13

Ara, a Fada

  O que menos esperavam aconteceu, nem passara pela cabeça de Afonso e Liz que encontrariam uma fada escondida no chalé de Cona. O que mais queriam, na realidade, era encontrar o livro de Sophia, o qual torciam para estar escondido através dos túneis e portinholas transpassadas, porém, encontraram uma coisa diferente. A linda fadinha Ara, com feições delicadas e dóceis, e talvez uma das últimas de sua espécie, já que era raro encontrar seres como ela. Entretanto, os dois humanos não viam a hora de ouvir a história da pequenina, que até ali permanecia imóvel, com muito medo.

  – O que faz aqui? – Elizabeth indagou, tentava mostrar-se o mais gentil possível.

  – A-a-a feiticeira... E-e-ela me tranco-o-o-ou aqui-i-i... – A voz doce de Ara sibilou à gaguejar entre os móveis de madeira.

  – Ela te mantém presa? – Afonso sussurrou.

  Sem saber o motivo, os três falavam tão baixo que pareciam estar escondendo-se de feras perigosas, e que a qualquer momento podiam ser atacados por dentes enormes e afiados.

  – S-i-i-im... – A fada respondeu de ombros retraídos.

  – E você não gosta de ser mantida presa, estou certa?

  Ara respondeu à Elementure assentindo com a cabeça, parecia estar mais segura, porém seus olhos ainda brilhavam de medo. Um momento de silêncio assentou-se no pequeno quarto, Liz refletiu no que falar e Afonso no que fazer.

  – O que vocês do-o-ois fazem aqui? – A garotinha indagou deixando o medo de lado.

  – Cona também nos prendeu! – Liz proferiu passando as mãos nos cabelos, em certos momentos tomava um susto ao ver seu cabelo branco.

  Na realidade, o que Afonso e Liz fizera fora muito precipitado, talvez a fada fosse uma adoradora da Dama de Ogash como a feiticeira, podia tê-los prendido de volta, inibindo alguma tentativa de fuga. Ambos não deviam ter contado que estavam presos ali, mas algo na garotinha os dava a sensação de serenidade, sensatez e segurança. Entretanto, Ara não era uma adoradora, muito menos uma menina malvada, era apenas uma moçinha, de asas lindas e aparência meiga, na qual temia a presença de estranhos e não via a hora de voltar para a casa.

  – Ara, conte-nos, por que está presa nesse inferno? – Afonso indagou.

  – Não vão me machucar, não é? – A fada retorquiu numa graciosidade indescritível.

  – Jamais! – O arqueiro e Liz responderam em uníssono, quase ao mesmo tempo.

  – Parecem estar com fome... Tem algumas frutas naquele prato – Ara apontou para uma mesinha coberta por uma toalha branca claríssima e uma bandeja de madeira cheia de maças e pêssegos – e tem água naquele barril – dirigiu seu outro dedinho para o objeto cheio até as bordas de uma água cristalina, que até ali Afonso e Elizabeth nem haviam notado.

  – Muito obrigado, estamos com muita fome... – Ambos pularam como feras para cima das frutas, que aliás, estavam tão suculentas como morangos orgânicos.

  Fartaram-se com mais de cinco frutas cada um, deixaram apenas três na bandeja. Saciaram-se com a água fresca e maravilhosa, o qual nenhum suco seria melhor naquele momento. Por fim estavam satisfeitos, pareciam ter ganhado vida, nada mais os abalaria, pensavam. Ara soltava risinhos doces enquanto os via comendo, achava graça de tanta alforria e dos barulhinhos de suas bocas ao mastigarem as poupas.

  – Pode contar-nos agora? – Elizabeth sorriu ao terminar de enxugar a boca.

  – Sim, é claro... Se importam de sentarem no chão? Minha cama é muito pequena e não tenho cadeiras – a fada parecia ser tão amável que até o ser mais rabugento do mundo a acharia uma garotinha amena.

