Capítulo 11
–Tsc... Jair só se mete em confusão. –Resmungou Al Sherin acariciando as penas da ave empoleirada em seu braço enquanto observava a situação. Tinham conseguido forçar a entrada no cerco formado pelo o exercito daquele estranho país, como tinha previsto, os guerreiros mais fortes estavam ali reunidos, quem quer que fosse o líder militar de Harunamie era um total idiota! Como pode deixar as fronteiras inseguras? E além dos mais, como tem a coragem de sacrificar seus guerreiros mais fracos e doentes? E para que proposito? Aquela estratégia não tinha lógica nenhuma.
–O que devemos fazer? –Perguntou um dos seus subordinados. O príncipe, realmente, não sabia o que deveria responder, não queria gerar um banho de sangue! O objetivo daquela viagem de Jair era de fazer uma aliança e não iniciar uma guerra!
"Eu vou bater tanto nele quando isso tudo terminar..." Pensou rangendo os dentes.
–Esperamos pela as ordens de nosso rei. –Disse simplesmente lançando seu olhar para o primeiro príncipe que estava no meio do lago –Enquanto, mantemos a segurança dos civis!
–Sim, alteza!
"Jair... Não tenho homens suficientes para um combate desta proporção, você deve saber disso!" Pensou meio receoso enquanto manobrava as tropas.
~~**~~
–Ele irá me matar...-Murmurou o príncipe regente, sabia, quando aquilo tudo terminasse, que Al Sherin teria uma longa conversa, ou melhor, luta, pois o seu irmão se expressa melhor com uma espada no punho do que com palavras. Contudo, não se arrependia de ter pedido ajuda ao segundo príncipe, aquele país necessitava de uma intervenção! Precisavam de ajuda! Não poderia simplesmente abandonar aqueles que claramente precisavam ser salvos... Jair era assim, não conseguiria lutar contra sua natureza, além disso, tinha outro fator que parecia impulsionar ainda mais sua necessidade de proteger e fazer o que é o correto... Seus olhos abandonaram a visão da manobra das tropas para encarar Haru que, para sua surpresa, o observava.
–Você é um grande baka! –Falou o mais novo.
–Ah? –Jair estava desconcertado, não era essa reação que esperava.
–Eu não pedi que trouxesse seus guerreiros! Esse problema é algo nosso! –Disse ríspido –Não quero ser responsável pelos danos sofridos as suas tropas... Não quero que você fique em uma situação ruim com a sua nação...-Acrescentou em um sussurro.
–Não se preocupe quanto a isso. –Interpôs Arkan com um meio sorriso no rosto – Jair sempre tem essa habilidade de se meter em confusão. Acho que ele tem certo complexo de herói. Sabe? Salvar os oprimidos, um nobre senso de justiça, essas coisas tolas. Mesmo tendo esse defeito, nosso pai ainda não o deserdou e tão pouco tirou o título de regente, creio que não precisa se preocupar.
–E-ei... –O primeiro príncipe sentiu suas bochechas corarem levemente, não iria deixar que seu irmãozinho o humilhasse ainda mais publicamente – Eu fiz o que era certo a ser feito, ainda mais tendo em vista meu envolvimento, minha vida e do meu irmão, estão em risco, deste modo, nada mais condizente é chamarmos por ajuda. Não é?
–De qualquer forma, devemos agradecer pela a chegada de aliados. –Disse Ayumi, interrompendo aquela discussão tola.
–Acha mesmo que esses ratos do deserto irão conseguir conter meus homens treinados?! – Riu com escárnio Okami – Será inútil resistir! Tenho centenas de guerreiros e vocês apenas dezenas!
Uma coisa Jair tinha que admirar, aquele homem, mesmo ferido e preso ao bambu, pendendo sob as águas do lago que aos poucos se tornavam avermelhadas pelo o sangue que escorria do general de Harunamie, ainda tinha força o suficiente para ameaçar e lutar.
–Não... Não desejo ver mais sangue de inocentes sendo derramado. Já basta os vários mortos ao longo do reinado do meu pai resultado da fome, frio, doenças e descaso do governo! –Haru praticamente gritou, sua tristeza e ressentimento eram evidentes em sua voz, Jair o entendia afinal o jovem príncipe de Harunamie fora usado como símbolo de promessas futuras de prosperidade de fartura, sendo assim um instrumento de controle social. A culpa o consumia...
