. Estava de braços cruzados e batia o pé no chão, repetidas vezes. Aquela devia ser a mãe de Jair e Arkan –Querido, esqueceu alguma coisa?
–Oh..Sim! Estávamos muito curiosos sobre como seria Harunamie e...-A mulher lançou um olhar mortal para o marido que rapidamente mudou o discurso – E estávamos preocupados, você se meteu em uma grande confusão! Graça a allah nada de errado ocorreu em seu louco plano!
–Desculpe, pai. Mas, não me arrependo de nada que fiz. Sei que o fiz foi impulsivo, mas era o correto –Disse, convicto, Jair, enfrentando o olhar de seus progenitores. Por fim, sua mãe soltou um grande suspiro.
–Ele é cabeça-dura como você. –Resmungou ela rolando os olhos.
–Eu? Que eu saiba essa mania de heroísmo ele herdou do seu lado da família.
–Meu lado da família? Fui eu que tive a ideia de enfrentar as tribos rebeldes sozinho?
–Ora...
–E quando você quis negociar com os mercenários do norte, sem ao menos pedir orientação de seu vizir e o conselho real?
–Er... –Naquele momento o sultão exibia um sorriso nervoso no rosto, podia-se ouvir risadas abafadas advindo do grupo que os acompanhava –Tudo isso eu fiz por uma boa causa e que eu me lembre eu me apoio em todos esses planos malucos, dizendo que seu poder expunha que tal pessoa estava mentindo ou não!
–Acho que não seria o momento adequado de se falar sobre isso...-Interveio Arkan diplomaticamente –Temos visitas! –Para enfatizar isso, indiciou Haru que fez uma nova reverência, meio nervoso por se tornar o centro das atenções.
–Oh! Perdão! –Riu o Sultão, se aproximando do pequeno príncipe o abraçando, dando um beijo em cada lado de sua bochecha –Bem vindo a família!
Haru ficou totalmente rubro e confuso com aquela ação. Mas ao mesmo tempo sorriu, aquele pai era muito diferente do seu próprio pai, uma pontada de ressentimento o dominou, mas logo se dissipou, o passado não deveria mais entristece-lo, tinha recomeçado a sua vida, como também iria ampliar a sua família...
–Pai, o deixe respirar! –Reclamou Jair, puxando Haru para perto de si o abraçando de forma possessiva.
O sultão apenas riu.
–Fico feliz que finalmente tenha tomado uma atitude! –Uma jovem mulher, de longos cabelos castanhos e olhos cor de mel, se aproximou –Mesmo que essa atitude esteja relacionada a mais um plano quase suicida...Sinceramente, Jair, quando você vai pensar mais em si mesmo do que nos outros...
–Não tem nada de errado na atitude do Jair! –Proferiu Haru, ciumento, realmente não gostou do grau de intimidade daquela estranha para com o seu Jair – Caso ele se meta em outra confusão, eu o protegerei!
–Oh! –A mulher sorriu – Pena que você não faz o meu tipo, pois senão te roubaria para mim!
Haru corou, não era essa a reação que esperava.
–Zafira...-Suspirou Jair rolando os olhos.
–Zafira! E quanto a mim? –Choramingou uma garota rechonchuda de cabelos loiros curtos e encaracolados.
–Não se preocupe, Amanda. –Piscou a dita Zafira – Você ainda não tem concorrência em meu coração!
–Ainda? Isso significa que poderei ter? –A dita Amanda parecia enfurecida. Jair balançou a cabeça, em uma expressão desaprovativa, contudo um meio sorriso tendia a se formar em seus lábios.
Aquele era o Harem do príncipe regente? Haru mordeu o lábio inferior para não rir, sem dúvida, tinha se preocupado atoa, os três mais pareciam um grupo de amigos do que amantes.
–Er...Desculpe interromper, mas...-Um rapaz de cabelos escuros, a roupa que usava era semelhante a de Al-Sherin, contudo a semelhança entre ambos ia mais além das vestimentas, o aspecto físico era também idêntico. A diferença era o semblante cordial e relaxado que o jovem apresentava, ao contrário do segundo príncipe. Em seus braços uma criança se contorcia e chorava. Ao seu lado, um jovem de aparência estrangeira, cabelos cacheados loiros e olhos azuis, também segurava uma criança em seu colo. Uma das características que chamava atenção dos pequenos era a cabeleira azulada.
–Aki! Ali! –Exclamou Theris que correu para receber as crianças, acompanhado por Arkan que exibia um amplo sorriso.
–Mama! Mama! –Um dos gêmeos falou levantando os bracinhos para o rapaz.
–Já disse, sou o seu papa e não mama! –Suspirou Threris pegando o garotinho no colo.
–Obrigado por cuidar deles, Sharien e Lauren, espero que eles não tenham dado muito trabalho. –Falou Arkan pegando o gêmeo remanescente.