  – Claro que não nos importamos – Afonso proferiu sentando-se no tapete felpudo entre a cama e a parede donde tinham saído.

  Sem delongas, todos já estavam prontos para ouvir o que Ara tinha a dizer, estavam animados e pela primeira vez sem preocupações.

  – Bem... – A fada começou. – Há muitos e muitos anos atrás, eu e meu povo vivíamos nas terras do norte, para lá do Rio de Cárcara. Éramos muitos, mais de mil...

  – Desculpe interromper – Liz disse. – Mas quantos anos você tem?

  – Tenho duzentos e dois anos! – Ara proferiu na maior naturalidade.

  Os humanos quase se engasgaram com a própria saliva, tiveram uma vontade enorme de perguntar sobre a vida das fadas, porém aquilo não vinha ao caso no momento e sim o que Ara fazia ali.

  – Uma vez – ela continuou –, todos nós dançávamos alegremente em baixo do Carvalho de Sal, a qual é a maior árvore de Ogash, pulávamos e brincávamos alegremente, comíamos frutas de todos os sabores e bebíamos seiva e néctar de um gosto estupendo... Porém, tudo acabou-se quando os temíveis demônios chegaram... – Ara narrava fazendo caretas e sons, como se tivesse reproduzindo o horripilante dia.

  – Demônios? – A Elementure se assustou com o termo, colocando as mãos na boca em sinal de horror.

  – Sim, demônios, ou os famosos Urucumbos! Eles vieram como fogo. Alastraram-se por nossas casas e acabaram com nossas comidas, mataram centenas de fadas, aterrorizaram mentes infantis e levaram nossas armas! Foi horrível! – Ara segurou o choro. Nem gostava de lembrar da história. – Eu ainda era uma bebezinha quando tudo aconteceu, minha mãe tentou me salvar, levou-me para o rio de Cárcara e colocou-me numa folha enorme que flutuava na água, não lembro-me perfeitamente de tudo, mas fui apanhada por uma mulher. No começo ela parecia boazinha, mas depois ficou má, me trancou nesse lugar infernal sem janelas e sem portas, com esse lustre horroroso de bambu e agora só vem me visitar a cada dez dias, me trazendo comida e água.

  A história de Ara não foi uma das melhores como Liz esperava. Já estava aterrorizada com tanta maldade quando bradou histérica:

  – Oh céus! Está presa aqui a mais de duzentos anos?

  – Infelizmente, apesar de eu sair às vezes a mando de Cona, com uma escolta de vinte guidous rabugentos à minha volta, para pegar a Fruta da Vida e entregar-lhe...

  – Fruta da Vida? – Afonso ainda não conhecia tal termo.

  – Sim... É a qual permite que a feiticeira continue viva... Como sabem, ela é humana como vocês, e os humanos não são imortais. A fruta faz com que a pessoa rejuvenesça e é por isso que Cona continua daquele jeito! – Ara já não tinha medo algum, sentia-se no meio de amigos. Mesmo sabendo que os humanos não são tão bonzinhos assim, aqueles eram diferentes, ela pensava.

  – Mas por que ela te mantém presa? Por que ela mesma não pega a fruta? – Afonso não compreendeu.

  – Pois a Fruta da Vida só funciona quando uma fada a colhe e entrega para a pessoa que usufruirá de tal poder – respondeu fitando o arqueiro. – Sem mim, ela morrerá!

  – Entendi, entendi – Liz sibilou animada. – Creio que nós três conseguiremos sair desse chalé idiota!

  – Sim, conseguiremos! – A fada bradou alforriada. – Mas vocês também têm que contar o que fazem aqui, por que estão presos?

  – Ah claro! Bem, alguns dias atrás eu ainda morava em outro mundo, em Oriente... – Liz narrou detalhe por detalhe de sua aventura, parecia muito animada. Contou que fora tão idiota em pensar que tudo não era real e que agora tinham que lacrar o portal, falou do Diamante Negro que mal sabia o que era e também que as respostas que procuravam estariam no livro de Sophia, a esposa do cientista, os quais foram os primeiros humanos a terem contado com os Elementares.

