18

O Castelo de Mou

  Uma decisão arriscada fora tomada por um rapaz que mal conheciam, mas como fizeram com Ara, ele não parecia ter intenções contrárias, pelo contrário, incidia que Elpros só queria aventura e talvez ajudar a doce Elizabeth, que o encantara com sua beleza.

  Na manhã seguinte, partiram após comer frutas e beberem água. A amoreira estava repleta de neve e com alguns socos e empurrões os galhos quebraram-se dando passagem para a floresta nívea e lastimosa. Elpros tomou sua capa de volta e transmutou-se para sua forma normal, Afonso já não sentia tanto frio e as meninas continuavam firmes como rochas. A tempestade já não existia, porém as nuvens continuavam escuras e a devastação na noite passada deixara rastros por toda a parte. Os coturnos dos rapazes afundavam-se até a metade no gelo, as sapatilhas cinza das meninas estavam encharcadas e a barra de seus vestidos molhadas. Andaram por longos minutos descendo a montanha. No caminho, Elpros encontrou um de seus amigos lobo, mandou-o avisar que ficaria fora por algum tempo e que não deixassem ninguém tomar o Pico dos Lobos. Ao chegarem no sopé, concluíram que teriam de seguir reto para chegarem ao castelo pelos fundos e entrarem despercebidos.

  Não demorou muito para que os quatro ficassem diante de muralhas tão altas e escuras como a do castelo. Só chegavam a ver dois cumes em cone com bandeiras surreais e rasgadas nas extremidades da fortaleza tenebrosa e escura. As nuvens negras formavam-se em espiral sob as muralhas e não havia nem se quer um barulho vindo lá de dentro.

  – Acho que não há entradas pelos fundos – Elpros proferiu reclinando as costas no muro velho. Contraiu o joelho direito para cima arrastando o pé pela parede, cruzou os braços e bufou insatisfeito.

  Ara fitou os contornos fortes e firmes do rapaz, era estranho ter uma aparência infantil e se sentir atraída por humanos. Contemplou o farto volume de seu membro escondido entre as roupas de baixo e desviou o olhar rapidamente para não deixar que ninguém percebesse.

  – Concordo – Liz arqueou os lábios. – Pelo que vejo, teremos de entrar pelo portão principal.

  Afonso e a fada assentiram. Fitaram as árvores densas e congeladas em suas costas e olharam para a fina clareira que acompanhava a muralha circular.

  – Temos de arranjar um plano – Ara retorquiu depois de dar uma olhadela no volume de Elpros, se sentiu excitada e uma coisa dentro de si pareceu piscar.

  – Sim, temos. Mas nada me vem a cabeça o que fazer – o arqueiro deixou que as palavras saíssem calmamente.

  Elizabeth contemplou o rosto preocupado dele, sentiu-se afável ao olhá-lo, mas logo arqueou-se para o jovem encostado na muralha e se sentiu estranha ao ver um volume incomum abaixou da cintura do companheiro. O que será que tem ali? Ela pensou.

  – O que acham de irmos para a porta principal e avaliarmos a situação? – Ara opinou fitando os rostos dos três, um por vez, primeiro o rapaz forte, depois o moço magro e desengonçado e por fim, Liz, que encarava lascívia o volume de Elpros. A fada deu um sorriso surdo e prosseguiu: – Em Liz?

  – Ah claro, acho um ótima ideia – respondeu desviando o olhar do que lhe prendia.

  Elpros mordeu os lábios ao ver que ambas olhavam seu farto volume. Não sentia atração por Ara, mas já por Elizabeth... Fingiu não perceber para não constrange-las e pôs-se a caminhar na direção que mais lhe convinha.

  – Por qualquer lado chegaremos ao portal – ele disse. – Então vamos por esse!