–Haru está certo. –Concordou a princesa – Já temos feridas demais cravadas em nosso país, não devemos adicionar mais uma!
A risada maníaca de Okami os interrompeu, de certa forma ele se pareceu com a sua louca mãe que, naquele momento, parecia está perdido no mundo da fantasia e já se autoproclamava rainha, acenando e lançando beijos para seus "admiradores" imaginários.
–Vocês são mesmo fracos... Por isso não servem para governar! Não conseguem ver que essa gente toda são apenas peões a serem manobrados? São descartáveis! Sua utilidade é só servir para o proposito de seus comandantes e governantes!
Aquele não era a postura de um governante. Jair sabia muito bem disso, seu pai o havia ensinando que os sultões, reis, e outras expressões de poder centralizado só existiam por que o povo os tinha construído e também os mantinha. No futuro, talvez, a monarquia não seja mais necessária e outro modelo de governo a substituirá, com outros representantes da população. Era isso que eles eram: os responsáveis por cuidar do povo, pois que utilidade teria um rei sem seus súditos? Menospreza-los desta forma era revoltante!
–Você subestima o poder do povo. –Falou Haru cujos olhos vagavam em volta das margens do lago, observando os súditos que exibiam semblantes furiosos, tinham ouvido a declaração do general.
–Kakumei! –A palavra foi proferida, de inicio timidamente, mas aos poucos começou a se propagar pela a multidão, se tornando um coro único.
–KAKUMEI! KAKUMEI! KAKUMEI! –Gritavam, punhos no alto de suas cabeças. Repetiam a palavra com todas as forças de seus pulmões.
–O que isso significa? –Sussurrou Jair para Haru que sorria orgulhoso para a cena.
–Kakumei... Significa: revolução! –Falou Ayumi emocionada.
O povo gritava "Kakumei" e se viraram para enfrentar o exercito, com os próprios punhos. Jair ficou impressionado com a visão daquele levante, mesmo não dispondo de armas ou armaduras, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens... Todos unidos em prol de um objetivo em comum: mudar o destino de seu reino.
Os membros do exercito foram surpreendidos, de inicio vacilaram contra o ataque e esse foi um erro fatal, pois a multidão em nenhum momento hesitou, tomando as primeiras fileiras da frota e roubando-lhes as armas dos guerreiros caídos. Agora estavam armados para enfrentar os restantes. Sim, o exercito podia ter centenas...Mas ali, diante deles, havia milhares de pessoas, prontas para ataca-los mesmo que perdessem suas vidas durante o processo.
Kakumei...
A palavra ainda era cantada pelo o povo e agora começou a se propagar por entre as fileiras do exercito de Okami, alguns guerreiros soltaram seus espadas, e retiravam suas armaduras de samurai... Deserdavam e se uniam a população.
–Impossível! – Esbravejou Okami, estarrecido com a virada dos eventos. O general, talvez, nunca imaginara que o povo a qual tanto tempo flagelou e humilhou agora estava ali, enfrentando o seu potente exercido e ganhando!
–KAKUMEI! –Gritou Haru também levantando o seu punho para o céu. Ayumi seguiu o exemplo de seu irmão e também proferiu a palavra.
–Kakumei...-Sussurrou Jair, como se aquilo fosse uma espécie de encantamento, havia uma força surpreendente naquela palavra como também na situação que estava presenciando. Aquele era o verdadeiro poder de Harunamie!
–Lindo...-Disse Arkan, ao seu lado – Agora sim consigo ver a verdadeira beleza deste país...
O primeiro príncipe não podia refutar tais palavras.
~~**~~
Al Sherin não precisou fazer muita coisa, aquele povo que tinha aparência doente e fraca, conseguiu sobrepor sob o exercito organizado e treinado. Aliam ao longo da batalha, muitos destes guerreiros abandonaram seus postos e se unirão a multidão enfurecida. O segundo príncipe sentiu seu corpo vibrar com a energia que emanava daquele povo... Estava presenciado algo que ficaria para a história. Aos poucos a batalha se findava, para a sua surpresa, não houve muitas baixas em ambos os lados... Muitos guerreiros se renderam ou deserdaram o que tornou toda a luta menos sanguinária, contudo não menos gloriosa e legendária.