  – Bom, agora que todo mundo já sabe sobre a vida do outro – Afonso brincou –, temos que sair desse inferno o quanto antes, pois amanhã Cona voltará para nos buscar!

  O que ainda não faziam ideia era como sairiam dali, não havia janelas e portas que pudessem ser quebradas, muito menos frestas onde todos pudessem se zarpar. As garras de Afonso, quando raposa, não abririam a porta principal do chalé, já que a mesma mal tinha fissuras e estava coberta por neve do outro lado de fora. Pensaram e pensaram, as cabeças já doíam, rodaram todo o chalé a procura de mais passagens, porém não encontraram nada. Já estavam entediados e com medo.

  – Estamos fudidos! – Afonso bradou ao se jogar exausto no chão da sala principal.

  – Não diga palavrões Afonso! Você sabe que eu odeio... – Elizabeth rebateu seriamente.

  – Ah, desculpe-me – o arqueiro proferiu numa gargalhada, não levava a sérios as queixas de Liz.

  A fada ainda permanecia esperançosa, enquanto o crepúsculo caia sobre o céu ela ainda voava examinando o teto e as paredes altas.

  – Ara, não adianta, não existe outra forma de sair desse lugar... – Afonso pronunciou desanimado.

  – Nunca se sabe, quando eu morava no Carvalho de Sal as passagens mais secretas ficavam em lugares inimagináveis! – A garotinha proferiu entusiasmada, voava em alta velocidade pelo teto alto do cômodo vazio.

  Elizabeth foi a próxima a desistir, deitou exausta perto de Afonso, já cansara de subir e descer os degraus e agachar e levantar nas passagens.

  – Ora, não desistam... Tenham fé... Vamos conseguir! – Ara articulou fitando os dois humanos esticados no chão.

  – Afonso tem razão, não existe outra passagem, venha, descanse um pou... – As palavras da Elementure foram interrompidas por um barulho profundo.

  O que menos esperavam, como sempre, aconteceu. Ara voava para lá e para cá, batendo nas madeiras do teto da sala, foi aí que um barulho oco a fez erguer as orelhas, bateu novamente e depois deu outra batida mais forte, chutou e por fim, partes das madeiras caíram diante da garotinha, que se sentiu arrojada como nunca na vida. Colocou as mãos na cintura, ainda flutuando, deu um largo sorriso e disse:

  – Eu não disse que conseguiria?

  Afonso e Liz assustaram-se no começo com o barulho, levantaram-se do chão num pulo, mas quando fitaram o buraco escuro no teto tiveram de bater palmas.

  – Parabéns garotinha! – Afonso esboçou um sorriso de alívio.

  – Vou ver o que acho lá em cima... – Ara ia dizendo, mas foi interrompida por um grito autoritário.

  – Não! Nada disso! Você ficará aqui, nem ouse se mexer, vamos subir lá em cima todos juntos! – Elizabeth falou impositiva.

  – Está bem! – Ara revirou os olhos. Mais parecia uma menininha travessa do que uma fada de duzentos e dois anos.

  Afonso logo se transformou em raposa, o que não foi surpresa para Ara, que o vira cedo naquela forma. Elogiou-o dizendo que amava raposas, fazendo com que o arqueiro se sentisse ainda melhor. O rapaz saltou na parede prendendo as garras na madeira, deu outro pulo para cima e logo desapareceu no breu do buraco no teto.

  – Estou bem! – Afonso exclamou com sua voz de raposa, um pouco mais aguda, enquanto colocava o focinho para fora da fissura. – Creio que Ara não consegue levantar Liz, não é?

  – Mas é claro que consigo, ora essa... As fadas são fortes! – Disse seriamente.

  A raposa segurou um riso que sairia como um uivo, Liz apenas sorriu e ergueu os braços na direção da fada, que no mesmo instante foi a seu encontro agarrando-a pelas mãos e erguendo-a no ar sem dificuldades, para o espanto de ambos.