  Afonso não se sentia confortável na presença do rapaz, sabia que ele riria ao vê-lo na forma mágica. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde passaria por tal constrangimento. Sua ingênuosidade não permitiu-lhe perceber o que passara minutos antes. Mas isso não inibia sua sabedoria em questão a assuntos eróticos. Aprendera sozinho, como Elpros, o que fazer para saciar-se. Parecia que a força excitante que os faziam sentir tanto prazer vinha do sangue, pois mesmo não sabendo perfeitamente, tinham a noção do que fazer ao ficar a sós com uma mulher.

  Chegando perto da enorme porta de madeira grossa pregada na muralha, os quatro apertaram-se contra as rochas e arrastaram-se até o mesmo. Ao aproximarem-se dos umbrais do portal, Elpros, que parecia agora liderar o grupo com sua coragem e orgulho, espiou o que jazia ao outro lado. Fitou a trilha larga desaparecer em meio à floresta densa e a mesma sucumbir-se entre casebres de palha e tijolos. Surpreendeu-se instantaneamente. Havia pessoas ali. Voltou-se a ficar ereto junto do paredão e sibilou boquiaberto:

  – Tem um vilarejo em volta do castelo!

  Tornou a espiar e viu crianças e mulheres carregando caçarolas pesadíssimas na cabeça. Homens maltrapilhos caminhavam de cabeça baixa, logo um soldado vestido perfeitamente passou a marchar com armas de fogo reclinadas nos ombros. Não havia armas de fogo em Ogash. Pelo que viu, o Castelo de Mou não era como pensavam em aspectos sociais. Lá havia pessoas. Humanos.

  – Não acredito no que estou vendo, puta que pariu – Elpros gaguejou vislumbrado. Elizabeth sentiu-se incomodada com tal palavreado, mas se calou. Já estava acostumando-se com isso. – Vejo pessoas como nós lá dentro. Silêncio. Alguns guardas estavam vindo para cá – ele retorquiu arqueando-se junto aos outros. Os soldados marcharam pelo caminho sem percebê-los e desapareceram pela floresta.

  – Oh céus – Liz sorriu inquieta.

  – Venham, vamos entrar – Elpros retorquiu correndo de trás da muralha e entrando em um casebre pequeno, cuja porta era uma cortina de couro. Os três o seguiram rapidamente.

  O rapaz sabia muito bem o que estava se passando. Qualquer um saberia. Escravos, maltrapilhos, trabalho, escuridão. Era obvio que o Castelo de Mou na verdade era um vilarejo, onde todos de Ogash mantinham-se presos. Isso explicara o porquê do bosque ser tão vazio.

  Ao traspassarem a cortina dura e pesada de couro, depararam-se em um cômodo úmido e sujo, com paredes de barro e teto de palha. Redes em perfeito mal estado eram penduradas uma ao lado da outra, umas dez só para o pequeno quarto. O cheiro era horrível.

  – Agora sei do que a profecia queria dizer em salvar o mundo – Liz disse franzindo o rosto em uma expressão de nojo.

  – Temos que chegar até o castelo o quanto antes – Afonso falou. – Talvez Cona não esteja aqui – ao ver todos assentirem, continuou: – Mas como alcançaremos o castelo?

  – Já sei – Ara quase gritou. Fitou no canto da vivenda roupas maltrapilhas e sujas jogadas no chão. Dirigiu-se a elas e jogou uma para cada um. – Vistam isso, se parecermos escravos não nos reconhecerão...