–Kakumei...O que é isso que eles tanto repetem? –Inqueriu um dos seus subordinados que auxiliava um cidadão de Harunamie a tratar de um ferimento provocado por uma espada. Muitos dos seus homens agora amparavam os feridos pela a batalha, era o mínimo que podia fazer para ajudar, já que pouco teve participação na luta.
–Não sei, mas seja lá o que seja... Trata-se de algo formidável.
Gritos de alegria foram ouvidos, Al Sherin voltou a sua cabeça para a fonte de tal alvoroço, então viu a chegada de um pequeno grupo de indivíduos advindo do lago, um pequeno barco luxuoso trazia seus irmãos: Jair e Arkan, seguidos por mais um rapaz de cabelos longos negros e semblante vivaz e ao seu lado alguém que deveria ser sua irmã, pois compartilhavam muitos pontos em comum na aparência, esses deveriam ser os príncipes que Arkan descreveu em sua carta, ainda havia mais dois jovens guerreiros que estavam próximos ao terceiro príncipe, pareciam guarda-costas? Deveriam ser os novos recrutas de Arkan. Além deles, havia mais duas estranhas figuras, uma velha senhora que ria descontroladamente e um homem com uma ferida feia no ombro, imobilizado por cordas, havia um ódio extremo em seu olhar.
– Tanewomaku! Tanewomaku! – O povo clamava.
–Não! –Respondeu o jovem príncipe de Harunamie –Vocês não precisam me agradecer, não fui eu que os libertei de seu algoz... Foram vocês! A mudança que tanto desejavam e ambicionavam foram conquistadas por vocês... –Lágrimas escorreram de sua face –Eu estou muito orgulhoso de vocês... Foram mais fortes e corajosos do que eu fui durante todos esses anos que presenciei como sofriam sob o governo de meu pai. Perdoem-me por ser fraco... Fui um péssimo Tanewomaku.
Jair abraçou o mais novo, para conforta-lo.
–Não... –Um membro do povo falou, era um ancião, segurava uma katana em uma das mãos que serviam como uma espécie de bengala – Você nós deu esperança, foi a semente que impulsionou a mudança. Esse é o significado de seu nome, não é mesmo? Aquele que semeia...Trazendo o nascimento não só da vida mas da esperanças de um novo amanhã.
Houve exclamações de concordância das palavras que foram ditas pelo o velho guerreiro. Haru sorriu, ainda chorando e segurando fortemente nas vestes do primeiro príncipe, Al Sherin podia o ver tremer, as palavras surtiram um grande efeito no dito Tanewamaku.
–Você será o nosso novo rei? –Agora era a vez de criança perguntar.
–Bem...-Haru não parecia certo sobre aquilo, seus olhos buscaram os de Jair e depois voltaram para a sua irmã, que estava ao seu lado – Um governante deve se sacrificar por aqueles que ama de tal modo que põe a necessidade dos outros acima das suas. Eu conheço alguém que há muito tempo vem se sacrificando desta forma... Essa pessoa me protegeu durante toda a minha vida e apesar de ser humilhada e menosprezada constantemente foi capaz de se manter firme e sã ao longo de todos esses anos. No momento de se levantar contra seus algozes, não pensou duas vezes antes de ficar ao meu lado... Foi um exemplo de sensatez e liderança.
–Quem é essa pessoa? –Perguntaram.
–Minha irmã, Ayumi, a princesa de Harunamie.
O povo se voltou para a mulher que parecia surpresa com a declaração do seu irmão.
–H-Haru... E-eu...
–Irmã... – Haru se soltou dos braços de Jair e se aproximou da princesa, segurando suas mãos – Eu sou jovem, imaturo e impulsivo... Sejamos francos, não tenho experiência e conhecimento para ser um monarca! Você sempre esteve presente nas reuniões de nosso pai, apesar de que era para servir de instrumento "sedutor" e "objeto" a ser oferecido aos estrangeiros... Sei que, mais do que ninguém, sabe diferenciar o modo correto de governar já que presenciou o modo incorreto! Você também sempre foi a mais esperta! Quantos livros já leu?! Quantos elogios recebeu de nossos professores quanto a sua inteligência? Você nasceu para governar!
–Mas...Eu sou apenas uma mulher... Estéril e...
–Dane-se isso! Quem liga para isso?! –Rosnou o mais novo – Não deixe as palavras de nosso pai e de Okami te enganarem!