  – Uau! – Afonso sorriu com a língua para fora.

  Quando todos já estavam no breu do andar de cima, onde só se viam silhuetas de móveis altos, Afonso foi atrevido em dizer:

  – Eu enxergo perfeitamente aqui em cima, não mecham nem se quer um dedo, vou procurar algo que ilumine esse quartinho para que vocês possam ver tudo direito!

  A fada permaneceu em pé, de lados colados com Elizabeth. O que o arqueiro viu não foi grandes coisas, era apenas móveis velhos, como cadeiras, mesas, camas e abajures desligados, uma arca de metal e um guarda-roupa rafado. A raposa correu com suas patinhas sorrateiras pelo quarto amplo e arejado, porém com muita poeira. Fitou uma janela redonda em uma das paredes verticais de madeira e contemplou o teto triangular.

  – Estamos no sótão! – Afirmou num sorriso canino.

  Continuou a andar pelo cômodo, abriu gavetas e mais gavetas, todas puras, com teias de aranha e baratas. Viu que nas paredes diagonais jaziam lamparinas com velas gastas, mas que ainda poderia ser usadas, a única coisa na qual precisavam era de alguma coisa que produzisse luz. Continuou a abrir tudo que vira pela frente, por sorte, quando abrira a última gaveta de uma mesa cumprida, fitou um isqueiro antigo, o qual era pequeno e quadrado, ainda funcionando com gasolina.

  – Achei! – Afonso regougou. – Um isqueiro!

  Logo correu entre o quarto e ascendeu todas as lamparinas, aliás, quase todas. Era incrível ver como uma raposa manuseava tão bem o isqueiro em sua mão. As meninas puderam ver, enquanto a luz ia aumentando, os rostos uma das outras e os móveis velhos do sótão. Andaram pelo cômodo todo, olharam pela janela circular de vidro e viram a escuridão vigorando-se lá fora junto da neve incessível.

  – Esse telhado é fácil de quebrar, mas antes precisamos de agasalhos! – Afonso retorquiu enquanto transmutava-se para humano.

  – Meus vestidos não caberão em Liz e muito menos em você, Afonso – Ara deu um sorrisinho –, talvez achássemos algo aqui em cima.

  – Já olhei tudo... A não ser aquela arca de metal trancada a cadeado – fitou o objeto reclinado na parede vertical atrás de si, do outro lado do sótão.

  – Talvez possamos abri-la com fogo... Bem, acho que não – a Elementure logo mudou de ideia ao aproximar-se da arca velha e enferrujada.

  Afonso pareceu pensar, coçou a barba, passou as mãos nos cabelos crespos e de súbito, deu um chute no pé de uma mesa quadrada, fazendo que a mesma caísse quebrada no chão, com um pedaço de madeira perfeito para quebrar alguma coisa. Entretanto, o pé de Afonso latejou, logicamente não demonstrou a dor, apenas mordeu os lábios soltando um gemido surdo. Sorriu sem graça e pegou o pedaço de tora no chão, dirigiu-se até a arca, pediu para que as meninas se afastassem e bateu com toda a sua força que tinha, porém o baú nem tremeu, tentou novamente em uma sequência de cinco pauladas.

  – Eu já vou conseguir – falou envergonhado.

  Por fim, com mais dez a quinze batidas, ele conseguiu quebrar o cadeado.

  – Pronto! – Suspirou ofegante.

  Ara correu até a arca com as asas a tilintar, abriu-a rapidamente e esboçou um largo sorriso quando fitou o que jazia lá dentro.

  – Perfeito! – Liz bradou ao aproximar-se.

  – Era o que precisávamos! – Ara saltitou.