–Não deram tanto assim... –Disse Lauren com um sorriso.
–Sim, deram e muito! –Choramingou baixinho Sharien, com evidentes olheiras por baixo dos olhos. Haru logo o reconheceu, aquele era o quarto príncipe, irmão mais novo de Al-Sherin, o jovem que o acompanhava era Lauren, seu esposo como também curandeiro/cientista do palácio.
–Na verdade...-Continuou falando, o loiro – Essa experiência foi bastante interessante, pois me fez amadurecer uma ideia...
–Que ideia? –Sharien e Arkan perguntaram ao mesmo tempo.
–Quero adotar uma criança. –Ao falar isso, Haru pode ver como Sharien empalideceu, na verdade, era possível que o príncipe desmaiasse com a notícia.
–Nossa! Parabéns! –Theris estava totalmente alheio ao desespero do quarto príncipe –Isso é uma fantástica notícia!
Jair pigarreou, para chamar a atenção.
–Pessoal... Não esqueçam que temos uma visita. –Ralhou o príncipe regente.
–Ah! Você deve ser o Haru! –Disse Lauren – Eu adoraria conversar sobre a sua cultura, mais precisamente... A cientifica! Soube que vocês descobriram uma substância, creio que denominaram de pólvora! Gostaria de algumas amostras!
Haru nunca vira alguém tão excitado, seus olhos estavam praticamente brilhando.
–Er...Tudo bem...
Lauren comemorou abraçando Sharien que ainda parecia meio paralisado com a notícia anterior da possibilidade de ser pai.
–Bem, ainda tem mais príncipes para conhecer...-Indicou Jair a um grupo de garotos que estavam logo atrás do sultão.
–Oi! Sou Zayn! –Ele tinha cabelos longos estranhamente verdes, seus olhos ela de uma tonalidade azul quase que hipnotizante. Contrastando com sua pele morena. O garoto vestia uma roupa semitransparente que se moldavam perfeitamente bem em seu físico esguiou e elegante. Outra característica marcante era que Zayn usava diversas pulseiras douradas, possivelmente de ouro, nas mãos e pés descalços, quando ele se movimentava gerava um barulho ritmado das pulseiras se chocando uma contra as outras –Sou o quinto príncipe! –Falou sorridente –Nas cartas, meus irmãos, me falaram das danças diferentes que vocês têm em Harunamie! Pois eu mesmo sou um dançarino...Bem, posso me classificar como tal... Enfim, adoraria ir até o seu país e ver outros tipos de dança!
Haru reparou que enquanto falava, o garoto parecia não conseguir ficar parado, de modo que o barulho de suas pulseiras era constante, contudo estranhamente ritmado, como uma música, era quase místico...
–Zayn, sabe que não pode sair do palácio antes dos 18. –Repreendeu Jair, mas não havia real irritação em sua fala.
O garoto estirou a língua e cruzou os braços diante do peito.
–Agindo assim, ninguém vai acreditar que estás de fato crescendo. –Outro garoto se aproximou. Cabelos negros, amarrados em um rabo de cavalo. Seus olhos verdes eram penetrantes e apesar de sua pequena estatura comparado a Zayn, o jovem parecia exalar maturidade e arrogância... Ele realmente o fazia lembrar alguém.
Zayn se virou para garoto e também estirou língua para ele que em resposta deu os ombros.
– Ibrahim. Não o provoque. –Mandou Al Sherin.
–Eu não o provocaria se não fosse tão fácil provoca-lo. –Respondeu, dando um meio sorriso. Haru logo notou a semelhança...Esse era outro irmão de Al Sherin?
–Pelo menos eu tenho tamanho. –Argumentou Zayn – E você? Será para sempre baixinho.
–Não preciso ser alto para te acertar...-Rosnou rapidamente tirando uma espada de madeira das costas e atacando o quinto príncipe, que com leveza se desviou do golpe em um passo elegante de dança.
–Esse é Ibrahim, o sexto príncipe. –Apresentou Jair, apesar do dito príncipe ter esquecido totalmente de Haru, se concentrando em tentar acertar Zayn, porém parecia uma tarefa impossível.
–Não ligue para eles... Sempre brigando, mas são inseparáveis! –Um novo garoto se aproximou, na verdade eram dois... Praticamente iguais. A única diferença entre eles era que seus cabelos castanhos tinham tamanhos diferentes, um curto e o outro longo e arrumando em uma trança. Além disso, apesar das faces serem idênticas, se podia ver a diferença na personalidade, um deles tinha um sorriso provocador nos lábios, sua postura era de autoconfiança, outro deveria ser extremamente tímido pois olhava para baixo e corava. – Sou Hassan –Disse o gêmeo mais extrovertido – E esse é Hamed, somos sétimo e oitavo príncipes, respectivamente.