–Haru está certo. –Concordou Arkan – Acho que tinha um por quê para que eles tenham feito essa espécie de lavagem cerebral em você. Creio que Okami deve ter identificado um adversário perigoso na recatada princesa de Harunamie, afinal tens a inteligência e força de espirito para tal. Um exemplo disso está no fato que em todos esses anos de abuso, seu espirito não foi maculado. Você é uma verdadeira guerreira e heroína.
Agora era a vez de Ayumi chorar, mas logo limpou as lágrimas em suas vestes. Encarou a multidão que observava todo o evento com curiosidade.
–Hoje presenciamos uma grande mudança em nosso reino, pela a primeira vez o povo se levantou contra as forças que o oprimiram e mostraram seu real desejo e poder. Vocês não são apenas observadores passivos do que ocorre em nosso país, pelo o contrário! Um rei de nada vale sem o apoio e amor de seu povo! Por isso, peço a vocês o apoio para que permitam que eu seja a primeira rainha de Harunamie... –Nisso ela se ajoelhou em sinal de respeito a aquela população – O futuro de nossa nação está em suas mãos... Iremos acatar com qualquer decisão que vocês propunham.
Haru também se ajoelhou ao lado de sua irmã. Al Sherin engoliu em seco com aquela visão, submissão e respeito a nação... Pois, afinal, o país era construído sob os ombros de sua população e não pelos seus governantes.
–Ayumi-sama...Haru-sama, por favor, não se curvem diante de nós. –Falou o ancião com um sorriso no rosto – Estamos honrados por termos diante de nós verdadeiros representantes da família real, que realmente se preocupem com nós. Pelo menos, segundo o meu ponto de vista, concorda com a proposta do príncipe Haru. E vocês? –Inqueriu para a multidão.
–AYUMI! –Gritou uma pessoa levantando o punho para o céu.
–AYUMI! –Falou outro e depois mais outro, logo todos levantavam suas mãos ao céu e clamavam o nome de sua nova rainha.
A princesa se levantou, observando a enorme massa de pessoas que proferiam seu nome com fervor.
–Se curvem diante de nossa女王の浜崎(rainha Ayumi)!
Al Sherin também sentiu o ímpeto de se curvar ao ver todas aquelas pessoas se curvarem em sincronia. Ao observar Jair e Arkan seguindo o exemplo da população resolveu também copia-los.
Harunamie estava finalmente despertando para uma nova era...
~~**~~
Jair soltou um longo suspiro quando finalmente se viu no salão principal do palácio, o mesmo salão a qual fora recebido quando chegara ao reino, agora a situação estava diferente, não havia festas e nem ostentação de riquezas. Na verdade, Ayumi tinha desfeito de todas peças de ouro, dizendo que deveriam ser vendidos as outras nações em troca de alimentos e suprimentos para que esses fossem distribuídos para o povo doente e faminto. O primeiro rei estava sentando em um grande salão praticamente vazio, a não ser pela presença de seus companheiros.
– Então, isso significa que temos uma aliança? –Perguntou Arkan exibindo um sorriso para a nova rainha que respondeu ao gesto.
–Acho que temos sim. –Riu Ayumi.
–Viu? –Brincou Jair se voltando para Al Sherin que estava ao seu lado com um expressão claramente irritada –Eu disse que conseguiria uma aliança com essa viagem! Nem foi tão difícil assim, não é mesmo?
–Cala boca, idiota! –Rosnou o segundo príncipe dando um soco no ombro do irmão mais velho que gemeu de dor. Com aquele gesto todos riram... Não...Nem todos, pois um membro do pequeno grupo permaneceu calado. Era Haru, que agora olhava firmemente para as mãos dispostas em seu colo.
–Isso significa que você irá voltar para o seu reino? –Perguntou, sem encarar Jair, que sentiu seu coração apertar, sim... Agora a realidade praticamente lhe dera uma tapa na cara, teria que retornar ao seu país imediatamente, principalmente depois de toda a confusão que causara, provavelmente receberia um grande sermão do seu pai, o Sultão. Não podia perdurar a sua estadia em Harunamie, mesmo que desejasse se perpetuar ao lado de Haru.
–Bem... Isso não é um adeus! –Falou Arkan, tentando animar o ambiente–Por sermos aliados, significa que viagens entre nossos dois reinos se tornaram bem mais constantes! Jair irá retornar!