  O que viram era estupendo, ideal, impecável, divino. Trajes perfeitos para um frio repugnante como aquele. Para Elizabeth, um vestido longo azul marinho, de tecido grosso e impermeável, com detalhes bordados de branco, mangas longas e gola larga. Após tirar o mesmo do baú, viu uma capa ainda maior, cor cinza, com um capuz delineado perfeitamente.

  – É lindo! – Disse perplexa. Logo, viu sapatilhas da mesma cor do manto, que pareciam ser muito confortáveis.

  Pegou as roupas jogando-as nos ombros, sentou-se maravilhada em uma das três camas de palha e contemplou-as enquanto os outros terminavam de pegar seus trajes.

  A fada não ligara muito para roupas, pegou o único vestido que restara, que por sinal coubera perfeitamente na mesma e a capa como a de Liz. Afonso retirou uma calça creme e larga da arca, junto com um colete marrom e uma camisa branca de mangas cumpridas, pegou por fim uma bota de cano alto, de couro firme da cor do colete.

  – Oh céus! Não acredito – Afonso sorriu maravilhado.

  – O que foi? – A fada indagou antes de sentar-se na cama ao lado de Liz.

  – Armas... Achei armas!

  Ambas correram até o baú, deixando os trajes em cima da cama e contemplaram os objetos prateados e madeirados no fundo do baú. O que jazia lá dentro era um punhal, uma lança e um arco de madeira de cedro, com uma aljava de couro caprino e setas de madeira firme, emplumadas em uma das extremidades e afiada na outra.

  – O arco é meu! – Afonso brincou pegando-o rapidamente, era obvio a sua fissura por armas daquelas.

  – Eu posso ficar com a lança, mas espero não precisar usá-la – a Elementure sorriu apanhando-a com a mão direita. Se soubesse o nome de armas como aquela, saberia que o que segurava era uma ranseur, uma lança com um tecido macio na extremidade do cabo, o qual era confortável segurar e uma ponta afiadíssima do outro lado, com duas abas reclinadas para trás em seu lado.

  – Eu não gosto muito de armas... Muito menos como essas daqui, porém uma fada não se pode andar desarmada pelos tempos de hoje – Ara sorriu. Pegou o punhal cautelosamente junto da bainha, que só vira àquela hora. Observou-se como num espelho diante da folha prateada da arma e a guardou na cercadura, na qual colocaria na cintura quando vestisse as roupas de frio.

  Elizabeth trocou-se na sala principal, teve de descer lá embaixo com a ajuda de Ara, pois não se sentia confortável se despir na frente de pessoas. Quando terminou, deu um grito e foi puxada para cima novamente, ergue-se lindíssima diante dos dois amigos. Sorriu colocando a ranseur na mão e fazendo pose de guerreira.

  – Estou pronta! – disse balançando os cabelos brancos suavemente.

  Afonso sentiu-se ainda mais apaixonado, já que era isso que ele pensava estar. Pois o carinho para com ela só aumentara, porém sabia que uma moça tão linda como Liz nunca amaria alguém como ele.

  Ara trocou-se rapidamente, voltou voando como se estivesse dançando no ar, pousou ao lado de Afonso e Elizabeth, que conversavam sobre suas armas, e sorriu pondo as mãos na cintura. Colocara um vestido idêntico ao da Elementure, no entanto um pouco menor e de cor verde musgo. As sapatilhas eram cinzas como a capa e, aliás, muito confortáveis. O único problema foram as asas, mas nada que a fada não pudesse resolver, rasgou fissuras perfeitas nas costas do traje e expôs sua asas lindamente. Pensou em cortar a capa também, mas logo concluiu que isso seria tolice, já que os membros também sentiam frio e o manto as protegeria.

  Afonso, então, vestiu-se num estalar de dedos. Ficou parecendo um cavalheiro medieval, despertando em Liz uma sensação estranha, a qual ela ainda não sabia o que era. O arqueiro jogou a aljava nas costas, traspassando a fita de couro entre o tronco, ergueu o arco recurvo tradicional nas mãos e bradou alegremente:

  – Que a maldita Cona nos aguarde!

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