–Eu sou o sétimo...Sou o mais velho. –Declarou, em um sussurro, Hamed.
–Por dois minutos. Isso não é grande coisa. –Deu os ombros Hassan.
–Você é o oitavo. –Insistiu –E eu sou o sétimo.
–Que importância tem isso!?
–Existe uma ordem, lógico, existe uma hierarquia. E também está relacionado a maturidade e...-Hamed deu uma rápida mirada em Zayn e Ibrahim, que ainda estavam correndo, o quinto príncipe provocava o príncipe mais novo com caretas, o sexto príncipe gritava palavrões e lançava golpes perigosos com a espada quase acertando alguns servos e quebrando esculturas em seu caminho –Pelo menos deveria significar maturidade.
–Obviamente, não é algo que se aplique a essa família. –Riu Hassan –Alias... Belo anel.
Haru conteve uma exclamação de assombro ao ver que o anel que estava em seu dedo segundos atrás agora era exibido nas mãos do sétimo ou oitavo príncipe (isso ainda lhe era confuso).
–Como...
–Hassan, o que eu falei sobre essa mania? –Repreendeu Jair.
–Eu não roubei, só peguei emprestado. –Disse o garoto com um sorriso o mais inocente impossível, além de ser rápido com as mãos, Hassan deveria ser um ótimo ator – Não tenho culpa se tenho essa habilidade, tenho que usa-la para o bem de nossa comunidade.
–Aham...Sei. Poderia usar sua habilidade para coisas mais licitas.
–E para que serve esse frasco? –Haru sentiu seu rosto ruborizar ao ver o frasco que Jair utilizava para seus momentos mais íntimos. Jair tocou, rapidamente seus bolsos, totalmente surpreso.
–Isso é algo pessoal! –Resmungou Jair pegando o frasco do irmão mais novo.
–Pessoal?
–Sim, pessoal.
–Parece algo que você usa muito, já que o líquido do frasco já está acabando...
–Hassan! –Interpôs Hamed fechando a boca do irmão. –Desculpe, Jair... Sabe como ele é meio...
–Intrometido? – Completou Haru com um sorriso, aquela família era de fato hilária.
–Exato. –Concordou com um sorriso tímido – Bem, acho que devemos evitar que nossos irmãos tentem se matar...-Indicou com a cabeça aonde estava quinto e sexto príncipe, agora escalavam uma escultura, Al Sherin e Sharien tentava pega-los, sem sucesso.
Jair soltou um grande suspiro. Sua família deveria ser louca. Bem provável que Haru tenha repensado sobre a possibilidade de fazer parte daquela estranha família real.
–Falta eu! –Uma criança, com cabeços verdes e olhos azulados, deveria ser irmão de Zayn, a semelhança era gritante. O garotinho deveria ter 10 ou 9 anos, também usava as pulseiras douradas, entretanto o som que emitia ao andar e se movimentar não tinha o mesmo ritmo musical de Zayn –Sou Aziz!
–Olá! Sou Haru. –A conversa teve que ser interrompida com a entrada de uma grande panteira que se postou ao lado da criança, encarando o príncipe de Harunamie com interesse.
–J-Jair...i-isso...Isso é uma... Pant... –Apontou, debilmente para o felino.
–Esse é Safir! –Apresentou Aziz que abraçou o animal, sem medo –É o bichinho de estimação de Arkan.
–Bi-bichinho...
–Não se preocupe, normalmente ele é manso. –Explicou o nono príncipe.
–Normalmente?
– Iziz, por que você não leva o Safir para dentro? Logo teremos que entrar para o banquete de boas vidas, presumo.
–Sim! –O garoto subiu nas costas da pantera, parecia querer cavalga-lo, o grande felino, pacientemente se deixou levar pela alegre criança.
–Vocês tem um pantera de bicho de estimação? –Sussurrou Haru, agora mais aliviado ao ver o animal se distanciando.
–Tecnicamente, ele é do Arkan.
–Sua família não é bem o que eu esperava...- Jair sentiu seu coração apertar, aflito com aquela afirmação - ... Na verdade, ela é bem mais além do que imaginei! Eu a adorei!
–S-sério?
–Lógico! Eles são fantásticos!
Jair soltou um suspiro de alivio. Bem que fantásticos seria um adjetivo excessivo.
–Vamos entrando! –Mandou o sultão –Ainda temos muito de conversar e comer!
Haru segurou a mão do primeiro príncipe.
–Sempre desejei fazer parte de uma imensa família...
–Pois agora seu desejo se realizou, só espero que não se arrependa.
–Nunca irei me arrepender...-Sorriu Haru –Alias... Ter 9 filhos...Quem sabe não planejamos isso para o nosso futuro.
–N-nove...-Jair engoliu em seco, agora entendia o que Sharien tinha sentindo minutos atrás.
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