Isso não pareceu animar Haru tão pouco Jair, não queriam se separar agora que finalmente poderiam aproveitar o amor deles! Não precisavam mais se ocultar... A relação entre os dois príncipes fora aceita não só por seus amigos como também pelo o povo. Agora que sabia que Haru não seria rei, não tinham mais empecilhos!
–Uma aliança foi formada, pois um membro da família real advindo do reino do deserto veio aqui propor tal compromisso. –Começou a falar Ayumi –Creio que o mesmo deve ser feito por parte de meu reino, um representante de nossa família real deve ir ao o outro reino, avalia-lo, para ver se de fato vale a pena essa aliança.
Haru finalmente levantou os olhos para fitar a sua irmã, um sorriso se formou nos lábios do mais novo.
–O que achas, Otōto (irmão mais novo)? Queres aceitar essa tarefa?
–SIM! –Haru praticamente gritou, depois corou, tentando manter a compostura –E-eu aceito!
Jair sentiu uma cotovelada dada por Al Sherin.
–Pelo visto, não conquistou só uma aliança com um novo reino, irmão. –Sussurrou o príncipe guerreiro.
O príncipe regente sorriu para o irmão e depois voltou sua atenção para o agora sorridente e feliz príncipe de Harunamie... Sim, realmente, não tinha só feito uma forte aliança politica, como também formou uma aliança bem mais profunda com aquele que é o amor de sua vida.
–Ei! Onde está mais destes bolinhos de arroz? Eles são perfeitos! –A porta do salão foi subitamente aberta e um garoto ruivo adentrou, sua boca estava suja de arroz, alias ainda falava com a boca cheia de alimento.
–Saied? –Inqueriu Jair surpreso com a presença do amante de Al Sherin ali, seu irmão nunca permitiria que o garoto o acompanhasse para uma missão que envolveria uma batalha, como prevendo as questões a serem levantadas, o segundo príncipe logo se defendeu.
–Ele veio escondido na comitiva... –Resmungou –E não estava só.
–Saied... Eu disse para não sair comendo as coisas sem pedir permissão antes! –Choramingou Theris segurando o braço do amigo.
–THERIS!? –Todos se sobressaltaram com a reação do normalmente contido terceiro príncipe –O que está fazendo aqui? Está ferido? –Agora Arkan, rapidamente, já tinha se levantando e inspecionava com cuidado o seu amante que corava com atenção que estava sendo direcionada a si –Você veio escondido junto com o Saied? Como pode? Não sabia que aqui é perigoso? E nossos filhos? Vocês não os trouxe juntos, não é? E...
Arkan iria continuar encher o rapaz de perguntas, mas foi interrompido por Theris que ficou de ponta de pé e roubou um selinho do príncipe.
–Eu sei que é perigoso...Mas não posso abandonar a pessoa que amo, não é mesmo? Quanto aos nossos filhos, os deixei sob os cuidados de Sharien e Lauren. –Disse acariciando o rosto do outro.
O segundo príncipe pareceu se acalmar com aquelas respostas. Saied rolou os olhos e discretamente escapou daquele momento intimo para sorrateiramente tentar roubar as comidas que estavam sendo servidas ao grupo, mas foi impedido por Al Sherin que o capturou.
–O que eu te disse sobre ficar em um lugar seguro? –Rosnou o segundo príncipe.
–A batalha acabou, não é? Então, acho que agora esse é um lugar seguro! E além do mais, é muito tedioso ficar observando tudo do alto de uma colina, longe da cidade! E como eu iria saber que você estaria seguro, seu grande idiota!? Lógico que teria que vir para cá!
–Eu sou idiota? Você que parece ser surdo aos meus comandos! Por que toda a vez que mando você fazer algo, fazes justamente o oposto?
–O que? Não ouvi o que disse... Afinal, devo ser mesmo surdo! –Provocou o ruivinho. Isso só fez que Al Sherin rosnasse mais, como um verdadeiro animal enfurecido pronto a atacar, mas Saied parecia nem ligar, ainda sorridente e ignorando o seu amante.
–Pessoal... Não estamos sozinhos! –Interveio Jair, meio envergonhado ao ver como seus irmãos agiam. Ayumi riu escondendo o rosto por trás de um leque e Haru gargalhou.
–Acho que a minha viagem para o reino do deserto será interessante...-Confessou o mais novo arrancando um sorriso do primeiro príncipe, sem dúvida seria muito interessante.
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