  Os quatro esticaram as roupas velhas emboladas e fizeram careta ao sentirem o cheiro horrível das mesmas. Uma mistura de suor com células mortas. Os causava repulsa. Eram todas de homem, calças creme manchadas e camisas de mangas cumpridas brancas, que na verdade parecia marrom. Ara e Elizabeth foram obrigadas a vestirem-se como homens. O que ajudou a inibir o volume dos seios foi o tamanho dos trajes, a Elementure teve de amarrar uma camisa que havia sobrado na cabeça para que os cabelos parecessem um chapéu cumprido ou um emaranhado de alguma coisa. Ara não teve grandes dificuldades com isso, além do mais seus cabelos eram curtos. Não houve outro jeito, os quatro tiveram de fechar os olhos em quanto cada um trocava-se, ninguém teve o bom senso de abrir os olhos, não era um tempo propício para isso. Quando todos estavam prontos, colocaram as roupas boas na barriga, não podiam deixá-las para trás e enterraram as armas na neve ao lado da vivenda, não havia como Liz andar com uma lança na mão e muito menos Afonso com uma aljava nas costas. Sentiram frio.

  – Acho que podemos ir – Liz proferiu ajeitando-se com as roupas na barriga, ficou parecendo um jovem gorducho.

  – Podemos – Afonso afirmou.

  Antes de saírem, olharam-se um aos outros e riram juntos. Estavam realmente horríveis. Parecendo homens de verdade, a não ser Ara que mais parecia uma criança, suas asas tiveram de permanecer escondidas nas roupas, o que era completamente desconfortável.

  – Me sigam – Elpros disse. – Se perguntarem, somos humildes trabalhadores.

  Entretanto, saíram os quatro, sem que ninguém percebesse, do casebre. Estava muito frio, não imaginavam como aqueles tantos homens e mulheres conseguiam usar tão pouca roupa. Avistaram a estrada principal, onde algumas crianças, negras e brancas, retiravam a neve com pás e outras ferramentas, era possível ver o sofrimento em seus rostos. Com passos lerdos, andaram no canto da estrada sem olhar para os lados, transpassaram bem ao lado das crianças e chegaram a porta cumprida do castelo, elevada em uma sacada com cinco degraus enormes. Era feita de uma madeira muito resistente, traçada em semicírculo e com elos gigantes.

  – Temos que achar outra entrada – Afonso sibilou de cabeça baixa.

  – Ei, os quatro aí... O que pensam que estão fazendo? – Um guarda os repreendeu no sopé da escadaria. – Voltem já para os seus trabalhos!

  Antes que o homem de vestimentas vistosas, vermelho sangue com detalhes dourados pudesse aproximar-se deles, zarparam de cabeça baixa, seguindo para a direita, entre casebres imundos e as paredes do castelo acinzentadas e velhas. Ara e Liz andavam como verdadeiros gorduchos, enquanto Elpros tentava mostrar-se menos ufano e Afonso um pouco mais másculo. Ao olharem em volta, nas paredes enormes do castelo, viram a cerca de 20 metros as primeiras janelas, sem dúvidas o primeiro andar era um grande salão antigo de festas.

  – Essas janelas estão muito altas, jamais conseguiremos entrar por elas – Ara sussurrou ao ver que ninguém os observava.

  – Silêncio. Vamos continuar, impossível não acharmos uma porta nos fundos – Elpros retorquiu. Estava levando a fundo a ideia de ser o líder do grupo, começara a se sentir superior.

  No mesmo instante, os três pensaram em dizer-lhe o que achavam de sua personalidade, mas pensaram bem e resolveram deixar para mais tarde, apenas continuaram a caminhar de cabeça baixa em volta das paredes de tijolos retangulares e velhos. Mais tarde veriam que o castelo era redondo, com duas torres e cinco andares, sem contar com o sótão.

  Os quatro andaram por mais algum tempo, suas bocas estavam totalmente ressecadas, seus ossos doíam e o nariz parecia estar dentro de um freezer. As calças estavam tão largas em Ara e Liz que não foi necessário tirar as sapatilhas, e por isso seus pés não congelaram. Os coturnos dos rapazes foram cobertos até a sola, mas a tempestade na noite passada fora tão forte que seus pés atolavam por completo na neve.

  – Aleluia – a garotinha sibilou ao ver uma portinhola de metal embutida na parede do castelo. – Vamos entrar!

  Elpros correu até a porta metálica e tentou abri-la pela maçaneta redonda. Era obvio que não conseguiriam, o castelo não ficaria tão desprotegido assim. Pelo menos sabia por onde entrar, mas infelizmente não faziam ideia de como.

  – Que caralho – Elpros encheu a boca de ódio. – Já não baste esse frio...

  – Palavrões agora não vão resolver – a Elementure interveio. – Em algum momento essas portas vão abrir, temos que esperar e só assim entraremos.

  – Liz tem razão – Afonso concordou.

  – O que acham de darmos uma olhadinha no vilarejo – Ara opinou –, talvez descobrimos algo...

  Todos concordaram e voltaram a caminhar, dispersando-se de perto do castelo e observando tudo o que fosse necessário. De volta a estrada principal, as crianças ainda continuavam no mesmo lugar com suas pás e enxadas. Era inevitável não sentir repulsa, elas não deviam estar ali, tinham de brincar e correr, não trabalhar. Quando os quatro iam atravessar a rua, seis guardas de trajes idênticos, vermelho e dourado, apareceram da porta principal da muralha com trombetas uivando e gritos ensurdecedores.

  – Curvem-se para sua majestade, a feiticeira Cona – eles ralhavam muito alto enquanto marchavam na estrada de gelo. Repetiam a frase a cada dois segundos.

  Não demorou muito para que um trenó decorado de pedras preciosas surgisse através do umbral da muralha. Ara, Afonso e Liz reconheceram. Era o mesmo que viram na árvore dos guidous. Tremeram ao fitarem o rosto branco da feiticeira. Ajoelharam-se em seguida como todos os outros a sua volta, que fitavam o automóvel passar com o rosto coberto por ódio. Os cavalos brancos foram desamarrados ao chegarem em frente a enorme porta do castelo, foram levados para o estábulo entre os casebres. A feiticeira desceu da caixa de jockey e dirigiu-se a passadas rápidas até os degraus. Todos a olhavam de olhos semiabertos, ainda ajoelhados, a espera de sua ordem. Cona trajava um vestido azul, muito apertado, delineando todas as curvas do seu belo corpo. Em volta dos ombros, traziam uma papa felpuda e grossa, na qual tapava todo o seu braço e as costas. Ela subiu as escadas elegantemente e virou-se para o povo.

  – Voltem a trabalhar seus vermes! – Gritou. E em seguida adentrou o castelo quando os soldados abriram a porta.

  Um vento forte cobriu o vilarejo e todos os olhos sofridos tomaram suas funções, evitando cochichos ou xingamentos. Sem dúvidas odiavam aquela mulher. O trenó foi puxado para o lado esquerdo da estrada, que agora já estava a mostrar suas pedra, as crianças já estavam terminando de retirar o gelo. Com expressões sofridas, os homens carregavam baldes enormes de neve na cabeça para jogá-los na floresta. Os quatro atravessaram a curta estrada e rodearam todo o castelo, com olhares baixos e tristes. Viram mulheres serem obrigadas a limparem roupas imundas, com a água congelando em torneiras e tanques descobertos. Suas mãos estavam roxas.

  – Continuem andando, não parem – Elpros sussurrou ao ouvir uma criança gritar de dentro de um casebre. – Não parem!

  Elizabeth levantou a cabeça com o rosto cristalizado, ouviu berros. Era de uma menina, uma criança. Fitou a sua volta e não encontrou ninguém, estavam na parte noroeste do castelo, não havia tantas pessoas naquele lugar.

  – Me solta – a voz aterrorizada gritava de dentro do casebre em que os quatro passavam. – Por favor – era agudo. Uma menina.

  – Fica quietinha que o tio não vai te machucar – um sussurro grave ressoou nos ouvidos do grupo. Imaginaram no mesmo instante o que acontecia.

  – Desgraçado – Ara parou ao lado da parede de tijolos de barro da vivenda.

  – Não parem, continuem – Elpros sibilou olhando para os três que ficaram para trás. – Não podemos ajudá-la, vamos acabar sendo descobertos!

  Os olhos de Liz se arregalaram, lembrou-se de quando Clarissa, sua mãe, contara o motivo da morte de sua amiga. Lembrou perfeitamente das palavras, tudo veio como fleiches em sua mente.

  – Foi tão horrível minha filha, ela estava brincando comigo no plantio de arroz, quando um homem chegou e nos chamou para comer doces. Éramos tão inocentes Liz, não sabíamos de nada. E o cafajeste queria outra coisa...

  – O que ele queria mamãe? – Elizabeth indagou com sua voz doce e infantil.

  – Queria sua mãe, queria me machucar e machucar a minha amiga. Ele, primeiro começou a me tocar, mas eu não gostei daquilo. Saí correndo antes que ele fechasse a porta... Mas minha amiga continuou lá dentro, ela tentou correr comigo, mas não conseguiu. Ouvi seus gritos de longe, ela chorava e esperneava, foi então que eu corri para a casa de sua avó, e contei o que estava acontecendo. Mesmo não sabendo de nada...

  – O que estava acontecendo mamãe?

  – O homem estava machucando a minha amiga. Várias pessoas se juntaram em volta da casa, batiam nas janelas fechadas e davam chutes na porta. Quando conseguiram entrar, só encontraram a minha amiga morta, como o seu papai...

  – O homem a matou mamãe?

  – Covardemente minha filha!

  Elizabeth deixou que as lágrimas escorressem soltas de seus olhos frios. Limpou-as com as costas da mão e correu até a entrada da vivenda. Ergueu a mão e uma língua de ar fez com que a porta se estraçalha-se, mal sabia o que fazia. Fitou um homem nu, com seu membro ereto e a única coisa que sentiu foi nojo, mesmo não sabendo o que era aquilo. Olhou a menina de roupas rasgadas, deixando a mostra os seios que ainda nem tinha. O homem a olhou maliciosamente e foi surpreendido por uma rajada de vento em seu rosto, seu corpo ficou preso na parede. A garota olhava-o com medo e com os olhos encharcados. Elizabeth mordeu os lábios e quando se deu conta, o rapaz gorducho, de aparência sofrida e maldosa estava morto, asfixiado. Falecido por seu poder.

  – O que você fez? – Ara colocou as mãos na boca ao chegar na porta do casebre. Tudo fora tão rápido que os três não houveram tempo de impedir Elizabeth. Quando se deram conta o homem já gemia no chão, pronto para dar o último suspiro.

  – Filho da puta! – A Elementure gritou. O que estava acontecendo com ela? Nunca falou palavrões. Nunca matou uma pessoa de verdade.

  Ao ouvir os gritos, Liz não hesitou. A doce e singela menina estava sendo abusada, estuprada, violentada. Isso ela não permitiria nunca. Seus poderes ressurgiram como labaredas, lançando o que mais lhe convinha na direção do homem. Ar. O ar o impediu de respirar, como uma rajada extra forte de vento.

  – Oh céus – ela respirou, colocou as mãos na cabeça e puxou a camisa que segurava seus cabelos, fazendo-os cair lindamente abaixo da cintura. – Vista-se – abaixou a voz, deixando que as palavras saíssem docemente para não assustar a garotinha.

  A menina pegou a camisa da mão da Elementure e a vestiu por cima de seu vestido, o qual era franzido até as canelas, cobrindo as partes rasgadas.

  – Ele te machucou? – Ara indagou aproximando-se da singela criança de cabelos loiros e longos. Parecia um anjo, porém muito sujo e triste.

  A mocinha assentiu com a cabeça retraindo os ombros, olhou os rapazes em pé na porta, que a olhavam com expressões dolorosas e em seguida fitou o homem morto no chão. A única coisa que desejava era morrer. Sem dúvidas, morrer.

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